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1 Semiologia – Componente Curricular MED B16 Faculdade de Medicina da Bahia -‐ FMB Universidade Federal da Bahia -‐ UFBA EXAME SISTEMA MOTOR A. Anamnese B. Exame Físico I -‐ Posição do Corpo (Equilíbrio) II -‐ Movimentos Involuntários III – Características da Musculatura • Volume muscular – Trofismo muscular • Tono muscular • Força Muscular IV -‐ Coordenação VI -‐ Reflexos Introdução No homem, a motricidade é controlada por 2 grandes grupos de fibras: Sistema Piramidal Sistema Extrapiramidal Sistema Piramidal • O sistema piramidal é responsável pela motricidade voluntária. • Tem ação facilitadora sobre os reflexos cutâneos superficiais (cutâneo-‐plantar e cutâneo-‐abdominal). • É composto por dois tratos: córtico-‐espinhal e córtico-‐medular. Sistema Extrapiramidal • O sistema piramidal é responsável pela movimentação automática, involuntária e ajustes ou correções de movimentos involuntários. • É composto por quatro tratos: rubro-‐espinhal, tecto-‐espinhal, vestíbulo-‐espinhal e retículo-‐espinhal. 2 A. Anamnese -‐ Diante de uma queixa: Estabeleça a Cronologia • Início dos sintomas • Forma de início: súbito ou gradual • Horário preferencial de ocorrência • Duração • Freqüência Estabeleça fatores desencadeantes (precipitantes); de melhora (alívio) e de piora (exacerbação). • Atividade exercida quando os sintomas tiveram início. • Identificação de alguma atividade que desencadeia os sintomas ou os exacerbam (Ex: exercício, sono, tosse, mudança de postura...) • Identificação de algo que minimize os sintomas. Estabeleça os Sintomas Associados Colha os Antecedentes Pessoais do(a) paciente. -‐ Quando o(a) paciente for criança – investigar o DNPM -‐ Eventos neurológicos prévios; DM, HAS -‐ Medicações em uso: Quadro Medicações Ataxia Fenitoina, carbamazepina, benzodiazepinicos, ciclosporina Miopatia Estatinas, corticosteroides, guanetidina Parkinsonismo Clorpromazina, haloperidol, proclorperazina Tremor Salbutamol, terbutalina, antidepressivos tricíclicos, anfetaminas Colha a História Sexual do(a) paciente. A infecção por sífilis e HIV pode resultar numa variedade de problemas neurológicos Colha os Antecedentes Familiares do(a) paciente. • Uma variedade de desordens genéticas afetam o sistema nervoso e muitas doenças neurológicas tem fatores genéticos em sua etiologia. Ex: Autossômico Dominante Autossômico Recessivo Recessivo Ligado ao X Distrofia Miotonica Neurofibromatose tipo I e II Esclerose Tuberosa Doença de Huntington Doença de Wilson Ataxia de Friedreich Doença de Tay-‐Sachs Distrofia Muscular de Duchenne Distrofia Muscular Becker Síndrome do X Frágil 3 Colha os Hábitos de Vida do(a) paciente. Tabagismo é relevante para manifestações metastáticas e não-‐metastáticasf afetando o sistema nervoso, enquanto o abuso do álcool é causa de várias síndromes neurológicas. Colha a História Social e Ocupacional do(a) paciente. Fatores ocupacionais são relevantes para uma série de desordens neurológicas. Ex: neuropatias periféricas devido à exposição de toxinas. 4 B. Exame Físico Observe: I -‐ Posição do Corpo (Equilíbrio) II -‐ Movimentos Involuntários III – Características da Musculatura • Volume muscular – Trofismo muscular • Tono muscular • Força Muscular IV -‐ Coordenação VI -‐ Reflexos Caso observe alguma anormalidade: • Identifique o músculo ou músculos envolvidos • Origem da anormalidade (central ou periférica) • Nervos que inervam os músculos afetados I -‐ Posição do Corpo A observação deve ser feita em repouso e durante o movimento. Equilíbrio Equilíbrio Estático (observação de oscilações com o indivíduo em atitude ereta) Técnica A: O examinador solicita ao paciente que: (1) Se mantenha de pé, com os pés juntos (para se obter a distância correta ente os pés do paciente, o examinador coloca o seu próprio pé entre os pés do paciente), observa-‐se tendência à queda e oscilações. (2) Feche os olhos. Sinal de Romberg +: piora evidente com a oclusão palpebral Pseudo Romberg: presença de período de latência de alguns segundos, antes da piora com a oclusão palpebral. Técnica B: Outra forma de pesquisar o Sinal de Romberg: O examinador solicita ao paciente que: (1) fique de pé e estenda ambos os braços, com os dedos índices voltados para frente, observa-‐se tendência à queda e oscilações. (2) Feche os olhos. 