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1. Seja f : R2 → R a função definida por, f(x, y) = x2 − y2 − 2x+ 4y. a) f possui pontos de mı́nimo local, pontos de máximo local e pontos de sela? qual(is)? justifique; Se (x, y) é um ponto de mı́nimo local, ou um ponto de máximo local ou um ponto de sela de f então, (x, y) é um ponto cŕıtico de f , ou seja, ∇f(x, y) = (0, 0). Determinemos então os pontos cŕıticos de f : fx(x, y) = 0 ⇔ 2x− 2 = 0 ⇔ x = 1 fy(x, y) = 0 ⇔ −2y + 4 = 0 ⇔ y = 2 Logo, ∇f(x, y) = (0, 0) ⇔ (x, y) = (1, 2). Assim, (1, 2) é o único ponto cŕıtico de f . Temos também que, fxx(1, 2) = 2, fyy(1, 2) = −2 e fxy(1, 2) = 0. Logo, fxx(1, 2) · fyy(1, 2)− fxy(1, 2) 2 = −4 < 0. Portanto, f NÃO POSSUI ponto de máximo local, f NÃO POSSUI ponto de mı́nimo local e (1, 2) É O ÚNICO ponto de sela de f . b) Sendo R a região triangular limitada abaixo pelo eixo x, acima pela reta y = x + 2 e à direita pela reta x = 2, determine os valores máximo e mı́nimo absolutos de f sobre a região R. .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .......... ......... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ........................ ................... x y 2 4 −2 ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......................................................................................................................................................................................... ................................................. Vimos, no item a), que o único ponto cŕıtico de f é o ponto de sela (1, 2). Logo, os pontos de mı́nimo e máximo absolutos de f (esses pontos existem, pois R é um subconjunto compacto de R2 e f é uma função cont́ınua definida em R) devem ocorrer no bordo da região R. • Sobre o segmento y = x+ 2, −2 ≤ x ≤ 2 Temos que, f(x, y) = f(x, x + 2) = x2 − (x + 2)2 − 2x + 4(x + 2) = −2x + 4. Determinemos os pontos de máximo e mı́nimo de f1 : [−2, 2]→ R, dada por f1(x) = f(x, x+ 2) = −2x+ 4. 1 Terceira Prova Resolvida de Cálculo Diferencial e integral Como f ′ 1(x) = −2 < 0, segue que f1 é uma função decrescente. Logo, x = −2 é ponto de máximo de f1 e x = 2 é ponto de mı́nimo de f1. Assim, o valor máximo de f1 é f1(−2) = 8 e o valor mı́nimo de f1 é f1(2) = 0. • Sobre o segmento x = 2, 0 ≤ y ≤ 4 Temos que, f(x, y) = f(2, y) = −y2 + 4y. Determinemos os pontos de máximo e mı́nimo de f2 : [0, 4]→ R, dada por f2(y) = f(2, y) = −y2 + 4y. Notamos que, f ′ 2(y) = −2y + 4. Logo, y = 2 é o único ponto cŕıtico de f2. Os pontos de máximo e mı́nimo de f2 estão entre os pontos y = 2, y = 0 e y = 4 (o primeiro é ponto cŕıtico de f2 e os dois últimos são os extremos do intervalo de definição [0, 4] de f2). Temos que, f2(2) = 4 e f2(0) = f2(4) = 0. Assim, o valor máximo de f2 é 4 e o valor mı́nimo de f2 é 0. • Sobre o segmento y = 0, −2 ≤ x ≤ 2 Temos que, f(x, y) = f(x, 0) = x2 − 2x. Determinemos os pontos de máximo e mı́nimo de f3 : [−2, 2]→ R, dada por f3(x) = f(x, 0) = x2 − 2x. Notamos que, f ′ 3(x) = 2x−2. Logo, x = 1 é o único ponto cŕıtico de f3. Os pontos de máximo e mı́nimo de f3 estão entre os pontos x = 1, x = −2 e x = 2 (o primeiro é ponto cŕıtico de f3 e os dois últimos são os extremos do intervalo de definição [−2, 2] de f3). Temos que, f3(1) = −1, f3(−2) = 8 e f3(2) = 0. Assim, o valor máximo de f3 é 8 e o valor mı́nimo de f3 é −1. Podemos concluir então que, o valor máximo de f em R é dado por 8 = f1(−2) = f(−2, 0) = f3(−2) e o valor mı́nimo de f em R é dado por −1 = f3(1) = f(1, 0). 2. Os cursos de dois rios (dentro dos limites de uma determinada região) representam aproxi- madamente uma parábola y = x2 e uma reta x − y − 2 = 0. Deve-se unir esses dois rios por meio de um canal retiĺıneo que tenha menor comprimento posśıvel. Por quais pontos deveremos traçá-lo? ...................................................................................................................................................................................................................................................... ................. ............. ........... .......... ......... ........ ........ ....... ....... ....... ...... ...... ...... ...... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... ..... .... ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... .......... ......... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... ....... .................... ................... x y y=x2 y=x−2 ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ......... ....... .......................................................................................... Queremos minimizar a distância entre um ponto (x, x2) da parábola y = x2 e um ponto (t, t−2) da reta y = x − 2, ou seja, queremos minimizar a função (x, t) 7→ √ (x− t)2 + (x2 − t+ 2)2, definida para todo (x, t) ∈ R2. Podemos considerar a função f(x, t) = (x− t)2 + (x2− t+ 2)2, que representa o quadrado da distância entre os pontos (x, x2) e (t, t−2). O ponto de mı́nimo de f coincide com o ponto de mı́nimo da distância entre (x, x2) e (t, t − 2). A vantagem de considerar f é que as contas ficam mais simples. Determinemos os pontos cŕıticos de f : 2 fx(x, t) = 2(x− t) + 4x(x2 − t+ 2) ft(x, t) = −2(x− t)− 2(x2 − t+ 2) Logo, fx(x, t) = ft(x, t) = 0 ⇒ −4x(x2 − t+ 2) = 2(x− y) = −2(x2 − t+ 2) ⇒ ⇒ (4x− 2)(x2 − t+ 2) = 0 ⇒ ⇒ x = 1 2 ou t = x2 + 2 • Se x = 1 2 e fx = ft = 0 Devemos ter, 2( 1 2 − t) + 4 · 1 2 ( 1 4 − t+ 2) = 0 ⇒ 1− 2t+ 1 2 − 2t+ 4 = 0 ⇒ ⇒ 4t = 1 + 1 2 + 4 = 2 + 1 + 8 2 = 11 2 Portanto, t = 11 8 e assim, (1 2 , 11 8 ) é um ponto cŕıtico de f . • Se t = x2 + 2 e fx = ft = 0 Devemos ter, 2(x−x2− 2) + 4x(x2−x2− 2 + 2) = 0 ⇒ x2−x+ 2 = 0. Como as ráızes dessa equação quadrática não são reais, concluimos que neste caso não temos pontos cŕıticos de f . Portanto, (1 2 , 11 8 ) é o único ponto cŕıtico de f . Pela natureza do problema temos que (1 2 , 11 8 ) é o ponto de mı́nimo de f . Porém, podemos constatar que esse ponto é ponto de mı́nimo local de f e com isso concluir também que esse ponto é ponto de mı́nimo global de f por ser o único ponto cŕıtico de f . Para verificar que (1 2 , 11 8 ) é ponto de mı́nimo local de f devemos calcular fxx(1 2 , 11 8 ) ·ftt(12 , 11 8 )− fxt( 1 2 , 11 8 )2. Temos que, fxx(x, t) = 2 + 12x 2 − 4t+ 8. Logo, fxx( 1 2 , 11 8 ) = 2 + 12 4 − 44 8 + 8 = 2 + 3− 11 2 + 8 = 4+6−11+16 2 = 15 2 ftt(x, t) = 2 + 2 = 4. Assim, ftt( 1 2 , 11 8 ) = 4 fxt(x, t) = −2− 4x. Assim, fxt(12 , 11 8 ) = −2− 2 = −4 Portanto, fxx( 1 2 , 11 8 ) · ftt(12 , 11 8 ) − fxt(12 , 11 8 )2 = 15 2 · 4 − (−4)2 = 30 − 16 = 14 > 0. Como, fxx( 1 2 , 11 8 ) = 15 2 > 0, concluimos que, (1 2 , 11 8 ) é ponto de mı́nimo local de f . Desta forma, o canal a ser constrúıdo deve ligar os pontos (1 2 , 1 4 ) (do rio parabólico) ao ponto (11 8 ,−5 8 ) (do rio retiĺıneo). 3. Considere a função f : A ⊆ R3 → R, definida por f(x, y, z) = x · y · z, sendo A = {(x, y, z) ∈ R3 : x ≥ 0, y ≥ 0, z ≥ 0}. a) Se S é um número real positivo, determine o valor máximo de f , sujeito à condição x+ y + z = S; Seja g(x, y, z) = x+ y+ z−S. Temos que, ∇g(x, y, z) = (1, 1, 1) 6= (0, 0, 0) para todo (x, y, z) tal que g(x, y, z) = 0. Segue do Teorema dos multiplicadores de Lagrange que se (x, y, z) é ponto de máximo local de f sujeito à condição g(x, y, z) = 0 então, deve existir λ ∈ R tal que, ∇f(x, y, z) = λ · ∇g(x, y, z) e g(x, y, z) = 0 3 ou seja, (yz, xz, xy) = (λ, λ, λ). Isso implica que, yz = xz = xy. Temos que x > 0, y > 0 e z > 0 pois caso contrário, f(x, y, z) = 0 e 0 seguramente não é o valor máximo de f em A. Assim, de yz = xz segue que, x = y e de yz = xy segue que x = z. Portanto, x = y = z e como g(x, y, z) = 0, devemos ter que x = y = z = S 3 . Temos então que (S 3 , S 3 , S 3 ) é o único candidato a máximo de f na região compacta R = {(x, y, z) ∈ R3 : x+y+z = S e x ≥ 0, y ≥ 0, z ≥ 0} (note que R é a região do plano x+y+z = S, delimitada pelo triângulo equilátero com vértices (S, 0, 0), (0, S, 0) e (0, 0, S)). Se (x, y, z) pertence ao bordo dessa região temos que, x = 0 ou y = 0 ou z = 0. Consequentemente, para esse ponto do bordo teremos f(x, y, z) = 0. Logo, (S 3 , S 3 , S 3 ) é o ponto de máximo global de f em R, ou seja, x · y · z ≤ S 3 27 para todo (x, y, z) tal que x ≥ 0, y ≥ 0, z ≥ 0 e x+ y + z = S b) Use o item a) para concluir que 3 √ x · y · z ≤ x+ y + z 3 para quaisquer números reais não negativos x, y, z. Sejam x, y, z números reais não negativos. Seja K = x + y + z. Se K = 0 temos que x = y = z = 0 e neste caso, 0 = 3 √ x · y · z ≤ x+y+z 3 = 0. Se K > 0, segue do item a) que, x · y · z ≤ K 3 27 = (x+ y + z)3 27 Aplicando a ráız cúbica nessa desigualdade obtemos: 3 √ x · y · z ≤ x+ y + z 3 4
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