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Cirurgia – aula 1 04/03/21 | 2 Princípios das técnicas cirúrgicas Necessidades básicas cirúrgicas · Visibilidade Acesso adequado – retalho de tamanho e formato adequado Iluminação adequada Campo cirúrgico limpo – sem sangue/saliva · Manutenção da cadeia asséptica – bochecho com clorexidina · Auxilio adequado Técnicas anestésicas Maxila Nervo infraorbitario – entre os dois pré-molares - linha da pupila e palpação – toca o osso, recua 1 a 2 mm e injeta Nervo palatino maior – na distal do 2° molar traça uma reta em direção ao centro do palato mais ou menos onde ele faz a curva e faço a injeção – sempre vindo do lado oposto em direção a palato – encosta em osso 1 mm e injeta Nervo nasopalatino – região apical dos incisivos centrais anteriores – penetrar lateralmente a papila incisiva Mandíbula Nervo alveolar inferior – localiza a rafe, imagina um triangulo invertido – ponto de punção na bissetriz do triangulo – posição da carpule entre os pré-molares do lado oposto – penetra ate tocar no osso recua 2 mm aspira e injeta – 1 tubete inteiro Nervo bucal – segue o plano oclusal dos molares – penetração de 3 a 4 mm – inerva parte vestibular da mucosa dos molares Manobras cirúrgicas fundamentais Diérese Separação ou divisão dos tecidos para o acesso ao local de interesse cirúrgico Incisão Divulsão Descolamento Materiais Cabo de bisturi n°3 – lâmina n° 15/15C/12 Empunhadura de caneta – mais utilizada – facilita a entrada da mão Empunhadura arco de violino – quando é necessária mais força – normalmente utilizada em incisões extra orais Montagem e desmontagem (bisturi lado oposto) do Bisturi Princípios das incisões Lâmina afiada e com tamanho adequado Preservação de estruturas nobres – conhecimento de anatomia Incisão sobre osso saudável Corte firme e continuo Bisturi perpendicular a superfície 90° - 45° -90° / para evitar tensão durante a sutura Planejamento do retalho Prevenção de necrose Incisões convergentes para o ápice – base 2x maior que o ápice X = 2Y – o comprimento do retalho não deve exceder o dobro da largura da base Suprimento sanguíneo – incisão sempre aberta Técnica minimamente traumática evitando distender ou comprimir a base Prevenção da deiscência do retalho Deiscência: quando as suturas se soltam, e o retalho entra para a região que foi operada – a deiscência espoe o osso subjacente, produz dor, perda óssea e fibrose excessiva Aproximação das bordas do retalho sobre osso saudável, pela manipulação cuidadosa das bordas do retalho e não submeter o retalho a tensão Dicas: Tamanho adequado e distante do local a ser operado Extração – incisão intrasulcular envolvendo as papilas e um pouco dos dentes ao lado Procedimentos mais complexos (enxerto) – retalho pegando um dente de cada lado da região operada Sutura não deve repousar sobre osso operado Prevenção da dilaceração (rasgamento do retalho) do retalho Tamanho adequado Retalhos Retalho mucoperiosteal ou de espessura total – descola o periósteo do osso Retalho de espessura parcial – mantem uma faixa de periósteo aderido ao osso e descola só uma parte só da mucosa com lâmina de bisturi Tipos de incisões · Horizontal – sem incisão relaxante – feita sobre o rebordo ou intrasulcular · Triangular- uma incisão relaxante vertical · Retangular – duas incisões relaxantes verticais (não usa) · Trapezoidal – duas incisões relaxantes angulares · Submarginal curva ou semilunar – Partsch · Submarginal retilínea ou em forma livre · Wassmud ou Ochsenbein-Leubke – regiões estéticas Incisão em envelope Dentes inclusos Incisão intrasulcular – sempre liberar papila distal e mesial – descolar para enxergar interface entre osso e dente Incisão Neumann e Neumann modificada Neumann – triangular – uma incisão relaxante associada a uma horizontal Modificada – duas incisões relaxantes associada a uma horizontal Incisões mais usadas: Neumann e envelope Incisão Partsch ou semilunar