Buscar

PAPPER FINAL



Continue navegando


Prévia do material em texto

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL
ANHAGUERA EDUCACIONAL
POLO FORTALEZA
AGATHA CRIS TEIXEIRA MACEDO
ELABORAÇÃO DE UM PLANO, SIMPLIFICADO, DE RECUPERAÇÃO DE AMBIENTES DEGRADADOS
FORTALEZA
28-11-2020
1. INTRODUÇÃO
1.1 A mineração
	A mineração consiste basicamente em três etapas que são a exploração dos
Minérios, a extração, beneficiamento dos minérios presente no subsolo, sendo assim uma atividade indispensável ao desenvolvimento socioeconômico, já que é responsável pela produção de diversos produtos que são utilizados por nós, o nosso país é considerado um dos países com maior potencial mineral do mundo e é usado para melhorar a nossa situação econômica.
Os minérios mais explorados aqui no Brasil são o ferro, a bauxita, nióbio e manganês a mineração tem grande valor nos dias atuais, mas até chegarmos aqui existe um longo processo ela se tornou um negócio efetivo em meados do século 17 com a ação dos portugueses que estavam em busca de metais preciosos e deram início a um novo sistema econômico que centralizava na região de minas gerais onde os estrangeiros encontraram o “famoso ouro”.
Foi então que se iniciou o chamado ciclo do ouro que foi considerado o período em que a extração e exportação do ouro figurava como principal atividade econômica na fase colonial do nosso país nos levando a perceber que a mineração vem causando mudanças no ambiente há bastante tempo.
1.2 Os impactos do garimpo: os resíduos sólidos
Os Resíduos Sólidos são definidos como: resíduos contidos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição (ABNT, 2004). 
São categorizados quanto a origem das fontes geradoras como: resíduo domiciliar: gerados pelas atividades domésticas; Resíduos Industriais; Gerados pelas atividades e processos de produção; Resíduos de serviços de saúde: Originados em ambiente hospitalar; Resíduos de Portos, Aeroportos e terminais Rodoviários e Ferroviários: Tratado como resíduos séptico, podendo conter agentes infecciosos de outros locais; Entulho: Resultante da construção civil e de reformas, podem ser reaproveitados quase que em sua totalidade.
São classificados de diversas formas as quais se baseiam em características e propriedades, como natureza física, composição química e periculosidade, esta última realizada em relação a apresentação de riscos à saúde pública ou ao meio ambiente. Divide-se em Resíduos Perigosos, Não Perigosos e Inertes (SILVA; ANDREOLI, 2010).
Já com relação à tratamentos aplicados aos resíduos, existem a Incineração: usada para queima de materiais hospitalares, tendo um custo alto para sua realização por ter que seguir etapas de segurança; a Reciclagem: onde o resíduo descartado se torna matéria prima, minimizando os impactos ao meio ambiente e à saúde pública; e a Compostagem: que configura um beneficiamento da matéria orgânica, transformada em adubos (SOUZA et al., 2011).
Em pesquisa nacional sobre saneamento básico realizada pelo IBGE, os dados evidenciaram que 3,79% dos municípios possuem unidades de compostagem de resíduos orgânicos; 11,56% possuem unidades de triagem de resíduos recicláveis; e 0,61% possuem unidades de tratamento por incineração (GRANJEIRO et al., 2017).
A Lei n° 12.305 regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que consiste em uma iniciativa Federal que estabelece orientações em relação aos hábitos de consumo considerados saudáveis como, segregação dos resíduos, reciclagem, destinação correta, e tratamento adequado dos rejeitos alimentares. Tendo como foco o enfrentamento das questões ambientais decorrentes do manejo inadequado destes (CEARÁ, 2016). 
Para tanto as três esferas governamentais articulam-se no sentido de organizar a gestão, integralizando metas que tenham por finalidade minimizar e prevenir os impactos ambientais decorrentes do manejo inadequado.
Propõe ainda a adoção de hábitos mais sustentáveis, como a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos aproveitáveis; ou destinação ambientalmente adequada dos rejeitos, contribuindo assim para uma das metas da legislação Federal, que é a eliminação dos lixões (RAMOS et al., 2011).
Outro ponto importante é a responsabilidade institucionalizada e compartilhada entre todos os membros da cadeia produtiva, dos fabricantes aos cidadãos consumidores (SANTOS, 2016).
