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modelo de SENTENÇA - ATOS LIBERATORIOS - VENIRE

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ESTADO DE SANTA CATARINA 
PODER JUDICIÁRIO 
Comarca de Rio do Sul
1ª Vara Cível
1
Endereço: Rua Dom Bosco, 820, Jardim América - CEP 89160-000, Fone: (47) 3531-4709, Rio do Sul-SC - E-mail: 
riodosul.civel1@tjsc.jus.br
Autos n° 0007804-91.2012.8.24.0054 
Ação: Procedimento Ordinário/PROC 
Requerente: João Nehring 
Requerido: Banco do Brasil S/A
Vistos para sentença.
João Nehring, qualificado à fl. 01, ajuizou Ação 
Revisional com pedido de declaração de quitação, cancelamento de hipoteca e 
restituição de valores em face de BESC S/A Crédito Imobiliário, atualmente 
incorporado pelo Banco do Brasil S/A, também qualificado, visando à revisão do 
contrato de mútuo com garantia hipotecária firmado pelas partes em 1989.
Alega que o valor financiado total foi de NCZ$ 32.663,06, 
para a construção de uma casa residencial com área total de 183,87m², a ser pago 
em 240 prestações mensais, com primeiro vencimento em 15/02/1990 no valor de 
NCZ$ 4.244,39, bem como que foi firmada taxa anual de juros nominais em 9,6% e 
foi dado em garantia o imóvel matriculado sob o nº 2913.
Afirma que como forma de reajuste das parcelas foi 
estabelecido o Plano de Equivalência Salarial por Categoria Profissional - PES/CP, 
através do qual as parcelas seriam reajustadas mediante a aplicação de taxa de 
remuneração básica aplicável aos depósitos de poupança correspondente ao 
período a que se refere a negociação salarial da categoria do devedor, acrescido, 
ainda do percentual relativo ao ganho real de salário definido pelo Conselho 
Monetário Nacional.
Aduz, todavia, que no decorrer da vigência do pacto 
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1ª Vara Cível
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Endereço: Rua Dom Bosco, 820, Jardim América - CEP 89160-000, Fone: (47) 3531-4709, Rio do Sul-SC - E-mail: 
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percebeu que os encargos mês a mês estavam se tornando excessivamente 
onerosos, não guardando proporcionalidade com o comprometimento inicial da 
renda e da correção de vencimentos concedida à sua faixa salarial. E só entre 1990 
e 1991 teve um aumento explosivo.
Anota, assim, que o réu vem majorando o valor das 
prestações de forma absurda, sendo que o autor nunca logrou êxito em suas 
tentativas de renegociação.
Afirma, ainda, que o saldo devedor do contrato é 
reajustado pela TR e o saldo das prestações pelo PES/CP, o que não seria 
conveniente pois o INPC é o indexador que mais representa a inflação nacional.
Requereu, por fim, a) a alteração do índice de reajuste do 
saldo devedor para o INPC ao invés da TR, ou ainda pelo PES/CP conforme 
contratado; b) o reajuste das prestações mensais de acordo com o percentual fixado 
como referencial máximo de comprometimento da renda liquida familiar do autor, 
sucessivamente da renda bruta; c) a exibição de planilha demonstrativa dos índices 
de reajustes utilizados para a correção das prestações; d) devolução em dobro dos 
valores pagos a maior no montante de R$ 22.116,10; e) aplicação da taxa efetiva de 
juros de 11% a.a e que as deduções das amortizações mensais ocorra antes da 
atualização do saldo devedor; f) alteração do valor do saldo devedor para o mês de 
janeiro de 2010 na importância de R$ 240,94, a quitação da dívida e o 
cancelamento da hipoteca; h) a determinação para o réu se abster de exigir do autor 
o pagamento das prestações atrasadas, em razão do débito já estar devidamente 
quitado, consoante planilha acostas e i) os benefícios da justiça gratuita.
À fl. 96 foram concedidos os benefícios da justiça gratuita 
e determinada a citação do réu.
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O autor às fls. 100-102, informou que recebeu via 
correspondência um recibo apontando a quitação do débito, sem porém ter 
realizado qualquer negociação com o requerido.
Contestação às fls. 103-126 e juntada de documentos às 
fls. 127-153. Em preliminar alegou a inépcia da inicial e no mérito rebateu as teses 
do autor.
Réplica às fls. 158-167.
Às fls. 168-178 informou que vendeu o imóvel objeto de 
hipoteca do contrato em discussão ao terceiro Sérgio Lemos, juntando escritura 
pública, bem como anotando que o réu concedeu a liquidação do financiamento e a 
liberação da hipoteca.
À fl. 179 foi determinada a correção do polo passivo para 
Banco do Brasil S/A em razão da incorporação efetuada em desfavor do antigo réu, 
bem como a intimação da parte ré sobre os documentos de fls. 168-178 e foi, ainda, 
designada audiência de conciliação.
O réu impugnou a petição à fl. 184.
À fl. 185 foi realizada a audiência, cuja conciliação restou 
inexitosa, tendo as partes anotado a inexistência de novas provas a produzir.
O autor às fls. 193-200 informou o falecimento de seu 
procurador e acostou nova procuração.
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É o relatório.
DECIDO.
Profiro julgamento antecipado, na forma do art. 330, I do 
CPC, porque entendo desnecessária a produção de outras provas, além daquelas já 
existentes nos autos. A prova documental e a contestação do réu permitem a 
compreensão da controvérsia, de modo que a designação de instrução seria inútil. A 
par disso, as partes anotaram a inexistência de outras provas, audiência de 
conciliação de fl. 260.