Patologias em regiões apicais ou apicectomia Incisão de Wassmund Patologias em regiões apicas ou apicectomia Incisão Luecke-Ochsenbein ou submarginal Submarginal – não é direto na margem associada a duas incisões relaxantes Luecke-Ochsenbein – direto na margem associada a duas incisões relaxantes Usadas para a manutenção de um periodonto mais fino – em pacientes com recessão/ para evitar que a recessão se agrave Divulsão e descolamento Separação ou divisão dos tecidos por meio de instrumento cirúrgicos Deslocador de Molt n° 9 Tesouras e pinças mosquito – insere tesoura fechada, abre e tira aberta Exérese Remoção de parte ou todo o tecido Biopsia Remoção de fragmento tecidual para analise histopatológica Curetagem Manobra cirúrgica pela qual remove-se formações estranhas, patológicas ou não, presentes no campo operatório ou ainda decorrentes do deslocamento do ato cirúrgico Remoção de tecidos moles – capuz pericoronário (capuz que envolve a coroa de um dente incluso) Remoção de tecidos Patológicos – lesões (lesão apical, granuloma, cisto) Inspeção alveolar – importante – localizar fragmento de raiz/osso/tecido estranho – feito com as costas da cureta por todo alvéolo Realizado quando acaba a extração ou quando já se sabe da existência de lesão Ostectomia Remoção de osso por desgaste Ostectomia em linha única – de preferência sem muito desgaste de osso vestibular – normalmente não se faz por lingual Uso de instrumentos cortantes – brocas em alta ou baixa rotação Resfriamento continuo dos instrumentos rotatórios – soro estéril Adequada visualização Suficientemente acesso Brocas – 701 / 702 / 703 / HL / Zekria de hastes longas (broca não pode pegar tecidos moles) Pinça goiva – regularização óssea Lima para osso – remoção de espiculas ósseas e alisamento ósseo final – movimentos de tracionamento Piezo elétrico – não corta tecidos moles Osteotomias Remoção de fragmento ósseo (para enxerto) Martelo de Mead e cinzeis de Wagner Bichectomia Remoção da bola de bichat para recontorno tecidual Avulsão – Exodontia Deslocamento do dente do alvéolo Pode ser realizada por alavancas ou fórceps Planejamento: Autoavaliação da capacidade do profissional Técnica cirúrgica adequada Determinar o tipo de anestesia Determinar as medidas pré-operatórias – complicações/prescrever medicação antes? Estabelecer o padrão cirúrgico Aspectos da técnica cirúrgica – sequência de tentativas 1. Dilatação do alvéolo – fórceps e alavancas 2. Ostectomia de vertente vestibular do alvéolo dentário – desgaste do osso na vestibular – para o aumento do espaço entre osso e dente 3. Odontosecção – fragmentação do elemento dentário Formas de avulsão Exodontia via alveolar – direção oclusal Exodontia via não alveolar – dente incluso · Técnica primeira - fórceps · Técnica secunda - alavancas · Técnica terceira – retalho, odontossecção e osteotomia Extratores (alavancas) Luxar dentes Expansão do osso alveolar Tipos: reta, goiva, triangular, apical, Heidibrik e Potts Princípios mecânicos no uso dos extratores Alavanca Cunha Dois porcos não ocupam o mesmo espaço Sarilho ou roda Fórceps Componentes: cabo, articulação e ponta ativa Empunhadura – palma da mão para cima ou baixo Ponta ativa – anguladas – projetadas para se adaptar as raízes Maxila 1 – Canino a canino superior 150 – Dentes anteriores e pré-molares superiores 18R – Molares direitos superiores 18L - Molares esquerdos superiores 65 – Resto radiculares superiores Mandíbula 151 – Dentes anteriores e pré-molares inferiores 17 – Molares inferiores 16 – Molares inferiores (furca) 69 – Restos radiculares inferiores Movimentos: Encaixar mais apicalmente possível – ponta ativa paralela ao longo eixo do dente · Impulsão ou pressão apical · Lateralidade – mais usada – vestíbulo/lingual – movimento lento e coordenado · Rotação – só pode ser realizada em dentes uniradiculares · Tração – pode ser realizado em todas as etapas 2 ° e 3° Molares tem maior facilidade de saída pela