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Este material é parte integrante do curso online "Primeiros Socorros" do EAD 
(www.enfermagemadistancia.com.br) conforme a lei nº 9.610/98. É proibida a reprodução total e parcial ou 
divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 29). 
Com certificado 
online 
60 horas 
Atualização em Primeiros 
Socorros 
Nice Dias Gonçalves 
 
 
 
 
 
 
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parcial ou divulgação comercial deste material sem autorização prévia expressa do autor (Artigo 
29). 
Atualização em Primeiros 
Socorros 
Nice Dias Gonçalves 
60 horas 
Com certificado 
online 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 5 
ETAPAS BÁSICAS DE PRIMEIROS SOCORROS ....................................................... 7 
2.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE ............................................................ 7 
2.2 PROTEÇÃO, AVALIAÇÃO E EXAME DO ESTADO GERAL DO 
ACIDENTADO ................................................................................................................. 8 
2.2.1 Coluna Dorsal Perguntar ao acidentado se sente dor. .......................................... 9 
2.3 TÓRAX E MEMBROS ............................................................................................... 9 
2.4 EXAME DO ACIDENTADO INCONSCIENTE ....................................................... 9 
2.4.1 Observações ........................................................................................................ 10 
FUNÇÕES, SINAIS VITAIS E DE APOIO .................................................................... 11 
3.1 FUNÇÕES VITAIS ................................................................................................... 11 
3.2 SINAIS VITAIS ........................................................................................................ 12 
3.3 SINAIS DE APOIO ................................................................................................... 12 
3.3.1 Dilatação e reatividade das pupilas .................................................................... 13 
3.3.2 Cor e Umidade da Pele ....................................................................................... 13 
3.3.3 Estado de Consciência ........................................................................................ 13 
3.3.4 Motilidade e Sensibilidade do Corpo ................................................................. 14 
MANOBRAS EM PRIMEIROS SOCORROS ............................................................... 15 
4.1 SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) ..................................................................... 15 
4.2 AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA ..................................................................... 17 
4.2.1 As novas diretrizes da American Heart Association AHS preconizam a 
sequência: .................................................................................................................... 17 
4.3 INICIANDO AS COMPRESSÕES TORÁCICAS ................................................... 18 
4.4 ABERTURA DE VIA AÉREA EM CASOS CLÍNICOS ........................................ 18 
4.5 ABERTURA DE VIA AÉREA EM CASOS DE TRAUMA ................................... 18 
4.6 RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA .............................................................................. 19 
TRANSPORTE DO PACIENTE ..................................................................................... 22 
PRINCÍPIOS E TÉCNICAS ENVOLVIDOS NA EXTRICAÇÃO ............................. 25 
6.1 TÉCNICAS DE ROLAMENTO (ROLAMENTO DE 90°) ..................................... 25 
6.2 TÉCNICAS DE ROLAMENTO (ROLAMENTO DE 180°) ................................... 26 
6.3 TÉCNICA DE ELEVAÇÃO A CAVALEIRA ......................................................... 26 
6.4 OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS E PARADA RESPIRATÓRIA ....................... 26 
FERIMENTO .................................................................................................................... 30 
7.1 QUEIMADURA ........................................................................................................ 31 
7.2 AVALIAÇÃO DAS QUEIMADURAS .................................................................... 33 
7.2.1 Profundidade ....................................................................................................... 33 
7.2.2 Extensão ............................................................................................................. 34 
7.2.3 Localização das queimaduras ............................................................................. 34 
7.2.4 Idade do paciente queimado ............................................................................... 35 
 
 
7.2.5 Doenças e condições associadas ......................................................................... 35 
7.3 INALAÇÃO DE PRODUTOS DE COMBUSTÃO ................................................. 35 
7.3.1 Primeiros cuidados ............................................................................................. 35 
LESÕES TRAUMÁTICAS E ORTOPÉDICAS ............................................................ 38 
8.1 FRATURAS, LUXAÇÕES E ENTORSES .............................................................. 38 
8.1.1 Fratura ................................................................................................................. 38 
8.2 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE FRATURAS DE EXTREMIDADE ............ 39 
8.2.1 Diagnóstico de fraturas de extremidade: ............................................................ 39 
8.2.2 Localizações principais ...................................................................................... 40 
8.3 ABORDAGEM ......................................................................................................... 40 
8.3.1 Primeiros Socorros a fraturas ............................................................................. 40 
8.4 CONDUTA ................................................................................................................ 41 
8.4.1 Garantir a segurança do local ............................................................................. 41 
8.4.2 ......................................................................... Avaliar permeabilidade de vias aéreas
 ..................................................................................................................................... 41 
8.4.3 Avaliar ventilação ............................................................................................... 41 
8.4.4 Avaliar estado circulatório ................................................................................. 42 
8.4.5 Avaliar estado neurológico ................................................................................. 42 
8.4.6 Expor com prevenção e controle da hipotermia ................................................. 42 
8.4.7 Avaliar sensibilidade e mobilidade .................................................................... 42 
REGRAS PARA IMOBILIZAÇÃO DE FRATURAS ................................................... 44 
9.1 LUXAÇÕES .............................................................................................................. 45 
9.2 ENTORSES ............................................................................................................... 45 
9.3 TRATAMENTO ........................................................................................................ 46 
9.4 CHOQUE ELÉTRICO .............................................................................................. 47 
9.4.1 Como Proceder ...................................................................................................48 
9.4.2 Crise Convulsiva ................................................................................................ 49 
9.4.3 Procedimento ...................................................................................................... 50 
9.4.4 Após a convulsão ................................................................................................ 50 
9.5 CORPO ESTRANHO ............................................................................................... 51 
9.5.1 Corpo Estranho nos Olhos .................................................................................. 51 
9.5.2 Procedimento ...................................................................................................... 51 
9.5.3 Corpo Estranho na Pele ...................................................................................... 51 
9.5.4 Corpo Estranho no Ouvido ................................................................................. 52 
9.5.5 Corpo Estranho no Nariz .................................................................................... 52 
9.5.6 Corpo Estranho na Garganta .............................................................................. 52 
9.5.7 Procedimento ...................................................................................................... 52 
INTOXICAÇÃO ALIMENTAR ...................................................................................... 54 
10.1 TRATAMENTO ...................................................................................................... 54 
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 56 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 60 
 
 
Unidade 01 - Introdução 
 
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29). 
5 
01 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
Os objetivos dos primeiros socorros incluem tanto aspectos preventivos, onde a educação 
em saúde é a principal parte desse processo, tentando assim minimizar o número de 
incidentes. O momento que antecede o socorro, que são os cuidados tomados, momento de 
alerta com a cena e com tudo que a envolve, sendo esta segurança primordial para o 
atendimento. E o ato de socorrer, sendo caracterizado pelo atendimento embasado 
cientificamente, numa sequência lógica, priorizando os órgãos chaves para o funcionamento 
do corpo. 
Mas enfim, o que é um primeiro socorro? 
Primeiro socorro é o tratamento inicial e temporário ministrado a acidentados e/ou 
vítimas de doença súbita, num esforço de preservar a vida, diminuir a incapacidade e 
minimizar o sofrimento. 
O primeiro socorro consiste, conforme a situação, na proteção de feridas, 
imobilização de fraturas, controle de hemorragias externas, desobstrução das vias 
respiratórias e realização de manobras de suporte básico de vida. 
Qualquer pessoa pode e deve ter formação em primeiros socorros. A sua 
implementação não substitui nem deve atrasar a ativação dos serviços de emergência médica, 
mas sim impedir ações intempestivas, alertar e ajudar, evitando o agravamento do acidente. 
Qualidades do socorrista: 
 Autocontrolo e sentido de responsabilidade. 
 Capacidade de organização e liderança. 
 Capacidade de comunicação. 
 Capacidade para tomar decisões. 
 Compreensão e respeito pelo outro. 
Primeiros Socorros 
 
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(Artigo 29). 
6 
 Consciência das suas limitações. 
Contudo, perante uma doença súbita ou um acidente grave, deve-se ativar os serviços 
de emergência médica, através do número 192, e o socorrista tem a responsabilidade de: 
 Informar claramente o local onde se encontra a vítima. 
 Relatar de forma simples como se deu o acidente. 
 Dar indicações precisas sobre o estado da vítima. 
 Pedir a quem atendeu a chamada para repetir a mensagem, a fim de verificar se esta 
foi devidamente entendida. 
 Promover um ambiente calmo, afastando eventuais curiosos e evitando comentários. 
 Acalmar e, se possível, peça informações à vítima sobre o sucedido. 
 Executar os primeiros socorros de acordo com o estado da vítima e as lesões sofridas. 
Unidade 02 – Etapas Básicas de Primeiros Socorros 
 
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29). 
7 
02 
ETAPAS BÁSICAS DE PRIMEIROS 
SOCORROS 
 
 
 
 
O atendimento de primeiros socorros pode ser dividido em etapas básicas que permitem a 
maior organização no atendimento e, portanto, resultados mais eficazes. 
 
