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AO JUIZO DA ____ VARA DO TRABALHO DE ___________. MARIA, nascida em xx de xxxx de xxxx, nome da mãe: xxxx; n° da CI xxx SSP-xx, inscrita no CPF nº xxxxxx, CTPS nº xxxxx, PIS nº xxxx, residente e domiciliada no endereço: xxxxxxxxxxx, o CEP: xxxx e o telefone para contato: xxxxxxxxxx; o endereço eletrônico da reclamante: xxxxxxxxxxxxx; por intermédio de seu advogado infra constituído, vem, à presença de V. Exa., com fulcro no artigo 840, parágrafo 1º da Consolidação das Leis Trabalhistas, artigo 319 do Código do Processo Civil, e artigo 114, inciso VI da Constituição Federal, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE REVERSÃO DE DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA EM IMOTIVADA C/C DANOS MORAIS Em desfavor de DELTA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA, inscrito sob o CNPJ nº xxxxx, endereço: xxxxxx, CEP: Xxxx - xxxx, telefone: xxxxx e endereço eletrônico: xxxxxxxxx. 1. - DOS FATOS E DO DIREITO 0. – DA REVERSÃO DA DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA EM IMOTIVADA A reclamante, funcionária há cinco anos da empresa reclamada, onde sempre executou suas funções com honestidade, cordialidade e maestria, foi surpreendida com a determinação da diretoria para que houvesse revista intima em todos empregados, com o menosprezável argumento que “estavam ocorrendo subtrações de produtos farmacêuticos de uma de suas fábricas”. Dessa forma, a revista íntima feminina passou a ser realizada pela supervisora do setor, no entanto, a reclamante se recusou a despir-se para sua supervisora naquele momento e se colocar em uma situação vexatória. Sendo assim, após inúmeras tentativas e “enquadros” por parte da superior imediata, foi demitida por justa causa, erroneamente, com a alegação de que a reclamante estaria agindo com indisciplina e insubordinação, segundo a empresa “o procedimento de revista íntima encontraria suporte no poder diretivo e fiscalizador da empresa, além de constituir medida eficaz contra o desvio de medicamentos para o consumo sem o devido controle sanitário”. E foi utilizada como uma espécie de “medida educativa” para que os demais funcionários não resistissem a ordem de retirarem suas vestimentas para devida revista intima. Importante salientar que a mera recusa a ordem de retirar as vestimentas da reclamante, não constitui ato de insubordinação ou indisciplina, configurado no artigo 482, alínea “h” da CLT, pois ela apenas estava protegendo um direito que é garantido pelo artigo 373-A também da CLT, vejamos: Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: h) ato de indisciplina ou de insubordinação; Art. 373-A. Ressalvadas as disposições legais destinadas a corrigir as distorções que afetam o acesso da mulher ao mercado de trabalho e certas especificidades estabelecidas nos acordos trabalhistas, é vedado: VI - proceder o empregador ou preposto a revistas íntimas nas empregadas ou funcionárias. Ainda nesse entendimento, considerado medida passível de reparação, a Lei n. 13.271, de 15 de abril de 2016 vem reiterar a proibição dessa prática abusiva prevendo uma multa ao empregador, que em caso de reincidência pode ser dobrada, sem prejuízo as demais verbas devidas a reclamante, in verbis: Art. 2. Pelo não cumprimento do art. 1, ficam os infratores sujeitos a: I - multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao empregador, revertidos aos órgãos de proteção dos direitos da mulher; II - multa em dobro do valor estipulado no inciso I, em caso de reincidência, independentemente da indenização por danos morais e materiais e sanções de ordem penal. Ciente que o poder direto patronal encontra limites na legislação acima mencionada e no próprio princípio da dignidade da pessoa humana, cabe destacar que o reclamado extrapolou todos os limites imagináveis com esse tipo de conduta, afrontando prontamente a honra da reclamante e de todos os funcionários da empresa. Tal procedimento não possui nenhum embasamento legal e inclusive é vedado por nosso ordenamento jurídico pátrio, conforme aduz o artigo 5º, inciso X da CF, vejamos: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Nesse caminho, conforme exaustivamente demonstrado, a reclamante não praticou nenhuma das hipóteses previstas no art. 482 da CLT para que fosse configurada a demissão por justa causa, devendo assim ser revertida a referida demissão em imotivada, por ser expressamente vedada a revista intima. 