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Stephane D’arc 5º semestre - Medicina Dengue A dengue é a mais importante das “arboviroses, sendo transmitida, principalmente, pelo mosquito Aedes aegypti. Por que a mais importante? Em primeiro lugar, por ser a mais frequente: estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas (distribuídas entre 100 países na faixa entre os trópicos) contraiam a doença anualmente! Em segundo lugar, por seu impacto na produtividade: a dengue leva a um proeminente quadro de mialgia, em geral afastando o enfermo de suas atividades laborativas por um período médio de dez dias. Finalmente, a questão da mortalidade: apesar dos óbitos por dengue serem absolutamente evitáveis com medidas de baixa densidade tecnológica, a taxa de mortalidade por essa doença vem crescendo de forma progressiva nos últimos anos. O vírus da dengue é um arbovírus, do gênero Flavivirus, família Flaviviridae – a mesma do vírus da febre amarela. É um vírus RNA de filamento único, esférico, envelopado. Existem quatro sorotipos, denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. 2.1. A transmissão da dengue se dá através de vetores hematófagos. O homem é o principal reservatório, mas acredita-se que no sudeste asiático também exista um ciclo em primatas... O principal transmissor é o Aedes aegypti, uma espécie perfeitamente adaptada ao meio urbano! A fêmea faz a postura dos ovos em coleções de água parada, onde se desenvolvem as larvas. Poços, caixas d’água abertas, vasos de plantas, pequenos recipientes plásticos ou pneus velhos que acumulam água da chuva são excelentes criadouros para as larvas do mosquito!!! Diga- -se de passagem, sua recente disseminação pelo planeta está ligada, entre outros fatores, ao comércio de pneus usados... Outro mosquito, o Aedes albopictus, também é capaz de transmitir a dengue, e foi introduzido nas Américas não faz muito tempo. Ele é o responsável pela manutenção da endemia asiática, porém, seu real papel na transmissão do vírus da dengue nas Américas ainda não está claramente definido... O Aedes aegypti adquire o vírus se alimentando do sangue de um indivíduo infectado, na fase de viremia, que começa um dia antes do aparecimento da febre e vai até o sexto dia de doença. Após 8-12 dias (período no qual o vírus se multiplica nas glândulas salivares da fêmea do mosquito), surge a capacidade de transmissão. Seus hábitos são diurnos (início da manhã) e vespertinos (final da tarde). Após a inoculação pela picada do A. aegypti, o vírus se replica inicialmente nas células mononucleares dos linfonodos locais ou nas células musculares esqueléticas, produzindo viremia. No sangue, o vírus penetra nos monócitos, onde sofre a segunda onda de replicação. No interior dessas células ou livre no plasma, ele se dissemina por todo o organismo. Seu tropismo celular predomina sobre o macrófago/monócito e, em segundo lugar, sobre as células musculares esqueléticas – justificando a intensa mialgia. Nesse momento, a replicação passa a ocorrer nos macrófagos presentes no sistema reticuloendotelial, mantendo a viremia. A replicação viral estimula a produção de citocinas pelos macrófagos e, indiretamente, pelos linfócitos T helper específicos que interagem com o HLA classe II dessas células. A síndrome febril da dengue provavelmente depende da liberação dessas substâncias, sendo as mais importantes o TNF-alfa e a IL-6. A resposta imunológica começa a surgir já na primeira semana de doença. Tanto a imunidade humoral quanto a celular participam do controle da infecção. Os linfócitos T CD8+ citotóxicos são capazes de destruir as células infectadas pelo vírus. A partir do sexto dia de doença, o IgM antidengue começa a ser detectado, atingindo o pico no final da primeira semana e Stephane D’arc 5º semestre - Medicina persistindo no soro por alguns meses. Os anticorpos da classe IgG surgem na primeira semana e atingem o pico no final da segunda semana, mantendo-se positivos por vários anos e conferindo imunidade sorotipo- específica, provavelmente por toda a vida. Atualmente, o Ministério da Saúde preconiza