1.3 O PRAD
	O PRAD (Plano de Recuperação de Área Degrada), para a elaboração do mesmo é preciso é importante ter o conhecimento da região, e aí uma vez que nós temos o conhecimento da região do tipo de degradação que aconteceu e eu todas as características.
	A elaboração do PRAD é cita na Instrução Normativa 04/2011, que orienta a montagem e o trabalho para se fazer um PRAD que se baseia no diagnóstico ambiental, por meio da caracterização da qualidade ambiental da área que foi afetada e o seu entorno imediato, é importante avaliar o entorno, pois podem também ter sido indiretamente afetados e muitas vezes pode servir de apoio à recuperação da área que foi degradada.
	É preciso definir um diagnóstico as propostas de ações qual o problema exatamente será enfrentado, a erosão, contaminação do solo e tudo mais como isso também implica nos processos que deve ser feito ou seja o que se pretende fazer, precisa-se saber que tipo de profissional técnico e trabalhadores terá contratar, o porquê de cada processo e exigir uma mão de obra adequada a essa situação.
	Esta pesquisa teve como objetivo realizar um estudo sobre a aplicação de um PRAD em uma área degradada, sendo os específicos a descrição das características do ecossistema regional, elaboração do PRAD e orientações sobre a execução desse PRAD.
2. DESENVOLVIMENTO DO PRAD
2.1 Caracterização do local degradado
	A empresa que foi obrigada a realizar a recuperação da área degrada presente em uma reserva ambiental de uma cidade do interior do Brasil, no ano de 2019, está localizada na cidade de Itapiúna, no Estado do Ceará, sendo essa área pertencente ao bioma da caatinga, a área degrada ocupa uma espaço de aproximadamente195 hectares (1.950.000 metros quadrados).
No Brasil, a caatinga ocupa um milhão de metros quadrados. Sua área corresponde a 70% da Região Nordeste e a 13% do território brasileiro (JUNIOR et al., 2018). Esse espaço é denominado “Polígono das Secas”, onde estão inseridos todos os estados da região nordeste (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia), bem como, engloba a região norte do estado de Minas Gerais (MIRANDA et al., 2017).
	Segundo Oliveira et al. (2006), o termo caatinga é formado de duas palavras de origem tupi: KAA (floresta, mata) e TINGA (um sufixo que significa “branco”, “claro”). Esse termo faz referência a cor predominante da vegetação que, durante a estação de seca, quase todas as plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água armazenada. Voltando a apresentar folhas verdes e flores, no período chuvoso. Caatinga é um bioma brasileiro que apresenta clima semiárido, vegetação com poucas folhas e adaptadas para os períodos de secas.
	Nessa região, a vegetação predominante é do tipo xerófila, a qual é bem adaptada a dupla estacionalidade climática da região, em relação aos solos, predominam na área os argissolos vermelho-amarelo, por se tratar em uma região semiárida, tendem a ser menos profundos e apresentam elevado teor de rocha devido a predominância do intemperismo físico na região (ALTHOF et al., 2016).
	Neste contexto, estado do Ceará caracteriza-se por temperaturas regulares com uma intensa insolação, em função das baixas latitudes equatoriais. Apresenta médias térmicas superiores a 26 Cº, acentuada amplitude diuturna e elevadas taxas de evaporação e evapotranspiração. Nesta região ocorre baixos índices pluviométricos, sendo observado uma predominância de estação chuvosa que ocorre cerca de 3 a 5 meses, entre os meses de janeiro a maio, alternando-se com o período seco que permanece de 7 a 9 meses (TRIGUEIRO et al., 2009).Assim, destaca-se a importância da construção de açudes, que constitui um elemento-chave para o armazenamento e a distribuição das águas no semiárido, tornando-se um componente fundamental para a gestão dos recursos hídricos nessa região. Esses reservatórios artificiais, em sua maioria, representam fonte única de abastecimento público ou uma forma de articulação de outras políticas hídricas como, por exemplo, meio da irrigação, sistemas de adutoras, carros-pipa e cisternas de placa (SANTAFÉ et al., 2014). 
2.2 Etapas do PRAD
2.2.1 Recuperação do solo e vegetação nativa
	Aqui são apresentados as principais vegetações nativas da localidade e a estrutura do solo do local.
Figura 01. Mapa do solo e vegetação nativa da região.