 
2.1 AVALIAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE 
Esta é a primeira etapa básica na prestação de primeiros socorros. Ao chegar no local de um 
acidente, ou onde se encontra um acidentado, deve-se assumir o controle da situação e 
proceder a uma rápida e segura avaliação da ocorrência. Deve-se tentar obter o máximo de 
informações possíveis sobre o ocorrido. Dependendo das circunstâncias de cada acidente, é 
importante também: 
a. Evitar o pânico e procurar a colaboração de outras pessoas, dando ordens breves, 
claras, objetivas e concisas; 
b. Manter afastados os curiosos, para evitar confusão e para ter espaço em que se possa 
trabalhar da melhor maneira possível. 
A proteção do acidentado deve ser feita com o mesmo rigor da avaliação da 
ocorrência e do afastamento de pessoas curiosas ou que visivelmente tenham perdido o 
autocontrole e possam prejudicar a prestação dos primeiros socorros. 
É importante observar rapidamente se existem perigos para o acidentado e para quem 
estiver prestando o socorro nas proximidades da ocorrência. Por exemplo: fios elétricos 
soltos e desencapados; tráfego de veículos; andaimes; vazamento de gás; máquinas 
funcionando. 
Primeiros Socorros 
 
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(Artigo 29). 
8 
Devem-se identificar pessoas que possam ajudar. Não esquecer de desligar a corrente 
elétrica; evitar chamas, faíscas e fagulhas; afastar pessoas desprotegidas da presença de gás; 
retirar vítima de afogamento da água, desde que o faça com segurança para quem está 
socorrendo; evacuar área em risco iminente de explosão ou desmoronamento. 
A avaliação da vítima é realizada na posição em que a mesma se encontra, só 
mobilizá-lo com segurança (sem aumentar o trauma e os riscos), sempre que possível deve-
se manter o acidentado deitado de costas até que seja examinado, e até que se saiba quais os 
danos sofridos. Não se deve alterar a posição em que se acha o acidentado, sem antes refletir 
cuidadosamente sobre o que aconteceu e qual a conduta mais adequada a ser tomada. A 
calma do acidentado desempenha um papel muito importante na prestação dos primeiros 
socorros. O estado geral do acidentado pode se agravar se ela estiver com medo, ansioso e 
sem confiança em quem está cuidando. 
 
 
2.2 PROTEÇÃO, AVALIAÇÃO E EXAME DO ESTADO GERAL DO 
ACIDENTADO 
A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de emergência clínica ou traumática 
é a segunda etapa básica na prestação dos primeiros socorros. Ela deve ser realizada 
simultaneamenteou imediatamente à "avaliação do acidente e proteção do acidentado". O 
exame deve ser rápido e sistemático, observando as seguintes prioridades: 
Imobilização e avaliação da responsividade- Estado de consciência: investigação de 
respostas lógicas (nome, idade), seguida da abertura de vias aéreas para pacientes 
inconscientes. 
Respiração: movimentos torácicos e abdominais com entrada e saída de ar 
normalmente pelas narinas ou boca. 
Avaliação da circulação, checar pulso e visualizar hemorragias: avaliar a quantidade, 
o volume e a qualidade do sangue que se perde. Se é arterial ou venoso. A cor, umidade e 
temperatura da pele também são observadas nessa etapa. 
Investigar a função neurológica, testando pupilas: verificar o estado de dilatação e 
simetria (igualdade entre as pupilas). 
Por último deve-se expor as lesões para visualiza-las com maior clareza, para assim 
poder trata-las, contudo deve-se ter sempre uma ideia bem clara do que se vai fazer, para 
não exibir desnecessariamente o acidentado, verificando se há ferimento com o cuidado de 
não movimentá-lo excessivamente. Após essa ação deve-se sempre cobrir a vítima para 
preservar seu pudor, bem como evitar a perda de calor. 
Em seguida proceder a um exame rápido das diversas partes do corpo. Se o 
acidentado está consciente, perguntar por áreas dolorosas no corpo e incapacidade funcionais 
de mobilização. Pedir para apontar onde é a dor, pedir para movimentar as mãos, braços, etc. 
Cabeça e pescoço já devem estar imobilizados, sempre verificando o estado de consciência 
Unidade 02 – Etapas Básicas de Primeiros Socorros 
 
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29). 
9 
e a respiração do acidentado, apalpar, com cuidado, o crânio a procura de fratura, hemorragia 
ou depressão óssea. Proceder da mesma forma para o pescoço, procurando verificar o pulso 
na artéria carótida, observando frequência, ritmo e amplitude, correr os dedos pela coluna 
cervical, desde a base do crânio até os ombros, procurando alguma irregularidade. 
 
2.2.1 Coluna Dorsal Perguntar ao acidentado se sente dor. 
Na coluna dorsal correr a mão pela espinha do acidentado desde a nuca até o sacro. A 
presença de dor pode indicar lesão da coluna dorsal. 
 
 
2.3 TÓRAX E MEMBROS 
Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou quando o tórax é levemente 
comprimido. Solicitar ao acidentado que movimente de leve os braços e verificar a existência 
de dor ou incapacidade funcional. Localizar o local da dor e procurar deformação e edemas. 
Verificar a existência de dor no abdome e procurar todo tipo de ferimento, mesmo pequeno. 
Muitas vezes um ferimento de bala é pequeno, não sangra e é profundo, com consequências 
graves. 
Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia para verificar se há lesões. Solicitar 
à vítima que tente mover as pernas e verificar se há dor ou incapacidade funcional. Não 
permitir que o acidentado de choque elétrico ou traumatismo violento tente levantar-se 
prontamente, achando que nada sofreu. Ele deve ser mantido imóvel. O acidentado deve 
ficar deitado de costas ou na posição que mais conforto lhe ofereça. 
 
 
2.4 EXAME DO ACIDENTADO INCONSCIENTE 
O acidentado inconsciente é uma preocupação, pois além de se ter poucas informações sobre 
o seu estado podem surgir, complicações devido à inconsciência. O primeiro cuidado é 
manter as vias respiratórias superiores desimpedidas fazendo a extensão da cabeça, ou 
mantê-la em posição lateral para evitar aspiração de secreções (vômitos, sangue). Limpar a 
cavidade bucal. O exame do acidentado inconsciente deve ser igual ao do acidentado 
consciente, só que com cuidados redobrados, pois os parâmetros de força e capacidade 
funcional não poderão ser verificados. O mesmo ocorrendo com respostas a estímulos 
dolorosos. É importante ter ciência que nos primeiros cuidados ao acidentado inconsciente 
manipulação deverá ser mínima. 
A observação das seguintes alterações deve ter prioridade acima de qualquer outra 
iniciativa. Ela pode salvar uma vida: 
Primeiros Socorros 
 
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(Artigo 29). 
10 
 Falta de respiração; 
 Falta de circulação (pulso ausente); 
 Hemorragia abundante; 
 Perda dos sentidos (ausência de consciência); 
 
 
2.4.1 Observações 
1. Para que haja vida é necessário um fluxo contínuo de oxigênio para os pulmões. O 
oxigênio é distribuído para todas as células do corpo através do sangue impulsionado 
pelo coração. Alguns órgãos sobrevivem algum tempo sem oxigênio, outros são 
severamente afetados, como as células nervosas do cérebro que podem morrer após 
3 minutos sem oxigênio. 
2. Por isso mesmo é muito importante que algumas alterações ou alguns quadros 
clínicos, que podem levar a essas alterações, devem ter prioridade quando se aborda 
um acidentado de vítima de mal súbito. 
3. São elas: obstrução das vias aéreas superiores; parada cardiorrespiratória; 
hemorragia de grandes volumes; estado de choque; comas (perda da consciência); 
convulsões (agitações psicomotoras); envenenamento (intoxicações exógenas); 
diabetes mellitus (comas hiper e hipoglicêmicos); infarto do miocárdio; e 
queimaduras em grandes áreas do corpo. 
Unidade 03 – Funções, Sinais Vitais e de Apoio 
 
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29). 
11 
03 
FUNÇÕES, SINAIS VITAIS E DE APOIO 
 
 
 
 
A atividade de primeiros socorros pressupõe o conhecimento dos sinais que o corpo emite e 
servem como informação para a determinação do seu estado físico. Alguns detalhes 
importantes sobre as funções vitais, os sinais vitais e sinais de apoio do corpo humano 
precisam ser compreendidos. 
 