que os antigos termos “dengue clássica”, “dengue hemorrágica” (ou febre hemorrágica da dengue), “síndrome do choque da dengue” “dengue com complicações” sejam abandonados... De acordo com a nova classificação, a dengue deve ser entendida como uma doença sistêmica única e dinâmica, que pode se manifestar dentro de um amplo espectro clínico, desde formas assintomáticas ou oligossintomáticas até casos rapidamente fatais. A maioria dos pacientes se recupera por completo após alguns dias. No entanto, certos doentes evoluem de forma desfavorável, em geral quando a febre melhora, devido à ocorrência do fenômeno de extravasamento plasmático. É importantíssimo salientar que quase sempre esta evolução nefasta é precedida pelo surgimento dos sinais de alarme, alterações clinico- laboratoriais facilmente identificáveis que denotam o início do extravasamento plasmático! O pronto reconhecimento dos sinais de alarme, seguido de uma abordagem padronizada e oportuna, é capaz de impedir a progressão para o estado de choque circulatório e consequente falência orgânica múltipla, evitando os óbitos por dengue. Outros pacientes também evoluem de forma desfavorável (sendo igualmente enquadrados dentro do conceito de “dengue grave”), mesmo sem apresentar extravasamento de plasma... São os indivíduos que desenvolvem hemorragias graves (ex.: hemorragia digestiva, intracraniana) ou lesões de órgãos específicos (ex.: meningoencefalite, polineurite, miocardite, hepatite etc), o que pode ocorrer a qualquer momento durante a evolução da doença. A seguir, estudaremos o espectro clínico da dengue descrevendo suas três fases evolutivas: (1) fase febril; (2) fase crítica; e (3) fase de recuperação. 1. Fase Febril A principal manifestação da dengue é (39°C a 40°C), de início súbito, com duração entre dois e sete dias. Esta febre é tipicamente acompanhada dos seguintes comemorativos: adinamia (fraqueza muscular), cefaleia, dor retrorbitária, mialgia e artralgia. A intensa mialgia que caracteriza a doença justifica a clássica alcunha de “febre quebra-ossos”. Queixas gastrointestinais são bastante frequentes durante a fase febril, como anorexia, náuseas, vômitos e diarreia. Esta última costuma ser branda, cursando com fezes pastosas 3-4x ao dia. Tal dado é útil para auxiliar no diagnóstico diferencial com as enteroviroses, doenças febris que tipicamente produzem diarreia líquida volumosa, com frequência superior a 5x ao dia... Metade dos pacientes desenvolve um exantema maculopapular, que pode ou não ser pruriginoso, acometendo, de forma aditiva, a face, o tronco e as extremidades, NÃO poupando as palmas das mãos ou as plantas dos pés. Este exantema costuma surgir durante a defervescência, e dura no máximo 36-48h. A maioria dos pacientes passa da fase febril diretamente para a fase de recuperação, reco brando, de maneira gradativa, o apetite e a sensação de bem- estar. 2. Fase Crítica Somente alguns doentes passam da fase febril para a fase crítica... Como vimos, são aqueles indivíduos que desenvolvem o fenômeno de extravasamento plasmático (e que geralmente possuem história prévia de infecção por um sorotipo diferente do vírus da dengue)! A fase crítica se instala durante a defervescência (entre o 3° e o 7° dia após o início dos sintomas). Suas primeiras manifestações costumam ser os famosos sinais de alarme (ver Tabela 1) Os sinais de alarme devem ser rotineiramente pesquisados em todo caso suspeito de dengue, e o paciente e seus familiares devem ser orientados a procurar auxílio médico imediato diante de seu surgimento. Tais sinais são de grande importância prática, uma vez que prenunciam a possibilidade de rápida evolução para o estadode choque circulatório! Stephane D’arc 5º semestre - Medicina O choque circulatório ocorre quando um volume crítico de plasma sai do espaço intravascular, resultando em hipovolemia (redução do volume circulante efetivo) e má perfusão tecidual generalizada. O intervalo de tempo entre o início do extravasamento plasmático e a conflagração do estado de choque varia de 24 a 48 horas (na maior parte das vezes o choque é evidente