Prévia do material em texto
Nicolas Martins 2025.1 - Bioquímica II METABOLISMO DO GLICOGÊNIO Introduçãoaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa Glicogênio = Principal HC de armazenamento nos animais É um polímero ramificado de D-glicose (cadeias polissacarídicas com cerca de 13 resíduos de glicose) O Glicogênio é a principal forma de armazenamento de glicose no organismo humano, sendo encontrado no fígado e músculo esquelético. Existem cerca de 500 gramas de glicogênio no corpo humano, sendo 400 gramas no músculo e 100 gramas no fígado. Glicogênio do Fígado aaaaaaaaaaaa Tecido hepático tem maior concentração de glicogênio, com 10% do total, com o objetivo de manter a normoglicemia (12-18 hs de jejum esgota o glicogênio hepático ).Ou seja, é uma reserva de glicose que pode ser exportada para outros órgãos, via sangue, quando necessário Glicogênio do Músculo aaaaaaaaaa Considerando-se todo o glicogênio do corpo, é o maior estoque por massa, com objetivo de contração muscular. ⇒ É fonte pronta de glicose-1-P para glicólise no músculo esquelético ⇒ Não pode ser exportado, é usado pela própria fibra como fonte emergencial de energia quando a necessidade desta é muito intensa (ex: corrida) Síntese de glicogênio – glicogênese ⇒ Os depósitos de glicogênio hepático são repostos durante o período pós-prandial, e são esgotados durante o jejum. ⇒ A síntese do glicogênio ocorre no fígado, e é regulado pelos níveis sanguíneos de glicose, e pelo gasto energético desta glicose ⇒ O glicogênio é formado a partir da glicose, e requer uma fonte de energia, e neste caso, usa-se o UTP (Uridina trifosfato) ⇒ O processo ocorre no citosol 1. Glicose transforma-se em glicose 6 fosfato pela ação da hexoquinase (músculo) ou glicoquinase (fígado) 2. Ocorre a conversão da glicose 6 fosfato em glicose 1 fosfato, gerando a síntese de UDP glicose (evento inicial da glicogênese) 3. Sob a ação da UDP, forma –se a glicose Pirofosforilase. 4. Ocorrerá a formação da UDP glicose. 5. Após a síntese do primeiro, a glicose da UDP glicose é transferida fazendo-se uma ligação Alfa-1,4 na extremidade não redutora. 6. Logo, forma-se uma molécula linear. Mas depois é preciso adicionar as ramificações Alfa 1,6. 7. A formação das ramificações é condicionada à ação da enzima glicosil alfa 4-6 transferase (Enzima ramificadora), a qual adiciona de 5 a 8 resíduos à molécula linear 8. Após, a glicogênio sintase alonga as cadeias. A enzima de ramificação do glicogênio catalisa a transferência de um fragmento de 6 ou 7 resíduos de glicose de uma extremidade da molécula de glicogênio para a hidroxila do C6 de um resíduo de glicose mais interior da mesma cadeia de glicogênio ou de outra, criando uma nova ramificação Efeitos da introdução de ramificações: 1. Aumento da solubilidade 2. Aumenta do número de extremidades (sítios tanto para a fosforilase como para a síntese) Glicogenina:aaaaaaaaaaaaaaaaaaaa É uma proteína que é inicialmente glicosilada em um resíduo de tirosina pela UDPG, unindo 7 resíduos de glicose com ligações 1-4, formando um PRIMER de glicogênio. ⇒ PRIMER de glicogênio ( glicogenina +7 moléculas de glicose ) é o substrato para a ação da glicogênio-sintase iniciar a síntese do glicogênio com ligações alfa 1-4 adicionando resíduos de glicose na extremidade externa não redutora com alongamento dos ramos de glicogênio. ⇒ Quando cadeia de glicogênio atinge em torno de 11 resíduos de glicose , ativa-se enzima ramificadora , que transfere em torno de 6 resíduos de glicose para uma cadeia próxima, formando um ponto de ramificação através de ligação alfa 1-6. Quebra de glicogênio – glicogenólise A primeira enzima é responsável por catalisar a reação na qual um grupo fosfato ataca a ligação glicosídica entre dois resíduos de glicose localizados nas extremidades do glicogênio, resultando na liberação de glicose-1-fosfato. Repare que esta reação (fosforólise) é diferente da hidrólise que quebra o glicogênio ingerido pela dieta. Na fosforólise parte da energia da ligação glicosídica é preservada. Esta reação possui como cofator o piridoxal fosfato. A fosforilase do glicogênio continua atuando até próximo a pontos de ramificação, onde sua ação é interrompida. Entra em ação, então, a enzima desramificadora do glicogênio, que após exercer sua função permite à enzima anterior continuar a produção de glicose-1-fosfato. A fosfoglicomutase é responsável pela conversão da glicose-1-fosfato em glicose-6-fosfato. No músculo a glicose-6-fosfato segue a via glicolítica para fornecer energia para as contrações musculares e no fígado a enzima glicose-6-fosfatase (última enzima da gliconeogênese vista anteriormente) converte a glicose-6-fosfato em glicose para que esta caia na corrente sanguínea e sirva de fonte energética para os tecidos (em especial para o cérebro). Regulação Hormonalaaaaaaaaaaaaa A regulação dos estoques de glicogênio no músculo e no fígado atende às necessidades do momento. No fígado, os estoques de glicogênio aumentam no estado pós-absortivo, enquanto que a degradação ocorre no jejum. No músculo ocorre o mesmo Primeiramente, a regulação dessas vias é a nível alostérico e posteriormente sob ação hormonal O controle é realizado, essencialmente, por duas enzimas: 1. Glicogênio sintase 2. Glicogênio fosforilase AMPc – papel fundamental na regulação dessas enzimas pois: - Inibe a síntese - Estimula a fosforilase Aumento da concentração de glicose: - Inibe a fosforilase - Estimula a síntese OBS: Músculo Níveis altos de adrenalina e cálcio: - Ativa a fosforilase - Inibem a síntese Glucagon atuando no seu receptor, ativa AMPc - Inibe a síntese - Estimula a fosforilase Glucagon ativa glicogenólise e inibe a glicogênese (via ativação de AMPc) OBS: Fígado Insulina: - Inibe a fosforilase - Estimula a síntese GLP 1 e GLP 2aaaaaaaaaaaaaaaaaa Os péptidos similares ao glucagón ( GLP-1 e GLP-2 ) são sintetizados nas células L intestinais. ⇒ Elevam-se após as refeições sendo rapidamente inativados pela enzima DPP-4 ( dipeptidil peptidase-4). GLP-1aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa - Derivado principal e promove a redução dos níveis de glicose por estimular a secreção de insulina pela célula beta pancreática, estimular a biossíntese de pró-insulina via indução da transcrição do gene da pró insulina. - Promove proliferação de células beta. - Induz ao aumento da utilização periférica de glicose. - Restaura a sensibilidade das células beta pancreáticas aumentando a expressão do GLUT2 e da Glicocinase - Inibe apoptose das células beta - Inibe a secreção gástrica e a motilidade do TGI retardando a absorção de carboidratos e aumentando a saciedade - Ação direta no SNC promovendo o aumento da saciedade e redução do apetite - Redução da produção hepática da glicose (glicogenólise) GLP 1-2aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa O GLP- 2 não tem ação sobre a secreção de insulina.