 
3.1 FUNÇÕES VITAIS 
Algumas funções são vitais para que o ser humano permaneça vivo. São vitais as funções 
exercidas pelo cérebro e pelo coração. Mas para exercerem suas funções, estes órgãos 
executam trabalhos físicos e químicos, transformando a própria vida em uma macro 
representação das atividades da menor unidade funcional do corpo: a célula. 
Cada tecido é constituído por células, e é da vida delas que depende a vida dos seres 
vivos. As células tiram nutrientes para sua vida diretamente do meio onde se encontram, 
devolvendo para este mesmo ambiente os produtos finais de sua atividade metabólica. A 
captação e liberação destas substâncias são reguladas pela membrana plasmática, cuja 
permeabilidade seletiva e mecanismo de transporte ativo permitem à célula trocar com o 
meio somente o que deve ser trocado. Muitos processos dependem de um adequado 
diferencial de concentração entre o interior e exterior da célula. Para permitir igualdade nas 
concentrações dos componentes do líquido intersticial, os tecidos do organismo são 
percorridos por uma densa rede de vasos microscópicos, que são chamados de capilares. O 
sangue que chega aos capilares traz nutrientes e oxigênio que são passados continuamente 
para os tecidos. 
O sangue arterial é rico em nutrientes, já o venoso é mais pobre e transporta gás 
carbônico e catabólitos. O sangue não se deteriora graças à atividade de órgãos vitais como 
os pulmões, rins e aparelho digestivo, que permanentemente recondicionam o sangue 
arterial. Os rins participam do mecanismo de regulação do equilíbrio hidroeletrolítico e 
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12 
ácido-básico e na eliminação de substâncias tóxicas. O aparelho digestivo incrementa o teor 
sanguíneo de substratos orgânicos, íons e outros agentes metabólicos, como as vitaminas, 
por exemplo. O fígado age como órgão sintetizador e como modificador da composição do 
sangue, participando nos mecanismos da excreção de substâncias tóxicas. Os pulmões e a 
porção condutora do aparelho respiratório têm como função principal fornecer oxigênio e 
remover dióxido de carbono resultante da reação de combustão nas células. O pulmão não é 
apenas um órgão respiratório. Ele desempenha uma função importante no equilíbrio térmico 
e no equilíbrio ácido-básico. Os movimentos ventilatórios são controlados pelo Sistema 
Nervoso Central e estão parcialmente sob nossa vontade. 
A respiração, no entanto, é um mecanismo involuntário e automático. As funções 
vitais do corpo humano são controladas pelo Sistema Nervoso Central, que é estruturado por 
células muito especializadas, organizadas em alto grau de complexidade estrutural e 
funcional. Estas células são muito sensíveis à falta de oxigênio, cuja ausência provoca 
alterações funcionais. 
 
 
3.2 SINAIS VITAIS 
Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida. São reflexos ou indícios que 
permitem concluir sobre o estado geral de uma pessoa. Os sinais sobre o funcionamento do 
corpo humano que devem ser compreendidos e conhecidos são: 
 Temperatura, 
 Pulso, 
 Respiração, 
 Pressão arterial. 
A dor também se configura como sinal vital, os quais podem ser facilmente 
percebidos, deduzindo-se assim, que na ausência deles, existem alterações nas funções vitais 
do corpo. 
 
 
3.3 SINAIS DE APOIO 
Além dos sinais vitais do funcionamento do corpo humano, existem outros que devem ser 
observados para obtenção de mais informações sobre o estado de saúde de uma pessoa. Esses 
sinais são os que o corpo emite em função do estado de funcionamento dos órgãos vitais. Os 
sinais de apoio podem ser alterados em casos de hemorragia, parada cardíaca ou uma forte 
batida na cabeça, por exemplo, tornando-se cada vez mais evidentes com o agravamento do 
estado do acidentado. 
Unidade 03 – Funções, Sinais Vitais e de Apoio 
 
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13 
Os principais sinais de apoio são: 
 Dilatação e reatividade das pupilas 
 Cor e umidade da pele Estado de consciência 
 Motilidade e sensibilidade do corpo 
 
3.3.1 Dilatação e reatividade das pupilas 
A pupila é uma abertura no centro da íris - a parte colorida do olho - e sua função principal 
é controlar a entrada de luz no olho para a formação das imagens que vemos. A pupila 
exposta à luz se contrai. Quando há pouca ou quase nenhuma luz a pupila se dilata, fica 
aberta. Quando a mesma está totalmente dilatada, é sinal de que o cérebro não está recebendo 
oxigênio (exceto no uso de colírios midriáticos ou certos envenenamentos). A dilatação e 
reatividade das pupilas são um sinal de apoio importante. Muitas alterações do organismo 
provocam reações nas pupilas, bem como certas condições de "stress", tensão, medo e 
estados de pré-choque também provocam consideráveis alterações nas pupilas. Devemos 
observar as pupilas de uma pessoa contra a luz de uma fonte lateral, de preferência com o 
ambiente escurecido. Se não for possível deve-se olhar as pupilas contra a luz ambiente. 
 
3.3.2 Cor e Umidade da Pele 
São também sinais de apoio muito útil no reconhecimento do estado geral de um acidentado. 
Uma pessoa pode apresentar a pele pálida, cianosada ou hiperemiada (avermelhada e 
quente). A cor e a umidade da pele devem ser observadas na face e nas extremidades dos 
membros, onde as alterações se manifestam primeiro. A pele pode também ficar úmida e 
pegajosa. Pode-se observar estas alterações melhor no antebraço e na barriga. 
 
3.3.3 Estado de Consciência 
É outro sinal de apoio importante. A consciência plena é o estado em que uma pessoa 
mantém o nível de lucidez que lhe permite perceber normalmente o ambiente que a cerca, 
com todos os sentidos saudáveis respondendo aos estímulos sensoriais. Quando se encontra 
um acidentado capaz de informar com clareza sobre o seu estado físico, pode-se dizer que 
esta pessoa está perfeitamente consciente. Há, no entanto, situações em que uma pessoa pode 
apresentar sinais de apreensão excessiva, olhar assustado, face contraída e medo. Esta pessoa 
certamente não estará em seu pleno estado de consciência. Uma pessoa pode estar 
inconsciente por desmaio, estado de choque, estado de coma, convulsão, parada cardíaca, 
parada respiratória, alcoolismo, intoxicação por drogas e uma série de outras circunstâncias 
de saúde e lesão. 
Primeiros Socorros 
 
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(Artigo 29). 
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Na síncope e no desmaio há uma súbita e breve perda de consciência e diminuição 
do tônus muscular. Já o estado de coma é caracterizado por uma perda de consciência mais 
prolongada e profunda, podendo o acidentado deixar de apresentar gradativamente reação 
aos estímulos dolorosos e perda dos reflexos. 
 
3.3.4 Motilidade e Sensibilidade do Corpo 
Qualquer pessoa consciente que apresente dificuldade ou incapacidade de sentir ou 
movimentar determinadas partes do corpo, está obviamente fora de seu estado normal de 
saúde. A capacidade de mover e sentir partes do corpo são um sinal que pode nos dar muitas 
informações. Quando há incapacidade de uma pessoa consciente realizar certos movimentos, 
pode-se suspeitar de uma paralisia da área que deveria ser movimentada. A incapacidade de 
mover o membro superior depois de um acidente pode indicar lesão do nervo do membro. A 
incapacidade de movimento nos membros inferiores pode indicar uma lesão da medula 
espinhal. O desvio da comissura labial (canto da boca) pode indicar lesão cerebral ou de 
nervo periférico (facial). 
Quando um acidentado perde o movimento voluntário de alguma parte do corpo, 
geralmente ela também perde a sensibilidade no local. Muitas vezes, porém, o movimento 
existe, mas o acidentado reclama de dormência e formigamento nas extremidades. É muito 
importante o reconhecimento destas duas situações, como um indício de que há lesão na 
medula espinhal. É importante, também, nestes casos tomar muito cuidado com o manuseio 
e transporte do acidentado para evitar o agravamento da lesão. 
Unidade 04 – Manobras em Primeiros Socorros 
 
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29). 
15 
04 
MANOBRAS EM PRIMEIROS SOCORROS 
 
 
 