palatina 1° molar tem maior facilidade de saída pela vestibular Pré-molares e incisivos não têm diferença Sempre fazer o descolamentoao redor de todo o dente Sempre luxar primeiro com a alavanca depois vir com o fórceps Hemostasia Manobra cirúrgica destinada a prevenir ou interromper o sangramento, facilitando o tempo operatório e a cicatrização Tipos de sangramento Venoso – constante – vermelho mais escuro Capitar – pequeno sangramento controlado facilmente Arterial – pulsátil – vermelho mais vivo – mais difícil controlar Transoperatório – durante a cirurgia Pós operatório – imediato ou tardio Anamnese Coagulopatia previa conhecida (paciente ou familiar) Epistaxe sem causa aparente (sangramento nariz) Hematoma ou petéquias no tronco ou localização pouco usual, sem causa definida Problemas de cicatrização das feridas Sangramento prolongado após ferimentos, cirurgias ou extração dentária História de uso de hemoderivados após cirurgias previas Hipermenorréia (uso de mais que 7 absorventes por dia ou sangramento por mais de 7 dias) Medicações que afetem a coagulação: analgésicos, antitrombóticos, antiplaquetários e drogas ilícitas (crack e cocaína) Constrição vascular Agregação plaquetária – hemostasia primária Organização da rede de fibrina – hemostasia secundária Fibrinólise Hemostasia primária - constrição vascular Constrição vascular depende da contração da musculatura lisa dos vasos e capilares. Esse fenômeno é dependente da estimulação nervosa e da liberação de tromboxana A serotonina e bradicinina no local A adesão plaquetária ocorre após exposição de moléculas presentes no endotélio vascular, tais como colágeno e o fator Von Willebrand O tampão plaquetário é incapaz de manter uma barreira hemostática estável Hemostasia secundaria Plaquetas exteriorizam fosfolipídios aniônicos de membrana que possam atuar como superfície ativadora pra ligação de proteínas plasmáticas As vias intrínseca e extrínseca são dependentes de cálcio e culminam com a conversão as protombina em trombina que, por sua vez, estimula a transformação do fibrinogênio em fibrina Manobras de contenção · Compressão com gaze – 5 minutos seguidos · Termocoagulação – bisturi elétrico Essencial: Uso do fio terra Toque somente no vaso sangrante Remoção de fluidos · Pinçagem vascular – após compressão Pinças hemostáticas Hemostasia Remoção de tecidos Curvas ou retas · Substancias hemostáticas: Esponja de colágeno – Hemospon – gelatina de colágeno liofilizada de origem suína, absorvível em 15 dias (sangramentos menores) (tampão) Gelatina absorvível – Gelfoam – pele de porco purificada – liquefaz em uma semana, absorvia completamente 4-6 semanas (sangramento em tecido mole) Tela absorvível de celulose oxidada – Srgicel – absorvida em uma a duas semanas (tecido mole) Cera para osso - não absorvível – sangramento ósseo – grande quantidade tem que remover posteriormente Síntese Conjunto de manobras que visam aproximar os tecidos divididos ou separados durante os atos cirúrgicos de incisão e divulsão · Imobilização da ferida · Redução dos espaços anatômicos · Estabilização do coagulo (manter coagulo dentro do alvéolo) Critérios Antissepsia e assepsia Hemostasia Minimizar “espaço morto” Boras da ferida limpas e reguladas Ausência de corpo estranho Posição anatômica correta (primeira sutura no ápice da incisão relaxante) Tração moderada dos nós Escolha correta dos instrumentos e materiais de sutura Material Porta agulha (Widia na ponta) e fio de sutura (3,0 ou 4,0) Princípios de sutura Agulha perpendicular Não exercer força excessiva na introdução da agulha N° de suturas limitado ao fechamento da ferida Sutura plano-a-plano – sutura primeiro plano mais profundo Deixar 2 a 3 mm da margem Agulhas para suturaMais usadas: cilíndricas e de corte invertido – ½ meio circulo 3/8 de circulo usada no aumento de coroa clinico · Cilíndricas · Cortantes Quanto a montagem do fio: Traumáticas – necessita montar o fio