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Texto 12
Almeida, João Ferreira, (2007), "velhos e novos aspetos da Epistemologia das ciências sociais", Sociologia, Problemas e Práticas, n 55, pp11-24 
A epistemologia moderna passou a consistir numa reflexão sistemática sobre as condições e as implicações do trabalho científico, interessa-se mais pela razão teórica sobre o conhecimento. As questões que dominam esse pensamento são: questão gnoseologia interrogava a natureza do conhecimento. A questão metodológica dirigia-se à produção desse conhecimento. É feita um referencia a filosofia do conhecimento tradicional oposição entre empirismo e racionalismo. Os problemas decorrentes das perguntas são suscetíveis de solução por recurso aos instrumentos que as ciências vão também construindo. Trata-se de conceitos e relações entre conceitos constitutivos da teoria, método e das técnicas de recolha e tratamento de informação. Kuhn designa esse desenvolvimento de "ciência normal" aquela que vai ocorrendo no interior de um paradigma. Se o sistema é contestado e virtualmente superado por um novo conjunto de teorias e de referências de maior capacidade e abrangência explicativa, estamos então perante uma "rutura de paradigma" perante uma "revolução científica". A dimensão interna da epistemologia estuda o estado da problemática do campo científico. Desdobra-se numa dimensão metodológica-sintática organizadora do discurso, teórico-semântica que se debruça sobre a relação com os referentes. Para se entender o que uma ciência é, a dimensão externa da epistemologia deve ser convocada, analisando as inúmeras redes de intersecção e de causalidade. As próprias condições de resistência e de autonomia da prática científica devam ser objeto de reflexão epistemologia especifica. O senso comum sobre o social é, necessário universal e explicito ele é também tanto mais informado quanto mais reflexivas são as sociedades. O trabalho científico corresponde a uma abstração/ extração de essências. O racionalismo aplicado por Bachelard, afirma que a natureza e a sociedade só falam quando são interrogadas, ocultando assim a presença de pré-noções. Ora há tudo a esperar dos trabalhos cooperativos com diferentes níveis de existência e de integração, designados por pluri, inter e transdisciplinares. Trata-se de transgredir e transpor fronteiras. " A sociologia à escala individual" convoca instrumentos conceptuais e metodologias especificas em relação a escala macrossocial. O apelo para a colaboração resulta do conhecimento da artificialidade das fronteiras. Com Fuller, um dos promotores da corrente "epistemologia social", aparece a preocupação pragmática. 
O modo-2 deixou de se apoiar na base disciplinar e revela um outro conjunto de características de distintas: a comunicação atravessa mais facilmente as fronteiras institucionais; o conhecimento; aumenta a interação entre diversos produtores de conhecimento. Este modo é auto-organizado, com mudanças nas noções de tempo e espaço e novas formas de organização económica. Todas estas transformações afetam o "núcleo epistêmico da ciência". É transdisciplinar.
Os quatro tipos de saberes sociológicos- mas extensíveis a outras ciências sociais inter-relacionam-se e coexistem. Cada um deles, implica praticas diferentes, diferentes critérios e de validação e de legitimidade. Para Burawoy a sociologia publica, torna-se essencial, pelo impacto que pode ter nas defesas da sociedade civil.
As ciências sociais continuam a ser pluriparadigmáticas e não pré-paradigmáticas. Mas a existência de diversos paradigmas de referência também não tende a facilitar tais colaborações.

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