 
4.1 SUPORTE BÁSICO DE VIDA (SBV) 
Os procedimentos de primeiros socorros, ou o Suporte Básico de Vida (SBV) podem 
determinar a diferença entre a vida e morte. É um conjunto de medidas e procedimentos 
técnicos com o objetivo de manter o suporte de vida à vítima até a chegada da equipe 
especializada. 
Os procedimentos de emergência visam manter as funções vitais e evitar o 
agravamento da vítima até que ela receba assistência qualificada. Este atendimento imediato 
poderá ser realizado por qualquerpessoa habilitada. 
Segundo o dicionário Aurélio, Urgência é a “qualidade do que é urgente; necessidade 
imediata; aperto”. Em termos médicos é quando há uma situação que não pode ser adiada, 
que deve ser resolvida rapidamente, pois se houver demora, corre-se o risco até mesmo de 
morte. Emergência é a circunstância que necessita de intervenção imediata. Em situações de 
emergência, a avaliação da vítima e seu atendimento devem ser prontamente realizados de 
forma objetiva e eficaz. O suporte básico de vida inclui o reconhecimento precoce de 
pacientes com os primeiros sinais e sintomas de síndrome coronariana aguda, acidente 
vascular cerebral e obstrução de via aérea. Inclui as manobras de reanimação cardiopulmonar 
nas vítimas de parada e manobras de desobstrução de vias aéreas por corpo estranho. 
A principal medida na assistência do suporte básico de vida para pacientes clínicos 
consiste no reconhecimento imediato da parada cardiorrespiratória (PCR) e acionamento do 
serviço de especializado, seguido da reanimação cardiopulmonar precoce, com ênfase nas 
compressões torácicas e rápida desfibrilação com uso do desfibrilador externo automático 
(DEA). 
Desfibrilador Externo Automático - DEA é um equipamento eletrônico portátil que 
tem como função identificar o ritmo cardíaco. A leitura automática é realizada através de 
pás adesivas que são fixadas no tórax da vítima. 
Primeiros Socorros 
 
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(Artigo 29). 
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Fig. Desfibrilador externo Automático 
Este equipamento é autoinstrutivo, ou seja, tem todas as informações de como deve 
ser utilizado. Depois de ligado, ele dá instruções verbais para o procedimento a ser 
executado. Identifica automaticamente o ritmo cardíaco normal e as arritmias 
potencialmente letais (Fibrilação Ventricular- FV e Taquicardia Ventricular- TV). Além de 
diagnosticar, ele é capaz de tratá-las, através da desfibrilação (aplicação de corrente elétrica 
que interrompe a arritmia, fazendo com que o coração retome o ciclo cardíaco normal) 
ATENÇÃO: O DEA NÃO FUNCIONARÁ EM CASO DE PCR, ELE SÓ 
FUNCIONA EM CASOS DE FV E TV. PORTANTO, APÓS A ANÁLISE DO RITMO 
CARDÍACO, SE ELE NÃO COMANDAR UM CHOQUE, INICIE A MASSAGEM 
CARDIACA. 
A grande maioria de PCRs em adultos envolvem pacientes com ritmo inicial de 
Fibrilação Ventricular (FV) ou Taquicardia Ventricular (TV) sem pulso, portanto a 
desfibrilação precoce e a compressão torácica são necessárias. Se você tiver à sua disposição 
o DEA, deverá utilizá-lo. 
Numa PCR deve-se iniciar prontamente as manobras de Ressuscitação 
Cardiopulmonar: 
1. Posicionar as placas no tórax do paciente, conforme a indicação nelas existente; 
2. Ligar o aparelho, ele fará uma análise da situação da pessoa e dará as instruções 
como: 
a. Continue as compressões ou; 
b. Compressões ineficientes (isso quer dizer que precisa de mais vigor e velocidade) 
ou; 
c. Afaste-se, para que o equipamento efetue o choque. 
ATENÇÃO: Se você não tiver um DEA, mantenha as compressões torácicas até a 
chegada de uma equipe de emergência. 
Unidade 04 – Manobras em Primeiros Socorros 
 
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4.2 AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA 
A avaliação inicial da vítima é uma etapa essencial para seu diagnóstico, permite o início 
imediato das manobras de reanimação e o acionamento do serviço de urgência e emergência. 
Esta etapa deve ser realizada em qualquer situação de urgência, inspecionando: 
 A vítima está consciente? 
 Apresenta pulso? 
 A vítima está respirando? 
 A via aérea está desobstruída? 
 
4.2.1 As novas diretrizes da American Heart Association AHS 
preconizam a sequência: 
1. Massagem cardíaca; 
2. Desobstrução de vias aérea; 
3. Boa ventilação 
Para iniciar as massagens coloque o paciente em uma superfície dura, firme e plana. 
Se ela estiver em decúbito lateral ou ventral, o socorrista deve virá-la em bloco de modo que 
a cabeça, pescoço e tronco movam-se simultaneamente, sem provocar torções. 
É indispensável confirmar a parada cardíaca, através da avaliação do pulso. A 
verificação do pulso deverá ser rápida, durando de 5 a 10 segundos. Estenda o pescoço da 
vítima e posicione os dedos indicador e médio sobre a proeminência laríngea. Faça então 
deslizar lateralmente a ponta dos dois dedos executando uma leve pressão sobre o pescoço 
até que se perceba a pulsação. 
Se na avaliação inicial o socorrista não perceber o pulso, deverá iniciar as 
compressões torácicas. O local correto da aplicação da massagem cardíaca é na linha 
mamilar, sendo a mão posicionada sobre o esterno, apoiando-se apenas nas palmas das mãos, 
evitando-se o contado dos dedos com o tórax. 
Os braços do socorrista devem permanecer estendidos, com as articulações dos 
cotovelos retas, transmitindo ao esterno da vítima a pressão exercida pelo peso dos seus 
ombros e tronco. A pressão aplicada deve ser suficiente para comprimir o esterno cerca de 5 
cm (no adulto). 
 
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4.3 INICIANDO AS COMPRESSÕES TORÁCICAS 
1. Ajoelhe-se ao lado da vítima; 
2. Inicie a Ressuscitação Cardiopulmonar- RCP na frequência de 100 a 120 vezes por 
minuto; 
3. Coloque a base de uma mão no centro do tórax da vítima e a outra mão sobre a 
primeira. Os dedos devem ser entrelaçados; 
4. Certifique-se de que os seus ombros estão acima do centro do tórax da vítima; 
5. Cada vez que pressionar para baixo, deixe que o tórax retorne a posição inicial. Isto 
permitirá que o sangue flua de volta ao coração; 
6. As mãos devem manter-se sempre em contato com o tórax; 
7. Continue as manobras até a chegada de ajuda. 
8. A função da RCP não é despertar a vítima, mas estimular a oxigenação e a circulação 
do sangue até que seja iniciado o tratamento definitivo. 
 
 
4.4 ABERTURA DE VIA AÉREA EM CASOS CLÍNICOS 
 Em caso de vítima de PCR clínica, fazer a hiperextensão do pescoço da vítima; 
 Em caso de vítima de PCR pós trauma, NUNCA fazer a hiperextensão do pescoço 
da vítima; 
 Colocar uma das mãos sobre a testa da vítima e a outra com as pontas dos dedos na 
mandíbula; 
 A mão que estiver espalmada na testa será a responsável pela maior parte da força, 
apenas para apoio e direção. 
 
 
4.5 ABERTURA DE VIA AÉREA EM CASOS DE TRAUMA 
O socorrista deve se colocar atrás da cabeça da vítima, com os cotovelos apoiados na 
superfície na qual ela está deitada. Se a boca da vítima permanecer fechada, o queixo e o 
lábio inferior devem ser retraídos com o auxílio dos polegares. A “manobra da mandíbula” 
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é indicada quando há SUSPEITA DE TRAUMA cervical. Ela deve ser realizada sem dorso 
flexão excessiva da cabeça. Se após estas medidas a respiração não se instalar 
espontaneamente, deve-se dar sequência ao atendimento. 
 
