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PRINCIPAIS LESÕES OCORRIDAS PELA PRÁTICA DESPORTIVA Fonte:fisioterapiamanual.com.br Típicas: Contusões Lesões articulares Lesões musculares Atípicas: Lesões Neurológicas Transtornos Cardiorrespiratórios Etc. Tipos de Lesões: http://www.musculacao10.com/Uploads/musculacao10.com/ImagensGrandes/lesoes- ombros.jpg Podem ser agudas ou crônicas. Mialgia Contusão Contratura Estiramento muscular Câimbra Tendinite Luxação Fratura de estresse Entorses Lesões meniscais Lesões ligamentares LESÕES MUSCULARES http://www.esteticderm.com.br/esteticderm_php/wp- content/uploads/2012/06/joelho01.png Prevenção das Lesões Musculares As lesões musculares podem ser evitadas através de um bom condicionamento físico, aeróbico, trabalhando a força muscular adequadamente e mantendo um bom alongamento da musculatura esquelética. Mecanismos de Lesão Muscular As lesões musculares podem ocorrer por diversos mecanismos, seja por trauma direto, laceração ou isquemia. Após a lesão, inicia-se a regeneração muscular, com uma reação inflamatória, entre 6 e 24 horas após o trauma. O processo de cicatrização inicia-se cerca de três dias após a lesão, com estabilização em duas semanas. A restauração completa pode levar de 15 a 60 dias para se concretizar. As principais causas de lesão são: o treinamento físico inadequado, a retração muscular acentuada, desidratação, nutrição inadequada e a temperatura ambiente desfavorável. As lesões musculares podem ser classificadas em quatro graus: grau 1 é uma lesão com ruptura de poucas fibras musculares, mantendo-se intacta a fáscia muscular; grau 2 é uma lesão de um moderado número de fibras, também com a fáscia muscular intacta; lesão grau 3 é a lesão de muitas fibras acompanhada de lesão parcial da fáscia; grau 4 é a lesão completa do músculo e da fáscia (ou seja, ruptura da junção músculo-tendínea. O lesão muscular por estiramento pode ocorrer nas contrações concêntricas ou excêntricas, sendo muito mais comum nesta última, com a falha frequentemente ocorrendo na junção miotendínea. O diagnóstico é realizado pelo exame clínico, em que se percebe a nítida impotência funcional e pelos exames complementares que podem auxiliar também no tratamento e na prevenção de novas lesões. Exames laboratoriais, como de Sódio, Potássio, Cálcio, Fosfato, Magnésio, VHS, podem ser úteis em determinadas situações, a critério do médico. Na suspeita de uma doença da tireoide, em que podem ocorrer lesões musculares de repetição, pode se solicitar exames de marcadores desta glândula. Na suspeita de lesões ósseas, como avulsões, os exames radiográficos podem ser úteis. A Ultrassonografia, a Tomografia e a Ressonância Magnética também podem ser consideradas para auxiliar no diagnóstico e tratamento, tendo em vista que a correta localização anatômica da lesão é fundamental para o tratamento e previsão de retorno ao esporte. Principais Lesões no Esporte https://encrypted- tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSfD0o2xcDJ5q2F8v004u_1vCmJw1- 3TQZJ7Y7RsUmVegDxEHpv Este tipo de lesão pode afastar o atleta por um tempo significativo do esporte, podendo causar uma incapacidade física grave. As lesões musculares por trauma direto são mais comuns em esportes de contato ou em quedas (algum tipo de impacto), como as contusões ou lacerações. As lesões indiretas, como os estiramentos, ocorrem principalmente em esportes que exigem grande potência muscular, como o ciclismo (e mountain bike) e a corrida. O estiramento muscular ocorre quando o músculo é exigido além da força que suas fibras podem gerar, geralmente em movimentos de desaceleração ou por traumas repetitivos (stress). Existem grupos musculares mais propensos à lesão, como os músculos posteriores da coxa, o gastrocnêmio (um dos músculos da panturrilha), os adutores do quadril (musculatura interna da coxa) e o reto femural (uma das porções do quadríceps). Após a lesão, inicia-se a regeneração muscular, com uma reação inflamatória, entre 6 e 24 horas após o trauma. O processo de cicatrização inicia-se cerca de três dias após a lesão, com estabilização em duas semanas. A restauração completa pode levar de 15 a 60 dias para se concretizar. As lesões podem ser classificadas do grau I ao IV, dependendo da gravidade da lesão. https://i.ytimg.com/vi/E9MEW91jWDU/hqdefault.jpg No atleta, existe uma sequência ótima de eventos que é influenciada por: Gravidade da lesão; Idade; Vascularização dos tecidos; Nutrição; Genética; Alterações hormonais; Nível de atividade. Os sintomas do estiramento muscular são: Dor aguda (fisgada, fincada); Edema (inchaço); Hematoma (se a lesão for mais grave); Perda da função e defeito palpável (se for lesão completa). Os objetivos do tratamento fisioterapêutico são de controlar a inflamação, a restauração da função normal da musculatura envolvida e a remoção de aderências. Contusão É o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar uma lesão nos tecidos moles de superfície, como os músculos e a fáscia. As cápsulas e os ligamentos articulares também podem ser lesados. Caracteriza-se pelo aparecimento imediato de um hematoma, mas principalmente pelo aparecimento da dor na área de contato e que aumenta inicialmente quando estiver sob pressão. No entanto, a extensão do sangramento é variável. Mialgia Processo doloroso, a nível muscular de diferentes causas, sem gravidade preocupante. Pode ser causada por estresse muscular direto, ou indireto. Muito comum após atividade física exaustiva, ou quando ocorre a retomada ao treino visando ganho de condicionamento físico. http://www.einstein.br/blog/PublishingImages1/blog-350-300-lesoes- ligamentares.jpg A mialgia pode ser: Direta - ocorre após contato físico, resultando em dor muscular, sem achado clínico significante, como hematoma ou limitação funcional. Difere de episódio de contusão pelo fato de não apresentar comprometimento de fibras e alteração tônica. Indireta - ocorre após solicitação física intensa, podendo, ou não ser precedida por episódio de câimbra durante a execução da atividade. Pode também aparecer de 24 a 48 horas após realização de exercícios físicos, especialmente quando o indivíduo visa recondicionar-se fisicamente. OBS: Em ambos os casos o indivíduo pode, ou não, ser afastado do treinamento, ou