Nesse sentido, registre-se que "se a questão de fato gira 
em torno apenas de interpretação de documentos já produzidos pelas partes; 
se não há requerimento de provas orais; se os fatos arrolados pelas partes 
são incontroversos; (...) o juiz não pode promover a audiência de instrução e 
julgamento, porque estaria determinando a realização de ato inútil e, até 
mesmo, contrário ao espírito do Código" (Humberto Theodoro Júnior, in Curso de 
Direito Processual Civil, Vol. I, 42. ed., Forense: Rio de Janeiro, 2005, p.375).
Cumpre, antes de mais nada, analisar as preliminares e a 
questão prejudicial ocorrida no feito.
I – Inépcia da inicial
Aduz o réu que a inicial é inepta por não trazer os 
documentos indispensáveis a comprovação do direito alegado, em especial os 
extratos.
Todavia, não lhe assiste razão.
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A parte autora trouxe o contrato e vários extratos (fls. 22-
95), além de outros documentos, comprovando a existência de relação jurídica entre 
as partes, não se podendo falar em pleito inepto por ausência de documentos 
indispensáveis. No mais, a inicial é apta e dela se compreendem, com facilidade, 
todos os pedidos formulados, tanto que o réu conseguiu de forma satisfatória, 
contestar o feito, o que comprova que entendeu os fatos e possibilitou sua defesa.
Outrossim, "existe interesse processual quando a 
parte tem necessidade de ir a juízo para alcançar a tutela pretendida e, ainda, 
quando essa tutela jurisdicional pode trazer-lhe alguma utilidade do pondo de 
vista prático"(Nelson Nery Junior, Rosa Maria Andrade Nery. Código de Processo 
Civil Comentado.3ªed.São Paulo: RT,1997.P.532).
Por conseguinte, afasto a preliminar.
- CDC, pacta sunt servanda, impossibilidade de 
revisão e de inversão do ônus da prova para exibição de documento
O réu afirma que o pedido da parte autora encontra óbice 
no pacta sunt servanda de modo que não seria possível revisar o pacto assinado 
por livre e espontânea vontade do requerente, tendo o contrato formado ato jurídico 
perfeito, sem cláusulas nulas ou vício de vontade a maculá-lo.
Todavia, razão não assiste ao requerido.
De acordo com o art. 5º, XXXV, da Constituição Federaldeve ser garantida a inafastabilidade da apreciação do Poder Judiciário das lesões 
ou ameaças a direitos, o que permite sejam analisados os negócios jurídicos e 
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rechaçadas as suas eventuais abusividades.
Ademais, a Súmula 297 do Superior Tribunal de Justiça 
definiu que "o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições 
financeiras".
Assim, consoante o art. 6°, V, do Código Consumerista é 
direito básico do consumidor "a modificação das cláusulas contratuais que 
estabeleçam prestações desproporcionais ou revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas".
Com tal previsão o mencionado diploma legal estabeleceu 
uma exceção ao princípio do pacta sunt servanda, adaptando-o à realidade dos 
contratos de adesão, os quais, não raramente, agasalham cláusulas abusivas.
Essa mitigação da força obrigatória dos contratos decorre 
também da necessidade de harmonização dos contratos com a sua função social e 
o princípio da boa-fé nos casos em que há flagrante desequilíbrio entre as partes. 
Até porque, em se tratando de contrato de adesão, resta claro que a única opção do 
autor, no que se refere às cláusulas estabelecidas, diz respeito somente entre sua 
aceitação ou não em relação ao conteúdo do contrato, sendo certo que este não 
possui nenhuma ingerência sobre sua elaboração, restando-lhe somente a opção 
entre aderir ou não às condições ali elencadas.
Nesse sentido, manifesta-se o entendimento do Tribunal 
de Justiça deste Estado:
"...POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO A 
DESPEITO DO PRINCÍPIO DO PACTA SUNT SERVANDA. AUSÊNCIA 
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DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA."'O Código de 
Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras' 
(Súmula 297, do STJ), pelo que, afetado ao consumidor o direito 
público subjetivo de obter da jurisdição 'a modificação de cláusulas 
contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais, ou sua 
revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem 
excessivamente onerosas', bem como a declaração de nulidade das 
que se apresentem nulas de pleno direito, por abusividade, ou não 
assegurem o justo equilíbrio entre direitos e obrigações das partes, 
possível é a revisão dos contratos, visto a legislação consumerista 
ter relativizado o princípio pacta sunt servanda. Essa possibilidade 
de revisão se insere nos princípios também consagrados pelo 
Código Civil vigente, de condicionar a liberdade de contratar 'em 
razão e nos limites da função social do contrato', obrigando que os 
contratantes guardem, 'assim na conclusão do contrato, como em 
sua execução, os princípios de probidade e boa-fé' (arts. 421 e 422)" 
(AC n. 2005.003574-7, de Tubarão, rel. Des. Paulo Roberto Camargo 
Costa, j. 30-4-2009)..." (TJSC, Apelação Cível n. 2008.031204-0, de 
Gaspar, Rel. Jorge Luiz de Borba, dje 09/11/2011).
Assim, não há se falar também em impossibilidade de 
revisão em razão de ato jurídico perfeito.
Por conseguinte, reconheço a aplicação das regras do 
Código de Defesa do Consumidor ao presente caso, a possibilidade de revisão do 
pacto, bem como a possibilidade de inversão do ônus da prova, a qual somente não 
se fez necessária em razão do autor já ter acostado com a inicial o contrato 
revisando.
