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EDUCAÇÃO-INCLUSIVA

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EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ............................................................................................ 1 
Sumário ........................................................................................................... 2 
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3 
Resgaste histórico da legalização do direito à educação inclusiva no 
Brasil. ......................................................................................................................... 5 
Políticas Públicas voltadas para Educação Inclusiva. ................................. 9 
Educação Inclusiva: seus Limites e Possibilidades. .................................. 13 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA ................................................................................ 16 
A CRIANÇA ESPECIAL E A ESCOLA ........................................................... 17 
Conclusão ....................................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
 A educação inclusiva não é um assunto novo. A pesar de ser tratada com tanta 
seriedade como é atualmente, por muito tempo tentaram silenciá-la, negá-la. Por isso, 
considero importante resgatar a sua historicidade para que a futura geração possa 
aprender com os erros do passado para não repetir-lo. 
Outro aspecto que merece análise e discussão é as políticas públicas 
destinadas para a Educação Inclusiva. Se as mesmas atendem as necessidades ou 
não passam de medidas paliativas que visam apenas o caráter político de nossos 
governantes. 
Diante de tanto impasses e dúvidas sobre a Educação Inclusiva resta perguntar 
quais são os limites que esse tipo de modalidade está subordinada e, se existe alguma 
possibilidade de ampliação quanto ao atendimento a crescente demanda brasileira. 
Pensando nas indagações acima é que o presente trabalho tem como primeiro 
objetivo realizar o resgate da história da Educação Inclusiva no Brasil. Bem como 
ainda, discutir as políticas públicas voltadas para esse tipo de educação. 
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Para que seja possível, a luz do referencial teórico pesquisado, ser apresentado 
os limites e as possibilidades de uma Educação Inclusiva para o Brasil. 
No primeiro capítulo, a preocupação central será a de abordar a Educação Inclusiva 
do ponto de vista histórico. 
Nessa primeira parte a intenção primordial é o de resgatar (embora seja de 
forma sucinta), historicamente, qual a visão que a sociedade da época possuía do 
NEE, o tratamento dado ao indivíduo acometido de necessidades especiais e a 
influência do pensamento francês e da psiquiatria. 
Sobre a questão de análise das políticas públicas voltadas para Educação 
Inclusiva ficará sob a responsabilidade do segundo capítulo, onde será feita uma 
exposição resumida dos tipos de políticas que os governantes têm destinados para a 
Educação Inclusiva ao longo dos anos. 
Para que seja possível avaliar a Educação Inclusiva a partir de seus limites e, 
vislumbrar alguma possibilidade para o futuro. 
Quanto ao terceiro capítulo, a luz do referencial teórico coletado e pesquisado, 
será discutida os limites e possibilidades que a Educação Inclusiva enfrenta e o que a 
mesma tem a oferecer para a futura geração do Brasil de portadores de necessidades 
especiais. 
Por fim, serão tecidas algumas considerações a respeito do tema abordado. 
Bem como o objetivo da pesquisa, sua contribuição, o que há de novo na Educação 
Inclusiva e seus limites e possibilidades. Espera-se que esta pesquisa possa servir 
de subsídio para outros trabalhos acadêmicos como fonte de pesquisa para 
profissionais que trabalham ou que queiram aprofundar na área de Educação Inclusiva. 
 
 
 
 
 
 
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Resgaste histórico da legalização do direito à educação inclusiva 
no Brasil. 
 