das competições. A maior probabilidade é de se manter na prática desportiva. Ruptura Muscular É uma lesão de qualquer massa muscular, como consequência, em geral, de falta de sinergismo entre a atividade dos músculos agonistas e antagonistas, de uma contração violenta do músculo sobrepondo-se à sua capacidade contráctil, ou, menos frequente, devida a uma contusão seguida de uma contração violenta de defesa. A ruptura pode ser mais ou menos grave conforme a extensão de feixes afetados. Considera-se que os fatores a seguir mencionados predispõem para este tipo de lesões: Biótipo do desportista (os brevilíneos musculares e tônicos são os mais afetados). Inatividade prolongada. Execução de exercícios intensos sem prévio e adequado aquecimento. Fadiga muscular. Sinais: No momento em que se produz a ruptura, o lesionado sente uma dor intensa que abranda com o repouso e volta a aparecer quando se contrai novamente o músculo lesionado. Pouco tempo depois aparece um inchaço devido ao hematoma produzido, acompanhado de derrame sanguíneo (equimose). Tudo isso acarreta uma impotência, em maior ou menor grau, do músculo afetado. Comportamento a seguir (Prevenção): Ter em atenção aos atletas com dores musculares localizadas. Começar, sempre, qualquer sessão ou competição com um aquecimento(geral e específico) adequado. Ter em atenção o aparecimento da fadiga muscular (diminuir a intensidade ou terminar os exercícios). Espasmo Muscular http://www.mujerstyle.com/wp-content/uploads/2011/09/Dolor-de-espalda- e1316665663650.jpg O espasmo muscular é uma resposta motora involuntária que pode estimular os receptores de dor constantemente e causar isquemia local; portanto, o espasmo tem sido associado a uma possível causa da dor muscular tardia; contudo, Bobbert, Hollander e Huijing (1986) não detectaram aumentos no sinal eletromiográfico (EMG) de repouso, apesar da dor muscular localizada. A presença de alterações na atividade eletromiográfica em repouso representaria a ocorrência de espasmos na musculatura que foi exercitada. Eles testaram 11 sujeitos, e horas após um protocolo de exercícios, envolvendo flexão plantar e flexão dorsal. Os resultados indicaram que não houve dor muscular induzida por espasmos, uma vez que o EMG não se alterou entre as condições de pré e pós- exercício. Foi sugerido que a formação de edema, mais do que a ocorrência de espasmos, foi responsável pelo aumento no volume da perna pós-exercício e na percepção de dor. Conclusões similares foram obtidas por Friden, Sfakianos e Hargens (1986). Estes investigadores observaram uma pressão elevada causada por acúmulo de fluído intramuscular, o qual foi acompanhado por severa dor muscular após uma carga de exercícios excêntricos, executados com os membros inferiores. O ESPASMO MUSCULAR nada mais é que a contração exagerada e permanente de um músculo. O músculo contraído fica mais encurtado, mais "TRAVADO". Outras Lesões no Esporte Contratura muscular, distensão muscular, câimbra: muitas vezes nos confundimos com alguns termos utilizados no meio esportivo, relacionados a lesões. Vamos apresentar alguns conceitos básicos e dicas para reconhecê-las e socorrer vítimas. Câimbra - É uma contração muscular involuntária e dolorosa, que ocorre mais frequentemente nos membros. O ataque dura, em geral, alguns segundos e desaparece subitamente. Observa-se o endurecimento no grupo muscular afetado. Contratura muscular - uma dor localizada num músculo longo, sem sinais de ruptura. Surge num músculo que não foi alongado antes do exercício ou por esforço muito grande, mas não o suficiente para romper as fibras. Não impede as atividades rotineiras, mas dificulta algumas atividades esportivas. Muitas vezes, ao tocar a região, é possível identificar um certo endurecimento muscular bem delimitado. http://dpmsaude.com.br/site/wp-content/uploads/2013/04/lesao- muscular.jpg Distensão muscular - É uma ruptura parcial do músculo. É caracterizada pelo "sinal da pedrada" em grande esforço ou velocidade, o paciente tem a sensação nítida de que recebeu uma pedrada. A dor e a incapacidade de usar o músculo são imediatas. Pode haver sangramento (hematoma). Comum nos músculos da batata da perna (gêmeos), da coxa (quadríceps, bíceps femural e adutores da coxa), e do braço (bíceps e tríceps). TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DAS LESÕES MUSCULARES http://imagem.band.com.br/f_165577.jpg Termoterapia Crioterapia – é o resfriamento local dos tecidos ou regiões com finalidades terapêuticas. É também definida como terapia fria, que utiliza as formas: líquida, sólida e gasosa, com o objetivo terapêutico de retirar calor do corpo. Os efeitos terapêuticos da crioterapia são a vasoconstricção e a analgesia. Compressa quente – É a transmissão de calor por condução direta, que se faz através de toalhas e bolsas térmicas. Efeito terapêutico: vaso dilatação periférica, sedante e relaxante. Eletroterapia Microcorrentes – é um tipo de eletroestimulação que utiliza correntes com parâmetros de intensidade na faixa dos microamperes e são de baixa frequência, podendo apresentar correntes contínuas ou alternadas. Efeitos terapêuticos: analgesia, aceleração do processo de reparação tecidual, anti-inflamatório. Eletroestimulação transcutânea (TENS) – é uma neuroestimulação sensorial superficial, que utiliza correntes de baixa frequência. Efeitos terapêuticos: controle da dor. Laser – amplificação da luz com emissão de luz estimulando a matéria viva, através do fornecimento de energia nos átomos. Efeitos terapêuticos: estimula a cicatrização tecidual de maneira acelerada, anti- inflamatório, analgésico e antiedematoso. Ultra-som – São ondas sonoras (vibrações mecânicas com faixas terapêuticas que se encontram de 1 a 3Mhz). É o tratamento médico mediante vibrações mecânicas com uma frequência superior a 20.000Hz. Efeitos terapêuticos: Anti-inflamatório, analgésico, regeneração tissular, relaxamento muscular, regeneração óssea. Iontoforese – é o fenômeno físico que se caracteriza pela penetração de uma substância terapêutica através da pele íntegra por intermédia da corrente galvânica. É também conhecida como ionização, iontopenetração, dieletroforese. Efeitos terapêuticos: afecções cutâneas superficiais e mialgia, cicatrização e etc. Corrente Russa – é uma corrente alternada de média frequência que pode ser modulada por rajadas e é utilizada com fins excitomotores. Este tipo de corrente permite aplicação de alta amperagem, em torno de 100mA. Efeitos terapêuticos: fortalecimento muscular (pós-lesão ou pós-operatório), aumento da resistência muscular, velocidade de contrações musculares. Cinesioterapia – a terapia através dos exercícios isométricos, isotônicos e isocinético. Técnicas Proprioceptivas – Utilização de cama elástica, balancinho, giro-plano etc. http://atualestetica.com/wp-content/uploads/2014/11/corrente- russapost.png LESÕES ARTICULARES Entorses de tornozelo Desvio do curso cinético natural da articulação tíbio-társica por sobrecarga súbita, quando ultrapassa os limites articulares. Pode ser causada por sobrecarga direta ou indireta, levando a comprometimento de estruturas articulares em diferentes níveis. Classificamos as entorses de tornozelo de acordo com uma escala numérica de três graus: Primeiro Grau: Quadro álgico e edema localizados Manutenção da integridade articular Incapacidade funcional mínima Segundo Grau: Quadro álgico intenso, edema difuso e hematoma; Lesão ligamentar e incapacidade funcional moderada; Dificuldade de deambulação. Terceiro Grau: Quadro álgico intenso, edema difuso e hematoma; Lesão ligamentar, fratura; Incapacidade funcional; Incapacidade em sustentar o peso. Entorses de Joelho – falaremos mais nas próximas páginas http://www.unoduetre.eu/wp-content/uploads/ginocchio.bmp Descarga súbita ou excessiva de carga, alterando de forma lesiva a biomecânica articular do joelho. Pode ser causada por sobrecarga direta ou indireta, levando a diferentes níveis de lesão e, podendo comprometer as mais diferentes estruturas. Ao ocorrer a entorse de joelho, pode haver comprometimentos estruturais importantes. Tudo vai depender da forma que ocorreu a lesão, de acordo com a cinética do trauma. As estruturas mais frequentemente lesionadas são os ligamentos cruzado anterior e colateral medial, ambos os meniscos, com maior ocorrência sendo do medial, e a cartilagem articular. Luxação Lesão traumática resultando em perda de contato anatômico entre as superfícies articulares. O estresse súbito de forma que a articulação não tenha capacidade de distribuir as forças geradas sobre si é o principal fator causador das luxações. Devemos também levar em consideração a hipótese do indivíduo desenvolver constantemente, em menor escala, estresse em estruturas articulares moles, que se torna um fator de facilitação importante para que ocorra a luxação. Classificação: Sub-luxação - Perda parcialde contato entre as superfícies articulares. Luxação - Perda de contato total entre as superfícies articulares. Fraturas http://pt.hartmann.info/images/Id_18937__-_PHO21_53_30.jpg É um desarranjo na continuidade fisiológica do tecido ósseo por mecanismo traumático. Pode ser causada por traumas incidiosos, diretos ou indiretos, que superem a capacidade do osso em se deformar, facilitados por neoplasias, deficiência de massa óssea, e desenvolvimento progressivo no traço da lesão. Classificação: Conforme o local – Epifisária, metafisária e diafisária Conforme a extensão - Completa e incompleta Conforme a configuração - Transversal, oblíqua, espiralada e cominutiva Relação ambiental – Aberta e fechada Disposição dos fragmentos – Sem desvio e com desvio (angular, rotação, separação superposição). Fraturas no esporte Fratura de estresse Fratura da base do 5° metatarso Outras Lesões Osteíte púbica (pubialgia) – inflamação no púbis. Canelite - sobrecarga da tíbia Gonartrose - degeneração da cartilagem articular do joelho com atrito ósseo Coxartrose - degeneração da cartilagem articular do quadril com a cabeça do fêmur, levando a um atrito ósseo Osgood-Schlatter (OS) - constitui uma doença osteo-muscular (e extra-articular), comum em adolescentes. Caracterizada por uma patologia inflamatória que ocorre na cartilagem e no osso da tíbia, devido ao esforço excessivo sobre o tendão patelar. Tendo predomínio, no sexo masculino da faixa etária dos 10 aos 15 anos, praticantes de esportes especialmente os que incluem: chutes, saltos e corridas. Síndrome de dor patelo-femural - ocorre dor, crepitação (ruído e sensação tátil de roda denteada) durante atividades de flexão do joelho como subir escadas. Ao exame a dor está presente ao pressionar a patela contra o fêmur na mobilização. LESÕES DE JOELHO http://3.bp.blogspot.com/_XbT5CFVQAXs/SN2DV6WQeTI/AAAAAAAAAeE /Eu_i19Y0wT8/s320/lcp.jpg ANATOMIA DO JOELHO O joelho é formado pelo femur distal, tibia proximal e patela. Eles são mantidos pelos ligamentos e pela cápsula articular. Os meniscos provêm estabilidade à articulação. Meniscos e Cápsula Articular Os meniscos são discos fibrocartilaginosos e possuem a forma de um C, e são responsáveis pela absorção de impacto, aumentam a congruência entre as superficies articulares da tíbia e do fêmur, auxiliam na distribuição do líquido sinovial e na estabilidade do joelho. A ausência dos meniscos levaria a um aumento da pressão sobre a cartilagem articular, levando a deterioração da sua superfície e conseqüente artrose. Ligamentos http://jec.com.br/wp-content/uploads/2015/06/joelho.jpg Ligamento cruzado anterior. É responsável pela limitação da translação anterior e rotação da tibia em relação ao femur. Ligamento cruzado posterior. Evita a subluxação posterior da tibia em relação ao fêmur. Ligamento colateral medial. Possui duas porções: superficial e profunda. Estabiliza a joelho nos estresses em valgo. Ligamento colateral lateral ou fibular colateral. É o principal estabilizador ao estresse em varo. Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste à rotação externa. História e Exame Físico É fundamental um boa história, determinando o esporte praticado, o mecanismo da lesão e os sintomas apresentados no momento e após o trauma. O exame físico deve ser completo e cuidadoso, especialmente na fase aguda, devido a dor. Alguns testes especiais devem ser realizados: Teste de Lachmann, Gaveta Anterior, Gaveta Posterior, Losee, Estresses em varo e valgo, Teste de McMurray, entre outros. Exames Complementares Alguns exames complementares podem ser realizados para uma completa avaliação destes pacientes. Inclui-se radiografias de frente e perfil, axial de patela e oblíquas se houver necessidade. Ressonância Nuclear Magnética (RNM) não é um exame de rotina, porém em casos específicos pode se fazer necessário. Exame extremamente útil na avaliação de lesões. As lesões podem ser facilmente diagnosticadas pela história e exame físico, porém a RNM podem confirmar e documentá-las. Vídeo-Artroscopia A vídeo-artroscopia é um procedimento invasivo, que tem suas indicações, entre elas: hemartrose aguda, lesões meniscais, corpos livres, algumas fraturas do platô tibial, condromalácia patelar ou mal-alinhamento, sinovite crônica, instabilidade do joelho, derrames recorrentes, fraturas condrais ou osteocondrais, Poder ser diagnóstica e ou terapêutica. Como é realizada a Vídeo-Artroscopia. É um procedimento realizado sob anestesia, em centro cirúrgico. O joelho é distendido com a irrigação de fluído (geralmente solução salina), que também ajuda a lavar a articulação de sangue e corpos livres. São realizados portais, um para a introdução do artroscópio e outro para os instrumentos. Inicia-se pela inspeção do espaço suprapatelar, à procura de corpos livres e plicas (aderências). A articulação patelofemural é então inspecionada à procura de lesões da superfície articular. Examina-se então os compartimentos medial e lateral. Utilizando probes palpa-se os meniscos à procura de lesões. No espaço intercondilar inspeciona-se o ligamento cruzado anterior. Pode-se documentar o exame através da gravação em vídeo, diagramas esquemáticos ou fotografias digitais. As lesões podem ser tratadas, com auxílio de instrumentos próprios, remoção de corpos livres e reconstrução dos ligamentos cruzados anterior e posterior, quando indicado. LESÃO MENISCAL http://www.iomeapucarana.com.br/vituri/Les%C3%B5es%20Meniscais_arq uivos/lesao_meniscal01.jpg A lesão meniscal é a causa mais comum da realização de artroscopias no joelho. O menisco medial é o mais lesionado, por estar firmemente fixado a cápsula articular. Os sintomas incluem dor na interlinha articular, falseio e bloqueio. Ao exame verifica-se a sensibilidade na interlinha articular e o derrame articular. Os testes de McMurray, Apley e Steinmann serão positivos. Tratamento: Pequenas lesões assintomáticas não necessitam de tratamento cirúrgico. Lesões sintomáticas podem necessitar de uma artroscopia. A tratamento artroscópico consiste na ressecção da lesão meniscal, preservando ao máximo o menisco. Em situações especiais é possível fazer a sutura meniscal. LESÃO LIGAMENTAR http://www.saudedoatleta.com/uploads/1/1/3/5/11359398/5041669.jpg?210 As lesões do joelho podem ocorrer durante atividades atléticas de contacto ou não. Os avanços no diagnóstico e tratamento destas lesões têm levado os atletas ao retorno ao esporte no mesmo nível de atividade pré- lesão. As lesões ligamentares podem ser classificadas em 3 graus: grau 1, entorse do ligamento sem instabilidade; grau 2, entorse com instabilidade detectável, porém com continuidade das fibras; grau 3, completa ruptura do ligamento. 1. Lesão do Ligamento Colateral Medial O ligamento colateral medial tem uma porção superficial e outra profunda (capsular). A porção superficial provê a principal resistência ao estresse em valgo. A porção profunda está fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse em valgo. A lesão do colateral medial é a lesão ligamentar mais comum do joelho. Nas lesões isoladas deste ligamento o paciente apresentará edema localizado, dor ao estresse em valgo e ausência de hemartrose. É importante examinar todos ligamentos e meniscos do joelho quando se suspeita de lesão do ligamento colateral medial, pois podem haver lesões associadas. Se a lesão for isolada, o tratamento consiste na mobilização precoce e fortalecimento. Um brace estabilizando o valgo pode ser útil.Tratamento cirúrgico destas lesões é raramente necessário. 2. Lesão do Ligamento Colateral Lateral Lesões deste ligamento são menos comuns que o medial e geralmente são mais graves e raramente são lesões isoladas, pois os ligaments cruzados e o complexo posterolateral é frequentemente lesionado. O tratamento destas lesões é difícil. Em lesões combinadas, o complexo posterolateral, incluindo o ligamento colateral lateral deve ser reparado e os ligamentos cruzados reconstruídos. 3. Lesão do Ligamento Cruzado Anterior As lesões do ligamento cruzado anterior são mais comuns em esportes em que o pé está fixo ao solo e a perna é rodada com o corpo (Como no futebol, basquetebol, esqui). Com a rotação no joelho, o paciente pode ouvir um “pop” quando a lesão ocorrer e não consegue prosseguir a atividade. A incidência desta lesão é maior durante a terceira década de vida. Hemartrose aguda ocorre comumente com poucas horas da lesão. O exame do joelho deve ser repetido em poucas semanas, após a hemartrose e a sensibilidade tiveram diminuído, para que o exame possa ser melhor realizado. Em crianças, a lesão é comumente acompanhada de arrancamento ósseo da inserção na tíbia. 3.1 Lesão Aguda Nas lesões agudas, o exame é difícil devido a dor e ao espasmo muscular. A presença de hemartrose leva à grande suspeita de lesão do ligamento cruzado. O teste de Lachman ou a Gaveta Anterior positivos confirmam o diagnóstico. O teste de pivot shift de preferência não deve ser realizado na lesão aguda, devido a dor. O joelho deve ser avaliado quanto a lesões meniscais. 3.2 Lesão Crônica Os pacientes podem ter tido uma lesão do joelho e não procuraram atendimento médico imediato, ou o diagnóstico não foi realizado, ou o tratamento conservador de uma lesão não teve sucesso. O aumento da instabilidade, uma lesão meniscal ou a fraqueza muscular contribuir para a procura de atendimento médico. A instabilidade é frequentemente óbvia no exame e o pivôt shift é positivo. 