Meu nome é Rádio - Uma visão pedagógica

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE 
 
 
 
 
 
 
SARAH COUTO VASCONCELOS 
Prof. Dr. Lamartine Gaspar Oliveira 
 
 
 
 
RESUMO E RELAÇÃO DO 
FILME: “MEU NOME É RÁDIO” 
COM TEXTOS LIDOS EM SALA 
E A EXPERIÊNCIA DO ESTÁGIO 
Docência na Contemporaneidade 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2019 
 
2 
 
Sumário 
 
1.Introdução 3 
2.Desenvolvimento 4 
3.Conclusão 7 
4.Referências 8 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1.Introdução 
 
“Meu nome é Rádio” é um filme norte-americano de drama baseado em uma 
história real, produzido em 2003 e dirigido por Michael Tollin. O filme aborda um 
tema de suma importância em todos os sentidos da vida, seja no âmbito social, 
familiar ou educacional. 
A obra busca analisar e interpretar uma história a qual traz ao conhecimento 
a vida e a superação do jovem deficiente intelectual James Kennedy, 
carinhosamente apelidado de Rádio, por meio da ajuda de um treinador de futebol 
americano. Não somente a vida de Rádio toma um novo rumo como a de todos os 
que o rodeiam, sendo o amor o meio pelo qual a transformação ocorre e o ambiente 
educacional o lugar que abriga essa transformação. 
Da mesma forma a obra apresenta a realidade do funcionamento da 
educação nas escolas. Há uma grande relação entre a superação de Rádio, a 
transformação das pessoas e o ambiente escolar uma vez que é por meio dele que 
cada personagem aprende a importância do relacionamento e do respeito com o 
outro. Por isso, é mais real do que qualquer outra a frase do filme “Nunca é um erro 
se importar com alguém”. 
Assim, é possível notar a relação que a obra de Michael Tollin tem com a 
docência e a educação na contemporaneidade, já que ela enfatiza a necessidade do 
olhar com empatia e alteridade para com o outro, do ensino integral e eficiente em 
todos os aspectos e da aprendizagem contínua e progressiva tanto do aluno quanto 
do professor . 
 
 
 
 
 
4 
2.Desenvolvimento 
 
É no cenário de um jovem empurrando um carrinho de supermercados que o 
filme tem seu início. Esse jovem é James Kennedy o qual, conforme o 
desenvolvimento do enredo permite notar, é portador de uma deficiência intelectual. 
Ele não apenas passeia pelo bairro em busca de objetos novos como sempre para 
em frente ao campo de futebol de um colégio para observar os treinos do dia. Por 
outro lado, há também o foco na vida do treinador desse time de futebol, o Senhor 
Jones: Ele se dedica muito ao trabalho e quase não tem tempo para a família, 
principalmente para a filha que já está crescendo. 
Em uma das idas ao colégio, as quais o treinador convidava James para 
assistir aos jogos objetivando conquistá-lo, James decide aceitar o convite logo 
quando o treinador não estava e havia apenas os jogadores no campo. Isso implica 
em um conflito muito grande pois assim que o treinador chega percebe que os 
alunos haviam trancado James e o amarrado para que não fugisse. No entanto, o 
Sr. Jones tem uma postura muito forte diante da situação e disciplina aos garotos, 
isso demonstra seu caráter e o início de sua relação com o James. Relacionando 
esse fato com a experiência do estágio, foi possível observar que atualmente o 
docente, por almejar se colocar no lugar do aluno, perde, sem perceber, a 
autoridade que lhe é devida e acaba por relevar muitas atitudes erradas que as 
crianças e adolescentes cometem deliberadamente na sala de aula. 
Além disso,, na obra, é perceptível o carinho do treinador pelo jovem desde o 
começo. Tanto é assim que no momento em que ele consegue interagir com James 
ele descobre que o garoto gosta muito de rádios e, então, cria um apelido para ele: 
Rádio. Essa é uma característica fundamental que um professor ou um mestre 
deveria ter, mas que muitas vezes não é encontrada nas escolas de ensino básico e 
muito menos nas universidades. Por vezes, o professor apenas se preocupa em 
apresentar o conteúdo à sala da melhor maneira possível, mas não busca ter uma 
relação de afetividade e sociabilidade, esquecendo-se que o seu trabalho também é 
lidar com seres humanos. 
5 
Mediante as visitas de Rádio e as preocupações do Sr. Jones sobre ele, a 
relação entre eles cresce cada vez mais, chegando a um ponto de que ele decide 
integrar Rádio à escola, já que o garoto nunca havia conseguido, de fato, estudar. 
Esse ato é, igualmente, de extrema importância para o bom funcionamento da 
educação uma vez que as escolas deveriam incluir os alunos com qualquer tipo de 
deficiência de forma completa e com todos os recursos possíveis. 
Entretanto, não é fácil a inserção dele na escola. Apesar de seu 
comportamento gentil e carinhoso e também de muitos alunos e funcionários 
apreciarem sua presença, alguns alunos continuam praticando bullying com Rádio. 
Além disso, a direção da escola não aceita tão bem a ideia do Sr. Jones porque ela 
implicaria em muito mais cuidado com Rádio no ambiente escolar, sendo trabalhoso 
manter a ordem no local. Esse fato demonstra como os diretores, coordenadores e 
funcionários da escola também fazem uma diferença para a educação já que são 
eles a autoridade e os mantenedores do sistema de cada escola. Em contrapartida, 
o que é visto nos dias atuais, assim como na vivência do estágio, é a negligência na 
disciplina por parte do corpo de direção ou, então, um abuso de poder. Esse 
descuido da escola resulta na falta de organização, na indisciplina dos alunos, no 
descomprometimento dos funcionários e, então, em uma péssima qualidade no 
ensino. Por isso, é tão importante que a escola crie e mantenha um Projeto Político 
Pedagógico, o qual constrói a identidade de forma a auxiliar o cumprimento das 
ações que são definidas por essa comunidade escolar. 
Apesar dessas dificuldades, o Sr. Jones encontra sempre uma forma de 
defender Rádio e entender as limitações presentes por causa de sua deficiência. 
Exemplo disso é a cena em que o jogador Johnny arma uma situação para Rádio 
objetivando que o treinador brigue com ele, porém, pelo contrário, ele o compreende 
e o instrui, além de disciplinar mais uma vez o jogador. 
Até mesmo em um dos momentos mais tristes do filme (aquele em que a mãe 
de Rádio faleceu) o Sr. Jones demonstra compreensão e cuidado por ele, o 
apoiando e incentivando. Assim, o treinador não só ajuda Rádio em sua 
6 
comunicação social como na construção de uma aprendizagem afetiva, da qual o 
interesse é comunitário. 
Ainda que Rádio não tenha conseguido aprender a escrever mais do que 
rabiscos, é possível notar o seu desenvolvimento durante o filme e o efeito que o 
trabalho do treinador tem no processo de comunicação e desenvolvimento dele. Foi 
por meio da ajuda de um e, depois, de todo o coletivo que o garoto teve a 
oportunidade de continuar neste colégio pro resto da vida. Ele se tornou um auxiliar 
em qualquer tipo de trabalho que fosse necessário e, principalmente, um ajudante 
nos diversos treinamentos que aconteceram na escola. 
É visto que, no início da trama, Rádiomal conseguia falar, mas à medida em 
que a história é apresentada, ele aprende a se expressar pela fala e se socializa 
com muito mais facilidade. Esta, sim, deve ser a grande satisfação do professor: em 
guiar, de forma integral, o aluno pela vida e não o fazer memorizar uma pilha de 
conteúdos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
3.Conclusão 
 