 
4.6 RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA 
ATENÇÃO: Na literatura atual não é recomendada a realização de respiração boca a boca, 
devido ao riscodo contato com secreções digestivas e respiratória. Recomendamos sempre 
o uso de uma barreira de proteção (máscara). 
Já em um paciente vítima de trauma realiza-se a sequência do A, B, C, D, E do 
trauma, onde o controle da cervical faz-se de grande importância nessa assistência, 
prevenindo possíveis agravamentos e lesões de coluna cervical, contudo, também seguindo 
um padrão de prioridades vitais na avalição do ser humano. Esse famoso mnemônico do 
trauma "abcde" guia o socorrista que padroniza o atendimento inicial ao paciente 
politraumatizado e define prioridades na abordagem ao trauma, no sentido de agilizar o 
atendimento. Ou seja, é uma forma rápida e fácil de memorizar todos os passos que devem 
ser seguidos com o paciente em politrauma. 
Ele foi pensado para identificar lesões potencialmente fatais ao indivíduo, e é 
aplicável a todos as vítimas com quadro crítico, independentemente da idade. O protocolo 
tem como principal objetivo reduzir índices de mortalidade e morbidade em vítimas de 
qualquer tipo de trauma. 
Antes de iniciar a abordagem ABCDE ao paciente vítima de trauma é necessário 
atentar-se a itens essenciais para salvaguardar a vida da equipe, como: avaliação da 
segurança da cena segura, uso de EPI’s, sinalização da cena (Ex. dispor cones de isolamento 
na pista). 
a. Vias aéreas e proteção da coluna vertebral 
No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-hospitalar, 66-85% 
das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas. Para manutenção das vias aéreas 
utiliza-se das técnicas “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula. 
https://www.dicio.com.br/mnemonico/
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Fig. Manobra de chin Lift Fig. Manobra de Jaw Thrust 
A manobra de “chin Lift” também é uma técnica muito utilizada para a abertura de 
vias aéreas, contudo nos pacientes vítimas de trauma é contra indicada por hiperextender o 
pescoço, e gerar maior dano na cervical. 
No A também, realiza-se a proteção da coluna cervical. Em vítimas conscientes, a 
equipe de socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que mova a cabeça 
para os lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares. 
A imobilização deve ser de toda a coluna, não se limitando a coluna cervical. Para 
isso, uma prancha rígida deve ser utilizada. 
Considere uma lesão da coluna cervical em todo doente com traumatismos 
multissistêmicos! 
b. Boa Ventilação e Respiração 
No B, o socorrista deve analisar se a respiração está adequada. A frequência respiratória, 
inspeção dos movimentos torácicos, cianose, desvio de traqueia e observação da musculatura 
acessória são parâmetros analisados nessa fase. 
Para tal, é necessário expor o tórax do paciente, realizar inspeção, palpação, ausculta e 
percussão. Verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem oxigenado. 
c. Circulação com Controle de Hemorragias 
No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise. A 
maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco. A Hemorragia é a 
principal causa de morte no trauma. 
Essa parte refere-se a hemorragias internas, onde deve-se investigar perdas de 
volume sanguíneo não visível, analisando os principais pontos de hemorragia interna no 
trauma (pelve, abdomem e membros inferiores), avaliando sinais clínicos de hemorragia 
como tempo de enchimento capilar lentificado, pele fria e pegajosa e comprometimento do 
nível e qualidade de consciência. 
Unidade 04 – Manobras em Primeiros Socorros 
 
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d. Disfunção Neurológica 
No D, a análise do nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas, presença de 
hérnia cerebral, sinais de lateralização e o nível de lesão medular são medidas realizadas. 
Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as chances de lesão secundária pela 
manutenção da perfusão adequada do tecido cerebral. Importante aplicar a escala de goma 
de Glasgow atualizada. 
 
Fig. Escala de Coma de Glasgow 
e. Exposição Total do Paciente 
No E, a análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da hipotermia 
são as principais medidas realizadas. O socorrista deve analisar sinais de trauma, 
sangramento, manchas na pele etc. 
A parte do corpo que não está exposta pode esconder a lesão mais grave que acomete 
o paciente. 
 
Primeiros Socorros 
 
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22 
05 
TRANSPORTE DO PACIENTE 
 
 
 
 
Para transportar o paciente após a realização dos primeiros procedimentos é importante 
implementar técnicas seguras para a realização desse deslocamento. 
O ideal é que não se remova a vítima, e aguarde o socorro especializado, contudo, 
caso seja necessária a remoção, utilize a técnica mais adequada. 
Para o transporte de vítimas clinicas, basta o apoio simples, nesse caso, a vítima é 
capaz de andar e não tem risco de lesão da coluna cervical, então o socorrista pode colocar 
o braço da vítima sobre seu ombro, atrás do pescoço, segurando pelo punho. O outro braço 
do socorrista envolve a cintura da vítima, assim poderá ser conduzida até o carro a ser 
transportada para a avaliação em uma unidade de saúde. 
Já no transporte de vítimas traumatizadas a atenção deve ser redobrada, pelo grande 
risco de lesionar a coluna cervical, sendo assim sempre deve-se utilizar a técnica de 
extricação, isto é, o paciente é extraído de onde o mesmo foi encontrado, com rotações 
realizadas através de movimentos em blocos, minimizando qualquer agravamento de trauma 
na cervical. 
Alguns equipamentos são de suma importância no auxílio para a remoção segura 
desses pacientes: 
Prancha longa, prancha curta e fixadores laterais de cabeça, os quais objetivam 
proporcionar imobilização completa da vítima. Para tal, deve estar composta com cintos e 
imobilizadores laterais de cabeça. 
Unidade 05 – Transporte do Paciente 
 
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Fig. prancha longa rígida com tirantes 
 
Fig. imobilizador de cabeça com testeira e queixeira 
O colar cervical também é indispensável para realizar essa assistência, sendo este de 
diversos tamanhos, sendo acoplado para cada paciente conforme a medição realizada na 
região do pescoço. 
 
Fig. colar cervical 
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(Artigo 29). 
24 
Outro subsídio a ser usado é o colete de extricação dorsal, também conhecido como 
KED. Sua indicação rotineira é mais em cenários de salvamento veicular, ou em locais de 
difícil acesso pela prancha rígida. Limita-se potencialmente à transposição por curtas 
distâncias, de vítimas com indicação de proteção da coluna vertebral, em cenários 
angustiados que exijam transporte na posição vertical,onde a prancha não manobre com 
facilidade, à critério do socorrista. Exemplo: escadas “caracol” entre dois pavimentos. A 
extricação se refere a técnica especial para retirar vítima de situação da qual ela não poderia 
sair sozinha sem risco inaceitável à integridade da coluna vertebral. 
 
Fig. KED 
Os imobilizadores de extremidades e os coxins podem contribuir bastante nesse 
processo de extricação. No caso da imobilização é indicado para pacientes com lesões 
musculo esqueléticas, já os coxins são muito úteis para auxiliar na imobilização de idosos e 
crianças, considerando a anatomia especifica desse público, fazendo com que a coluna 
cervical repouse com mais propriedade na prancha rígida, sem causar mais danos. 
 
Fig. imobilizadores de extremidades 
 
Unidade 06 – Princípios e Técnicas envolvidos na Extricação 
 
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29). 
25 
06 
PRINCÍPIOS E TÉCNICAS ENVOLVIDOS 
NA EXTRICAÇÃO 
 
 
 
 
Uma vez decidido que há indicação de imobilizar a coluna vertebral, necessário se faz optar 
pela técnica adequada, que pode variar conforme o caso. 
Os rolamentos são as principais formas de conduzir a vítima do local encontrado até 
a prancha rígida, e, de acordo com o posicionamento inicial da vítima e das lesões 
visualizadas é decido quanto ao tipo de rolamento a ser praticado, podendo ser o de 90° ou 
o de 180°. 
 
 
6.1 TÉCNICAS DE ROLAMENTO (ROLAMENTO DE 90°) 
 Utilizado para vítimas encontradas em decúbito dorsal; 
 Estabiliza-se a cervical do paciente; 
 Aplica-se o colar cervical; 
 A prancha é posicionada paralela a vítima, do lado oposto ao rolamento; 
 Dois socorristas se ajoelham lado a lado (nível do ombro e joelhos da vítima); 
 Rolamento em bloco sempre ao comando do líder (socorrista N°1, aquele que 
controla a cervical). 
 
 
Primeiros Socorros 
 
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6.2 TÉCNICAS DE ROLAMENTO (ROLAMENTO DE 180°) 
 Utilizado para vítimas encontradas em decúbito ventral; 
 Estabilização manual da coluna cervical, a prancha longa é posicionada do lado 
oposto ao que o paciente será rolado, ou seja, lado oposto ao que o paciente estiver 
“olhando”; 
 Os dois socorristas se posicionam de joelhos ao nível do ombro e joelhos da vítima, 
porém, em cima da prancha; 
 Após o comando do socorristas N°1, a vítima é girada a 90º ficando assim em 
decúbito lateral; 
 Após novo comando, a vítima é colocada em cima da prancha com nova manobra de 
rolamento de 90º. 
 O colar cervical é colocado logo após a manobra. 
 