5 Interpretação do exame – lesão em: Cordão Posterior: sinal de Romberg. Ao fechar os olhos o paciente oscila e cai sem direção; Cerebelo: o paciente balança e cai para o lado da lesão. Lesão de vermis: instabilidade de tronco; Vestibular: queda para o lado da lesão após período de latência, relativa lentidão e constância da direção do desvio, se não houver alteração na posição da cabeça. Outras respostas: • histeria – atitudes bizarras • queda para trás – pacientes idosos com lesão vertebrobasilar. Observar se há presença do Sinal do Magneto: neste caso, o paciente procura “fincar os pés no chão” – não sugere nenhuma causa de desequilíbrio em particular. * Astasia: incapacidade de ficar de pé Manobras sensibilizadoras: (1) O examinador aplica pequenos empurrões em diversas direções (modificação do centro de gravidade); (2) solicita queo paciente se mantenha sobre um único pé, ou com um pé na frente do outro. Equilíbrio Dinâmico (observação do indivíduo durante a marcha). Técnica: O examinador solicita ao paciente que (1) caminhe em linha reta e depois volte-‐se rapidamente para trás ou para os lados; (2) solicita ao paciente que caminhe de olhos fechados; (3) Salte no mesmo lugar, usando um pé de cada vez. Manobras sensibilizadoras: o examinador solicita ao paciente que (1) caminhe colocando um pé na frente do outro; (2) solicita ao paciente que caminhe para trás. Provas: Fukuda: Solicitação: Pede-‐se para o paciente marchar. Resposta: Tendência de realizar a solicitação mantendo-‐se no mesmo ponto, girando. Babinki Weil: Solicitação Pede-‐se para o paciente para dar sete passos para a frente e sete passos para trás 5 vezes, de olhos fechados. Resposta: Tendência à formação de uma estrela – sinal de lesão vestibular (lesão vestibular “corrige” com a visão) * Abasia: incapacidade de deambular 6 Observar os tipos de marchas Descrição do exame normal: Assume posição de ortostase, sem oscilações, romberg (-‐), persiste sem tendência a queda mesmo com manobras sensibilizadoras 7 Tipos de Marcha Ceifante Em tesoura Escarvante Helicopode -‐ Ceifante ou Hemiplégica O paciente mantém um braço imóvel e próximo ao corpo, com o cotovelo, punho e articulações intefalangeanas flexionadas. A perna fica esticada, com flexão plantar. Ao andar o paciente arrasta o pé, muitas vezes arranhando o grande artelho, ou gira o pé de maneira rígida, para fora e para dentro. Paraparética (se espástica, em tesoura); Doença de Little; A marcha é rígida. Cada perna avança lentamente e as coxas tendem a cruzar uma em frente da outra a cada passo. Os passos são curtos. O paciente parece estar andando dentro dágua. Escarvante uni e bilateral; Neuropatia Periférica Esses pacientes em geral arrastam os pés ou elevam-‐nos bem alto, com os joelhos flexionados, trazendo-‐os novamente para baixo com uma batida no chão. Dessa forma parecem estar subindo escadas. Não conseguem andar sobre os calcanhares. Associada com Doença do Trato Cortico-‐ espinhal, como o AVC Associada com Paresia Espástica Bilateral das Pernas Associada com queda do pé, em geral secundária à Doenças do Neurônio Motor Inferior 8 Tipos de Marcha Ataxia Sensorial Ataxia Cerebelar -‐ Ebriosa Parksoniana Marcha do Idoso A marcha é instável e com base alargada. Observam o chão para se orientarem ao andar. Esses pacientes projetam os pés para frente e para fora, trazendo-‐os para baixo, 1º os calcanhares e, em seguida, os artelhos, provocando uma dupla batida ruidosa. Ao fechar os olhos, não conseguem manter o equilíbrio, com os pés juntos (Sinal de Romberg +) e a marcha oscilante piora. Atáxica – Ebriosa (cerebelar) A marcha é oscilante, instável e de base alargada. Existe uma dificuldade exagerada para fazer curvas. Os pacientes não conseguem ficar parados, com os pés juntos, seja com os olhos abertos ou fechados. Petit-‐pas – Parkinsoniana A postura é inclinada, com flexão da cabeça e do pescoço para frente e discreta flexão dos quadris e dos joelhos. Os braços ficam flexionados nos cotovelos e nos punhos. O paciente tem dificuladade em iniciar os movimentos da marcha. Os passos são curtos e os pés se arrastam para frente. O paciente se vira “como um monobloco” Pequenos Passos – Idosos, Arterioesclerose A velocidade, o equilíbrio e a graça diminuem com a idade. Os passos ficam curtos, incertos e até arrastados. As pernas podem ficar flexionadas nos quadris e nos joelhos. Uma bengala pode devolver ao paciente confiança. Associada a polineuropatia ou nas lesões de coluna posterior. Associada com a doença de cerebelo ou dos tratos associados Associada com defeitos do gânglio da base da Doença de Parkinson Associada ao processo de envelhecimento. 