 Falar em educação e, dentro de uma perspectiva histórica, não poderia deixar 
de mencionar a contribuição dada pelos jesuítas pela sua grande colaboração para a 
educação brasileira. Marques (2007) comenta que por intermédio deles os costumes 
e as idéias dominantes do mundo europeu, permearam o solobrasileiro. 
Foram estes “homens de fé” que se dedicaram ao ensino e aprendizagem das classes 
subalternas. Entre os quais, se destaca o indígena. Já que o negro não era 
considerado como ser humano. 
De acordo com Marques (2007) a constituição de 1822, ainda no império de D. 
Pedro I, mencionava que “(...) o adulto com deficiência teria a supressão de seus 
direitos políticos”. O autor comenta que somente em 1835 é que o Brasil teve o 
primeiro projeto dirigido para pessoas com necessidades especiais. 
É interessante destacar aqui, que a própria Constituição previa de forma legal a 
possibilidade de retirar os direitos políticos do deficiente. Isso é explicado devido a 
sua elaboração ter sido pela classe governante. Dessa forma, muitos de outros 
direitos ficaram de fora em virtude da população não ter sido incluída em seus 
interesses. 
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Isso de certa forma contribui para que o pensamento sobre o NEE fosse 
distorcido. Reforçando a discriminação cada vez mais exagerada, o que dificultou 
qualquer criação de ações destinadas para essa categoria. Por isso que somente em 
1835 é que data o primeiro projeto. 
Pela primeira vez na história, surgiu um projeto que visava a criação de cargo 
de docente das séries iniciais para lecionar para surdos-mudos na cidade de Rio de 
Janeiro e nas redondezas. Mesmo assim o referido projeto não obteve êxito. 
Marques (2007) afirma que somente em 1854 é que foi criado o Imperial Instituto dos 
Meninos Cegos em Rio de Janeiro com a ajuda do brasileiro José Alvares de Azevedo 
e do francês Valentim Hauy. 
É visível a penetração da psiquiatria francesa na questãoabordada. Ela será de 
grande valia para fomentar uma mudança no pensamento e no tratamento de 
indivíduos com necessidades especiais. 
Para Valentim Hauy a maior dificuldade de uma pessoa cega estava no imenso 
problema te tornar o visível em tangível. Mais tarde, Louis Braille, com a idade de 16 
anos, elaborou um código alfabético que mais tarde transformaria no Braille em 1854 
na França. 
Embora a mentalidade preconceituosa reinante da época não contribuísse para 
uma mudança significativa no modo de entender o NEE, as contribuições de Hauy e 
a invenção do Braille foram importantes para os eventos que sucederiam a seguir na 
história da Educação Inclusiva. 
Segundo a historiadora Jannuzzi (1992), o surgimento
da instituição pioneira no 
Brasil para atender pessoas com necessidades especiais se deu em 1874, na Cidade 
de Salvador. Em 1987, fundava-se na cidade maravilhosa a Escola México. Esta 
oferecia o ensino regular para deficientes mentais, visuais e físicos. 
Vale ressaltar que este se constitui num marco histórico da Educação Inclusiva, 
uma vez que pela primeira vez, no Brasil, agora existia uma escola para atender os 
alunos portadores de necessidades especiais. Até então, estas não podiam estudar. 
De acordo com Marques (2007) a responsabilidade de criar iniciativas 
educacionais passou a ser do Estado após a proclamação da República no ano de 
1889. Mesmo assim não significava avanço nenhum uma vez que a educação para 
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camadas populares e com necessidades especiais não se constituía em interesse 
daqueles que governavam o país naquela época. 
O que fica claro é que estava havendo os primeiros incentivos para a 
implantação de uma educação que atendesse também essa classe de crianças 
marginalizadas. No entanto, o pensamento ainda era o mesmo com relação ao NEEE. 
Era preciso, primeiro mudar a visão que se tinha do aluno portador de necessidades 
especiais. 
O fato era que a educação de pessoas com necessidades especiais ainda se 
limitava a ser discutida apenas por um pequeno grupo de intelectuais. O número de 
pessoas que engrossava a massa da desescolarização era grande e tida como 
anormal. 
Segundo Marques (2007), o Brasil até o ano de 1950 possuía 65 
estabelecimentos escolares e, nesse ínterim, estava de uma forma ou de outra lidando 
com crianças, adolescentes e jovens com necessidades especiais. 
O autor ainda reforça dizendo que o relato da educação especial no Brasil sempre 
esteve atrelado à história da psiquiatria. E, esta, sempre esteve sob influência do 
pensamento psiquiátrico francês. 
Outro dado a considerar é que os profissionais que exerciam a profissão da 
psiquiatria não tinham defendido contra os preconceitos culturais e, que por causa 
disso, acabava-se por estabelecer relações entre os fenômenos psíquicos a questões 
sócio-cultural da época. 
Isso de certa forma ajudava a aumentar o preconceito. E dificultava toda 
iniciativa em construir qualquer avanço para a implantação de uma educação Inclusiva. 
Pois acabava por reforçar a discriminação desenfreadamente. 
Marques (2007) relata que no ano de 1923 é fundada no rio de Janeiro a Liga 
Brasileira de Higiene Mental pelo psiquiatra brasileiro Gustavo Riedel e o seu plano 
era o de melhorar a assistência aos indivíduos acometidos de doenças mentais. 
Mais tarde a Liga Brasileira de Higiene Mental desviou-se do seu objetivo e 
passou a trabalhar como “purificadora” da raça brasileira. Com isso, não só as 
pessoas com necessidades especiais, mas também, negros, mestiços, os alcoólatras 
passaram a serem levadas para o saneamento. 
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Em 1932, a convite do governo brasileiro, Helena Antipoff funda a Sociedade 
Pestalozzi com o intuito de fornecer cuidados e educação para as crianças 
“excepcionais”. O referido termo “excepcional” ainda soava desconhecido. Mas foi 
importante o seu emprego para, aos poucos, substituir os termos: anormais, idiotas, 
débeis, etc. 
Marques (2007) comenta que no ano de 1954, na cidade do Rio de Janeiro, 
surge a 1ª Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE). O grupo que 
fundou a associação tinha sido influenciado por um casal norte-americano membros 
da National Association for Retard Children (NARC) dos Estados Unidos. 
O governo federal só se voltou para a questão educacional dos “excluídos” somente 
na década de 60, quando se intensificaram os debates sobre a educação popular. E, 
por fim, surge por meio de Decreto Federal a Campanha para a Educação do Surdo 
Brasileiro (CESB). 
Com promulgação da Lei nº. 4024 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 
no ano de 1961, pela primeira vez, é reafirmado o direito legal dos “excepcionais” à 
educação. Marques (2007) aponta que a constituição de 67 e a Emenda 
Constitucional de 69 asseguravam todos os direitos da pessoa com necessidades 
especiais. 
Na Lei nº. 5.692 de 71, em seu artigo 9º, esclarece que qualquer pessoa que 
apresente deficiências física ou mental, devem receber tratamento especial de acordo 
com as orientações dadas pelos Conselhos Estaduais de Educação. 
Marques (2007) comenta que somente na década de 80 e 86, foi quando se deram 
conta que apenas 2,3% da população com necessidades especiais em idade escolar 
conseguia o atendimento educacional. Segundo o levantamento do Plano Nacional de 
Ação Conjunta para Integração da Pessoa Deficiente. 
Somente com a publicação da Portaria CENESP/MEC de nº. 69, datado de 1986 
é que se definia a Educação Especial como parte integradora da Educação. Modifica-
se o termo “excepcional” para “aluno com necessidades especiais”. Funda-se também 
a Secretaria de Educação Especial (SESPE). 
Por meios legais se percebe o esforço em modificar o termo como qual 
denominava as pessoas que eram a cometidas de alguma deficiência. De início, estes 
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foram marginalizados como débeis, anormais, pessoas doentes que precisavam de 
tratamento psiquiátrico. 
Com a influência do pensamento norte americano passou-se a chamar de 
excepcionais. Como o preconceito era muito forte na época, serviu apenas para 
reforçar as diferenças. Afinal, o emprego da palavra excepcional soa como “alguém 
com diferenças” e isso foi mal interpretado pela sociedade. 
Por meio de dispositivos legais a criança excepcional agora era denominada de 
aluno com necessidades especiais. Isso não quer dizer que durante as mudanças, as 
crianças especiais obtiveram o seu direito respeitado. Ao contrário, continuaram a ser 
discriminadas, apesar dos avanços legais. 
 