Atraumáticas – fio montado de fábrica (usada) Características ideais: Resistência a torção e tração Calibre fino e regular Mole, flexível e pouco elástico Ausência de reação tecidual Fácil esterilização Custo baixo Tipos de fios: Categute Animal Monofilamentar Absorvível Simples ou cromado Fagocitose Reações inflamatórias moderadas Resiste 5 a 7 dias Perda de 50% da sua força nas primeiras 24h · Categute cromado – sais de cromo – resiste 9 a 14 dias Cromado mantem 40,50% por 5 dias · Dissolução mais rápida em pacientes om PH da boca baixo Esofagite Radioterapia Bulimia – refluxo gastroesofágico Doença de Sjogrem – hiposalivação Seda Animal Multifilamentar Não absorvível Embebição Reação inflamatória leve Acumulo de placa (Não usar em pacientes com dificuldade de higiene oral) Algodão Vegetal Multifilamentar Não absorvível Acumulo de placa Ligadura de vasos Poliéster Sintético Multifilamentar Trançado Não absorvível Reação inflamatória leve (Pouco usado) Nylin Sintético Monofilamentar Não absorvível Reação inflamatória leve Pouco acumulo de placa Trauma tecidos moles – para evitar nó voltado para vestibular (Mais usado) Ácido poliglicólico Sintético Multifilamentar - trançado Absorvível Hidrólise 30 – 60 dias Reação inflamatória leve Acúmulo de placa (Cirurgias dentro de tecidos) Poligalactina 910 Sintético (copolímero – ác.glicólico e lático) Multifilamentar Absorvível Hidrolise 60 – 80 dias Reação inflamatória leve Sutura por dois planos Espaço morto Modos de evitar: Suturar a ferida por planos Curativo compressivo Colocação do curativo dentro espaço até cessar o sangramento (cavidades ósseas) Instalação de drenos Nós cirúrgicos Aproximar e não comprimir (não pode ficar isquêmico) Força uniforme em direções opostas Posição vestibular Extremidade 2-3mm Coeficiente de fricção – determina a capacidade de no soltar (seda mais resistente) · Cego – 1 volta para cada lado · Corrediço ou triplo – 1 volta por cima da porta agulha, mais uma e a última oposta · Do cirurgião - 2 voltas no porta agulha e depois uma para o lado oposto (+ uma volta para o lado inicial – prof) Tipos de sutura Usada para tracionar tecido para baixo manutenção de coagulo dentro do alvéolo Qual técnica usar? Resistência tensora Mínima moderada · Irrompida simples · 8 Moderada · Colchoeiro vertical · Suspensória (apoio nos dentes – perio) Alta · Colchoeiro horizontal Remoção sutura 5 a 7 dias Antissepsia previa – clorexidina Evitar contaminação do trajeto Lesões em tecidos São necessários mecanismos hemostáticos e inflamatórios intactos e as células mesenquimais devem migrar para a área feriada e proliferar no local da lesão Formação de um novo tecido Inflamação – angiogênese Sangramento – para cessar vasoconstrição periférica– migração de celular inflamatórias - formação do tampão Proliferação – epitelização Processo de cicatrização de feridas Formação de um coagulo de sangue (plaquetas – hemostasia) Matriz temporária para permitir que células epiteliais e fibroblastos migrem para a ferida Inflamação Quimiotaxia e aumento da permeabilidade capilar Remoção de dendritos, tecidos danificados ou necróticos e microrganismos Fase de remodelamento Começa após a formação de colágeno suficiente no tecido granular Distancia entre bordas da ferida é fechada Diferenciação de fibroblastos e outras células progenitoras em miofibroblastos Contração da ferida é seguida pelo processo de remodelamento: Produção da matriz Degeneração dos fibroblastos Miofibroblatos entram em apoptose Cicatrização da ferida pode acontecer: Ferida clinicamente curada sem formação de cicatriz e com tecido conjuntivo histologicamente normal sob células epiteliais ou formas extremas causadas por fibrose Reparo: substituição do tecido perdido através da proliferação de um tecido semelhante Cicatrização: substituição do tecido perdido através da proliferação de tecido conjuntivo interposto
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