entre os dias 4 e 5 após o início da doença). Uma vez instalado, sem tratamento, o choque leva o paciente ao óbito em questão de 12 a 24 horas, por falência orgânica múltipla. Desse modo, pacientes com sinais de alarme devem receber reposição volêmica intravenosa imediata, e devem ser mantidos em observação para que seu status hemodinâmico seja continuamente reavaliado. As mudanças podem ser bastante rápidas (e as intervenções terapêuticas devem corresponder na mesma medida). A Tabela 2 descreve as alterações hemodinâmicas sequenciais observadas na história natural da síndrome de extravasamento plasmático. Obs. A dengue também pode ser considerada “grave” mesmo na ausência de extravasamento plasmático, quer dizer, não necessariamente é preciso ter hemoconcentração e choque... Isto é claramente exemplificado pelos indivíduos que desenvolvem hemorragias vultuosas e/ou lesões de órgãos específicos. A hemorragia digestiva é mais frequente em pacientes com história de doença ulcerosa péptica, uso de AAS, AINES ou anticoagulantes. A miocardite se expressa por alterações do ritmo cardíaco, alterações da repolarização ventricular (ex.: inversão da onda T, desnivelamento do segmento ST) e disfunção contrátil (ex.: queda da fração de ejeção do ventrículo esquerdo), acompanhado ou não de aumento dos marcadores de necrose miocárdica (ex: troponinas). O aumento das aminotransferases hepáticas é visto em até 50% dos casos, sendo geralmente leve. Elevações pronunciadas (> 10x o LSN), principalmente quando acompanhadas de de ficit sintético (ex.: alargamento do TAP/INR), indicam hepatite grave. Diversas manifestações neurológicas podem ser vistas a qualquer momento no decorrer da doença, como irritabilidade (principalmente em crianças pequenas), crises convulsivas, meningite linfomonocítica, síndrome de Reye, polirradiculoneurite (síndrome de Guillain-Barré) e encefalite. choque, porém, quando presente acarreta grande piora do prognóstico. 3. Fase de Recuperação Pacientes que recebem terapia apropriada durante a fase crítica atingem a fase de recuperação dentro de poucos dias, e o líquido extravasado para o espaço extravascular começa a ser reabsorvido, com melhora gradual do estado clínico. Neste momento é importante estar atento à possibilidade de complicações relacionadas à hiper-hidratação, como a hipervolemia (ex.: HAS, edema agudo de pulmão). A dengue pode ser confundida com a gripe (influenza), com as novas arboviroses que circulam em nosso território (zika e chikungunya), leptospirose (forma anictérica), viroses exantemáticas (sarampo, rubéola, mononucleose, enterovirose), hepatites virais e infecções bacterianas agudas. (Por isso, o exame físico do paciente com suspeita de dengue deve ser completo, para não omitir o diagnóstico de uma doença bacteriana que mereça pronto tratamento antimicrobiano. A presença de leucocitose significativa, especialmente com “desvio à esquerda”, praticamente afasta o diagnóstico de dengue e sugere uma doença bacteriana piogênica ou leptospirose. É importante, ainda, não esquecer duas doenças hematológicas que podem cursar com citopenias graves e febre: a anemia aplásica e a leucemia aguda. As formas graves de dengue podem ser confundidas com sepse bacteriana, meningococcemia, malária, febre amarela, febre maculosa brasileira, leptospirose, hantavirose etc. Um macete em relação à meningococcemia é que nesta última as petéquias ou equimoses podem aparecer desde o primeiro dia da síndrome febril! Já na dengue só são vistas após o terceiro ou quarto dia... Um dado que fala bastante contra o diagnóstico de dengue é a icterícia, mais Stephane D’arc 5º semestre - Medicina comum na malária, leptospirose, hepatite viral, sepse e febre amarela. A seleção do método laboratorial para confirmação diagnóstica da suspeita de dengue depende do intervalo de tempo transcorrido desde o início dos sintomas. Até o QUINTO DIA de doença somente métodos que identifiquem diretamente o vírus e suas partículas podem ser usados, como por exemplo: (1) pesquisa de antígenos virais (dosagem do antígeno NS1 no sangue); (2) isolamento