 
6.3 TÉCNICA DE ELEVAÇÃO A CAVALEIRA 
A elevação a cavaleiro é outra técnica utilizada quando há, principalmente, a possibilidade 
fratura da pelve, onde os rolamentos são contra indicados. Essa manobra ajuda a minimizar 
os movimentos e assim os riscos de complicações pela hemorragia que esse trauma pode 
gerar. Para isso é ideal quatro socorristas, o socorrista N°1 alterna com o N°2, o qual deve 
se posicionar na altura dos ombros, com o paciente entre suas pernas, tendo a 
responsabilidade de imobilizar a cervical além de elevar esse paciente, o socorrista N°3 fica 
na altura do quadril e o N°4 na altura dos joelhos, ambos com o paciente também entre suas 
pernas, e no comando do socorrista N°2 que assumiu o controle da coluna cervical deve 
elevar esse paciente de uma só vez. Após essa elevação o socorrista N°1 deve colocar a 
prancha rígida entre as pernas dos 3 socorristas, abaixo do paciente que está elevado, para 
após o comando do socorrista N°2 retomar a posição original, contudo agora em cima da 
prancha. O comando volta a ser do socorrista N°1, quando este assume a cervical do 
paciente, daí segue a sequência de imobilização e avaliação para concluir o transporte. 
 
 
6.4 OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS E PARADA RESPIRATÓRIA 
A respiração é imprescindível para qualquer ser vivo, sendo responsável pela: 
 Troca de O2 por CO2; 
 Etapas: Inspiração e expiração; 
Unidade 06 – Princípios e Técnicas envolvidos na Extricação 
 
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29). 
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 Permite que as células recebam O2 
O processo respiratório se dá através das vias aéreas, que são estruturas anatômicas 
condutoras, sendo composta pela parte superior e parte inferior. 
Quando ocorre a interrupção súbita dessa função vital, tem como resultado, em 
alguns minutos, a aparada cardíaca seguida de lesão cerebral. 
Várias situações podem levar a parada respiratória, contudo dentre as principais 
causas estão a insuficiência respiratória, gerada pela DPOC, asma, pneumonia; os traumas 
também podem estar associados à parada respiratória, além de intoxicações por drogas ou 
por monóxido de carbono e as obstruções de vias aéreas. 
Ao deparar-se com uma suspeita de parada respiratória aproxime-se da vítima, 
chame-a e toque-a. Se a mesma se mostrar irresponsiva avalie a presença de respiração, 
inspecionando a mobilidade torácica, bem como a presença de sons respiratórios. 
Na vítima não responsiva com respiração ausente, lenta ou agônica, deve-se suspeitar 
de parada cardiorrespiratória também, dessa forma verifique o pulso, se confirmado a parada 
cardíaca deve-se iniciar prontamente as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, solicitar 
o DEA e uma equipe especializada. 
A literatura atual não permite que realize a respiração boca a boca, por ferir o 
princípio da segurança, no entanto se houver disponível uma máscara unidirecional ou um 
dispositivo máscara, valva, bolsa deve-se fornecer oxigênio a vítima em parada respiratória. 
O primeiro passo é abrir a boca da vítima, ajustar a máscara com a face, apertando-a 
contra o rosto, essa máscara deve estar bem vedada para que não haja perda do ar, então 
segue-se fazendo duas insuflações ao ponto que o tórax da vítima se eleve. Se houver 
dificuldades nessa elevação do tórax durante a ventilação, refaça o movimento de abertura 
de vias aéreas e, readéque a máscara à face da vítima antes da próxima insuflação. 
 
Fig. máscara-bolsa-válvula. 
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A obstrução das vias aéreas por corpo estranho é um dos importantes fatores que 
levam a parada respiratória. Essa obstrução pode ocorrer por instrumentos como moedas e 
dentaduras, na ingestão acidental de caroços de frutas, alimentos ou água; bem como pelo 
vômitos, secreções e sangramentos. As reações alérgicas e a queda da língua também são 
fortes contribuintes para a obstrução de vias aéreas e parada respiratória. 
Nos pacientes vítimas de obstrução, de forma leve, que encontram-se conscientes, 
você pode observar que há boa troca de ar, esse paciente consegue tossir, se comunicando 
verbalmente entre um acesso de tosse e outro. 
Nesses casos você deve encorajar a vítima a continuar tossindo, fique ao lado da 
vítima e monitore suas condições. 
 
Contudo, mesmo com a vítima consciente ela pode apresentar-se com uma forma 
mais grave, nesse caso a troca de ar é muito prejudicada, fica explicito a ansiedade, a vítima 
não conseguetossir, observa-se um chiado alto no peito durante a inspiração, acompanhando 
por extrema dificuldade para respirar e falar, cianose labial e sinal universal de asfixia, que 
é as duas mãos na altura do pescoço, se não houver intervenção nesse momento a evolução 
certamente será a parada respiratória. 
 
Fig. Sinal universal de sufocamento 
Unidade 06 – Princípios e Técnicas envolvidos na Extricação 
 
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A abordagem consiste aproxime-se da vítima, confirmar o engasgo e realizar a 
Manobra de Heimlich (compressões abdominais), para vítimas acima de 1 ano de idade. 
A Manobra de Heimlich consiste em posicionar-se atrás da vítima, mantendo as 
pernas afastadas da vítima afastadas, passe os braços por baixo das axilas dela ao longo da 
cintura, feche uma das mãos e encoste-a no centro do seu abdome. Posicione a outra mão 
sobre a primeira e golpeie o abdome com movimentos de para dentro e para cima. 
 
Fig. Manobra de Heimlich 
Para a vítima obesa ou em gravidez é indicado realizar compressões torácicas 
semelhantes a RCP. 
 
Fig. manobra de Heimlich em gestantes 
Se a vítima evolui para a inconsciência, o procedimento se dá repousando-a no chão, 
decúbito dorsal horizontal, iniciar as compressões torácicas e solicitar apoio do socorro 
especializado. Abrir vias aéreas e observar cavidade oral, retirar manualmente o que pode 
ser observado. Prosseguir com a RCP e reavaliar a cada 2 minutos. 
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07 
FERIMENTO 
 
 
 
 
São lesões resultantes de agressão sobre as partes moles, provocadas por um agente 
traumático, acarretando dano tecidual. Podem ser classificados de acordo com as suas 
características, tais como abertos ou fechados quando ocorre ou não o rompimento da pele, 
como superficiais ou profundos. Em geral, causam dor e sangramento de intensidades 
variáveis, com risco de infecção local. 
Para dá a devida assistência a lesão é necessário que haja a sua visualização por 
completo, para melhor análise da área lesada. Dessa forma, as roupas sobre o ferimento 
devem ser sempre removidas com um mínimo de movimento, sendo melhor cortá-la do que 
tentar retirá-las. 
Se a ferida estiver suja, deve-se lavar bem com água e sabão, comprimir com gaze e 
atadura, podendo também usar um pano limpo da ausência de gazes. Não devemos remover 
corpos estranhos (facas, lascas de madeira, pedaço de vidro ou ferragens) que estejam 
fixados em ferimentos, as tentativas de remoção do corpo estranho cravado podem causar 
hemorragias graves ou lesar ainda mais nervos e músculos próximos a ele, nesses casos deve-
se controlar a hemorragia por compressão e curativos volumosos para estabilizar o objeto 
cravado, aplicando ataduras ao redor do objeto, afim de estabilizá-lo e manter a compressão, 
enquanto a vítima é transportada para o hospital. 
Ferimentos que atinge o tórax, causando ferida aberta. O socorrista deverá realizar 
um curativo oclusivo com material plástico ou papel alumínio (curativo de três pontas). Após 
fechar o ferimento no tórax, conduza a vítima com urgência ao hospital. 
Alguns ferimentos mais bruscos podem levar a amputação, estes são considerados 
gravíssimos pelo grande risco de choque hipovolêmico, devido ao volume de sangue 
perdido, e pelo risco de infecções. Contudo se o socorro for imediato, é possível, por meio 
de técnicas microcirúrgicas, o reimplante da parte amputada, para isso a vítima deve ser 
conduzida o quanto antes, junto com sua parte amputada protegida dentro de um saco 
plástico com gelo, para o hospital de referência. 
Unidade 07 – Ferimento 
 
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OBS: O membro amputado não pode entrar em contato direto com o gelo, ele deve 
ser transportado dentro de um saco, este saco deve ser colocado dentro de outro saco com 
gelo, pois se ocorrer o contato direto pode agredir mais ainda o tecido impossibilitando o 
reimplante. 
 