0. DOS DANOS MORAIS A humilhação de ter que se despir em frente a diversas pessoas que são de seu convívio laboral ainda é considerado como dano moral, conforme dispõe o artigo 223-C da Consolidação das Leis do Trabalho. O dano em tela caracteriza-se pelo constrangimento público, fato este que ocorria e ainda ocorre no caso em questão, o que configura o ato depreciativo e humilhante. Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. Ainda é possível mencionar os elementos da responsabilidade civil, dispostos nos artigos 186 e 927 do Código Civil, são eles: culpa, dano e nexo. Somente a título de exemplo, vejamos o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho acerca do tema, confira-se o seguinte arresto, in verbis: REVISTA ÍNTIMA. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. DIREITO. À INTIMIDADE. EXCESSO DO PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR. O Regional deu provimento ao recurso da reclamada para excluir da condenação o pagamento da indenização a título de danos morais deferida na sentença, sob a consideração de que o procedimento utilizado pela demandada de revistar a bolsa da reclamante na sua saída do local de trabalho e de, em duas ocasiões, haver procedido à revista pessoal da autora, não ocasionava violação da intimidade ou desrespeito à dignidade da trabalhadora, mormente porque se caracterizava como meio necessário à proteção patrimonial e ao regular desenvolvimento da atividade econômica. Ficou consignado no acórdão regional que a empresa realizava revistas diárias nas bolsas dos empregados e que, em duas ocasiões, efetuou fiscalização pessoal na própria trabalhadora, exigindo que está se despisse parcialmente das suas roupas, de modo que a funcionária da empresa que realizava a revista pudesse visualizar, sem tocar a trabalhadora, se esta portava alguma roupa íntima que tivesse sido fabricada na loja. Na hipótese vertente, tem-se nítida a extrapolação do poder diretivo do empregador, ao exigir revistas com exposição, ainda que parcial, do corpo da trabalhadora. Registra-se ser irrelevante o fato de que a revista íntima tenha sido procedida por pessoa do mesmo sexo, visto que o vexame suportado pela autora não é elidido totalmente somente por essa circunstância. Inquestionável, pois, a ocorrência de ato ilícito praticado pela reclamada e a lesão a um bem tutelado pela ordem jurídica. A reclamada subverteu ilicitamente o direito à intimidade da reclamante, que é inviolável por força de preceito da Constituição Federal (artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal). Nesses termos, diante do quadro fático de humilhação e de violação de sua intimidade, detalhadamente consignado no acórdão regional, o que ficou registrado na memória da reclamante foi a humilhação sofrida, a invasão à sua intimidade e a dor moral causada pelo ato ilícito da reclamada, mostrando-se devido o deferimento da indenização pelos danos morais suportados. Nas razões de recurso de revista, a reclamante pleiteia tão-somente o deferimento da indenização pelos danos morais suportados, nada mencionando acerca do montante a ser deferido, de forma que mister se faz o restabelecimento da sentença, que deferiu à autoraos danos morais no valor de R$ 2.500,00 (dois mil quinhentos reais). Recurso de revista conhecido e provido. (Tribunal Superior do Trabalho – TST – Recurso de Revista – PROCESSO Nº -RR-172100- 86.2008.5.24.0001). Dessa forma, por qualquer lado que se analise a questão, resta claro o constrangimento público, legitimando assim o presente pleito, cuja indenização decorrente do direito à reparação – art. 5º, inciso X da Constituição Federal, deverá ser arbitrada no valor de 50 (cinquenta) vezes a última remuneração. 