2.2.2 Replantio da vegetação nativa
	A recuperação total da área destinada para a primeira etapa do PRAD será realizada através do plantio de mudas nativas do bioma da Caatinga, utilizando-se o sistema de sucessão devido a eficácia comprovada em recuperação de áreas degradadas (COSTA et al., 2006). No primeiro e segundo ano, será feita associação de espécies pioneiras e secundárias, na proporção de 50% respectivamente. Após o segundo ano de execução do Projeto, quando as mudas pioneiras e secundárias plantadas já estiverem desenvolvidas, serão inseridas espécies de mudas nativas climácicas, como forma a minimizar o stress desse tipo planta que não suporta receber muita luz.
O plantio será dividido entre as 12 áreas destinadas pelo PRAD, dentro da área total de 195 hectares, com sistema de rodizio entre as espécies selecionadas para o plantio em cada uma das 12 áreas. As espécies climácicas também farão rodízio entre as áreas destinadas para o plantio, propiciando que em todas as áreas, sejam plantadas todas as espécies destinadas ao PRAD.
O plantio será feito com espaçamento entre as mudas de 2m x 2m, conforme esquema de plantio mostrado na figura 02. 
Figura 02. Esquema do plantio e de distribuição das mudas na área do PRAD.
As espécies que serão realizadas no replantio: Angico (Anadenanthera colubrina), Aroeira (Myracrodrun urundeuva), Amburana de cheiro	(Amburana cearenses), Barriguda (Chorisia glaziovii), Braúna (Schinopsis brasiliensis), Carnaúba (Copernicia prunifera), Cedro (Cedrela odorata), Canafistula (Senna spectabilis), Catanduva (Piptadenia moniliformis), Cajá (Spondias mombin), Catingueira (Caelsapinia pyramidalis), Copaíba (Copaifera langsdorffii), Coronha (Acácia farnesiana), Frei Jorge (Cordia trichotoma), Ipê roxo (Tabebuia impetiginosa), Ipê amarelo (Tabebuia Alba), Ingá bravo (Lonchocarpus sericeus), Jatobá (Hymenea courbaril), Jucá (Caesalpinia férrea var. férrea), Juazeiro (Ziziphus joazeiro) e Jurema branca (Mimosa artemisiana).
2.2.3 Recuperação do córrego
	Serão utilizados os seguires procedimento para a recuperação da mata ciliar, geralmente com plantio de árvores de médio e grande porte, a construção de grandes obras de saneamento básico, como redes de coleta e estações de tratamento de esgotos, a remoção de espécies exóticas e a reintrodução de espécies nativas extintas no local, entre outras, bem como a criação de parques fluviais em áreas de várzea para fins socioambientais.
	Segundo Fonseca, (2001), recomenda que caso já ocorra problema de assoreamento, deve-se remover do leito natural, o entulho já depositado, o que envolverá catação de grandes blocos de limpeza com retroescavadeira de material granulado. O trabalho de desmonte hidráulico é inadmissível sem prévia decantação em barreiras adequadamente dimensionadas e construídas, segundo diversas tecnologias disponíveis. O mais adequado é a construção de barragens com estéril e rejeitos provenientes da frente de lavra.
	A construção de terraços também é reconhecida como uma prática viável para recuperação de áreas que sofreram mineração. Construir terraços ou banquetas com solo compactado e coberto com vegetação vigorosa ao pé das escavações da mineração. Estes terraços diminuirão a velocidade da enxurrada e receberão seus depósitos de sedimentação antes que estes atinjam o curso de água.
2.2.4 Cronograma
As atividades relacionadas ao plantio das mudas na área do PRAD seguirão o cronograma, que ocorrer durante dois anos, conforme abaixo relacionado:
· Proteção das áreas através do Isolamento, evitando-se assim possíveis fatores de degradação (entrada de animais e de pessoas não autorizadas);
· Combate e monitoramento das formigas cortadeiras se presentes no terreno e áreas do entorno com antecedência de 1 mês do plantio, durante e após o plantio;
· Seleção de espécies Nativas de Mata Atlântica para cada área de plantio, conforme especificado abaixo;
· Avaliação da qualidade da água e presença de nitrogênio no solo, indicador da qualidade e quantidade em áreas com plantação de arvores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Pode-se concluir que os objetivos deste trabalhos foram alcançados, onde foi realizado a elaboração do PRAD, que buscou soluções para a degradação do local foco do estudo.