9 II -‐ Movimentos Involuntários Tremores, tiques, fasciculações... Técnica Observe: • Localização • Freqüência • Ritmo e amplitude • Relação com: postura, atividade, fagida, emoção e outros fatores. Tipos de Movimentos involuntários -‐ Definições Importantes 1. Tremores: a) Tremores de repouso: Estes tipos de tremores são mais acentuados no repouso, podendo diminuir ou desaparecer durante movimentos voluntários. Ex: Tremor comum, fino, relativamente lento e semelhante ao “ato de contar dinheiro” do parkinsoniano. b) Tremores posturais: Estes tipos aparecem quando a parte afetada é mantida ativamente numa mesma postura. Ex: Tremor fino e rápido do hipertireoidiano, do cansaço, da ansiedade e o essencial benigno. c) Tremor de Intenção: Estes tipos estão ausentes no repouso, surgem com a atividade e costumam piorar quando o alvo fica próximo. Ex: Tremores devido a transtornos das vias cerebelares, como na esclerose múltipla. 2. Discinesias Orofaciais: São movimentos rítmicos, repetitivos e bizarros, que comprometem principalmente a face, boca, mandíbula e língua: caretas, franzir os olhos, protrusões da língua, abertura e fechamento da boca, edesvios da mandíbula. As extremidades e o tronco são acometidos com menos freqüência. Ex: Movimentos involuntários secundários ao uso de psicotrópicos (complicação tardia) como as fenotiazidas, psicoses de longa data, de pessoas idosas e pessoas desdentadas. 3. Tiques: Movimentos breves, repetitivos e estereotipados e coordenados, que ocorrem em intervalos regulares. Ex: piscadelas, caretas e ato de encolher os ombros de forma repetitiva. As causas incluem S. de Tourette e uso de medicamentos como a fenotiazina e as anfetaminas. 10 4. Coréia: Movimentos coreiformes são breves, rápidos, bruscos, irregulares e imprevisíveis. Ocorrem em repouso ou interrompem movimentos coordenados normais. Ao contrário dos tiques, raramente se repetem. A face, a cabeça, a região inferior dos braços e as mãos são envolvidas com freqüência. Ex: As causas incluem Coréia de Sydenham (da febre reumática) e a D. de Huntington. 5. Atetose: Movimentos mais lentos e contorcivos que os movimentos coreiformes, além de apresentarem maior amplitude. Costumam comprometer a face e as extremidades distais. Com freqüência associa-‐se com a espasticidade. Ex: As causas incluem a paralisia cerebral. 6. Fasciculações: movimentos involuntários de feixes de fibras musculares visíveis sobre a pele, perceptíveis ou não. Podem ocorrer após fadiga. Indicam irritabilidade anormal do nervo motor ou do corpo celular dos neurônios motores. 11 III – Características da Musculatura A. Volume muscular – Trofismo muscular Técnica: 1º) Inspeção • Compare o tamanho e os contornos dos músculos. • Valorize as assimetrias na detecção das atrofias discretas • Pesquise sinais sugestivos de atrofia (a) Preste especial atenção nas mãos, ombros e coxas. (b) Sinais sugestivos de atrofia nas mãos: retificação das eminências tênar e hipotênar e formação de sulcos entre os metacarpos → Em caso de atrofia: unilateral ou bilateral ? Proximal ou distal ? Atrofia: Formação de sulcos entre os metacarpos Retificação das eminências tênar e hipotênar 2º) Palpação Na palpação dos músculos valorize as assimetrias Pode-‐se fazer também a medição das medidas do membros e compará-‐las 12 B. Tono muscular Definição: discreta tensão residual, quando o músculo normal com inervação íntegra relaxa de forma voluntária. Em condições normais, os músculos apresentam um certo grau de tono que pode ser examinado pela inspeção, palpação ou pela movimentação passiva. A melhor forma de avaliar o tono é sentindo a resistência muscular ao estiramento passivo. Balanço Passivo -‐ Técnica: 1º ) Convença o paciente a relaxar. 