3.3 Tratamento 3.3.1. Lesão aguda O tratamento da lesão do cruzado anterior é individualizada. Depende do grau de instabilidade, lesões associadas, nível de atividade do paciente, idade, demandas no trabalho e condição médica geral. A associação mais comum é com lesões do menisco. A reconstrução precoce é indicada em atletas de alta performance. A presença de lesão meniscal que pode ser reparada é uma indicação relativa. Pacientes jovens, ativos, que apresentam sinais de instabilidade podem ser beneficiados pela reconstrução, minimiando a chance de futuras lesões meniscais e osteoartrose. Com a cirurgia o paciente pode retornar ao nível de atividade pré-injúria, o que é impossível em um joelho em que o ligamento cruzado anterior está rompido. Em pacientes esqueleticamente imaturos a lesão do ligamento cruzado anterior apresenta problemas especiais para o cirurgião ortopédico. Os efeitos adversos do retorno imediato às atividades atléticas deve ser explanado ao paciente. A reconstrução deve ser considerada quando a instabilidade não é controlada com a modificação da atividade e o uso de órtese, utilizando critério similar ao de adultos. Estudos recentes têm demonstrado que os túneis que atravessam a cartilagem de crescimento podem ser utilizados. 3.3.2 Lesão Crônica https://ortopediasp.files.wordpress.com/2012/07/enxerto-de-tendao- patelar.jpg Na lesão crônica, o médico deve determinar o nível de instabilidade e de dor. Se o sintoma de instabilidade é importante e há uma boa força do quadríceps e ísquiotibiais, a reconstrução do ligamento pode ser considerada. Se a instabilidade não é um componente importante, então a reconstrução ligamentar pode não ser indicada. 3.4 Métodos de Tratamento Lesão aguda. O reparo primário da lesão do ligamento cruzado anterior não tem bom resultado. A reconstrução é o melhor tratamento. O terço médico do tendão patelar com um bloco ósseo nas extremidades pode ser utilizado como enxerto. Ele é passado através de túneis através da tíbia e do fêmur, simulando a posição anatômica do ligamento. Reconstrução adequada é seguida de imediata reabilitação pós- operatória. Complicações mais comuns são dor na região anterior do joelho e disfunção patelofemural. Pode ocorrer ainda ruptura do tendão patelar ou fratura da patela, porém são infrequentes. Os tendões dos músculos grácil e semitendíneo podem ser utilizados como enxerto. Estudos de seguimento a longo prazo demonstraram resultados estatisticamente parecidos. Lesão Crônica. Os pacientes com instabilidade crônica podem ser melhor tratados com inicial fortalecimento dos músculos quadríceps e ísquiotibiais. Uma órtese e modificação da atividade é provavelmente o melhor tratamento. Na falha deste tratamento a reconstrução pode ser indicada. 3.5 Prognóstico A reabilitação após a reconstrução do ligamento cruzado anterior inclui o ganho de amplitude de movimento completa rapidamente no pós- operatório. Exercícios de cadeia cinética fechada são realizados, como o leg press e bicicleta. Inicialmente exercício de cadeia aberta são evitados. Aproximadamente 90% dos pacientes terão um joelho normal após a reconstrução. 4. Lesão do Ligamento Cruzado Posterior O ligamento cruzado posterior é o restritor primário da translação posterior da tíbia sobre o fêmur. A sua lesão é muito menos comum que a do cruzado anterior. Lesão isolada usualmente é resultado de queda sobre o tubérculo tibial, ou trauma diretor do tubérculo tibial contra o painel em acidente de automóvel. 4.1 Achados Clínicos Frequentemente os sintomas são mínimos e o diagnóstico da lesão não é realizado. Cuidadoso exame do joelho, verificando se a tíbia não está subluxada posteriormente é essencial ao diagnóstico. O teste da gaveta posterior é útil. Lesões combinadas do ligamento cruzado posterior, ligamentos colaterais e do ligamento cruzado anterior podem ocorrer e deve ser considerada a possibilidade de ter havido luxação do joelho. 4.2 Tratamento O tratamento conservado da lesão do ligamento cruzado posterior é recomendado na maioria das lesões. Alguns autores recomendam a reconstrução em lesões isoladas quando se demonstra uma instabilidade posterior maior que 15mm. O fortalecimento do músculo quadríceps pode compensar a perda deste ligamento, e alguns atletas podem continuar as suas atividades. Pacientes com instabilidade sintomática depois da reabilitação são candidatos à cirurgia. Esta é mais difícil e menos preditível que a do cruzado anterior. Se o ligamento cruzado posterior está avulsionado da tíbia com um fragmento ósseo, o reparo primário pode ser realizado, com boa estabilidade e função. Pacientes com lesão crônica sintomática tem maior incidência de degeneração do compartimento medial do joelho e devem ter o ligamento reconstruído. 4.3 Métodos de Tratamento Na sua reconstrução, o enxerto deve ser mais largo que o frequentemente utilizado na reconstrução do cruzado anterior. LUXAÇÃO DA PATELA https://ortopediasp.files.wordpress.com/2012/06/luxacaodapatela.jpg A luxação da patela é uma potencial causa de hemartrose e deve ser considerada na avaliação de um paciente com lesão aguda do joelho. A lesão ocorre quando o joelho está fletido e é forçado em valgo e rotação externa da tíbia. É mais frequente em pacientes do sexo feminino na segunda década de vida. 1. Achados Clínicos A patela sempre se desloca lateralmente. O paciente pode informar que a patela moveu-se lateralmente ou que o resto do joelho moveu-se medialmente. Geralmente a redução ocorre logo a seguir da injúria, quando o joelho é estendido. O exame demonstra sensibilidade no retináculo mediale tubérculo adutor, onde é a origem do ligamento patelofemural medial. O paciente apresenta dor e apreensão quando a patela é empurrada lateralmente com leve flexão do joelho. São realizadas radiografias do joelho, incluindo axial da patela, a procura de fraturas osteocondrais. O exame do joelho não lesionado é recomendado para se determinar os possíveis fatores que levaram à luxação, tais como genu recurvatum, aumento do ângulo Q, patela alta, hipermobilidade patelar. 2. Tratamento e Prognóstico Existe uma grande variedade de tratamento que podem ser recomendados para o tratamento de luxações O tratamento baseia-se nos fatores predisponentes. O tratamento funcional tem excelentes resultados e deve ser sempre a primeira opção. Se as luxações se tornam recorrentes, o realinhamento pode ser indicado. LESÕES TENDINOSAS DO JOELHO http://www.clinicadeckers.com.br/imagens/orientacoes/joelho.jpg Tendão Quadriceptal e Tendão Patelar. As rupturas destes tendões usualmente resultam de contração excêntrica exagerada do músculo quadríceps, como ocorre quando um atleta tropeça e tenta não cair. 1. Ruptura do tendão Quadriceptal As rupturas frequentemente ocorrem em pacientes acima dos 40 anos e a biópsia dos locais de ruptura demonstram alterações degenerativas. Raramente ocorre bilateralmente e nesse caso deve-se pensar em alguma doença sistêmica. O sintoma principal é a incapacidade de estender ativamente o joelho. Quando a extensão é tentada, aparece um “gap” na região suprapatelar. A patela estará em uma posição levemente inferior e a margem anterior do côndilo femoral poderá ser palpada Ruptura aguda completa do tendão deve ser reparada cirurgicamente. Se não tratada, ocorrerá migração proximal e encurtamento do quadríceps. O reparo produz excelentes resultados. Após o reparo imobiliza-se o joelho em extensão. O ideal é utilizar uma máquina de mobilização passiva no pós- operatório imediato, evitando-se aderências. 