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MÉRITO
- Abusividade no reajuste do saldo devedor pela TR e 
das prestações mensais pelo PES/CP
Aduz o autor que, ao estabelecer o reajuste das 
prestações mensais pelo Plano de Equivalência Salarial da catergoria profissional do 
autor - PES/CP e o reajuste do saldo devedor pela TR, a ré estabeleceu condição 
abusiva que resulta no desequilíbrio financeiro do pacto em desfavor do autor, 
tornando-o inexequível.
Anota que, recalculando o saldo devedor pelo INPC, em 
janeiro de 2010 o débito já estaria zerado.
Requer, assim, que a TR, o índice utilizado para o 
reajuste do saldo devedor, seja alterada para o INPC ou, alternativamente, para o 
PES/CP que é o mesmo índice de reajuste contratado para a correção monetária 
das prestações mensais.
Entretanto, razão não lhe asssiste.
O tema encontra-se pacificado pelo Superior Tribunal de 
Justiça no sentido de admitir a correção do saldo devedor de contrato vinculado ao 
Sistema Financeiro da Habitação pela Taxa Referencial, tanto que foram editadas 
as seguintes súmulas:
Súmula 295 – A Taxa Referencial (TR) é indexador 
válido para contratos posteriores à Lei n. 8.177/91, desde que 
pactuada.
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Súmula 454 – Pactuada a correção monetária nos 
contratos do SFH pelo mesmo índice aplicável à caderneta de 
poupança, incide a taxa referencial (TR) a partir da vigência da Lei n. 
8.177/1991.
Acompanhando esse posicionamento o Grupo de 
Câmaras de Direito Comercial deste Tribunal editou o Enunciado X, que assim 
dispõe:
Enunciado X - É possível a utilização da Taxa 
Referencial (TR) no cálculo da correção monetária do saldo devedor 
de contratos firmados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação 
(SFH), desde que previsto o reajuste com base nos mesmos índices 
aplicados aos saldos das cadernetas de poupança.
Apesar das Súmulas do STJ enunciarem a possibilidade 
de utilização da Taxa Referencial após a edição da Lei nº 8.177/1991, tal 
possibilidade é estendida aos contratos celebrados antes da vigência da referida lei, 
desde que haja pactuação no sentido de se proceder à correção monetária pela 
Taxa Referencial ou pela taxa básica de remuneração dos depósitos em poupança, 
sem outro índice específico.
Inclusive, o próprio STJ se manifesta nesse sentido, veja-
se:
EMBARGOS DECLARATÓRIOS. RECEBIMENTO 
COMO AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL 
CIVIL. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. AÇÃO REVISIONAL 
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DE CONTRATO. PES. TR. CES. TABELA PRICE. CAPITALIZAÇÃO DE 
JUROS. SEGURO HABITACIONAL. REVISÃO DO PRÊMIO. FORMA 
DE AMORTIZAÇÃO DAS PARCELAS. SÚMULA N. 450. LIMITAÇÃO 
DOS JUROS. INEXISTÊNCIA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. DOBRA. 
DESCABIMENTO. 1. O Plano de Equivalência Salarial é aplicável no 
cálculo das prestações mensais a serem pagas pelo mutuário, 
sendo, todavia, inutilizável como índice de correção monetária do 
saldo devedor dos contratos de mútuo regidos pelo SFH, atualizado 
segundo indexador pactuado pelas partes. 2. No âmbito do Sistema 
Financeiro da Habitação, a partir da Lei 8.177/91, é permitida a 
utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de correção 
monetária do saldo devedor. Ainda que o contrato tenha sido 
firmado antes da Lei n.º 8.177/91, também é cabível a aplicação da 
TR, desde que haja previsão contratual de correção monetária pela 
taxa básica de remuneração dos depósitos em poupança, sem 
nenhum outro índice específico..." (EDcl no REsp 1238506/RS, Rel. 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 
18/08/2015, DJe 25/08/2015 - sublinhei).
No presente caso, o contrato prevê expressamente a 
aplicação do coeficiente de atualização monetáriautilizado para os reajustamentos 
dos depósitos de poupança, ou seja, a Taxa Refencial. É o que se extrai da cláusula 
vigésima terceira (fl. 32), veja-se:
"DO SALDO DEVEDOR – O saldo devedor do 
financiamento ora contratado será atualizado mensalmente, na 
mesma data da assinatura deste contrato, mediante a aplicação de 
coeficiente de atualização monetária idêntico ao utilizado para o 
reajustamento dos depósitos de poupança mantidos nas instituições 
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integrantes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo."
Dessa forma, é perfeitamente cabível a incidência da 
Taxa Referencial (TR) como indexador do débito resultante do contrato de 
financiamento firmado entre as partes.
A jurisprudência da Corte de Justiça Catarinense não 
discrepa:
"APELAÇÃO CÍVEL. SISTEMA FINANCEIRO DA 
HABITAÇÃO. AÇÃO DE REVISÃO DE CONTRATO. [...] TAXA 
REFERENCIAL (TR). ATUALIZAÇÃO DO SALDO DEVEDOR DO 
CONTRATO PELO MESMO ÍNDICE ADOTADO PARA O REAJUSTE 
DOS DEPÓSITOS EM CADERNETA DE POUPANÇA. LEGALIDADE, 
AINDA QUE O PACTO TENHA SIDO FIRMADO ANTES DA ENTRADA 
EM VIGOR DA LEI N. 8.177, DE 1°.3.1991. SÚMULA N. 454 DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA E ENUNCIADO N. X DO GRUPO 
DE CÂMARAS DE DIREITO COMERCIAL. [...] 6. "É possível a 
utilização da Taxa Referencial (TR) no cálculo da correção monetária 
do saldo devedor de contratos firmados no âmbito do Sistema 
Financeiro da Habitação (SFH), desde que previsto o reajuste com 
base nos mesmos índices aplicados aos saldos das cadernetas de 
poupança." (enunciado n. X do Grupo de Câmaras de Direito 
Comercial)." (TJSC, Apelação Cível n. 2011.015145-9, de Blumenau, rel. 