Políticas Públicas voltadas para Educação Inclusiva. 
 
 Domiciano (2011) aborda o termo da Educação Inclusiva afirmando que a sua 
origem derivou dos chamados movimentos sociais, na luta pela construção de uma 
sociedade mais justa e igualitária. 
Era um momento de insatisfação da população com relação à política de 
governantes daquela época. Uma política excludente onde deixava de lado os 
interesses das classes operárias e trabalhadoras. 
Foi o momento propício para aproveitar para reivindicar o direito a uma 
educação para todos. 
Essa preocupação derivava da existência do desrespeito às diferenças entre 
indivíduos sociais, bem como a necessidade da sociedade e das instituições se 
reestruturarem para dar atendimento a essas diferenças com base no princípio da 
igualdade de direitos como está previsto na Constituição Federal e 1988 e na Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. 
Apesar da existência do aparato legal com relação aos direitos, na prática não 
estavam sendo respeitados. Isso se deve ao pensamento e visão que a sociedade 
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tinha com relação às pessoas portadoras de necessidades especiais. Eram tidas 
como anormais. Esse pensamento precisava mudar. 
Com a aprovação da Declaração de Salamanca representou o marco histórico 
decisivo para que contribuísse para o nascimento da Educação Inclusiva. O Brasil por 
ser o país com dificuldade em respeitar as diferenças, aproveitou para firmar o 
compromisso legal para a sua efetivação. 
Tudo agora é novo. O anormal passou a ser chamado de excepcional. Depois 
esse termo foi substituído por aluno com necessidade especial. Apesar de legalmente 
ter o direito à educação havia o desafio por parte dos especialistas em educação em 
pensar numa educação que atendesse essas necessidades. 
Dessa forma havia sim, um possível reconhecimento da necessidade de se 
pensar na elaboração de uma pedagogia dirigida para a prática de uma Educação 
Inclusiva abordando o aluno nos mais diversos contextos, com a criação e 
desenvolvimento de estratégias pedagógicas voltadas para favorecer os alunos 
(BRASIL, 2001). 
Essa pedagogia específica acabou por surgir
com a aprovação de Salamanca. 
Com isso, o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil já veio com as 
modificações feitas a respeito de orientações e estratégias para a educação de 
crianças de 0 a 5 anos com NEE. 
Outro dado interessante é que o referido documento trouxe informação 
importante a respeito da porcentagem de 10% da população brasileira que sofre com 
a exclusão social através de uma diversidade de discriminação (CHINALIA e ROSA, 
2008). 
Sem dúvida, o Referencial Curricular Nacional para a Educação de crianças 
serviu para abrir espaço para a Educação Inclusiva. Tendo como base a valorização 
da diversidade humana ao mesmo tempo em que a comunidade é envolvida para a 
manutenção da escola e da pedagogia centralizada no indivíduo. 
A proposta era assumir a responsabilidade de oferecer uma educação 
igualitária, mantendo respeito às diferenças como prevê as Diretrizes Nacionais para 
Educação Especial no Ensino Básico (BRASIL, 2001, P.9). 
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Dessa forma a Educação Especial se apresentou como uma modalidade de 
educação onde a mesma se empenhou em se estruturar pensando numa 
aproximação gradativa dos pressupostos de uma práxis pedagógica social inclusiva 
com o propósito de cumprir entre outros, dispositivos legais-político-filosóficos. 
O interessante é notar a preocupação exagerada de querer cumprir os 
dispositivos legais sendo que os direitos já estavam elencados, como comenta 
Domiciano (2011), na Constituição Brasileira de 88. 
Nela já incorporava princípios da Declaração Universal dos Direitos Humanos 
destinados aos deficientes garantindo os devidos direitos à liberdade, vida digna, 
educação, desenvolvimento social e à participação na comunidade. 
Analisando os artigos 208 e 227 da Constituição Brasileira, claramente nota-se 
a necessidade de se criar forma de oferecer atendimento educacional especializado 
para as pessoas portadoras de deficiência; preferivelmente na rede de ensino, acesso 
gratuito como dever público e subjetivo, elevação de níveis do ensino, de pesquisa e 
criação artística, de acordo com a capacidade de cada individuo. 
Há ainda incentivo a criação de programas preventivos e especializados para 
deficiente físico e mental, integração social do adolescente deficiente com treinamento 
para trabalho e convivência, bem como a facilitação de acesso bens e serviços 
coletivos. 
Com relação ao acesso à educação, Domiciano (2011) afirma que uma das 
formas de garantir o direito ao portador de NEE é a realização da matrícula no ensino 
fundamental. Pois dessa forma estaria garantindo mínimo daquilo que exige a 
Constituição Brasileira de 1988. 
Com relação a programas destinados para NEE o artigo 227 assegura esse 
direito e outroscomo os obstáculos arquitetônicos. Assegurando a permanência e o 
acesso a locais onde a pessoa portadora de NEE necessita transitar. 
É notório, comenta Domiciano (2011), que as reformas estruturais de instituições que 
precisam acontecer para que o NEE possa ter a sua acessibilidade garantida na 
Constituição de 88 ainda está longe de ser a ideal para atender as exigências como 
previsto em Lei. 
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Atualmente, andando na rua ou de coletivo, observam-se deficientes tendo 
dificuldades para acessar e transitar em locais públicos como: escola, parques, etc. O 
que demonstra o quanto ainda está aquém daquilo que se espera de uma sociedade 
comprometida com a Educação Inclusiva. 
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases Nacionais, a Lei de nº. 9.394/96 
estabeleceu que os municípios brasileiros passassem a ter a responsabilidade de 
universalizar o ensino na faixa de 0 a 14 de idade a todos os cidadãos (BRASIL, 2004). 
Dessa forma, os municípios passaram a ter o direito de formalizar decisões 
políticas e desenvolver as etapas necessárias para programar, de acordo com a 
realidade de cada município a Educação Inclusiva tanto no âmbito da educação infantil 
como o Ensino Fundamental. 
Domiciano (2011) ainda comenta que no artigo 58, está fixado o direito à oferta 
de Educação Especial para a faixa etária de 0 a 06 anos de idade. Isso sem dúvida 
representa um avanço significativo para indivíduos portadores de NEE. Pois o 
atendimento inicial é muito importante para a universalização da Educação Inclusiva. 
Com relação ao artigo 59, inciso I, nota-se a preocupação com currículos, 
métodos, técnicas e recursos educativos. O que é considerado relevante tendo em 
vista que a Educação Inclusiva implica a realização de alterações e inovações 
pedagógicas. 
Ainda no mesmo artigo, especialmente no inciso III, trata especificamente da 
especialização e capacitação que o docente precisa ter para se trabalhar com alunos 
que possuem necessidades especiais. 
Concordo com Edler (1997), Chinália e Rosa (2008) quando os mesmos 
chamam a atenção para a necessidade de se pensar na formação de tais professores 
que irão atender alunos portadores NEE. Depois sim, pode ser trabalhada a questão 
da capacitação e especialização destes. 
Outro detalhe é o artigo 60. 
Este por sua vez refere-se ao poio técnico financeiro dispendido às instituições 
privadas sem fins lucrativos que fazem parte da rede de educação Inclusiva. A oferta 
não deve somente ocorrer no ensino público. Esta deve se estender às instituições 
privadas que devem manter-se funcionando para atender cidadãos com NEE. 
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Analisando a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de 
Deficiência através de seu Decreto nº. 3.298/99 consta princípios como o inciso I que 
fomenta o desenvolvimento de ações conjuntas entre o Estado e a sociedade civil. O 
interesse é o de assegurar a integração total do sujeito portador de acordo com a 
realidade sócio-econômico-cultural. 
A garantia do exercício dos direitos do portador de NEE é evidenciada no inciso 
II. Nele, está previsto a utilização de mecanismos e instrumentos de forma legal que 
o Estado e a sociedade devem fazer para que sejam assegurados tais direitos 
(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, SECRETARIA DEEDUCAÇÃO ESPECIAL, 2004, p. 
 
Educação Inclusiva: seus Limites e Possibilidades. 
 