 
7.1 QUEIMADURA 
A pele é o maior órgão do corpo humano, cobre a superfície do corpo protegendo-o das 
influências ambientais danosas. A pele propicia proteção do corpo contra o meio ambiente, 
abrasões, perda de líquido, substâncias nocivas e microorganismos invasores; regulação do 
calor através das glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos e sensibilidade por meio dos 
nervos superficiais e suas terminações sensitivas. Esse tegumento forma um envoltório para 
as estruturas do corpo e substâncias vitais (líquidos). 
No entanto esse órgão pode sofre lesões produzidas por agentes térmicos, produtos 
químicos, eletricidade e radiação, o que chamamos de queimadura, as quais podem ser 
superficiais ou profundas. 
Entende-se por queimadura o quadro resultante da ação direta ou indireta do calor 
sobre o organismo humano. 
Dessa forma, quanto ao agente causal as queimaduras podem ser 
 Físicos: 
Temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente, chama, etc. 
Eletricidade: corrente elétrica, raio, etc. 
Radiação: sol, aparelhos de raios X, raios ultra-violetas, nucleares, etc. 
 Químicos: produtos químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc. 
 Biológicos: 
Animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc. 
Vegetais: o látex de certas plantas, urtiga, etc. 
São superficiais quando atinge a epiderme, podendo ser mais grave ao chegar nos 
músculos, vasos sanguíneos, nervos e ossos, tornando-se tema de grande relevância para a 
saúde pública, principalmente, pela consequência que esse ferimento pode levar, que é um 
processo infeccioso, podendo evoluir com septicemia, assim como à repercussão sistêmica, 
com possíveis complicações renais, adrenais, cardiovasculares, pulmonares, 
musculoesqueléticas, hematológicas e gastrointestinais. Além disso as queimaduras resultam 
em considerável morbidade pelo desenvolvimento de sequelas, estando entre as mais graves 
a incapacidade funcional, especialmente quando atinge as mãos, as deformidades inestéticas, 
Primeiros Socorros 
 
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sobretudo da face, e também aquelas de ordem psicossocial. As queimaduras, dependendo 
da localização, podem ainda causar complicações neurológicas, oftalmológicas e 
geniturinárias. 
As causas mais frequentes das queimaduras são pela a chama de fogo direto, o 
contato com água fervente ou outros líquidos quentes e o contato com objetos aquecidos. 
Menos comuns são as queimaduras provocadas pela corrente elétrica, transformada em calor 
ao contato com o corpo. Queimadura química é denominação imprópria dada às lesões 
cáusticas provocadas por agentes químicos, em que o dano tecidual nem sempre resulta da 
produção de calor 
As queimaduras por contato com objetos quentes, tais como fornos, grelhas e 
aquecedores, são mais comuns em indivíduos em crise convulsiva, alcoolizados ou sob efeito 
de drogas ilícitas, assim como idosos durante episódios de perda da consciência. Também 
tendem a ser mais profundas devido ao contato prolongado com a fonte térmica.As injúrias 
elétricas podem ser causadas pela passagem da corrente elétrica através do corpo ou pela 
exposição ao calor gerado pelo arco de corrente de alta tensão. No primeiro caso, além do 
dano térmico, há risco de alteração na condução elétrica cardíaca, que deve ser devidamente 
monitorada. 
Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras, no Brasil acontecem um milhão de 
casos de queimaduras a cada ano, 200 mil são atendidos em serviços de emergência, e 40 
mil demandam hospitalização. As queimaduras estão entre as principais causas externas de 
morte registradas no Brasil, perdendo apenas para outras causas violentas, que incluem 
acidentes de transporte e homicídios. 
A queimadura compromete a integridade funcional da pele, responsável pela 
homeostase hidroeletrolítica, controle da temperatura interna, flexibilidade e lubrificação da 
superfície corporal. Portando, a magnitude do comprometimento dessas funções depende da 
extensão e profundidade da queimadura.15 A injúria térmica provoca no organismo uma 
resposta local, traduzida por necrose de coagulação tecidual e progressiva trombose dos 
vasos adjacentes num período de 12 a 48 horas. 
A ferida da queimadura a princípio é estéril, porém o tecido necrótico rapidamente 
se torna colonizado por bactérias endógenas e exógenas, produtoras de proteases, que levam 
à liquefação e separação da escara, dando lugar ao tecido de granulação responsável pela 
cicatrização da ferida, que se caracteriza por alta capacidade de retração e fibrose nas 
queimaduras de terceiro grau. 
Nas grandes queimaduras, além da resposta local, o dano térmico desencadeia ainda 
uma reação sistêmica do organismo, em consequência da liberação de mediadores pelo 
tecido lesado. Ocorre extenso dano à integridade capilar, com perda acelerada de fluidos, 
seja pela evaporação através da ferida ou pela sequestração nos interstícios, que é agravada 
por subprodutos da colonização bacteriana. Além disso, nas queimaduras extensas, 
superiores a 40% da área corporal, o sistema imune é incapaz de delimitar a infecção, que, 
sistematizando-se, torna rara a sobrevida nesses casos. Essa resposta sistêmica manifesta-se 
por febre, circulação sanguínea hiperdinâmica e ritmo metabólico acelerado, com aumento 
do catabolismo muscular, decorrente de alteração da função hipotalâmica (aumento da 
secreção de glucagon, cortisol e catecolaminas), da deficiência da barreira gastrointestinal 
(passagem de bactérias e seus subprodutos para a circulação sistêmica), da contaminação 
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bacteriana da área queimada (liberação sistêmica de bactérias e subprodutos), da perda de 
calor (evaporação através da ferida levando à hipotermia) e da perda de fluidos (desequilíbrio 
hidroeletrolítico). 
 
 
7.2 AVALIAÇÃO DAS QUEIMADURAS 
São múltiplos os fatores envolvidos nas queimaduras que devem ser observados em sua 
avaliação. A profundidade, extensão e localização da queimadura, a idade da vítima, a 
existência de doenças prévias, a concomitância de condições agravantes e a inalação de 
fumaça têm de ser considerados na avaliação do queimado. O ambiente da avaliação deve 
manter-se aquecido, devendo a pele ser descoberta e examinada em partes, de modo a 
minimizar a perda de líquido por evaporação. 
 
7.2.1 Profundidade 
Depende da intensidade do agente térmico, se gerador ou transmissor de calor, e do tempo 
de contato com o tecido. É o fator determinante do resultado estético e funcional da 
queimadura e pode ser avaliada em graus. 
 
PRIMEIRO GRAU SEGUNDO GRAU TERCEIRO GRAU 
Compromete apenas a 
epiderme. 
Compromete totalmente a 
epiderme e parcialmente a 
derme. 
Destrói todas as camadas 
da pele atingindo até o 
subcutâneo, podendo 
chegar nos tendões, 
ligamentos, músculos e 
ossos. 
Apresenta eritema, calor e 
dor. 
Apresenta dor, eritema, 
edema, bolhas, erosão ou 
ulceração. 
Causa lesão branca ou 
marrom, seca, dura, 
inelástica. 
Não há formação de bolhas Há regeneração 
espontânea. 
É indolor. 
Evolui com descamação 
em poucos dias. 
Ocorre reepitelização a 
partir dos anexos cutâneos 
(folículos pilosos 
espontânea, necessitando 
de e glândulas). 
Não há regeneração 
espontânea, necessitando 
de enxertia. 
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 Regride sem deixar 
cicatrizes. 
Cicatrização mais lenta (2-
4 semanas). 
Eventualmente pode 
cicatrizar, porém com 
retração das bordas. 
Repercussão sistêmica é 
desprezível 
Pode deixar sequelas: 
discromia (superficial); 
cicatriz (profunda 
 
 
7.2.2 Extensão 
Os riscos gerais do queimado nas primeiras horas dependem fundamentalmente da extensão 
da área queimada, sendo maior a repercussão sistêmica, devido à perda das funções da pele, 
quanto maior for a área afetada. A extensão é calculada em porcentagem da superfície 
corporal total (SC), sendo consideradas apenas as áreas queimadas com profundidade de 
segundo e terceiro graus. 
 
Fig. Regra dos 9 
 
7.2.3 Localização das queimaduras 
Em razão dos riscos estéticos e funcionais, são desfavoráveis as queimaduras que 
comprometem face, pescoço e mãos. Além disso, aquelas localizadas em face e pescoço 
costumam estar mais frequentemente associadas à inalação de fumaça, assim como podem 
causar edema considerável, prejudicando a permeabilidade das vias respiratórias e levando 
à insuficiência respiratória. 
 
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7.2.4 Idade do paciente queimado 
A idade deve ser considerada na avaliação da gravidade das queimaduras. Idosos e crianças 
costumam ter repercussão sistêmica mais crítica, os primeiros pela maior dificuldade de 
adaptação do organismo, e os últimos pela desproporção da superfície corporal em relação 
ao peso. Nessas faixas etárias as complicações são, portanto, mais comuns e mais graves. 
 
