Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
2ª fase da fixação de pena: reincidência 1 ⚖ 2ª fase da fixação de pena: reincidência Revisado Segundo Guilherme Nucci, as agravantes e atenuantes são Circunstâncias legais, objetivas ou subjetivas, que aderem ao delito sem modificar a sua estrutura típica, influindo apenas na quantificação da pena – para mais (agravantes) ou para menos (atenuantes) – em razão da particular culpabilidade do agente, devendo o juiz elevar ou minorar a pena dentro do mínimo e do máximo, em abstrato, previstos em lei. Portanto, devem ficar dentro do limite cominado abstratamente no tipo legal. Quantum das agravantes e atenuantes Não há previsão legal para a quantidade de pena a ser acrescida ou diminuída. Contudo, convencionou-se em 1/6 para cada atenuante ou agravante. 2ª fase da fixação de pena: reincidência 2 Importante frisar que a pena não pode ir além ou ficar aquém do mínimo e e máximo legais nesta fase. Assim, se a pena cominada na primeira fase for a mínima, não há de se aplicar atenuante, tal qual não há de se aplicar agravante caso a pena na primeira fase seja a máxima. Entende-se, também, majoritariamente, que a única agravante aplicável tanto a crimes culposos quanto a crimes dolosos é a reincidência, sendo possível apenas a crimes dolosos as hipóteses do inciso II do art. 61. Há divergências. Reincidência Admite-se, para efeito de reincidência, o seguinte quadro: a) crime (antes) – crime (depois); b) crime (antes) – contravenção penal (depois); c) contravenção (antes) – contravenção (depois). Não se admite: contravenção (antes) – crime (depois), por falta de previsão legal. São duas as espécies de reincidência: reincidência real, quando o agente comete novo delito após o cumprimento da pena; e reincidência ficta, quando o agente comete crime após ter sido condenado, porém não tendo cumprido a pena ainda. Crime cometido no dia do trânsito em julgado não pode ser considerado reincidência, mas apenas aquele cometido a partir do dia seguinte ao trânsito. A reincidência pode ser comprovada por qualquer meio, não sendo necessária a juntada de autos de certidão cartorária. Ainda, a reincidência deixa de existir após passados cinco anos do fim do cumprimento da pena pela condenação anterior, tornando-se mau antecedente. Efeitos da reincidência Segundo Nucci, são os seguintes: a) existência de uma agravante que prepondera sobre outras circunstâncias legais (art. 67, CP; b) possibilidade de impedir a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos ou multa (arts. 44, II, e 60, § 2.º, CP; c) quando por crime doloso, impedimento à obtenção do sursis (art. 77, I, CP; d) possibilidade de impedir o início da pena nos regimes semiaberto e aberto (art. 33, § 2.º, b e c, CP, salvo quando se tratar de detenção, porque há 2ª fase da fixação de pena: reincidência 3 polêmica a esse respeito; e) motivo para aumentar o prazo de obtenção do livramento condicional (art. 83, II, CP; f) impedimento ao livramento condicional nos casos de crimes hediondos, tortura, tráfico de pessoas, tráfico de entorpecentes e terrorismo, tratando-se de reincidência específica (art. 83, V, CP; g) aumento do prazo de prescrição da pretensão executória em um terço (art. 110, caput, CP; h) causa de interrupção do curso da prescrição (art. 117, VI, CP; i) possibilidade de revogação do sursis (art. 81, I, CP, do livramento condicional (art. 86, I, CP e da reabilitação (neste caso, se não tiver sido aplicada a pena de multa, conforme art. 95, CP; j) impedimento ao direito de apelar em liberdade (art. 59 da Lei 11.343/2006; k) aumento de um terço até a metade da pena de quem já foi condenado por violência contra a pessoa no caso de porte ilegal de arma (art. 19, § 1.º, LCP; l) integração ao tipo da contravenção penal de ter consigo material utilizado para furto, por quem já foi condenado por furto ou roubo. m) não permissão de concessão do furto privilegiado, do estelionato privilegiado e das apropriações privilegiadas (arts. 155, § 2.º, 171, § 1.º, e 170, CP; n) possibilidade de causar a decretação da prisão preventiva (art. 313, II, CPP; o) impedimento aos benefícios da Lei 9.099/95 (arts. 76, § 2.º, I, e 89, caput). Dos crimes militares e políticos O Código Penal não considera crimes militares próprios e políticos como causa de reincidência. Art. 64 - Para efeito de reincidência: II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. Crimes militares próprios são aqueles previstos exclusivamente no Código Penal Militar e que só podem ser cometidos por militares. Se o crime for 2ª fase da fixação de pena: reincidência 4 previsto tanto no Código Penal Militar quanto no Código Penal comum, torna- se crime militar impróprio, podendo ocorrer a reincidência. Exemplos: homicídio (arts. 205, CPM, e 121, CP, lesões corporais (arts. 209, CPM, e 129, CP, rixa (arts. 211, CPM, e 137, CP, estupro (arts. 232, CPM, e 213, CP, entre outros não são crimes militares próprios. Se uma pessoa comete um crime militar próprio (deserção) e depois pratica um furto (art. 155, CP, não é reincidente. No entanto, se cometer um estupro (art. 232, CPM e depois um roubo (art. 157, CP, torna-se reincidente. Crimes políticos são os que ofendem o interesse político do Estado, tais como integridade territorial, soberania nacional, regime representativo e democrático, Federação, Estado de Direito, a pessoa dos chefes dos poderes da União, independência etc. Há, basicamente, três critérios para averiguar se o crime é político: a) objetivo: liga-se à qualidade do bem jurídico ameaçado ou ofendido (soberania do Estado, integridade territorial etc.); b) subjetivo: leva em conta a natureza do motivo que impele à ação, que deve ser sempre político (como melhoria das condições de vida da Nação); c) misto: é a conjunção dos dois anteriores e representa a tendência atual.
Compartilhar