2º ) Realize movimentos rápidos e sucessivos em todas as direções do membro a ser examinado. Ex: Para examinar a mão do paciente, o examinador deve segurar o membro a ser avaliado pelo antebraço e fazer movimentos sucessivos e rápidos em todas as direções, solicitando assim a articulação do punho. Quando há hipotonia, a movimentação torna-‐se mais fácil e ampla, por outro lado, quando existe hipertonia, a movimentação descrita é menos pronunciada. Movimentação Passiva -‐ Técnica: 1º ) Convença o paciente a relaxar. 2º ) Realize movimentos passivos ao nível das articulações: Segure uma das mãos dele nas suas, e enquanto apóia seu cotovelo, flexione e estique os dedos, punho e o cotovelo do paciente, bem como submeta o ombro a uma movimentação moderada. 3º ) Observe o tono muscular (resistência oferecida aos seus movimentos). 4º ) Repita a operação na mão oposta. Manobras: O examinador apóia a coxa do paciente com uma das mãos, segura o pé com a outra e estica e flexiona o joelho e tornozelo do paciente dos dois lados. Qualquer que seja a técnica empregada no exame do tono muscular, a comparação entre os hemicorpos é fundamental. 13 Definições importantes: Espasticidade: ↑ do tono muscular (hipertonia) que é velocidade dependente. O tono é > quando a movimentação passiva é rápida O tono é < quando a movimentação passiva é lenta. Na espasticidade pode ser constatado o sinal do canivete. Sinal do canivete: grande resistência inicial ao estiramento passivo do músculo que cessa abruptamente, de modo semelhante ao abrir e fechar de um canivete. Ex: Lesões dos neurônios motores superiores Rigidez: ↑ do tono muscular (hipertonia) que persiste durante toda a amplitude do movimento, independente da velocidade do movimento. Sinal da roda denteada: resistência de intensidade oscilante. O estiramento lento do músculo encontra resistência aumentada que se reduz e volta a se opor ao movimento sucessivamente, de modo semelhante ao que se observa quando uma engrenagem defeituosa se movimenta. Ex: Doença de Parkinson. Flacidez: a perda ou ↓ do tono muscular (hipotonia). Ex: Lesões musculares ou dos motoneurônios. Obs: Na síndrome piramidal freqüentemente há hipertonia Nas Síndromes Extrapiramidais freqüentemente há hipotonia 14 C. Força Muscular Para se avaliar a força muscular, solicita-‐se ao paciente que mostre a dificuldade que apresenta tentando realizar movimentos com os segmentos afetados. A avaliação deve levar em conta: Idade, sexo e treinamento muscular (o lado dominantecostuma ser um pouco mais forte). O músculo fica mais forte quando encurtado e mais fraco quando esticado. Técnica: O examinador 1º ) Solicite ao paciente que mostre a dificuldade que apresenta; 2º ) Teste a força muscular pedindo ao paciente para (a) deslocar ativamente contra sua resistência, ou (b) resistir às suas tentativas de movimento. Deve-‐se realizar as manobras comparando os dois hemicorpos Manobras Membros Superiores: O examinador avalia: (1) extensão e flexão dos braços, antebraços punhos e dedos; (2) abdução dos braços; (3) abdução e adução dos dedos; abdução do polegar. (1) (2) (3) 15 Manobras Membros inferiores: O examinador avalia: (1) flexão, extensão, adução e abdução dos quadris; (2) flexão e extensão dos joelhos; (3) dorsiflexão e flexão plantar. (4) dorsiflexão e flexão do hálux Total: 10 manobras. (1) (2) (3) (4) Graduação da força muscular: 0 – Não se detecta qualquer força muscular. 1 – Um abalo quase imperceptível ou um traço de contração. 2 – Movimento ativo da parte do corpo com neutralização da gravidade. 3 – Movimento ativo contra a gravidade. 4 – Movimento ativo contra a gravidade e alguma resistência. 5 – Movimento ativo contra a resistência total sem fadiga evidente. Esta é a força muscular normal. 16 Definições importantes: Paresia: redução da força muscular. Plegia: ausência de força muscular. Monoplegia (paresia): quando um segmento é afetado Hemiplegia(paresia): quando um hemicorpo é afetado. Paraplegia (paresia): quando os membros simétricos são afetados. Tetraplegia (paresia): quando os 4 membros estão afetados. Caso haja dúvidas quanto à existência de anormalidades relacionadas à força muscular, utilize manobras deficitárias: Membros inferiores Manobra de Mingazzini: 1º) Solicite que o paciente permaneça em decúbito dorsal 2º) Mantenha as coxas semifletidas, formando um ângulo reto com o tronco. 