Des. Jânio Machado, j. 21-11-2013).
Por outro lado, "o Plano de Equivalência Salarial (PES) 
pode ser utilizado tão somente como critério de reajuste das prestações 
mensais do financiamento habitacional, não sendo cabível sua adoção como 
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fator de atualização monetária de saldo devedor" (TJSC, Apelação Cível n. 
2009.060985-0, de Joinville, rel. Des. Paulo Roberto Camargo Costa, j. 26-05-2011).
Nessa linha decidiu o Superior Tribunal de Justiça:
"O Plano de Equivalência Salarial - PES somente se 
aplica para o cálculo das prestações mensais a serem pagas pelo 
mutuário, sendo incabível a sua utilização como índice de correção 
monetária do saldo devedor, o qual deverá ser atualizado segundo o 
indexador pactuado, em obediência às regras do Sistema Financeiro 
de Habitação." (STJ, AgRg no AREsp 436.980/RS, Rel. Ministro Sidnei 
Beneti, Terceira Turma, julgado em 20/02/2014, DJe 13/03/2014).
Logo, não merece acolhimento o pleito do autor.
- Taxa de juros
Pugna o autor a aplicação da taxa efetiva de juros no 
percentual de 11% a.a. ao argumento de que a Lei nº 4.330/64 estabelece em seu 
art. 6º o limite dos juros convencionais no percentual de 10% a.a. 
Inicialmente já se verifica que o autor cai em contradição 
pois em sua fundamentação requer a limitação em 10% e nos pedidos em 11%, isso 
sem falar que a taxa de juros pactuada é de 8,5% (fl. 37) e o autor aduz que seria de 
9,6%.
De qualquer sorte, novamente razão não lhe assiste.
O Superior Tribunal de Justiça também possui 
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entendimento pacificado no sentido de que o art. 6º, alínea "e", da Lei n. 4.380/64 
não limita os juros remuneratórios, mas apenas preceitua condições para que o 
ajuste, eventualmente, seja reajustado pelo salário mínimo.
Sobre o tema:
"AÇÃO RESCISÓRIA. SISTEMA FINANCEIRO DA 
HABITAÇÃO. ART. 6º, ALÍNEA "E", DA LEI Nº 4.380/64. JUROS 
REMUNERATÓRIOS. AUSÊNCIA DE LIMITAÇÃO. DECISÃO 
RESCINDENDA DE ACORDO COM A JURISPRUDÊNCIA DESTA 
CORTE. SÚMULA 422/STJ. VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE 
LEI. NÃO OCORRÊNCIA. [...] O art. 6º, alínea "e", da Lei nº 4.380/1964 
não estabelece limitação aos juros remuneratórios nos contratos 
vinculados ao SFH (Súmula 422/STJ). Decisão rescindenda proferida 
de acordo com a jurisprudência desta Corte. 3. Ação rescisória 
julgada improcedente." (STJ, AR 3929/RS, Segunda Seção, Nancy 
Andrighi, j. em 23/02/11).
Desse modo, mantenho a taxa de juros pactuada.
- Dedução das amortizações mensais antes da 
correção do saldo devedor
O autor defende que, de acordo com o disposto no art. 6º, 
alínea "c", da Lei n. 4.380/1964, primeiro deve haver a amortização do saldo 
devedor pelo pagamento da prestação mensal para posteriormente ser procedido a 
correção do débito.
Novamente, melhor sorte não lhe assiste.
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A Corte Superior já pacificou seu entendimento acerca da 
legalidade do sistema de prévio ajuste e posterior amortização do saldo devedor dos 
contratos de financiamento imobiliário firmados no âmbito do Sistema Financeiro de 
Habitação e, inclusive, editou a Súmula 450 a respeito,a qual assim dispõe:
"Súmula 450. Nos contratos vinculados ao SFH, a 
atualização do saldo devedor antecede sua amortização pelo pagamento da 
prestação."
O egrégio Tribunal de Justiça comunga do mesmo 
entendimento, como se depreende do seguinte julgado:
"APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO REVISIONAL. 
INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPRA E VENDA, MÚTUO, 
PACTO ADJETO DE HIPOTECA E OUTRAS AVENÇAS. SISTEMA 
FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH). SENTENÇA DE PARCIAL 
PROCEDÊNCIA. RECURSO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. SISTEMA 
DE AMORTIZAÇÃO DO SALDO DEVEDOR. TABELA PRICE. 
ENCARGO ABUSIVO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. ILEGALIDADE 
DA PRÁTICA DA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS NOS CONTRATOS 
VINCULADOS AO SFH. EXEGESE DO ENUNCIADO N. VIII DO GRUPO 
DE CÂMARAS DE DIREITO COMERCIAL. JUROS 
REMUNERATÓRIOS. PREVALÊNCIA DA TAXA PREVISTA NO 
CONTRATO. INEXISTÊNCIA DE LIMITAÇÃO LEGAL A 10% AO ANO. 
ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NO SUPERIOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA. APELO DOS MUTUÁRIOS. REAJUSTE DAS PRESTAÇÕES 
MENSAIS PELO PLANO DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL (PES). 
MATÉRIA ACOBERTADA PELA COISA JULGADA. EXISTÊNCIA DE 
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JULGAMENTO DE AÇÃO ANTERIOR PELA JUSTIÇA FEDERAL, 
REFERENTE AO MESMO TÍTULO JUDICIAL, QUE IMPÔS A 
INCIDÊNCIA DO PES NO CÁLCULO DO REAJUSTE DAS 
PRESTAÇÕES. DECISÃO TRANSITADA EM JULGADO. RECURSO 
PREJUDICADO NO PONTO. PLEITO DE AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA 
PRECEDENTE AO REAJUSTE DO SALDO DEVEDOR. 
IMPOSSIBILIDADE. 'O critério de prévia atualização do saldo 
devedor e posterior amortização não fere a comutatividade das 
obrigações pactuadas no ajuste, uma vez que a primeira prestação é 
paga um mês após o empréstimo do capital, o qual corresponde ao 
saldo devedor' (AgRg no AgRg no REsp. n. 937435/DF, rela. Ministra 
Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 21-2-2008) [...] (Apelação Cível n. 
2007.009277-4, da Capital, rel. Des. Jorge Schaefer Martins, j. em 
20-4-2009)..." (TJSC, Apelação Cível n. 2011.008070-3, de São José, rel. 
Des. Rejane Andersen, j. 02-07-2013 - sublinhei).
Com efeito afasto o pleito nesse tocante.
 - Reajuste das prestações mensais
Pugna o autor para que as prestações mensais sejam 
reajustadas de acordo com o percentual fixado como o referencial máximode 
comprometimento da renda familiar, na equivalência sobre os vencimentos salariais 
liquidos ou, sucessivamente, os vencimentos salariais brutos do autor.
Na verdade pleiteia o autor que as prestações mensais 
sejam reajustadas através do Plano de Equivalência Salarial - PES, mas com 
observância do comprometimento da renda familiar liquida ou, sucessivamente, 
bruta, pelo referencial máximo de comprometimento, o que corresponde, em outras 
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palavras, ao Plano de Comprometimento da Renda trazido pela Lei n. 8.692/93, a 
qual estabeleceu o limite máximo de comprometimento da renda em 30% da renda 
bruta do mutuário.
Inicialmente, cumpre analisar a possibilidade de reajuste 
das prestações pelo PES.
O contrato firmado entre as partes foi assinado no ano de 
1989 e estabeleceu o Plano de Equivalência Salarial como forma de reajuste das 
prestações mensais devidas pelo mutuário, conforme cláusula décima quarta (fl. 31).
A jurisprudência é farta no sentido da aplicação do Plano 
de Equivalência Salarial como critério de reajuste das prestações, quando assim 
pactuado.
Nessa toada:
"AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. AÇÃO 
REVISIONAL. PLANO DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL. TAXA 
REFERENCIAL. TABELA PRICE. SEGURO HABITACIONAL. TAXAS 
ADMINISTRATIVAS. PREQUESTIONAMENTO. ATUALIZAÇÃO DO 
SALDO DEVEDOR. COEFICIENTE DE EQUIPARAÇÃO SALARIAL. 
REPETIÇÃO DO INDÉBITO. MÁ-FÉ NÃO COMPROVADA. EXECUÇÃO 
EXTRAJUDICIAL. SUSPENSÃO. REQUISITOS NÃO SATISFEITOS. 
SUCUMBÊNCIA MÍNIMA OU RECÍPROCA. SÚMULA 7/STJ. 
COMPENSAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DECISÃO 
AGRAVADA MANTIDA. 1.- O Plano de Equivalência Salarial - PES 
somente se aplica para o cálculo das prestações mensais a serem 
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pagas pelo mutuário, sendo incabível a sua utilização como índice 
de correção monetária do saldo devedor, o qual deverá ser 
atualizado segundo o indexador pactuado, em obediência às regras 
do Sistema Financeiro de Habitação..." (STJ, AgRg no AREsp 
451.489/RS, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado 
em 27/05/2014, DJe 17/06/2014 - sublinhei).
Do Tribunal do nosso Estado:
"APELAÇÃO CÍVEL - REVISIONAL - CONTRATO DE 
FINANCIAMENTO VINCULADO AO SISTEMA FINANCEIRO DE 
HABITAÇÃO (SFH). CRITÉRIO DE REAJUSTAMENTO DAS 
PRESTAÇÕES MENSAIS - PLANO DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL 
(PES/CP) - PACTUAÇÃO EXPRESSA - APLICAÇÃO - OBSERVÂNCIA 
DOS AUMENTOS REFERENTES À CATEGORIA DO MUTUÁRIO - 
POSSIBILIDADE DE VARIAÇÃO DAS PARCELAS COM BASE EM 
AUMENTOS SALARIAIS DIVERSOS, DESDE QUE INTEGRADOS 
PERMANENTEMENTE. "1.- O Plano de Equivalência Salarial - PES 
somente se aplica para o cálculo das prestações mensais a serem 
pagas pelo mutuário, sendo incabível a sua utilização como índice 
de correção monetária do saldo devedor, o qual deverá ser 
atualizado segundo o indexador pactuado, em obediência às regras 
do Sistema Financeiro de Habitação." (AgRg no AREsp 451.489/RS, 
Rel. Ministro Sidnei Beneti, Terceira Turma, j. em 27/05/2014, DJe 
17/06/2014). Assim, plenamente aplicável o Plano de Equivalência 
Salarial como critério de reajuste das prestações, quando assim 
pactuado, podendo ser observados, além da variação salarial da 
categoria profissional do mutuário, os aumentos individualmente 
concedidos, deste que integrados de forma permanente à 
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remuneração..." (TJSC, Apelação Cível n. 2011.011576-9, de Capivari 
de Baixo, rel. Des. Robson Luz Varella, j. 12-08-2014 - sublinhei).