viral (cultura); (3) Teste de Amplificação Gênica (RT-PCR); e (4) imunohistoquímica tecidual (em amostras obtidas por biópsia ou autópsia). Cumpre ressaltar que a negatividade desses testes não descarta o diagnóstico, o qual só poderá ser afastado em definitivo após demonstração da ausência de anticorpos IgM antidengue (sorologia negativa) a partir do sexto dia de doença. Do SEXTO DIA em diante o diagnóstico deve ser feito por meio da sorologia, com pesquisa de anticorpos IgM antidengue pela técnica ELISA. Os anticorpos IgG antidengue, se positivos neste momento, refletem apenas contato prévio com o vírus, não sendo úteis para o diagnóstico do quadro de dengue aguda atual. 2. Classificação de Caso 2.1 - CASO SUSPEITO DE DENGUE Pessoa que vive em área com transmissão de dengue (ou presença de Aedes aegypti), ou que tenha viajado para esses locais nos últimos 14 dias, apresentando febre, com duração de dois a sete dias, e dois ou mais dos seguintes comemorativos: • Náusea, vômitos; • Exantema; • Mialgias, artralgias; • Cefaleia, dor retro-orbital; • Petéquias; • Prova do laço positiva; • Leucopenia Em se tratando das crianças, pode-se considerar como caso suspeito de dengue qualquer quadro febril agudo, com dois a sete dias de duração, sem foco aparente de infecção, desde que o paciente viva ou tenha estado (nos últimos 14 dias) em área com transmissão da doença ou presença de Aedes aegypti (isto é, nas crianças não é necessário ter dois ou mais dos comemorativos citados, basta ter febre e contato recente com área de risco). A prova do laço deve ser feita em todos os casos suspeitos de dengue que não apresentam sangramentos espontâneos, e consiste na insuflação do manguito do esfigmomanômetro até o valor médio da pressão arterial aferida, de acordo com a fórmula (PAS + PAD)/2.Um quadrado com 2,5 cm de lado deve ser desenhado no antebraço do paciente, e observaremos o surgimento de petéquias ou equimoses dentro dele... No adulto o teste é realizado por até cinco minutos, mas na criança o tempo máximo é de três minutos. O surgimento de 20 ou mais petéquias no antebraço de um adulto, e 10 ou mais petéquias na criança, até o tempo máximo ou antes dele, define a positividade da “prova do laço’’. 2.2 - CASO SUSPEITO DE DENGUE COM SINAIS DE ALARME É todo caso suspeito de dengue que, no período da defervescência, desenvolve um ou mais sinais de alarme (ver Tabela 1) Stephane D’arc 5º semestre - Medicina 2.3 - CASO SUSPEITO DE DENGUE GRAVE É todo caso suspeito de dengue que apresenta um ou mais dos seguintes: • Choque “compensado” ou “descompensado”, conforme os critérios estabelecidos na Tabela 2; • Sangramento “grave”, segundo avaliação do médico (por exemplo: hematêmese, melena, metrorragia vultuosa e hemorragia intracraniana são exemplos claros de sangramento “grave”); • Lesão grave de órgãos específicos, como dano hepático importante (ALT ou AST > 1.000 U/l), acometimento do SNC (alterações do nível de consciência), do coração (miocardite) etc. 2.4 - CASO CONFIRMADO É todo caso suspeito de dengue para o qual foi feita a confirmação laboratorial da infecção. 2.5 - CASO DESCARTADO É todo caso inicialmentesuspeito de dengue que possui um ou mais dos seguintes: • Exames laboratoriais negativos (desde que a coleta tenha sido feita no período adequado); • Confirmação laboratorial de outra doença; • Ausência de exames laboratoriais, porém, investigação clínica e epidemiológica sugestiva de outra doença. A terapia se baseia no alívio sintomático (analgésicos, antitérmicos, antieméticos e antipruriginosos), com ênfase na hidratação (oral nos casos brandos, intravenosa nos casos graves). Nunca é demais repetir: os salicilatos (AAS) e demais AINEs estão contraindicados na suspeita de dengue, pelo risco de sangramento (inibição plaquetária)! E por mais “benigno” que o quadro pareça no início, entre o terceiro e o sétimo dia (quando a febre costuma ceder) pode sobrevir a síndrome do extravasamento plasmático, que tem nos sinais de alarme sua primeira manifestação clínica. Por este motivo, recomenda-se que todos os pacientes sejam reavaliados