3º) As pernas devem permanecer na direção horizontal e os pés na vertical. Manobra de Barre: 1º) Solicite que o paciente permaneça em decúbito ventral 2º) Mantenha as coxas semifletidas, formando um ângulo de 90º com o tronco. 3º) As pernas devem permanecer na direção horizontal e os pés na vertical. Resposta esperada: Normalmente essa posição pode ser mantida por dois minutos ou mais. 17 Membros superiores: Manobra de Mingazzini 1º) Solicite ao paciente que, sentado, mantenha os membros superiores estendidos para frente no plano horizontal, com os dedos afastados entre si. Resposta esperada: Normalmente essa posição pode ser mantida por dois minutos ou mais. Manobra de Reimiste 1º) Solicite ao paciente que, sentado, mantenha os membros superiores fletidos em 90º com as mãos espalmadas, com os dedos afastados entre si. Resposta esperada: Normalmente essa posição pode ser mantida por dois minutos ou mais. 18 IV – Coordenação A coordenação do movimento plantar pressupõe a função íntegra de 4 áreas do sistema nervoso: • Sistema motor – para a força muscular • Sistema cerebelar – para movimentos rítmicos e postura estável • Sistema vestibular – para o equilíbrio e acoordenação dos movimentos dos olhos, da cabeça e do corpo • Sistema sensorial – para o sentido da posição Para avaliar a coordenação, observe o desempenho do paciente nos seguintes itens: Membros superiores Movimentos rápidos alternantes A capacidade de realizar movimentos alternados e sucessivos é denominada diadococinesia. A disdiadococinesia é uma anormalidade que pode ser encontrada na Doença Cerebelar. Técnica: Solicite ao paciente: 1º ) Bater com o dorso da mão sobre a coxa. 2º ) Levantar a mão, virá-‐la e, em seguida 3º ) Bater no mesmo lugar da coxa com a palma da mão para baixo 4º ) Repetir esses movimentos alternantes com a maior velocidade possível. 5º ) Repita com a outra mão 19 Movimentos ponto a ponto Técnica: Prova índex-‐nariz e índex-‐índex Solicite ao paciente: 1º ) Toque o seu indicador e em seguida seu próprio nariz alternadamente. Manobra de Barany: Descrição • Cerebelar: um só membro desvia para o lado • Vestibular: os dois membros desviam para o lado • Sensitiva: há erro do alvo Membros Inferiores Movimentos rápidos alternantes Técnica: O examinador solicita ao paciente que atinja sua mão com o dorso de cada um dos pés alternadamente, o mais rápido possível. Movimentos ponto a ponto Técnica: O examinador solicita ao paciente para colocar um dos calcanhares sobre o joelho oposto e, em seguida, deslizá-‐los pela canela até o grande artelho. (olhos abertos e depois fechados) 20 VI -‐ Reflexos Estilorradial Técnica: o examinador solicita ao paciente que (1) mantenha a mão sobre o colo, com o antebraço parcialmente pronado (2) faz a percussão do rádio, cerca de 2,5 a 5,0 cm do punho. Resposta: Flexão e supinação do antebraço. Bicipital Técnica: o examinador (1) mantém o braço do paciente parcialmente fletido no cotovelo, com a palma da mão para baixo (2) coloca o polegar firmementesobre o tendão bicipital e percute o tendão do bíceps Resposta: contração do bíceps com flexão do cotovelo Tricipital Técnica: o examinador (1) flexiona o braço do paciente no cotovelo, com a palma da mão virada para o corpo, e (2) puxa o braço um pouco sobre o tórax. (3) percute do tendão do tríceps acima do cotovelo. Resposta: contração do tríceps com extensão do cotovelo 21 Patelar Técnica: percussão do tendão patelar Resposta: contração do quadríceps com extensão do joelho. Observe como as mãos do paciente devem ser posicionadas para a realização do reflexo patelar Aquiliano Técnica: O examinador percute o tendão de aquiles Resposta: flexão plantar no tornozelo Plantar Técnica: com um objeto como uma chave, o examinador percorre a face lateral da sola do pé do paciente, desde o calcanhar até a concavidade, fazendo uma curva no sentido medial através da concavidade. Resposta: movimento de flexão dos artelhos. Sabe graduar: 4+: muito vigorosos, hiperativos, com clono; 3+: mais vigorosos que a média, possível, porém não necessariamente, indicativos de patologia; 2+: médios, normais; 1+: um pouco diminuídos: limite inferior da normalidade; 0+: ausência de resposta.
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