2. Ruptura do Tendão Patelar A ruptura deste tendão ocorre mais frequentemente em pacientes abaixo dos 40 anos. O paciente não pode estender ativamente o joelho, a patela encontra-se em uma posição mais alta e o defeito é palpável abaixo da patela. O reparo cirúrgico é o tratamento de escolha. Ruptura crônicas são de difícil tratamento e muitas vezes necessita- se de enxerto. Em crianças entre 8 e 12 anos, o mecanismo extensor pode se romper no polo inferior da patela e pode não ser diagnosticado. DOR NO JOELHO http://ojoelho.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2013/09/Entorse-Foto- 12-320x180.jpeg Dor no joelho é muito comum em atletas. Se não houver história de lesão aguda, então o “over use” comumente é a causa. O paciente geralmente é capaz de apontar a área de dor. A história da atividade de ver ser obtida bem como a avaliação das extremidades. 1. Dor na Região Anterior do Joelho É um sintoma comum e frequentemente bilateral. É mais comum no sexo feminino durante a segunda década de vida. A articulação patelofemural é frequentemente o local da dor. Alterações como condromalácia patelar, artralgia patelofemural e síndrome da compressão patelofemural lateral são diagnósticos a considerar. Dor patelar geralmente ocorre quando subindo ou descendo escadas ou após levantar-se após ficar longo tempo sentado e pode ser acompanhada de sensação de instabilidade quando caminha, corre ou pratica outras atividades esportivas. Pode ocorrer edema local. O grau de estresse sobre a articulação patelofemural depende de inúmeros fatores, incluindo o ângulo do sulco do fêmur, a presença ou ausência de patela alta e a hipermobilidade articular generalizada do paciente. Anteversão femoral e ângulo Q aumentados podem aumentar a instabilidade da articulação patelofemural, predispondo a luxação, ou subluxação. No exame físico podemos encontrar crepitação, com movimento de flexo-extensão. A força e tônus do quadríceps geralmente estão diminuídos. 1.1 Exames complementares Radiografias geralmente demonstram uma angulação em valgo do joelho, ocasionalmente patela alta. A síndrome com exames radiográficos normais é frequentemente chamada de condromalácia patelar. O melhor termo é artralgia patelofemural. 1.2 Tratamento 1.2.1 Condromalácia Patelar. Inicialmente, o tratamento é conservado, com fortalecimento do músculo quadríceps, principalmente do vasto medial oblíquo. Perda de peso é recomendada para diminuir o estresse sobre a articulação patelofemural. Órteses podem ser benéficas, bem como o uso de medicações antiinflamatórias. Somente quando o tratamento conservador não obteve resultado o tratamento cirúrgico é considerado. Alteração do alinhamento da articulação patelofemural pode ser útil na artralgia patelofemural. Liberação do retináculo lateral seguido de um período de reabilitação pode ser útil. Realinhamento distal pode ser necessário para se ter um alinhamento e redução da dor nos casos em que há anormalidade na angulação do joelho. 1.2.1 Síndrome da Compressão Patelofemural O paciente se queixa de dor na face lateral da patela ou ao longo do côndilo femoral. O tratamento consiste no decréscimo no nível de atividade, evitando-se exercícios de impacto. Muitos pacientes retornam a atividade normal com alongamento do quadríceps e dos ísquiotibiais, aplicação de gelo e fortalecimento do músculo vasto medial oblíquo. Se o tratamento conservado não obtiver êxito, a liberação do retináculo lateral pode ser útil. 1.2.2 Tendinite Patelar Tendinite patelar ou joelho do saltador é comumente vista em jogadores de basquetebol e voleibol. Encontra-se dor ao longo do tendão, usualmente no polo inferior da patela. O tratamento consiste na aplicação de gelo e evitar os saltos. Em casos refratários, o desbridamento do material degenerativo mucinoso do tendão pode resolver a sintomatologia. O prognóstico é bom. A condição é geralmente persistente, porém autolimitada. O paciente pode evitar os sintomas evitando as situações que provocam a dor. 2. Dor na Região Lateral do Joelho – Síndrome da Banda Ílio-Tibial A dor lateral não localizada na interlinha articular pode ser resultado da síndrome da banda ílio-tibial. Esta é causada pela fricção da banda ílio- tibia no epicôndilo lateral. Sensibilidade aumentada sobre o epicôndilo lateral com 30º de flexão quando o joelho está sendo estendido é indicativo do diagnóstico. Corredores e ciclistas são comumente afetados. O tratamento envolve o decréscimo nas atividades do atleta, aplicação de gelo, alongamento do tracto ílio-tibial e o uso de órtese lateral em pacientes com varo do tornozelo. Em corredores, a corrida em terreno plano ou alterações na marcha podem ser úteis. Em ciclistas, alterar a altura do assento para evitar a total extensão do joelho e ajustar os pedais para evitar a rotação interna são procedimentos que ajudam. Infiltrações devem ser evitadas e o tratamento cirúrgico é raramente indicado. FONTE: http://www.medicinadoesporte.com/Almanaque.htm http://www.medicinadoesporte.com/Almanaque.htm LESÕES DA COLUNA VERTEBRAL NOS ESPORTES Texto adaptado de Prof. Dr. Luzimar Teixeira Lesões da coluna vertebral de causas diversas são observadas em indivíduos que praticam esportes de várias modalidades. A coluna vertebral por meio de suas estruturas está envolvida no mecanismo de transmissão e coordenação dos movimentos entre os membros superiores e inferiores. Essas estruturas incluem ossos, articulações, músculos, ligamentos e os discos intervertebrais que, agem continuamente no sentido de potencializar a força a ser