7.2.5 Doenças e condições associadas 
São condições que pioram o prognóstico os traumas concomitantes, principalmente 
neurológicos, ortopédicos e abdominais, ou mesmo politraumatismos, assim como a 
presença de doenças preexistentes, tais como insuficiência cardíaca, insuficiência renal, 
hipertensão arterial, diabete e etilismo. Também tendem a evoluir com pior prognóstico as 
vítimas alcoolizadas ou sob efeito de drogas ilícitas. Essas situações devem ser consideradas 
e adequadamente abordadas. Nesses casos a recuperação das alterações decorrentes da 
queimadura fica substancialmente prejudicada. 
 
 
7.3 INALAÇÃO DE PRODUTOS DE COMBUSTÃO 
Além dos danos provocados pela inalação de gases tóxicos, como monóxido de carbono, os 
produtos de combustão são irritantes e causam inflamação com edema da mucosa 
traqueobrônquica, que se manifesta por rouquidão, estridor, dispnéia, broncoespasmo e 
escarro cinzento. Essas lesões costumam ser graves, pioram muito o prognóstico e são 
responsáveis por elevar a mortalidade dos queimados. 
 
 
7.3.1 Primeiros cuidados 
Os primeiros cuidados adequados dispensados à vítima de queimadura constituem 
determinante fundamental no êxito final do tratamento, contribuindo decisivamente para a 
redução da morbidade e da mortalidade. Para isso é importanteeducar a população em geral 
e treinar grupos populacionais de risco para agir corretamente diante de um caso de 
queimadura. 
Como primeira medida a ser tomada deve-se remover a fonte de calor, afastando a 
vítima da chama ou retirando o objeto quente. Se as vestes estiverem em chamas a vítima 
deve rolar-se no solo e nunca correr ou ser envolvida em cobertores, que podem ativar as 
chamas. As vestes devem ser retiradas, desde que não aderidas à pele; do contrário só devem 
ser removidas sob anestesia no momento do debridamento da ferida em centro cirúrgico. Em 
casos de queimaduras elétricas, deve-se providenciar a interrupção da corrente antes do 
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contato com a vítima ou, se isso não for possível, tentar afastá-la com objeto isolante, como 
madeira seca. 
Em seguida deve-se providenciar o resfriamento da área queimada com água corrente 
fria de torneira ou ducha. Nunca deve ser feito com água gelada ou outros produtos 
refrescantes, como creme dental ou hidratantes. Além de promover a limpeza da ferida, 
removendo agentes nocivos, a água fria é capaz de interromper a progressão do calor, 
limitando o aprofundamento da lesão, se realizado nos primeiros segundos ou minutos, de 
aliviar a dor, mesmo se aplicado após alguns minutos, assim como pode reduzir o edema. 
Portanto o resfriamento com água corrente deve ser instituído o mais precocemente possível, 
durante cerca de 10 minutos, podendo chegar a 20 minutos, caso seja necessário. Porém deve 
ser mais breve quanto mais extensa for a queimadura, devido ao risco de hipotermia, não 
sendo recomendável em queimaduras superiores a 15% da superfície corporal. Após o 
resfriamento, a área queimada, se menor do que 5%, pode ser protegida com gazes, 
compressas ou toalhas de algodão, úmidas, em seguida coberta por plástico ou outro material 
impermeável, e por fim o paciente deve ser envolvido com manta ou cobertor. Aqui cabe a 
lembrança: "resfriar a queimadura mas aquecer o paciente". 
Nas queimaduras de primeiro grau o atendimento é ambulatorial e consiste apenas 
em controlar a dor e nos cuidados locais da área queimada. A analgesia pode ser feita via 
oral. Compressas de água fria também auxiliam no alívio da dor, podendo ainda ser 
empregado corticosteróide tópico em loção ou creme, para reduzir a inflamação. É 
importante recomendar a fotoproteção de modo a evitar discromias residuais. 
As queimaduras de segundo e terceiro graus são mais graves, e ao mesmo tempo em 
que se examina a vítima, colhe-se a história detalhada da queimadura, procurando identificar 
possíveis injúrias concomitantes, inalação de fumaça e tratamento prévio instituído. Se 
possível, uma breve história pregressa deve ser tomada, incluindo doenças, medicamentos, 
alergias e vacinações. Deve ser mantida a calma durante todo o atendimento ao queimado, 
sendo importante não se deixar impressionar pelo aspecto chocante da queimadura, que pode 
desviar a atenção do profissional, deixando passar despercebidas lesões muitas vezes mais 
graves, como traumas neurológicos, ortopédicos e viscerais. Se a história do acidente sugerir 
trauma com envolvimento da coluna vertebral, especial cuidado deve ser dispensado a sua 
avaliação e devida estabilização. Sempre que atingem face e pescoço são consideradas 
queimaduras graves, porque podem comprometer a permeabilidade das vias respiratórias. 
Nos casos de queimaduras elétricas deve sempre ser lembrado o risco de parada 
cardiorrespiratória, devido a arritmias cardíacas. Feita a avaliação da queimadura e das 
condições respiratórias e circulatórias, torna-se imperativa a distinção entre uma queimadura 
benigna e uma queimadura grave. 
A queimadura benigna observa-se ausência de insuficiência respiratória instalada - 
ausência de risco de insuficiência respiratória futura (queimaduras de face e pescoço) - 
queimadura de segundo ou terceiro grau inferior a 10% da superfície do corpo em crianças 
e 15% da superfície do corpo em adultos. Embora no caso de queimadura benigna o paciente 
raramente corra risco de vida, há situações que indicam sua remoção para atendimento em 
nível hospitalar, por exigir cuidado especializado, como no caso de lesões de terceiro grau 
superiores a 1% da superfície do corpo e de lesões de mãos, ou por oferecer maior risco 
devido às condições da vítima, como faixa etária crítica (idosos e crianças) e doenças 
associadas (diabete, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca e insuficiência renal, entre 
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29). 
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outras). Do contrário, o atendimento ambulatorial consiste em analgesia imediata, por via 
endovenosa, posteriormente o controle da dor pode ser mantido por via oral. 
Controlada a dor pode-se então proceder a excisão das bolhas grandes, deixando 
intactas as pequenas, e o debridamento dos tecidos desvitalizados, realizando uma limpeza 
profunda da ferida com clorexidina diluída ou iodopolivinilpirrolidona (PVPI) e 
enxaguando-se com água ou solução fisiológica. A PVPI deve ser deixada por cinco minutos 
para que ocorra a liberação do iodo, que tem propriedade antimicrobiana. Nesse caso deve 
ser evitado o enxágue com solução fisiológica, que pode inativar parcialmente a PVPI. Em 
seguida faz-se o curativo, aplicando de preferência gaze vaselinada estéril, cobrindo com 
ataduras de gaze e enfaixando-se com bandagem de crepom sem compressão excessiva. A 
sulfadiazina de prata deve ser evitada a princípio, pois pode dificultar a avaliação da área 
queimada, que pode progredir nas primeiras 48 horas. 
Na queimadura grave a insuficiência respiratória pode estar instalada ou potencial 
(face e pescoço) - queimaduras de segundo ou terceiro grau superiores a 10% da superfície 
corporal em crianças e 15% da superfície corporal em adultos. Nesses casos toda e qualquer 
medicação deverá ser administrada exclusivamente por via endovenosa. Deve-se, portanto, 
providenciar imediatamente um acesso venoso superficial com catéter de polietileno 
agulhado. O atendimento à vítima de queimadura grave obrigatoriamente deve ser prestado 
em ambiente hospitalar e compreende quatro estádios em ordem cronológica: 
1. Controle da função respiratória (permeabilidade das vias aéreas); 
2. Reidratação parenteral e vigilância do estado hemodinâmico; 
3. Tratamento analgésico; 
4. Acondicionamento do queimado para o transporte à Unidade de Queimados. 
 
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LESÕES TRAUMÁTICAS E ORTOPÉDICAS 
 
 
 
 
8.1 FRATURAS, LUXAÇÕES E ENTORSES 
 
 
8.1.1 Fratura 
As fraturas têm uma tendência a se consolidarem espontaneamente, desde que mantidos os 
princípios de vitalidade tecidual e estabilidade mecânica. 
Na maioria das fraturas, o diagnóstico é auto-evidente, mas os sinais e sintomas 
gerais, combinados ou isolados, incluem dor, que diminui com a tração e imobilização da 
fratura, constituindo o sintoma mais fiel; impotência funcional, que constitui impossibilidade 
de efetuar o movimento habitual da porção da extremidade afetada - no entanto, por vezes é 
possível a mobilização do membro de forma dolorosa e limitada; deformidade, que resulta 
da

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