O emprego de vegetação não só traz estabilização para o solo, manutenção e preservação dos recursos hídricos evitando-se o assoreamento dos mesmos, como promove o retorno da fauna para a região e o aumento das relações interespecíficas (relação planta-animal), além de possibilitar o processo natural de sucessão ecológica.
REFERÊNCIAS
ABNT, NBR 10004. Resíduos sólidos - classificação. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2004.
ALTHOFF, T.D., MENEZES, R.S.C., CARVALHO, A.L.DE, PINTO, A.DES., SANTIAGO, G.A.C.F., OMETTO, J.P.H.B., RANDOW, C.V., SAMPAIO, E.V.DE S.B. Climate change impacts on the sustainability of the firewood harvest and vegetation and soil carbon stocks in a tropical dry forest in Santa Teresinha Municipality, Northeast Brazil. Forest Ecology and Management 360, 367–375, 2016.
CEARÁ. GOVERNO DO ESTADO. Lei n°16.032, de 20 de junho de 2016. Institui a política estadual de Resíduos Sólidos no âmbito do Estado do Ceará. PALÁCIO DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 20 de junho de 2016.
COSTA, H.S.M.; COSTA, G.M.; MENDONÇA, J.G.; MONTE-MÓR, Roberto L.M. (orgs). Novas periferias metropolitanas. Belo Horizonte: Ed c/Arte, 2006.
FONSECA, C.E.L. Recuperação da vegetação de matas de galeria: estudo de caso no Distrito Federal e entorno. 2001.
GRANJEIRO, R.V.T., et al., Avaliação do potencial de uso do óleo de fritura dos restaurantes da Universidade Federal de Pernambuco para produção de biodiesel, Arrudea - A revista do Jardim Botânico do Recife, 3: 41-50 , 2017.
JUNIOR, J.J.F.; DANTAS, M.J.F., Analysis of surface albedo and vegetation areas from orbital images in the Pacoti/CE river basin, Res. Tecnol., ahead of print, 2018.
MIRANDA, R. D. Q.; GALVÍNCIO, J. D.; MOURA, M. S. B. DE; JONES, C. A.; SRINIVASAN, R. Reliability of MODIS evapotranspiration products for heterogeneous dry forest: a study case of Caatinga. Advances in Meteorology, v. 2017, p. 1-14, 2017.
OLIVEIRA, M.B.L.; SANTOS, A.J.B.; MANZI, A.O.; ALVALÁ, R.C.S.; CORREIA, M.F.; MOURA, M.S.B. Energy exchange and carbon flow between Caatinga vegetation and atmosphere in northeastern Brazil. Brazilian Journal of Meteorology, v. 21, p. 166-174, 2006.
RAMOS, Y.S.; PESSOA, Y.S.R.Q.; RAMOS, Y.S.; ARAÚJO NETTO, F.B.; PESSOA C.E.Q., Vulnerabilidade no manejo dos resíduos de serviços de saúde de João Pessoas (PB, Brasil). Ciênc Saúde Coletiva. 2011; 16(8):3553-60.
SANTAFÉ, M.R. et al. Theoretical and experimental analysis of a floating photovoltaic cover for water irrigation reservoirs. Energy. v. 67, p. 246-255, 2014.
SANTOS, A.A. Educação ambiental e o gerenciamento dos resíduos sólidos do refeitório do IFTM-ITUIUTABA. Projeto de minimização dos resíduos sólidos. Uberaba-MG, 2016.
SILVA, C. A.; ANDREOLI, C. V. Compostagem como alternativa a disposição final dos resíduos sólidos gerados na CEASA Curitiba/PR. Revista Engenharia Ambiental: Pesquisa e Tecnologia - Espírito Santo do Pinhal, v. 7, n. 2, p.27-40, 2010.
SOUZA, M.F.; FAGUNDES, A.K.; MILANI, I.C.B.; NEBEL, A.L.C.; TAVARES, V.E.Q.; SUZUKI, L.E.A.S.; COLLARES, G.L. Caracterizaçãodos Resíduos Sólidos em um Restaurante Universitário. Rio Grande do Sul, 2011.
TRIGUEIRO, E.R.C., OLIVEIRA, V.P.V., BEZERRA, C.L., Biophysical indicators of degradation / desertification in the Caatinga biome: case study in Tauá, Ceará. Electronic Journal of Prodema, 3, 62- 82, 2009.