 A preocupação em se pensar no limites e possibilidades de uma Educação 
Inclusiva não é fato novo. Essa inquietação caminha desde 1996, com a criação da 
Lei de Diretrizes e Base nº 9394, artigo 58, que trata de manter, se possível, o aluno 
com necessidades especiais no ensino regular (BORGMANN e POST, 2006). 
É bom refletir que o termo previsto na LDB de 1996, era “se possível”. Ou seja, 
alimentava uma idéia de que quando desse a escola podia “fazer um favor” em inserir 
em seu quadro de alunos o portador de necessidades especiais. 
A veracidade da afirmação acima é tão verídica que Borgmann e Post (2006) 
relatam que ao longo da história, com a preocupação de cumprir e se fazer na prática 
uma Educação Inclusiva, acabou-se por criar escolas denominadas de diferenciais. 
A intenção era atender a demanda de crianças que sofriam de problemas de 
desenvolvimento. Crianças estas que encontravam grandes dificuldades de adaptar-
se no sistema educacional. 
No entanto, de certa forma acabou por contribuir para a rejeição no acesso 
dessas crianças às escolas regulares. As crianças rejeitadas tiveram que ser 
encaminhadas para a escola especial (BORGMANN e POST, 2006). 
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O que se pode aprender com relação ao fato narrado acima é que quando se 
cria uma sala especial, turma especial e escola especial, automaticamente está se 
criando uma das diversas formas de exclusão. 
Infelizmente, a intenção foi correta em oferecer uma tendimento educacional 
para que crianças portadoras de necessidades especiais pudessem ter todas as 
condições para um ensino e aprendizagem mais significativa. Contudo, nem todos 
tinham entendido o teor da proposta. 
Diante desse incidente surge o desafio de estar pensando numa instituição 
escolar que seja um espaço de transformação. Que elimine as desigualdades, as
diferenças de quem não são e quem é aluno especial. Onde os educadores que ali 
trabalham, exigentemente sejam especiais. Uma escola inclusiva para todos 
(BORGMANN e POST, 2006). 
Mas o que vem a ser um espaço escolar inclusivo? Para Meira (2001), uma 
instituição inclusiva seria aquela em que as diferenças fossem intrínsecas aos seus 
estatutos. Isso considerando mudanças no espaço arquitetônico para a locomoção da 
criança com necessidades especiais. 
Há escolas que se julgam inclusivas no discurso. Mas é notório observar que, 
andando pelos espaços oferecidos pela instituição, o NEE possui dificuldade em se 
locomover. O que comprova e demonstra a necessidade de também estar pensando 
numa escola inclusiva em seu espaço físico. 
Os conteúdos pedagógicos trabalhados nos espaços escolares os mesmos 
também deveriam levar em conta a diversidade do (a) aluno (a). De forma a contribuir 
para a construção de uma aprendizagem significativa. E que o docente internalize que 
a homogeneidade não deve ser levada a pé da letra. 
O mais importante para todo e qualquer educador é saber o ponto de partida em que 
cada uma delas se encontra. Para que seja capaz de fazer as intervenções de forma 
a contribuir para que cada um possa desenvolver plenamente (BORGMANN e POST, 
2006). 
Isso é salutar uma vez que quando se fala em Educação Inclusiva, geralmente 
deixa de fora a questão que é a urgência de se pensar no professor inclusivo. Uma 
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vez que é ele que irá atender diretamente as principais necessidades do aluno 
inclusivo. 
Por tudo isso entende então, que o (a) aluno (a) com necessidades especiais 
têm o direito de não só receber uma educação de qualidade como também o de poder 
contar com a ajuda do professor para superar suas deficiências de aprendizagem. 
Nesse ponto chama atenção para a abordagem sobre a formação do educador. 
Borgmann e Post (2006) afirmam que para que o profissional que trabalha com essa 
clientela precisa estar atento e dar conta dessa diversidade presente em sala de aula. 
Para tanto, este profissional precisa se dispor de uma pedagogia voltada para 
a criança. Com ênfase em suas diferenças sempre se dispondo a dar ou buscar 
respostas para as suas necessidades. 
A instituição escolar também precisa estar sensível para ser capaz de utilizar 
de flexibilidade e adaptação da grade curricular da escola para adequar à criança e 
ainda buscar desenvolver ações educativas que favoreçam a oportunização de 
aprendizagem. 
O que se observa é que é indiscutível sobre os direitos à educação da criança 
com necessidades especiais. Contudo, muitos profissionais da educação alegam que 
tanto a escola como o professor não estão preparados para lidar com tudo isso. 
Isso de fato limita a Inclusão do portador de necessidades especiais a ter acesso aos 
seus direitos educacionais. Também tira a possibilidade do mesmo de gozar de seus 
direitos garantidos em lei. Com tudo isso a Educação Inclusiva sente dificuldades em 
avançar. 
Nessa discussão cabe também abordar o papel da família nessa relação aluno 
com necessidades especiais e escola. Borgmann e Post (2006) comentam que “(...) a 
família, (...) é a primeira instância de comunicação e aprendizado”. 
O que significa que a instituição escola precisa estreitar o relacionamento com os 
familiares, pois estes possuem informações importantes acerca da criança. 
Que por sua vez ajudará o professor a lidar com o portador de necessidades 
especiais. Essas informações com certeza ajudarão com o processo ensino e 
