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1ª dissertativa de Filosofia e Ética Empresarial – unidade 10 Para Izquierdo (2011), a memória é o processo pelo qual aquilo que é aprendido persiste ao longo do tempo. Chamamos de memória a capacidade que os seres vivos têm de adquirir, armazenar e evocar informações. Um dos mais importantes processos psicológicos, pois além de ser responsável pela nossa identidade pessoal e por guiar em maior ou menor grau nosso dia a dia, a memória está relacionada a outras funções igualmente importantes, tais como a função executiva e o aprendizado. Ainda que sem perceber, estamos fazendo uso desse importante recurso cognitivo a todo momento, por exemplo, quando entramos no carro para ir até um determinado lugar, temos necessariamente que nos lembrar para onde estamos indo. Lembrar envolve diretamente a memória; não fosse assim, estaríamos impossibilitados de chegar ao nosso destino. Se não fosse por nossa memória, sequer saberíamos que cursamos uma faculdade, não saberíamos nem mesmo nosso nome, o nome de nossos pais, amigos, etc. Em outras situações da vida, somos capazes de identificar comportamentos automáticos que estão, também, intrinsecamente relacionados a ela: uma pessoa pode fazer o mesmo trajeto para o trabalho há tanto tempo que, muitas vezes, chega ao seu destino sem se lembrar do percurso que tomou. Isso se dá porque realizamos tão repetidamente certas atividades que é como se nosso corpo memorizasse os movimentos e pudesse realizá-los automaticamente, sem que nós tenhamos que estar conscientes dos mesmos. A memória e a aprendizagem são processos inter-relacionados, fundamentais no processamento de informações. Ambas estão na base da construção do conhecimento, sendo a primeira responsável pela aquisição de novos conhecimentos, e a segunda pela retenção dos conhecimentos aprendidos. O inconsciente é o objeto de estudo da psicanálise e, para as linhas dinâmicas, ele é o responsável pela organização do psiquismo humano, é a base de toda a vida psíquica. Para as abordagens psicodinâmicas, os fenômenos conscientes são apenas uma manifestação do inconsciente. O termo inconsciente, utilizado de forma adjetiva, pode ser usado para se referir a coisas que não estão conscientes. Segundo Faria (2015), esta seria uma definição num sentido descritivo porque, num sentido tópico, o inconsciente designa um dos sistemas do aparelho psíquico definido por Freud, que se constitui de conteúdos, aos quais foi negado o acesso ao plano da consciência, por se tratarem sempre de algo penoso para o indivíduo. Freud considerava a existência do inconsciente como um “lugar psíquico”, especial, que deve ser concebido como um sistema que possui conteúdos, conhecimentos, mecanismos e provavelmente uma “energia” específica. O sonho foi o principal caminho que Freud trilhou para a descoberta do inconsciente: não existem as noções de passado e presente e os conteúdos podem já terem sido conscientes ou podem ser genuinamente inconscientes. Segundo Davenport (1998, apud CARVALHO, 2012) conhecimento é a informação que, devidamente tratada muda o comportamento do sistema. O conhecimento é o resultado de um processamento complexo e subjetivo da informação, pois quando a informação é absorvida por um sujeito, ela interage com processos mentais lógicos e não lógicos, experiências anteriores, insights, valores, crenças, compromissos e vários outros elementos que fazem parte da mente do sujeito, pois consciente ou não ele usa seu conteúdo psíquico para trabalhar a informação, o objeto, e como base nisso tomar uma decisão de acordo com o contexto no qual ele está envolvido. Neste sentido é possível considerar que o conhecimento se configura nessa tomada de decisão, pois ele está ligado à ação uma vez que ele existe e serve para fazer algo, por isso pode-se considera que o conhecimento é um poderoso agente transformador. Além das características comuns aos seres vivos, o homem possui a capacidade especial de pensar, o que lhe possibilita não apenas conviver com a realidade, como também conhecê-la. Conhecer a realidade significa compreendê-la e explicá-la. O conhecimento humano tem dois elementos básicos: um sujeito e um objeto. O sujeito é o homem, o ser racional que quer conhecer, pondo-se frente ao objeto de sua aprendizagem, transferindo essa experiência para a ação. O objeto é a realidade (as coisas, os fatos, os fenômenos) com que coexistimos. O conhecimento só é considerado possível quando o sujeito é capaz de representar mentalmente o objeto. Referências: IZQUIERDO, I. Memória. Porto Alegre: Artmed, 2011. MOURAO JUNIOR, C. A; FARIA, N. C. Memória. Psicol. Reflex. Crit., Porto Alegre, p. 780-788, dez. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 79722015000400017&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 11 mai.2020. O que é inconsciente para psicanálise? Internet, Campinas, mai. 2017. Disponível em: <https://www.psicanaliseclinica.com/o-que-e-inconsciente/>. Acesso em: 11 mai.2020. CARVALHO, F. Gestão do Conhecimento. São Paulo: Pearson, 2012. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-%20%2079722015000400017&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-%20%2079722015000400017&lng=en&nrm=iso https://www.psicanaliseclinica.com/o-que-e-inconsciente/ 2ª dissertativa – unidade 20 A desigualdade social é tema recorrente de discussões e atos de violência desde o nascimento da sociedade capitalista, baseada na acumulação de capital e propriedade privada. O capitalismo está vinculado ao comércio e ao consumo que produz o objetivo maior desse sistema – o lucro – possuindo uma grande capacidade de geração de riquezas, embora seja de forma desigual, pois apenas uma restrita parcela da população mundial detém a maioria das mesmas. Mas dentre as várias causas da desigualdade social, percebemos que não é apenas o capitalismo que a favorece: má distribuição de renda; falta de acesso à educação de qualidade; investimentos governamentais insuficientes e/ou mal administrados; dificuldade de acesso a serviços básicos e de direito da população; má administração de recursos públicos, entre outras. E não se trata de um problema de falta de ferramentas para reduzir essa desigualdade, mas de vontade política para isso: parte do problema está no funcionamento de algumas democracias ditas modernas, que criaram uma espécie de “escudo”, como que blindando a economia da interferência democrática, impedindo que a vontade da maioria prevaleça sobre o poder econômico. Para Stiglitz (2013), é justo dizer que o crescimento da desigualdade não é apenas um reflexo das forças de mercado, ou de processos econômicos neutros, inevitáveis e fora de controle da política. Em grande medida, o crescimento da desigualdade é uma consequência direta de políticas públicas que definem os mecanismos de concorrência, que moldam também os sistemas tributários que favorecem os ricos, que direcionam a despesa pública e, de maneira geral, estabelecem a institucionalidade que irá regular a economia. Neste quadro em que o poder econômico do 1% mais rico influi de forma desproporcional nos processos políticos, haverá uma desigualdade na representação dos interesses da população, o que configura uma distorção na democracia. As “regras do jogo”, que serão definidas conforme as orientações dos poderosos (classe política e população rica), irão beneficiar e favorecer o “andar de cima”. São imensos os obstáculos para se alcançar uma sociedade mais justa, principalmente em um país com políticos corruptos e preocupados com seus próprios interesses e que, por um “ infortúnio”, não comungam com os anseios da grande maioria que confiou a eles seu voto. Uma possível solução para a concentração da renda envolve a construção de uma regulação econômica que estabeleça um pacto social em compromisso com a redução das desigualdades.A grande dúvida reside em saber de onde virá a pressão política para a criação deste novo pacto. Uma das possibilidades, segundo Stiglitz (2013), repousa na luta social: confiar nos 99%; outra opção estaria no reconhecimento, pelos 1% mais ricos, de que um sistema econômico que opera para o benefício de uma ínfima minoria é, na realidade, prejudicial a todo o resto, inclusive para eles mesmos. Infelizmente creio que não há evidência alguma de que a camada mais rica da população está realmente incomodada com os níveis de concentração de renda, na mesma proporção de que as riquezas deste país não serão melhor distribuídas porque não é do interesse de nossos governantes. Referência: STIGLITZ, J. O Preço da Desigualdade. 1ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2013.
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