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Classificação da Má-Oclusão na Dentição Decídua e Mista

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CLASSIFICAÇÃO DA MALOCLUSÃO NA 
DENTIÇÃO DECÍDUA 
INTRODUÇÃO 
Fatores etiológicos genéticos, locais e ambientais 
podem interferir no processo de erupção dental. 
Contudo, a irrupção dos dentes na dentição decídua 
inicia, em média, por volta do 6o mês de vida e termina 
perto dos 3 anos, ocorrendo grandes mudanças no 
desenvolvimento da oclusão nesse período. 
Muitos desvios no processo da erupção dental podem 
desencadear o desenvolvimento das maloclusões na 
dentição decídua, justificando o monitoramento 
preventivo pelo odontopediatra desde a fase dos 
rodetes gengivais, a fim de buscar o equilíbrio da 
oclusão nos âmbitos morfológico, funcional e estético, 
favorecendo o correto estímulo do desenvolvimento 
de todo o sistema estomatognático. 
ANÁLISE DA DENTIÇÃO EM UMA 
PERSPECTIVA ANTERIOPOSTERIOR 
ENTRE OS ARCOS DENTÁRIOS 
INCISIVOS DECÍDUOS 
No padrão de normalidade da dentição decídua, a 
relação entre os dentes anteriores pode ser dividida 
em três grupos: 
 
•Arco tipo I: quando há a presença de espaço entre os 
dentes anteriores, em ambos os arcos superior 
e inferior. Esse espaço é frequente na dentição decídua 
e favorece a boa acomodação dos dentes permanentes 
sucessores 
•Arco tipo II: quando não há a presença de espaço 
entre os dentes anteriores, em ambos os arcos 
superior e inferior. Essa proximidade dos dentes é 
considerada desfavorável para a acomodação dos 
dentes permanentes sucessores 
•Arco tipo misto: quando a presença dos espaços 
ocorre em apenas um dos arcos, superior ou inferior. A 
presença de espaços é mais frequente no arco 
superior, com ausência no inferior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
APINHAMENTO DENTÁRIO 
Na dentição decídua, pode-se encontrar não só a falta 
de espaço entre os dentes anteriores, mas também a 
presença de apinhamento dentário. Essa condição na 
dentição decídua favorece a presença de apinhamento 
também na dentição permanente, conforme relata 
Leighton. 
 
 
RELAÇÃO MOLAR 
Reto: quando as faces distais apresentam-se no 
mesmo plano – 76% das crianças. 
 
 
Distal: quando as faces distais apresentam-se em 
planos diferentes, em que a face do molar inferior 
localiza-se em uma posição distal ao molar superior 
– 10% das crianças. 
 
 
Mesial: quando as faces distais apresentam-se em 
planos diferentes, em que a face do molar inferior 
localiza-se em uma posição mesial em relação ao 
molar superior – 14% das crianças. 
 
 
Classificação das Má-Oclusões na Dentição Decídua e Mista 
 
AUSÊNCIA DOS ESPAÇOS PRIMATAS 
A ausência dos espaços primatas, que são os espaços 
fisiológicos existentes na dentição decídua, entre os 
incisivos laterais e caninos superiores e entre os 
caninos e primeiros molares inferiores, com a 
finalidade de acomodar os dentes permanentes 
sucessores, não é considerada na literatura uma 
maloclusão, mas uma condição que pode desfavorecer 
o alinhamento dos dentes permanentes. 
 
MORDIDA CRUZADA ANTERIOR 
Considera-se mordida cruzada anterior a relação entre 
as arcadas, por meio da qual a inferior está em uma 
posição mais anterior em relação à superior. De acordo 
com sua origem, a mordida cruzada anterior pode ser 
classificada em dentária, funcional e esquelética, 
podendo ocorrer de maneira localizada e apenas um 
elemento dental estar cruzado, ou em seguimento, 
quando mais de um elemento dentário está cruzado, 
ou ainda uni ou bilateralmente. 
 
SOBRESSALIÊNCIA 
Denomina-se sobressaliência a medida linear em 
milímetros da distância entre a borda incisal dos 
incisivos centrais superiores e inferiores, sendo 
consideradanormalidade para a dentição decídua 
quando o valor obtido ficar entre 0 e 3 mm. 
Naturalmente, essa sobressaliência tende a diminuir 
com o avanço da idade. É classificada como: 
 
•Positiva: quando o incisivo superior estiver em uma 
posição para vestibular em relação ao inferior. 
 
 
 
•Nula: quando as faces dos incisivos superiores e 
inferiores estiverem em um mesmo plano. 
 
 
 
•Negativa: quando o incisivo superior estiver em uma 
posição para lingual em relação ao inferior. 
 