no período da defervescência, com foco na busca pelos sinais de alarme... Enfim, o tratamento da dengue em si é feito por meio da chamada abordagem clinicoevolutiva. Com ela dividimos os pacientes com suspeita da doença em quatro grupos de risco, de acordo com as informações colhidas pela anamnese e exame físico. Essa estratificação de risco deve ser dinâmica e contínua, tendo em mente que o paciente pode passar de um grupo para outro em questão de poucas horas... Grupo A Definição: Caso suspeito de dengue + ausência de sinais de alarme + ausência de sangramentos espontâneos ou induzidos (prova do laço negativa). O paciente também não deve ser portador de comorbidades crônicas importantes, assim como não deve possuir condições clínicas especiais ou risco social (ver adiante em “Grupo B”). Conduta Diagnóstica: Exames específicos para a confirmação diagnóstica de dengue são obrigatórios apenas em situações não epidêmiCas. No contexto de uma epidemia o diagnóstico pode ser feito em bases clinicoepidemiológicas. O hemograma e outros exames não específicos podem ser realizados a critério médico, mas não são obrigatórios. Tratamento: Em regime ambulatorial, com hidratação oral. Para os adultos, prescrever um volume total de 60 ml/kg/dia, sendo 1/3 com solução salina (Soro de Reidratação Oral – SRO) e os 2/3 restantes com líquidos caseiros (água, sucos, chás etc.). Um terço do volume total deve ser ofertado logo no início do tratamento... Grupo B Definição: Caso suspeito de dengue + ausência de sinais de alarme + PRESENÇA de sangramentos espontâneos (ex.: petéquias, equimoses) ou induzidos (prova do laço positiva). Também entram neste grupo os portadores de comorbidades crônicas (HAS, DM, DPOC, IRC, doenças hematológicas – como anemia falciforme ou púrpura –, doença péptica gastroduodenal, hepatopatias e doenças autoimunes) ou condições clínicas especiais (idade < 2 anos ou > 65 anos, gestantes) ou risco social. Conduta Diagnóstica: Exames específicos para a confirmação diagnóstica de dengue são obrigatórios apenas em situações não epidêmicas. O Hemograma, no entanto, é obrigatório para todos os pacientes do grupo B, a fim de avaliar hemoconcentração. A liberação do resultado deve ser feita em 2h (no máximo 4h). Tratamento: Como já dito, o paciente deve ser observado na unidade de atendimento até o resultado do hemograma, e enquanto isso ele recebe hidratação oral, conforme as recomendações do grupo A. Se o Stephane D’arc 5º semestre - Medicina hematócrito for normal, manter a prescrição e tratar o paciente em regime ambulatorial, reavaliando-o DIARIAMENTE, por até 48h após o desaparecimento da febre. Se o hematócrito estiver aumentado, isso constitui sinal de alarme (hemoconcentração), devendo-se manter o paciente internado e conduzir como GRUPO C (ver adiante). Grupo C Definição: Caso suspeito de dengue + PRESENÇA de algum sinal de alarme. Conduta Diagnóstica: Exames específicos obrigatórios SEMPRE. Alguns exames inespecíficos além do hemograma também são obrigatórios para todos os pacientes do grupo C (Tabela 6). Outros exames laboratoriais (ex.: glicose, gasometria arterial, eletrólitos, ecocardiograma) podem ser solicitados conforme indicação médica. Tratamento: Todos os pacientes do grupo C devem iniciar reposição volêmica intravenosa imediata, onde quer que estejam. Observe, adiante, a descrição da estratégia terapêutica. Grupo D Definição: Caso suspeito de dengue + PRESENÇA DE SINAIS DE CHOQUE, SANGRAMENTO GRAVE OU DISFUNÇÃO GRAVE DE ÓRGÃOS. Conduta Diagnóstica: Exames específicos obrigatórios SEMPRE. Alguns exames inespecíficos além do hemograma também são obrigatórios para todos os pacientes do grupo D (ver Tabela 6). Outros exames laboratoriais (ex.: glicose, gasometria arterial, eletrólitos, ecocardiograma) podem ser solicitados conforme indicação médica. Tratamento: O paciente deve permanecer internado, de preferência em leito de terapia intensiva, até a estabilização clínica (no mínimo 48h). A seguir, uma descrição do esquema de reposição volêmica recomendado.
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