aprendizagem. Ocasionando benefícios para ambos. Contribuindo para a construção 
de escola mais inclusiva. 
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Infelizmente, não é o que vem acontecendo. Quando, e muito, escola e família 
se encontram. A interação não ocorre. Se limitando somente a informações 
burocráticas e poucas aproveitáveis. 
Isso reflete a concepção que ainda perdura existir quando o assunto é PNEE: 
a ideia de menos inteligente, inválido, deficiente e etc. O que prejudica e coloca em 
risco todo o trabalho educativo com proposta de construção de uma educação 
inclusiva. 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO INCLUSIVA 
A educação inclusiva é uma educação voltada de TODOS PARA TODOS onde 
os ditos "normais" e os portadores de algum tipo de deficiênciapoderão aprender uns 
com os outros. Uma depende da outra para que realmente exista uma educação de 
qualidade. A educação inclusiva no Brasil é um desafio a todos os profissionais de 
educação. 
A educação inclusiva tem de atender esses educandos com qualidade, mas 
tem que dar condições e especializações aos profissionais, para que os objetivos e o 
desenvolvimento aconteçam. 
Percebemos ao longo da história e, também na atualidade, que a maioria dos 
profissionais envolvidos na educação não sabe ou desconhecem a importância e a 
diferença da educação especial e educação inclusiva. Por essa razão, veio a 
realização deste artigo para o esclarecimento das pessoas envolvidas na educação e 
interessados. 
Primeiramente, quando descobrimos uma determinada deficiência em uma 
pessoa ela deveria ser encaminhada aos profissionais especializados: psicólogos, 
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neuropediatras, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e pedagogos especializados, entre 
outros. Isso é de extrema importância para o desenvolvimento físico e também 
cognitivo desse educando tão especial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A CRIANÇA ESPECIAL E A ESCOLA 
A criança portadora de necessidades especiais, como qualquer outra criança 
tem o direito de cursar uma escola e ter expectativas em relação ao seu futuro. 
Mas infelizmente, ainda no século XXI, existe um preconceito exagerado por 
parte da sociedade em geral e o mais grave: por parte daqueles que deveriam vir a 
lutar e dar exemplos dentro de uma sociedade, que são os educadores. 
Isto infelizmente ocorre em todo o segmento educacional brasileiro. Mas ainda 
existe pessoas e profissionais que vem trabalhando para minimizar essa vergonha 
que é o preconceito por parte dos educadores. 
Como vem realizando a Psicóloga Marilda Da Silva na escola Carlos Saloni, 
em São José dos Campos (SP), onde aos poucos foi abrindo espaço para crianças 
com os mais diferentes tipos de deficiências. Ela relata que as crianças a ensinaram 
muito, melhorando-a como profissional e também como ser humano. Ela enfatiza que 
a diferença só acrescenta. 
No início, como tudo que é novo causa muitas ansiedades, foram necessárias 
reuniões periódicas com todos os profissionais, mas hoje os encontros são mais 
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esporádicos. Todas essas reuniões serviram de estímulo para esses profissionais, 
pois as aulas foram melhores preparadas enfatizando a socialização. 
Infelizmente, essa é uma realidade e um sonho distante, de realmente incluir 
essas crianças em escola comum e atingir todos os objetivos, almejados por pessoas 
como, por exemplo, Hellen Keller. (Publicação Comemorativa do Centenário de 
Nascimento de Hellen Keller-Editada pela Fundação Para o Livro do Cego no Brasil - 
1980). Hellen Keller nasceu em 27 de junho de 1880 em Tuscumbia Estado de 
Alabama USA. Aos 18 meses ficou surdo cega, devido a uma doença que foi 
diagnosticada na época como febre cerebral. Passou os seus primeiros anos de sua 
infância sem orientação adequada, até a chegada de sua professora Anne Sullivan, 
em março de 1887. A menina Hellen, aos 7 anos, ainda não falava e não compreendia 
os significados das coisas. Com o auxílio da professora Hellen, aprendeu a 
comunicação de sinais, o alfabeto manual, o sistema Braille e, com dez anos de idade, 
ela aprendeu a falar. 
Com muita força de vontade cursou a faculdade de Filosofia, também aprendeu 
diversos idiomas. Ao longo de sua vida Hellen Keller escreveu inúmeros artigos e 
livros: "O Mundo em que Vivo", "A História de Minha Vida", entre outros. Hellen Keller 
faleceu aos 88 anos em sua casa "arcan Ridge", em 1968. 
Hellen Keller foi uma grande heroína, apesar de ser uma
surdo cega. Com o 
auxílio da digníssima Prof.ª Anne Sullivan viajou por todo o mundo dando uma grande 
contribuição para o avanço de políticas educacionais para a melhoria da qualidade do 
ensino e de vida dessas pessoas. 
Enfim, todos podem aprender e ensinar, e também ensinar e principalmente 
aprender. 
A diversidade humana é inegável. Mas a escola, apesar de ser um espaço 
sociocultural onde as diferenças coexistem, nem sempre reconheceu sua existência 
ou considerou-a na sua complexidade, em todos os elementos do processo 
pedagógico. Possibilitar essas diferentes presenças de forma harmoniosa e produtiva 
na escola, sempre foi um desafio, visto que, esta sempre buscou desenvolver um 
trabalho baseado na homogeneização, baseado e ‘justificado’ na premissa de que 
turmas homogêneas facilitam o trabalho do professor efacilitam a aprendizagem. 
19 
 