1. - DOS PEDIDOS Ante o exposto, requer que sejam julgados PROCEDENTES todos os pedidos por este juizo e decretada a: a) A reversão da demissão por justa causa em imotivada, afastando assim, os argumentos da empresa de insubordinação e indisciplina do art. 482, alínea “h” da CLT, com base na proibição da revista intima no art. 373-A também da CLT e violação do art. 5º, inciso X da CF; b) A condenação ao pagamento de indenização por danos morais em valor a ser arbitrado por este Juízo, conforme o artigo 223-C da CLT e art. 5º, inciso X da Constituição Federal. Sendo a reclamada condenada ao pagamento das verbas abaixo discriminadas, acrescidas de juros e correção monetária: c) Aviso prévio proporcional indenizado; d) Férias proporcionais acrescidas de 1/3 constitucional; f) 13º proporcional; g) Multa 40% sobre os depósitos do FGTS h) Multa art. 477, § 8º da CLT e multa do art. 467 da CLT, no que couber. III - REQUERIMENTOS FINAIS Requer ainda a NOTIFICAÇÃO da Reclamada para apresentar resposta à Reclamação Trabalhista, sob pena de revelia. A liberação das guias para o saque do FGTS e o seguro desemprego sob pena de indenização substitutiva, conforme a Súmula 389 do TST. A condenação da reclamada em Honorários sucumbenciais à razão de 15% (quinze por cento). Protesta e requer provar o alegado pelos meios em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do Reclamado sob pena de confissão, juntada de documentos, inquirição de testemunhas. Atribui-se à causa o valor de acima 40 salários minimos. Nesses Termos, pede deferimento. Local..., Data.... _______________________ Advogado OAB... AO JUIZO DA ____ VARA DO TRABALHO DE ___________. MARIA , nascida em xx de xxxx de xxxx, nome da mãe: xxxx; n° da CI xxx SSP - xx, inscrita no CPF nº xxxxxx, CTPS nº xxxxx, PIS nº xxxx, residente e domiciliada no endereço: xxxxxxxxxxx, o CEP: xxxx e o telefone para contato: xxxxxxxxxx; o endereço eletrônico da reclamante: xxxxxxxxxxxxx ; por intermédio de seu advogado infra constituído, vem, à presença de V. Exa., com fulcro no artigo 840 , parágrafo 1º da Consolid ação das Leis Trabalhistas , arti g o 319 do Código do Processo Civil , e artigo 114, inciso VI da Constituição Federal, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE REVERSÃO DE DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA EM IMOTIVADA C/C DANOS MORAIS Em desfavor de DELTA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA, inscrito sob o CNPJ nº xxxxx, endereço: xxxxxx, CEP: Xxxx - xxxx, telefone: xxxxx e endereço eletrônico: xxxxxxxxx. AO JUIZO DA ____ VARA DO TRABALHO DE ___________. MARIA, nascida em xx de xxxx de xxxx, nome da mãe: xxxx; n° da CI xxx SSP-xx, inscrita no CPF nº xxxxxx, CTPS nº xxxxx, PIS nº xxxx, residente e domiciliada no endereço: xxxxxxxxxxx, o CEP: xxxx e o telefone para contato: xxxxxxxxxx; o endereço eletrônico da reclamante: xxxxxxxxxxxxx; por intermédio de seu advogado infra constituído, vem, à presença de V. Exa., com fulcro no artigo 840, parágrafo 1º da Consolidação das Leis Trabalhistas, artigo 319 do Código do Processo Civil, e artigo 114, inciso VI da Constituição Federal, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA COM PEDIDO DE REVERSÃO DE DEMISSÃO POR JUSTA CAUSA EM IMOTIVADA C/C DANOS MORAIS Em desfavor de DELTA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA LTDA, inscrito sob o CNPJ nº xxxxx, endereço: xxxxxx, CEP: Xxxx - xxxx, telefone: xxxxx e endereço eletrônico: xxxxxxxxx.
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