Logo, aplicável o PES/CP ao presente caso, uma vez que 
devidamente pactuado.
Porém, no tocante ao pedido de que as prestações sejam 
fixadas, observando como limite o percentual máximo de comprometimento da 
renda familiar na equivalência do percentual sobre seus vencimentos salariais 
liquidos e, sucessivamente, brutos, razão não lhe assiste.
O contrato revisando foi assinado no ano de 1989 e 
estabeleceu o Plano de Equivalência Salarial como forma de reajuste das 
prestações mensais devidas pelo mutuário, conforme cláusula décima quarta (fl. 31) 
e como limite de reajuste a variação integral do Índice de Preços ao Consumidor, 
consoante se extrai da cláusula décima oitava, veja-se:
"Para efeito dos reajustamentos previstos neste 
instrumento, não será considerada a parcela do aumento salarial da 
categoria profissional do DEVEDOR que exceder da variação integral 
do Índice de Preços ao Consumidor – IPC, base para o aumento de 
salário, acrescida de 0,5 (meio) ponto percentual para cada mês 
contido no período a que corresponder o aumento salarial." 
Portanto, esse é o limite do aumento das prestações com 
base do PES, para o contrato do autor, a posterior limitação advinda da lei 8.692/93 
que estabeleceu o percentual máximo de comprometimento da renda em 30% não 
se aplica ao contrato firmado pelo autor.
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Aliás, a lei é clara ao afirmar que a nova regra se aplicaria 
aos contratos posteriores, consoante estabelece o seu "Art. 6º Os contratos 
celebrados após a data de publicação desta lei, em conformidade com o Plano 
de Equivalência Salarial (PES), serão regidos pelo disposto nesta lei.". O art. 
1º, criou o “Plano de Comprometimento da Renda – PCR”, segundo o qual (art. 
2º) o valor dos encargos mensais deve limitar-se a 30% da renda bruta do 
mutuário. E continua a Lei, no art. 8º: “No Plano de Equivalência Salarial o 
encargo mensal, conforme definido no parágrafo único do artigo 2º, desta Lei, 
acrescido do Coeficiente de Equiparação Salarial – CES, será reajustado no 
mesmo percentual e na mesma periodicidade dos aumentos salariais da 
categoria profissional do mutuário, aplicável no mês subseqüente ao de 
competência do aumento salarial”. No art. 11, prescreve: “O percentual máximo 
de comprometimento de renda do mutuário nos contratos regidos pelo Plano 
de Equivalência Salarial, correspondente à relação entre o valor do encargo 
mensal e a renda bruta do mutuário verificada no mês imediatamente anterior, 
não poderá ser superior a trinta por cento”. E o seu par. 1º: “Não se aplica o 
disposto no “caput” deste artigo às situações em que o comprometimento de 
renda em percentual superior ao máximo estabelecido no contrato, tenha-se 
verificado em razão da redução da renda ou por alteração na composição da 
renda familiar, inclusive, em decorrência da exclusão de um ou mais co-
adquirentes”. Continua no parágrafo 2º: “Nas situações de que trata o parágrafo 
anterior, é assegurado ao mutuário o direito de renegociar as condições de 
amortização, buscando adequar novo comprometimento de renda ao 
percentual máximo estabelecido no contrato, mediante a dilação do prazo de 
liquidação do financiamento, observado o prazo máximo estabelecido em 
contrato e demais condições pactuadas”. A novel lei ofereceu elasticidade às 
partes para convencionarem o que melhor lhes convierem, dentro dos limites por ela 
estabelecidos, como deixa expresso no art. 12: “Em todo o curso do 
financiamento contratado sob o Plano de Equivalência Salarial, será admitido 
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reajustar o valor do encargo mensal até o percentual máximo de 
comprometimento de renda estabelecido no contrato, independentemente do 
percentual verificado por ocasião de sua assinatura”.
Assim, verifica-se que a nova lei trouxe um novo limite 
para a fixação das prestações, qual seja, o percentual máximo de 30% de 
comprometimento da renda do mutuário, o qual poderia reajustar a parcela conforme 
sua renda sofresse alteração.
Todavia, este regramento não se aplica ao presente caso, 
pois o contrato do autor foi firmado em 1989, ou seja, quando a lei 8.692/93 ainda 
não existia, bem como porque o contrato do autor prevê como limite a variação 
integral do IPC e ainda em razão do princípio tempus regit actum.
Com efeito, mantenho o reajuste das prestações mensais, 
conforme pactuado.
- Repetição do indébito
Com relação à repetição do indébito, "firmou-se que ela 
é possível, de forma simples, não em dobro, se verificada a cobrança de 
encargos ilegais, tendo em vista o princípio que veda o enriquecimento sem 
causa do credor, independente da comprovação do erro no pagamento, pela 
complexidade do contrato em discussão, no qual são debitados valores sem 
que haja propriamente voluntariedade do devedor para tanto” (STJ – Resp. n. 