 
Assim, a escola historicamente se caracterizou pela visão da educação que 
delimita a escolarização como privilégio de alguns grupos, legitimando um processo 
de exclusão através de suas políticas e práticas educacionais, que reproduzem a 
ordem social. Sendo a escola, o espaço primeiro e fundamental da manifestação da 
diversidade, decorre a necessidade de repensar e defender a escolarização como 
princípio inclusivo, reconhecendo a possibilidade e o direito de todos que não são por 
ela alcançados. Desta forma, o movimento de inclusão traz como premissa básica, 
propiciar a Educação para todos, uma vez que, o direito do aluno com necessidades 
educacionais especiais e de todos os cidadãos à educação é um direito constitucional. 
No entanto, sabemos que a realidade desse processo inclusivo ainda é bem 
diferente do que se propõe na legislação e requer ainda muitas discussões relativas 
ao tema. O que podemos perceber é que numa comparação entre a legislação e a 
realidade educacional, a inclusão dos alunos que apresentam necessidades 
educacionais especiais no ensino regular não se consolidou da forma desejada, a 
proposta de educação atual vigente ainda não oferece nem garante condições 
satisfatórias para ser considerada efetivamente inclusiva. Ainda, se faz necessária 
uma maior competência profissional, projetos educacionais mais elaborados, uma 
maior gama de possibilidades de recursos educacionais. 
A garantia de uma educação de qualidade para todos implica, dentre outros 
fatores, um redimensionamento da escola no que consiste não somente na aceitação, 
mas também na valorização das diferenças. Esta valorização se efetua pelo resgate 
dos valores culturais, os que fortalecem identidade individual e coletiva, bem como 
pelo respeito ao ato de aprender e de construir. 
Então, a Educação Inclusiva, diferentemente da Educação Tradicional, na qual 
todos os alunos é que precisavam se adaptar a ela, chega estabelecendo um novo 
modelo onde à escola é que precisa se adaptar às necessidades e especificidades do 
aluno, buscando além de sua permanência na escola, o seu máximo desenvolvimento. 
Ou seja, na educação inclusiva, uma escola deve se preparar para enfrentar o desafio 
de oferecer uma educação com qualidade para todos os seus alunos. 
Considerando que, cada aluno numa escola, apresenta características próprias 
e um conjunto de valores e informações que os tornam únicos e especiais, 
constituindo uma diversidade de interesses e ritmos de aprendizagem, o desafio da 
20 
 