RELAÇÃO TRANSVERSAL ENTRE OS ARCOS 
SUPERIOR E INFERIOR 
No padrão de normalidade, a relação transversal entre 
os arcos da dentição decídua deve estar em equilíbrio, 
com o arco superior cobrindo ligeiramente o arco 
inferior, tendo os dentes superiores transpassado no 
sentido vestibulolingual os dentes inferiores. 
Didaticamente, essa relação seria similar ao 
fechamento da tampa (maxila) com sua caixa 
(mandíbula). A inversão desse transpasse na região 
posterior é denominado mordida cruzada posterior, 
que pode ser classificada de acordo com a sua origem 
em dentária, funcional e esquelética, podendo ocorrer 
em apenas um elemento dental ou em vários, uni ou 
bilateralmente. 
RELAÇÃO TRANSVERSAL DA LINHA MÉDIA 
ENTRE OS ARCOS SUPERIOR E INFERIOR 
A relação transversal da linha média entre os arcos 
superior e inferior pode ser observada por meio de 
exame clínico, estudo dos modelos e exames de 
imagem e apresentar-se coincidente ou com desvio: 
 
•Coincidente: quando existe harmonia, isto é, a linha 
média dentária e esquelética coincide entre os arcos 
superior e inferior. 
 
 
•Com desvio: quando há um desvio da linha média, 
seja para a direita ou para a esquerda, do arco superior 
ou do inferior. É classificada em dentária e esquelética, 
de acordo com sua origem. 
 
 
SOBREMORDIDA 
A sobremordida é a relação de transpasse de mordida 
entre os dentes anteriores superiores e inferiores no 
sentido vertical. No padrão de normalidade da 
dentição decídua, a relação de oclusão dos dentes 
superiores com os inferiores deve estar em harmonia, 
isto é, haver uma sobremordida dos dentes superiores 
em relação aos inferiores de 0 a 3 mm. 
 
 
É fato que, naturalmente, essa sobremordida tende a 
diminuir com o avanço da idade. Pode, ainda, existir 
um desequilíbrio de origem dentária e esquelética 
nessa sobremordida, sendo classificado como: 
 
•Sobremordida profunda ou mordida profunda: 
quando houver um transpasse excessivo, isto é, uma 
sobremordida maior que 3 mm. Pode existir um 
transpasse vertical maior na fase de erupção dos 
dentes decíduos até por volta dos 2 anos e 
naturalmente diminuir com a estabilização e o 
desgaste natural da dentição decídua. 
 
 
•Mordida aberta: quando não houver transpasse 
vertical entre os dentes superiores com os inferiores, 
considerado menor que 0 mm de sobremordida. 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS MALOCLUSÕES 
NA DENTIÇÃO MISTA 
A dentição mista compreende o período de transição 
entre as dentições decídua e permanente, que 
normalmente ocorre entre os 6 e os 12 anos, sendo 
considerado um elo prolongado entre a infância e a 
adolescência, período repleto de mudanças no 
crescimento e desenvolvimento orofacial e corporal. 
Esse novo ciclo biológico também pode variar 
individualmente, de acordo com os padrões genéticos, 
e sofrer interferências ambientais e funcionais. 
 
 
Na clínica odontopediátrica, o período da dentição 
mista pode ser dividido em duas fases transitórias para 
o diagnóstico, o monitoramento e o tratamento 
ortodôntico. 
 
A primeira fase é caracterizada pela erupção dos 
primeiros molares permanentes e dos incisivos 
permanentes sucessores. Na sequência, há um período 
intertransitório, quando ocorre uma pausa e não há 
trocas dentárias ou erupção dentária, seguido pela 
segunda fase, com a erupção dos caninos e pré-
molares sucessores e a erupção dos segundos molares 
permanentes. 
Relação anteroposterior | Primeiros 
molares permanentes 
Como Angle considerava estável a posição esquelética 
do primeiro molar permanente superior, classificou a 
relação dentária anteroposterior com base nas 
posições apresentadas entre os primeiros molares 
permanentes superiores e inferiores em: classe I, 
classe II e classe III. 
 
Classe I: Na maloclusão de classeI, a cúspide 
mesiovestibular do primeiro molar superior 
permanente oclui no sulco mesiovestibular do primeiro 
molar inferior permanente. 
 
 
Classe II: Considera-se uma maloclusão de classe II 
quando, na oclusão dos primeiros molares, o sulco 
mesiovestibular do primeiro molar permanente 
inferior oclui distalmente à cúspide mesiovestibular do 
primeiro molar permanente superior, sendo uma 
classe II divisão quando há a presença de 
vestibularização dos incisivos, e classe II divisão 
2a quando há presença de lingualização ou 
verticalização dos incisivos. Denomina-se uma classe II 
subdivisão quando os primeiros molares permanentes 
apresentam, de um lado, a relação de classe I e, do 
outro, a de classe II. Recebe a denominação de 
subdivisão direita ou esquerda de acordo com o lado 
em que se encontra a classe II. 
 