440.718/RS, rel. Ministro Aldir Passarinho Júnior).
Portanto, é possibilitada a repetição do indébito na forma 
simples, assim como eventual compensação (CC/2002, art. 368) com o saldo 
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devedor a ser apurado conforme os balizamentos efetuados na presente 
deliberação.
Todavia, o pleito resta prejudicado no presente caso, uma 
vez que não houve verificação de irregularidade no pacto a ensejar a devolução de 
valores. Por essa mesma razão não há se falar em alteração do saldo devedor no 
mês de janeiro de 2010 para o valor de R$ 240,94.
- Quitação da dívida e cancelamento da hipoteca
Pugna o autor pelo reconhecimento da quitação total da 
dívida em razão do recalculo por ele anexado com a inicial e o consequente 
cancelamento da hipoteca pendente sobre o imóvel.
Entretanto, conforme visto acima a presente revisão não 
importou em alteração do montante da dívida, posto que não acolheu as teses 
revisionais do autor. 
Assim, a quitação do contrato não advém da revisão, 
porém ela se deu em razão de outros motivos, consoante se verá adiante.
Conforme se extrai-se dos autos, o autor, às fls. 100-102, 
informou que o banco réu enviou-lhe uma correspondência consistente no recibo de 
fls. 102, o qual faz menção de que o réu recebeu do autor o valor de R$ 42.000,00 
para liquidação da operação nº 120.256-1 com abatimento negocial que poderá ser 
exigido, com atualização, para a concessão de novos créditos. Afirmou, ainda, que 
não realizou qualquer negociação com o réu e que não concorda com a 
possibilidade do valor ser posteriormente exigido quando da concessão de novos 
créditos.
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Às fls. 168-178 o autor anotou que vendeu o imóvel 
objeto do contrato revisando e que o réu autorizou o cancelamento da hipoteca, bem 
como o levantamento das averbações referentes ao contrato revisando, consoante 
escritura pública e matrícula atualizada do imóvel dado em garantia do contrato.
Intimado o réu para se manifestar sobre a petição de fls. 
168-178, este impugnou a petição e documentos acostados pelo autor, alegando 
que estaria clara a intenção do autor de se eximir de sua dívida.
Desta feita, verifica-se que o réu tem realizado atos que 
importam no reconhecimento da quitação da dívida, uma vez que enviou recibo de 
pagamento e após autorizou o cancelamento da hipoteca e da averbação do 
contrato aqui discutido.
Ora, o cancelamento da hipoteca por si só já demonstra a 
existência de quitação do contrato.
Em caso semelhante assim já se manifestou o Tribunal de 
Justiça:
"APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE RITO ORDINÁRIO 
COM PEDIDOS DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO E INDENIZAÇÃO 
POR DANOS MORAIS. SENTENÇA QUE JULGOU PROCEDENTES OS 
PLEITOS PREAMBULARES E CONDENOU A CASA BANCÁRIA AO 
PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. 
IRRESIGNAÇÃO DOS CONTENDORES. CASA BANCÁRIA QUE 
ARGUIU A AUSÊNCIA DE PROVAS DA QUITAÇÃO DE DÍVIDA 
DECORRENTE DE EMPRÉSTIMOS FIRMADOS PELOS 
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CONSUMIDORES. ALEGAÇÃO NÃO ACOLHIDA. CANCELAMENTO 
DAS HIPOTECAS VINCULADAS ÀS CÉDULAS RURAIS. PRESUNÇÃO 
DE VERACIDADE DA QUITAÇÃO. AUSÊNCIA DE PROVAS DO FATO 
EXTINTIVO DO DIREITO DOS AUTORES. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 
333, II DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. "Ora, não é crível que o 
Banco/Apelante tenha solicitado o cancelamento da hipoteca, se tal 
dívida não estivesse totalmente quitada, ou seja, os documentos, 
que se diga, sequer impugnados, rechaçam por completo a tese da 
existência de pendência financeira" (Apelação Cível n. 
2012.021531-6, de Ipumirim, rel. Des. Dinart Francisco Machado, 
31-5-2012)." (TJSC, Apelação Cível n. 2012.071403-4, de Imaruí, rel. 
Des. Altamiro de Oliveira, j. 06-11-2012 - sublinhei).
Ademais, em razão do princípio da boa-fé objetiva e da 
confiança legítima, trazido pelo art. 422 do Código Civil e também pelo CDC, cumpre 
às partes agirem com probidade e boa-fé nos atos e comportamentos anteriores à 
conclusão do contrato, durante a execução e depois de exaurido o seu objeto. São 
os chamados deveres anexos do contrato, cuja violação constitui espécie de 
inadimplemento, independentemente de culpa, nos termos do Enunciado 24 do CEJ.
Dentre esses deveres anexos está o dever das partes de 
não agirem em contradição com os atos e comportamentos praticados 
anteriormente.
Trata-se do chamado venire contra factum proprium que 
"...se caracteriza quando a parte, por seu comportamento pré-contratual ou 
manifestado durante a execução do contrato, gerou expectativa de legítima 
confiança na contraparte, que pratica atos e espera resultados de acordo com 
o que vinha demonstrando o outro contratante." (NERY JUNIOR, Nelson e Rosa 
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Maria de Andrade Nery. Código Civil Comentado. 10ª ed., São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2013, p. 641).
Foi o que ocorreu no caso dos autos, pois, ao enviar para 
o autor um recibo no sentido de que concedeu abatimento negocial e, 
principalmente, ao autorizar o cancelamento da hipoteca e da averbação do contrato 
após o ajuizamento da presente demanda, o réu agiu como se realmente houvesse 
concedido a quitação do contrato ao autor.