 
escola hoje é trabalhar com essa diversidade na tentativa de construir um novo 
conceito do processo ensino e aprendizagem, eliminando definitivamente o seu 
caráter segregacionista, de modo que sejam incluídos neste processo todos que dele, 
por direito, são sujeitos. 
Nas várias reformas educacionais ocorridas no país nos últimos anos, com 
destaque para a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, 
otema das necessidades educativas especiais esteve presente, com a referência 
comum da responsabilidade do poder público e da matrícula preferencial na rede 
regular de ensino, com os apoios especializados necessários. Com a Resolução 
n.2/2001 que instituiu as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação 
Básica, houve um avanço na perspectiva da universalização e atenção à diversidade, 
na educação brasileira, com a seguinte recomendação, em seu Art. 2º, 
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas 
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais 
especiais, assegurando as condições necessárias para a educação de qualidade para 
todos. 
Na interpretação de Mantoan (2004), a Inclusão de alunos com necessidades 
educacionais especiais é um movimento que tem sido muito polemizado por diferentes 
segmentos, mas essa inserção nada mais é do que garantir o direito constitucional 
que todos independentes de suas necessidades, têm a uma educação de qualidade, 
e que a Inclusão vai depender da capacidade de lidarmos com a diversidade e as 
diferenças. 
Com certeza, de modo geral, as escolas têm conhecimento das leis acerca da 
inclusão bem como da obrigatoriedade da garantia de vaga para os alunos com 
necessidades educacionais especiais, no entanto apontam alguns entraves pelo fato 
de não haver a sustentação necessária, como por exemplo, a ausência de definições 
mais estruturais acerca da educação especial e dos suportes necessários a sua 
implementação. Sabemos também, da dura realidade das condições de trabalho e os 
limites da formação profissional, o número elevado de alunos por turma, a rede física 
inadequada, o despreparo para ensinar "alunos especiais". 
Sabemos que, para que a inclusão se efetue não basta a garantia apenas na 
legislação, mas demanda modificações profundas e importantes no sistema de ensino. 
21 
 
 
Essas mudanças deverão levar em conta o contexto sócio-econômico, além de serem 
gradativas planejadas e contínuas para garantir uma educação de ótima qualidade. 
Por outro lado, o processo de Inclusão já está posto e não se trata de desativar o que 
está funcionando, mas sim de buscarem alternativas e formas de articulações que 
possibilitem esse novo modo de ver e pensar a escola. 
Além disso, a educação inclusiva favorece não só o aluno com necessidades 
educacionais especiais, mas, também os demais alunos que passam a adquirir 
atitudes de respeito e compreensão pelas diferenças, além de juntos receberem uma 
metodologia de ensino diferenciada e da disposição de maiores recursos. 
Na concepção histórico-crítica, Saviani (2001), aponta que o papel do professor nesse 
processo de inclusão é fundamental, uma vez que, ele é o mediador do processo 
ensino/aprendizagem. 
Na verdade, cabe-nos até, alguns questionamentos: a oferta de ensino aos 
alunos com necessidades especiais na rede regular deve acontecer porque está na 
Lei, ouporque acreditamos em suas condições de aprendizagem real? Devemos 
incluí-los porque nos causam pena ou porque vemos neles a possibilidade real de 
participação e contribuição na sociedade? Mantoan (2006) afirma que é necessário 
recuperar, urgentemente, a confiança dos professores em saberem lidar e 
desenvolver o processo de ensino aprendizagem com todos os alunos, sem exceções. 
Para isso, é oportuno possibilitar aos docentes a participação em cursos que discutam 
estratégias educacionais visando à participação ativa e consciente de todos os alunos 
no processo de ensino-aprendizagem. Esses cursos devem atender as necessidades 
de preparo que os professores têm para desenvolver práticas docentes realmente 
inclusivas. Nas palavras de Carvalho, (2004, p. 77): 
A Letra das leis, os textos teóricos e os discursos que proferimos asseguram 
os direitos, mas o que os garante são as efetivas ações, na medida em que se 
concretizam os dispositivos legais e todas as deliberações contidas nos textos de 
políticas públicas. Para tanto, mais que prever há que prover recursos de toda a ordem, 
permitindo que os direitos
humanos sejam respeitados, de fato. 
Inúmeras são as providências políticas, administrativas e financeiras a serem 
tomadas, para que as escolas, sem discriminações de qualquer natureza, acolham a 
todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, 
22 
 