Por tanto, é possível relacionar o processo de desenvolvimento de Rádio com 
os processos atuais da educação brasileira, tendo como base as experiências 
vividas no estágio obrigatório. Vê-se o desenvolvimento dele até mesmo nas 
dimensões que Zabala destaca em seu texto: na dimensão social e na interpessoal, 
porque ele foi progredindo sua comunicação e expressão ao se sentir mais próximo 
das pessoas; na dimensão profissional, porque esse processo permitiu que ele 
realizasse uma função dentro do colégio que fosse de sustento para sua vida; na 
dimensão pessoal, porque seus conflitos internos (de intelectualidade ou luto) foram 
de alguma forma apaziguados pela interação social, ainda que não de forma 
completa. 
Além disso, o filme é um modelo de inclusão social, uma vez que busca 
destacar a importância da prática da empatia e alteridade dentro do ambiente 
educacional. Igualmente, a obra é um exemplo de apresentação da realidade 
escolar. Todo o corpo estudantil necessita de direitos e deveres específicos para o 
desenvolvimento efetivo da escola, seja em relação aos cumprimentos dos diretores 
e funcionários, seja pela realização fundamental do ensino didático do docente e ou 
seja pela colaboração e participação dos alunos. 
Por fim, é muito válida a análise da relação da obra com os estágios, já que, 
assim, se torna possível a comparação de realidades anteriormente impensadas e a 
noção de necessidade de um novo profissional dentro da sala de aula na atualidade. 
E, nesse sentido, faz-se verdadeira a afirmação de Martin Luther King Junior: 
“Inteligência mais caráter, esse é o objetivo da verdadeira educação.” 
 
 
 
 
 
 
8 
 4.Referências 
Meu nome é Rádio . Direção MIchael Tollin. Produção: Herb Gains, Brian Robbins e 
Michael Tollin. Estados Unidos, 2003. 
GOMES, Renildo Silva. A função Social da Escola. Disponível em: 
< https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/estetica/a-funcao-social-da-es
cola/18881 >. Acesso em 02/04/2019. 
MASSUCCATO, Muriele. MAYRINKY, Eduarda Diniz. O que é ser Professor nos 
dias atuais . Disponível em: 
< https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1553/o-que-e-ser-professor-nos-dias-atuais >. 
Acesso em:02/04/2019. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/estetica/a-funcao-social-da-escola/18881
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/estetica/a-funcao-social-da-escola/18881
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1553/o-que-e-ser-professor-nos-dias-atuais