desprendida pelos membros, quando do posicionamento espacial do indivíduo e no suporte de seu corposob a ação da força da gravidade. Cada região da coluna vertebral tem características próprias, as quais são responsáveis por funções específicas. A coluna cervical é responsável pela sustentação da cabeça, permitindo amplo arco de movimento devido a sua estrutura. As lesões nesta região estão relacionadas à sua fragilidade principalmente durante sua exposição aos traumas. http://s0.ejesa.ig.com.br/portal/images/2013-02/1.553197.jpg LESÕES DA COLUNA TORÁCICA A coluna torácica é um segmento do esqueleto axial adaptado para promover a estabilização e sustentação do tronco e sustentação da região cervical. Esta região tem como característica a presença de uma cifose fisiológica, e um grau restrito de movimento, promovido pelas costelas, as quais aumentam a estabilidade torácica. Nessa região os discos intervertebrais são menores e menos flexíveis em relação aos demais segmentos vertebrais. Lesões da coluna torácica são raras nos atletas. Na maioria das vezes elas ocorrem nos esportes com alta velocidade e impacto. Entre as lesões mais frequentes temos as dos tecidos moles, hérnia de disco e as fraturas vertebrais. LESÕES DE TECIDOS MOLES A principal lesão observada na coluna torácica de atletas está relacionada ao acometimento de tecidos moles, como: distensões, contraturas e contusões de trauma direto. O diagnóstico destas lesões é realizado por meio de anamnese completa, interrogando a respeito do protocolo de treinamento do atleta, aumento na prática de determinado exercício com sobrecarga da região e possíveis traumatismos. O exame físico é focado na região da dor, procurando com a inspeção e palpação localizar e delimitar a área afetada. Caso a região dolorosa for extensa e mal delimitada, parece indicar distensão ou contratura muscular; no entanto caso haja um ponto doloroso bem delimitado deve-se suspeitar de contusão local ou fratura. Radiografias simples são realizadas para identificação de possíveis fraturas, nas lesões traumáticas. Na ausência de trauma deve ser imediatamente instituído tratamento conservador. O objetivo principal deste é o retorno às atividades o mais breve possível, mantendo condicionamento cardíaco e pulmonar adequado durante o período que permanecer afastado dos esportes, e reabilitação precoce, inicialmente com exercícios isométricos, e alongamentos progressivos. O uso de órteses (coletes) não tem influência em sua recuperação. Medidas no sentido de atuar sobre o fator desencadeante podem evitar recidivas. HÉRNIA DISCAL TORÁCICA http://clinicadacoluna.net/imgs/lesao-coluna.jpg Apresenta incidência em torno de 1,6 / 1000 na população em geral, com frequência maior em homens e na quinta década de vida. Raramente é associada à atividade esportiva. A história relatada pelo atleta varia de acordo com a sua localização, extensão e início dos sintomas. Em geral a história de trauma é pouco frequente, os discos mais acometidos são o nono, décimo e décimo primeiro. O sintoma mais comum é dor na parede torácica, unilateral, no dermátomo correspondente à raiz afetada, especialmente quando a compressão for lateral. Quando a compressão for devido a uma hérnia central, com compressão medular, pode não ocorrer dor torácica, porém ao exame físico e neurológico observa-se espasticidade, paraparesia e sinais de liberação do sistema piramidal nos membros inferiores. A pesquisa dos reflexos dos membros inferiores, do reflexo cutâneo abdominal, de clônus e do reflexo de Babinski pode permitir o diagnóstico de uma hérnia de disco torácica. A ressonância magnética é o método de eleição para o seu diagnóstico. Na sua impossibilidade, a tomografia computadorizada ou mielografia. O tratamento clínico geralmente é eficaz, por meio de anti-inflamatórios, analgésicos e medidas fisioterápicas. Bloqueio radicular seletivo pode ser indicado nas dores intercostais intratáveis. O tratamento cirúrgico é pouco realizado e indicado nas compressões medulares centrais sintomáticas com lesão neurológica progressiva. Com o advento da cirurgia vídeo-endoscópica, a morbidade do tratamento cirúrgico diminuiu, possibilitando reabilitação precoce e eliminando a necessidade de incisão ampla, com na toracotomia convencional, porém em alguns casos é indicada. FRATURAS DA COLUNA TORÁCICA , http://www.policlin.com.br/drpoli/014/doutorpoliclin014_arquivos/image 005.jpg Existem quatro tipos de fraturas são observadas nas atividades esportivas: do processo transverso ou da costela (nas proximidades da articulação transverso costal); do corpo vertebral por extensão forçada; do corpo vertebral por compressão e as fraturas com luxação. As fraturas do processo transverso são estáveis e relacionadas ao trauma direto da região paravertebral, na região correspondente a articulação costal transversa. O principal sintoma é dor local, que se acentua durante os movimentos respiratórios. Ao exame físico observa-se equimose e intensa dor à palpação. O paciente pode apresentar aumento da cifose ou escoliose antálgica. O diagnóstico pode ser confirmado radiograficamente e quando necessária tomografia computadorizada e cintilografia óssea. O tratamento é clínico com analgésicos e reabilitação precoce. A utilização de órteses para imobilização é controvertida, visto que a fratura é estável e alguns pacientes relatam desconforto devido a mesma. O retorno às atividades esportivas deverá ser gradual e dependerá do limiar de dor do atleta. As fraturas do corpo vertebral por extensão forçada (hiperextensão) são desencadeadas por movimentos bruscos, os quais tracionam as estruturas anteriores da coluna, principalmente o ligamento longitudinal anterior e o periósteo podendo promover avulsão óssea e lesão da placa terminal. Este tipo de fratura incide em atletas durante a adolescência, enquanto não ocorre a maturidade do esqueleto axial, com persistência de tecido cartilaginoso nos planaltos vertebrais. Entre as modalidades esportivas, a ginástica olímpica impõe aos atletas movimentos abruptos, podendo desencadear estas lesões. O diagnóstico é realizado com a anamnese e exame físico, que reproduz a dor ao se realizar uma extensão forçada da coluna. A visibilização da fratura é difícil com radiografias simples. A tomografia