 
emocionais, linguísticas ou outras. Portanto, para que a inclusão de alunos com 
necessidades especiais no sistema regular de ensino se efetive, possibilitando o 
resgate de sua cidadania e ampliando suas perspectivas existenciais, não basta a 
promulgação de leis que determinem a criação de cursos de capacitação básica de 
professores, nem a obrigatoriedade de matrícula nas escolas da rede pública. 
Estas são, sem dúvida, medidas essenciais, porém não suficientes. 
 
 
 
 
 
 
 
Conclusão 
 
 
 Uma vez que através do regaste histórico foi possível identificar a visão da 
sociedade a respeito ao PNEE e o tipo de tratamento que o mesmo recebia, no 
decorrer da história. Ainda foi verificada a influência da psiquiatria francesa no tema 
abordado, bem como a sua contribuição para a construção de uma Educação 
Inclusiva. No entanto, ainda hoje, perdura o preconceito com relação ao pensamento 
do aluno com necessidades especiais. Taxando-lhe como anormal, inválido, deficiente, 
especial como se fosse uma doente que merecesse tratamento psiquiátrico. 
É preciso entender que o PNEE é um sujeito que possui diferenças. Mas que 
isso não o torna o menos inteligente ou menos capacitado. Vale lembrar que se trata 
de um ser humano e goza dos direitos assegurados em lei como qualquer outra 
pessoa. Direitos estes, como o da Educação para todos e não por ser “especial.” 
Outro fator a ser mencionado aqui são as políticas públicas destinadas para PNEE 
com intenções de governantes em garantir direitos violados e não respeitados pela 
23 
 
 
sociedade vigente. Para exemplificar é o caso da criação da Lei de Diretrizes e Bases 
Educação Nacional de 1996 e outros dispositivos legais. 
Esses tipos de ações por parte de governantes de nosso país com certeza contribuem 
para que o PNEE tenha na lei, um aparato legal para reivindicar seus direitos. Contudo, 
se faz necessário mudar a mentalidade a respeito do conceito e potencial do PNEE. 
O surgimento de movimentos sociais foi importante para fomentar a idéia de 
uma Educação voltada para atender uma clientela que estava à margem da sociedade. 
A Declaração de Salamanca ajudou países como o Brasil a enxergarem o 
compromisso de construir uma Educação Inclusiva. 
No entanto ficou claro que apesar de aprovação de dispositivos legais não foi 
suficiente para garantir um processo de Educação Inclusiva coerente com a demanda. 
Uma vez que o pensamento sobre o PNEE continua impregnadopelos preconceitos 
culturais. O que dificultava o exercício dos direitos. 
A questão ainda aborda a necessidade de se pensar na formação do profissional uma 
vez que este irá se deparar com uma sala de aula cheia de diversidade. Terá que 
fazer adaptações da grade curricular para ensinar seus alunos. 
Dessa forma, este presente trabalho apresentou os limites que a Educação Inclusiva 
tem sofrido. E quanto às possibilidades, o que precisa saber é que se trata de direito 
legal. E, que apesar das limitações impostas já é uma realidade na sociedade 
brasileira. 
Portanto, a tendência é que a cada dia cresça. Na medida em que for 
descortinado o preconceito cultural, a criação e fomentação de novas políticas 
públicas e a participação de toda a sociedade na cobrança e defesa de uma Educação 
Inclusiva para todos. 
Nas últimas décadas, temos a temática da educação inclusiva inscrita em 
diferentes contextos e circunstâncias e a instituição escolar tem sido convocada a dar 
algum tipo de resposta. O atual momento histórico exige uma participação efetiva da 
escola e, para tanto, é preciso redimensionar o modo de pensar e fazer educação, 
tarefa complexa por natureza. 
Ao longo da elaboração do trabalho descobri coisas, superinteressante, por 
exemplo, que a Educação Especial é uma orientação que a sociedade deve ter voltada 
para pessoas portadoras de alguma deficiência especial, por exemplo: a escola deve 
24 
 
 
ter rampa para deficientes, banheiros adequados, livros em braile, profissionais 
capazes de atendê-los, ônibus e outras coisas mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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25 
 
 
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2, São Paulo. 
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