 
Classe III: Considera-se uma maloclusão de classe III 
quando, na oclusão dos primeiros molares, o sulco 
mesiovestibular do primeiro molar permanente 
inferior oclui mesialmente à cúspide mesiovestibular 
do primeiro molar permanente superior primeiros 
molares permanentes apresentam, de um lado, a 
relação de classe I e, do outro, a de classe III. Recebe a 
denominação subdivisão direita ou esquerda de acordo 
com o lado em que se encontra a classe III. 
 
 
MALOCLUSÃO ANTEROPOSTERIOR DE 
ORIGEM ESQUELÉTICA 
A relação anteroposterior esquelética entre maxila e 
mandíbula pode ser classificada em: 
 
•Classe I esquelética: quando a maxila e a mandíbula 
encontram-se bem posicionadas. 
 
•Classe II esquelética: quando a maxila encontra-se 
bem posicionada, contudo a mandíbula está retruída; 
ou a maxila está protruída e a mandíbula está bem 
posicionada. 
 
•Classe III esquelética: quando a maxila encontra-se 
bem posicionada, entretanto a mandíbula está 
protruída; ou a maxila está retruída e a mandíbula está 
bem posicionada. 
MORDIDA CRUZADA ANTERIOR 
Considera-se mordida cruzada anterior a relação entre 
as arcadas em que a inferior está em uma posição mais 
anterior em relação à superior. De acordo com sua 
origem, a mordida cruzada anterior pode ser 
classificada em dentária, funcional e esquelética, 
podendo ocorrer de maneira localizada e apenas um 
elemento dental estar cruzado, ou em seguimento, 
 
quando mais de um elemento dentário está cruzado, 
podendo ainda ocorrer uni ou bilateralmente. 
RELAÇÃO TRANSVERSAL ENTRE OS 
ARCOS SUPERIOR E INFERIOR 
Na relação transversal normal da dentição mista, deve 
existir uma harmonia fisiológica dos arcos, em que o 
superior é ligeiramente maior que o inferior e os 
dentes superiores ocluem vestibularmente aos 
inferiores (similar à tampa e à caixa). 
 
 As maloclusões na dentição mista no sentido 
transversal são denominadas, como na dentição 
decídua, mordidas cruzadas. 
 
Mordida cruzada posterior: Quando a arcada 
inferior cobre a arcada superior na região posterior e 
pode ser classificada em dentária, funcional e 
esquelética. A mordida cruzada posterior poderá 
acontecer em apenas um elemento dental ou em 
vários, uni ou bilateralmente. 
RELAÇÃO TRANSVERSAL DA LINHA 
MÉDIA DOS ARCOS SUPERIOR E 
INFERIOR 
A linha média entre os arcos superior e inferior na 
dentição mista pode ser classificada em harmônica 
(sem desvio) ou com desvio superior ou inferior, para a 
direita ou para a esquerda. O desvio da linha média 
pode ser de origem dentária e esquelética. 
 
ANÁLISE DA DENTIÇÃO MISTA EM 
UMA PERSPECTIVA VERTICAL ENTRE 
OS ARCOS DENTÁRIOS 
Na dentição mista, a relação vertical entre maxila e 
mandíbula e dos dentes superiores com os inferiores 
varia de acordo com a fase da erupção dos dentes 
permanentes. Após a erupção completa de todos os 
incisivos e primeiros molares permanentes, deve haver 
harmonia, com um transpasse vertical de 3 mm, com 
variações. Entretanto, pode existir um desequilíbrio de 
origem dentária e esquelética e a mordida ser 
classificada em: 
 
•Mordida aberta anterior: quando há falta de contato 
oclusal entre os dentes superiores e inferiores no 
sentido vertical, ou seja, o valor medido em milímetros 
será menor que zero (0), logo será negativo. 
 
•Sobremordida profunda ou mordida profunda: 
quando houver um transpasse excessivo, isto é, uma 
sobremordida maior que 3 mm, ou seja, o valor medido 
em milímetros será positivo e maior que 3 mm. 
 
É essencial ao diagnóstico das maloclusões na dentição 
mista a análise criteriosa do padrão facial e 
cefalométrico concomitante ao exame intraoral da 
oclusão. 
CLASSIFICAÇÃO DAS MALOCLUSÕES 
DENTÁRIAS 
A classificação de Lischer é utilizada para classificar a 
posição do elemento dental.Acrescenta-se o sufixo 
“versão” à posição que o dente ocupa no arco dentário. 
Classifica-se em: 
 
•Mesioversão: mesial à posição normal 
•Distoversão: distal à posição normal 
•Linguoversão: lingual à posição normal 
•Labioversão ou bucoversão: na direção do lábio ou 
da bochecha 
•Infraversão: abaixo da linha de oclusão 
•Supraversão: acima da linha de oclusão 
•Axiversão: inclinação axial incorreta 
•Torciversão: rotacionado em seu longo eixo 
•Transversão: transposição, uma inversão de 
posição com outro dente no arco.

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