Ora, se ainda tivesse interesse em receber eventual 
crédito não iria autorizar o cancelamento da hipoteca e nem o levantamento da 
averbação sobre a existência do contrato.
E mais, praticar tais atos após o ajuizamento da presente 
ação revisional significa, de outro modo, reconhecer o pedido do autor no sentido do 
contrato já encontrar-se quitado.
Sobre o tema já se manifestou a jurisprudência:
"PROCESSO CIVIL. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. 
QUITAÇÃO DA OBRIGAÇÃO. SUBSEQUENTE OPOSIÇÃO DE 
EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. VENIRE CONTRA FACTUM 
PROPRIUM. A propositura, pelo devedor, de exceção de pré-
executividade, quando por ele jáefetuado o pagamento voluntário 
do crédito objeto da execução, revela comportamento contraditório, 
prática que não encontra acolhida em sede jurisdicional e 
consagrada no apotegma venire contra factum proprium." (TJSC, 
Apelação Cível n. 2014.007578-7, de Criciúma, rel. Des. Janice Goulart 
Garcia Ubialli, j. 18-06-2015).
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Também:
"CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. ALUGUERES 
RELATIVOS À LOCAÇÃO DE SALA COMERCIAL. ATO 
CONTRADITÓRIO DO LOCADOR DEMANDADO. DEFESA BASEADA 
NA JUSTA NEGATIVA DO RECEBIMENTO DOS VALORES, ANTE A 
SUPOSTA RESCISÃO DO PACTO LOCATÍCIO. POSTERIOR 
LEVANTAMENTO DAS QUANTIAS CONSIGNADAS, COM QUITAÇÃO 
DAS PRESTAÇÕES. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM. 
PROIBIÇÃO DE COMPORTAMENTO CONTRÁRIO À POSTURA 
ANTERIORMENTE ADOTADA PELA PARTE. QUITAÇÃO DOS 
VALORES NO PERÍODO. PROCEDÊNCIA DA CONSIGNATÓRIA. 
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ NÃO EVIDENCIADA. APELOS CONHECIDOS 
E PROVIDOS." (TJSC, Apelação Cível n. 2011.073859-8, da Capital, 
rel. Des. Ronei Danielli, j. 23-05-2013).
Além disso, há se se ressaltar que a relação entre as 
partes é uma relação de consumo, em que o autor se mostra hipossuficiente perante 
a instituição financeira, o que reforça a aplicação do instituto acima mencionado e 
impede a ressalva feita pelo banco no recibo de fls. 102.
Isso porque, uma vez passada a quitação, não se pode 
fazer ressalva que importe em possibilidade de futura cobrança, quando ocorrer 
evento futuro e incerto (concessão de novo crédito), bem como não se pode 
condicionar a perfectibilização da quitação a um evento futuro e incerto, tornando 
ela provisória. Soma-se a isso, o posterior cancelamento da hipoteca, o qual importa 
também em ato contrário à ressalva feita no recibo anterior.
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Ademais, ao ser intimado para se manifestar sobre a 
petição de fls. 168-178, o banco impugnou genericamente os argumentos do autor e 
os documentos apresentados, o que importa em ausência de efeitos, pois "...não 
bastando a impugnação genérica, cujo efeito processual equipara-se a 
situação de ausência de impugnação." (TJSC, Apelação Cível n. 2012.087566-2, 
de Balneário Camboriú, rel. Des. Sebastião César Evangelista, j. 05-11-2015). 
Desta feita, constato a quitação do contrato em razão das 
atitudes liberatórias do réu.
Por fim, diante da existência de quitação e da 
transferência do bem objeto do contrato, fica prejudicado o pedido no sentido de que 
a parte ré se abstenha de efetuar cobranças.
- Exibição 
Quanto ao pedido de exibição de planilha demonstrativa 
dos índices de reajustes utilizados para a correção das prestações, verifico que o 
próprio autor acostou extratos, através dos quais possível a verificação dos juros e, 
ainda, a parte ré juntou logo após a contestação diversos documentos e planilhas 
suprindo as informações requeridas pelo autor. 
Ante o exposto JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE 
apenas para reconhecer a quitação do contrato em razão das atitudes liberatórias 
do réu.
Destarte, resolvo o processo com fulcro no art. 269, I, do 
Código de Processo Civil. 
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Diante da sucumbência recíproca, condeno a parte autora 
ao pagamento de 70% das custas processuais e honorários advocatícios do 
procurador do réu, fixados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, verba 
cuja exigibilidade, por reconhecer que faz jus aos benefícios da justiça gratuita, 
ficará suspensa enquanto não houver modificação de sua condição econômica, pelo 
prazo de cinco anos, período após o qual se extinguirá a obrigação, conforme 
preconiza o artigo 12, da lei 1.060/50 (Neste sentido: STJ, Resp nº 73.840 de Minas 
Gerais, Rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, j. 21.11.95).
Condeno o réu, outrossim, ao pagamento do saldo das 
custas (30%), e honorários advocatícios em favor do procurador do autor em 20% 
(dez por cento) do valor da causa, nos moldes do art. 20, § 4º, do CPC, admitida a 
compensação, Súmula 306 do STJ.
Transitada em julgado, quitadas as custas, arquive-se.
P. R. I.
Rio do Sul (SC), 18 de novembro de 2015.
Fúlvio Borges Filho
Juiz de Direito

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