computadorizada e a ressonância magnética facilitam o seu diagnóstico. O tratamento envolve medidas analgésicas e utilização de órteses tóraco-lombares (colete de Boston) por um período entre 8 a 12 semanas. As fraturas por compressão do corpo vertebral são as mais frequentes nessa região, devido à falha da região anterior do corpo vertebral quando um movimento de flexão é aplicado na coluna. A maioria das fraturas por compressão nos atletas não causa descontinuidade do muro posterior do corpo vertebral, portanto não oferecem riscos de compressão medular por desprendimento de fragmentos ósseos dentro do canal vertebral. Nos atletas jovens a presença de acunhamento vertebral pode ocorrer na ausência de trauma, sendo devido a uma osteocondrite da placa terminal (doença de Scheurmann). Nos atletas idosos as fraturas por compressão podem ocorrer após traumas triviais, devido à osteoporose. Ao exame físico, acentuação antálgica da cifose dorsal, com espasmo muscular paravertebral, dor à palpação e limitação do arco de movimento. O exame neurológico deve ser minucioso no sentido de identificar alterações neurológicas consequentes a traumas raquimedulares. O diagnóstico é confirmado por meio de radiografias simples com incidências ântero-posterior e de perfil, que permitem visibilizar alterações na altura do corpo vertebral. A tomografia computadorizada permite evidenciar o traço de fratura, além de avaliar a integridade do canal vertebral. O diagnóstico de doença de Scheurmann (dorso curvo com hipercifose)deve ser afastado em atletas jovens. As fraturas com acunhamento vertebrais anterior de até 25%, geralmente não acometem as estruturas vertebrais posteriores, mantendo a estabilidade da coluna. As fraturas com até 50 % de acunhamento vertebral podem se associar às lesões ligamentares posteriores e comprometimento do canal vertebral. As fraturas com acunhamento vertebral, superior a 50 % estão associadas a traumas com maior energia, sendo geralmente instáveis e com grande possibilidade de apresentarem lesões do canal vertebral. O tratamento destas fraturas deve ser individualizado de acordo com a idade, a gravidade da fratura e a modalidade esportiva praticada pelo atleta. O objetivo do tratamento é proporcionar analgesia, evitar deformidades crônicas residuais, prevenir lesões neurológicas e reabilitar o atleta para que retorne com a menor brevidade para suas atividades. Nas fraturas com acunhamento vertebral anterior de até 50%, sem sinais de instabilidade, o tratamento é realizado com órteses (colete de Boston) de polipropileno, feitas sob medida, abrangendo toda a coluna tóraco- lombar com apoio pélvico. O período de imobilização varia entre 8 à 12 semanas, mantendo durante este período o condicionamento físico e cardio- pulmonar. O retorno ao esporte pode ser iniciado assim que o atleta não sentir dor. As fraturas com mais de 50% de acunhamentos vertebrais anterior e sinais de instabilidade devem ser tratadas cirurgicamente. As fraturas com luxações da vértebra estão relacionadas à traumas de alta energia. Os esportes mais propensos a este tipo de lesão são automobilismo, motociclismo, esportes de inverno e paraquedismo. Este tipo de fratura está relacionado à lesão neurológica em 85% a 100% dos casos. Nessa situação os pacientes são politraumatizados com múltiplas lesões graves, necessitando equipe médica de várias especialidades. O diagnóstico desta lesão inclui, desde radiografias simples até a ressonância magnética, devido ao alto índice de lesão neurológica. A abordagem terapêutica é multidisciplinar (enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos), pois as sequelas físicas e sociais podem ser graves. O tratamento cirúrgico é indicado para a restituição da anatomia da região, sendo realizado assim que o paciente apresente condições clínicas. O tratamento cirúrgico precoce permite antecipar o início da reabilitação, prevenindo complicações pulmonares e dermatológicas, como as escaras. http://www.neurocirurgiabh.com/images/coluna_lombar-4-2.gif LESÔES DA COLUNA LOMBAR A coluna lombar é vulnerável à lesões nas diversas práticas esportivas. A dor na região lombo sacra pode ter origem em várias estruturas, sendo que o espasmo e a contratura da musculatura paravertebral as causas mais frequentes. Porém as articulações inter-apofisárias posteriores, as articulações sacro-ilíacas, os discos intervertebrais e a própria estrutura óssea são importantes na etiologia das síndromes dolorosas desta região. As lesões mais frequentes são: as musculares e ligamentares; fraturas; afecções dos discos intervertebrais; a espondilólise e espondilolistese . Porém distúrbios da transição lombo sacra e articulações sacro-ilíacas, que serão abordados no final desse capítulo, também desencadeiam dor lombar. LESÕES MUSCULARES E LIGAMENTARES As dores lombares são frequentes, com maior incidência em profissionais que trabalham em atividades industriais do que em atletas. Portanto, as lesões musculares e ligamentares nos atletas podem ser semelhantes a aquelas de indivíduos que não praticam esportes. O diagnóstico das lesões dos músculos e ligamentos inicia-se através da anamnese, onde se realiza arguição das características do mecanismo do trauma que causou a lesão, permitindo um raciocínio clínico, que será complementado pelo exame físico. Durante o exame físico deve-se localizar o local da dor através da inspeção e da palpação. Nos atletas que sofrem quedas, que desencadeiam flexão brusca da região lombar (ginástica olímpica), faz se necessário à palpação dos ligamentos posteriores, a fim de ser detectado sua lesão parcial ou total. BIBLIOGRAFIA COHEN, Moisés. Lesões nos esportes: diagnósticos, prevenção e tratamento. Rio de Janeiro; Revinter. 2003. EJNISMAN, B. Futebol. In: COHEN, Moisés; ABDALLA, J. Rene. Lesões nos esportes: diagnósticos, prevenção e tratamento. Rio de Janeiro – Ed. Revinter. 2003. Cap. 46. p. 671-674. FRISSELLI, Ariobaldo; MANTOVANI, Marcelo. Futebol: Teoria e Prática. São Paulo – Phorte, 1999. KELLER et al. apud. COHEN, Moisés et al. Lesões Musculares. In: COHEN, Moisés; ABDALLA, J. Rene. Lesões nos esportes: diagnósticos, prevenção e tratamento. Rio de Janeiro – Ed. Revinter. 2003. Cap. 42 p.615- 624.
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