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Direito do Trabalho: interrupção e suspensão do contrato de trabalho 1. conceito: artigos 471 a 476-A/CLT a) suspensão: -sem trabalho - sem remuneração - em regra, o período não é computado como tempo de serviço · serviço militar obrigatório e acidente de trabalho são hipóteses em que a doutrina entende como casos de suspensão do contrato de trabalho, porém, com contagem do tempo de serviço e depósito de FGTS b) interrupção: - sem trabalho - com remuneração (exemplo: férias e repouso semanal remunerado) EXEMPLO: empregado fica doente e nos primeiros 15 dias de afastamento o empregador continua pagando, apesar da ausência do empregado, tendo neste caso uma interrupção do contrato de trabalho; o empregado continua doente após os 15 dias de afastamento, porém, a partir do 16º dia, o empregador não paga mais a remuneração do empregado, ocorrendo que nesta hipótese a previdência começará a pagar ao mesmo auxílio-doença, portanto, nesta hipótese está-se diante de um caso de suspensão do contrato de trabalho, já que o empregado não receberá remuneração » durante o período de suspensão ou interrupção do contrato de trabalho, o empregado não poderá ser demitido sem justa causa » um empregado tem jornada de trabalho de 8 às 17 horas com intervalo de 1 hora para almoço (intervalo intrajornada), esta hora de almoço é considerada interrupção ou suspensão do contrato de trabalho, em regra? é considerada suspensão do contrato, já que apesar de totalizarem 9 horas, o empregado apenas receberá pelas 8 horas trabalhadas, assim, o intervalo intrajornadas não é contabilizado a título de jornada de trabalho » no caso do goleiro Bruno, que foi preso, sendo privado de sua liberdade e de trabalhar, seu contrato de trabalho junto ao Flamengo ficou suspenso → como o contrato de trabalho era a prazo determinado se findou, porém, se fosse um contrato de trabalho a prazo indeterminado, assim que o mesmo fosse solto, como o contrato estava suspenso, ele deveria retomar as suas atividades laborais junto ao clube » em hipótese de violência doméstica contra mulher, de acordo com o artigo 9º/Lei Maria da Penha, deverá haver a suspensão do contrato de trabalho 2. exemplos de suspensão do contrato de trabalho: a) súmula 269/TST: caso do empregado diretor → quando um empregado for nomeado diretor, ele detém seu contrato original suspenso · se o contrato original não for suspenso, ele deve ser extinto, tendo, assim, um novo contrato de trabalho para a função de diretoria; porém, se porventura, o empregado for destituído do cargo de diretoria, deveria, mediante seu contrato de trabalho, ser demitido b) artigo 7º/lei 7.789 de 1983: greve · em algumas situações (greve não abusiva ou greve legal), o período de greve pode vir a ser remunerado, tornando assim, o período de afastamento do empregado uma hipótese de interrupção do contrato de trabalho · hipótese de lockout (greve do empregador) é vedada pelo ordenamento jurídico, porém, se o empregador desrespeitar esse comando legal e realizar a greve, deverá, em tal situação, remunerar o empregado durante o período de afastamento, sendo uma hipótese de interrupção do contrato de trabalho c) artigo 475/CLT: aposentadoria por invalidez → empregado pode ser aposentado por invalidez e terá seu contrato suspenso · súmula 440/TST: na hipótese de aposentadoria por invalidez, como contrato de trabalho encontra-se suspenso, o empregador é obrigado a manter o plano de saúde do empregado d) artigo 476-A/CLT: curso ou programa de qualificação oferecido pelo empregador 3. exemplos de interrupção do contrato de trabalho: a) repouso semanal remunerado ou descanso semanal remunerado ou descanso hebdomadário b) artigo 395/CLT: afastamento de 2 semanas em virtude de aborto não criminoso c) artigo 320, §3º/CLT: afastamento do professor por 9 dias em virtude de falecimento de pai, mãe ou filho d) artigos 129 a 145/CLT: férias · período aquisitivo: aquele em que o empregado necessita trabalhar durante 12 meses para deter direito a férias · período concessivo (do empregador): aquele em que o empregado tendo adquirido o direito a férias, o empregador deterá o prazo máximo de até 12 meses a fim de conceder férias → empregado não tem direito a escolher seu período de férias · antes da reforma trabalhista, as férias eram concedidas em apenas 1 período e, excepcionalmente, em 2 períodos, desde que 1 dos períodos não fosse inferior a 10 dias; após a reforma trabalhista, a legislação com relação a ideia de fracionamento (artigo 134, §1º/CLT) alterou o entendimento para que seja possível que as férias o sejam usufruídas em até 3 períodos (1 período: não inferior a 14 dias, 2 períodos: não inferiores a 5 dias), desde que haja concordância do empregado · artigo 134, §2º/CLT (revogado): aos menores de 18 anos e aos maiores de 50 anos, as férias serão concedidas de uma só vez · pagamento em dobro (artigo 137/CLT): o empregador após a aquisição pelo empregado do direito a férias, detém o prazo máximo de 12 meses para conceder férias, porém, fazendo-o fora do período concessivo, deverá remunerar em dobro o empregado » súmula 450/TST afirma que pagamento das férias deve ser realizado até 2 dias antes do início das férias do empregado, se não vier a ocorrer, deverá remunerar o empregado em dobro EXEMPLO: empregado dentro de seu período aquisitivo de férias (12 meses) não compareceu ao trabalho por 4 dias para viajar e após esse período se casou; em virtude de seu casamento se ausentou por 10 dias, porém, após o retorno da lua de mel, seu cônjuge vem a falecer, tendo, portanto, mais 10 dias de ausência no trabalho; após este período, se ausentou por 1 dia em virtude de doação de sangue, se alistou como eleitora se ausentando por mais 2 dias, tirou 9 dias em razão de prestação de exame vestibular; depois se ausentou do emprego por 2 dias a fim de acompanhar seu filho de 8 anos em consulta médica; qual a quantidade de faltas injustificadas deste empregado? (artigo 473/CLT) 21 faltas injustificadas · 4 faltas para viajar · falta em razão de casamento: até 3 dias → 7 faltas relativas a casamento · falta em razão de falecimento: até 2 dias → 8 faltas relativas a falecimento · falta em razão de exame vestibular: tantas faltas quanto forem necessárias a prestação do exame · falta em razão de acompanhar filho de 6 anos em consulta médica: até 1 dia por ano → 2 faltas relativas a acompanhar filho de 8 anos · quantos dias este empregado terá de férias? (artigo 130/CLT) · (-6) com 5 dias de faltas injustificadas: 30 dias de férias (+8) · com 6 a 14 dias de faltas injustificadas: 24 dias de férias · com 15 a 23 dias de faltas injustificadas: 18 dias de férias · com 24 a 32 dias de faltas injustificadas: 12 dias de férias · acima de 32 faltas injustificadas: 0 dias de férias · nascimento de filho: mãe tem direito a licença de 120 dias e pai a 5 dias · em hipótese de empresa escrita no programa empresa cidadã, o período de licença maternidade pode aumentar para 180 dias e a licença paternidade para 20 dias · artigo 133/CLT: perda do direito a férias · artigo 134/CLT: deve haver, pelo menos, 30 dias antes a comunicação ao empregado do período de concessão das férias → consequência da não comunicação: empregado não tem obrigação de usufruir de férias no período estabelecido · artigo 143/CLT: é facultado ao empregado converter 1/3 do período de férias em abono pecuniário · artigo 139/CLT: férias coletivas » férias em jornada de tempo parcial (artigo 130/CLT) de 30 dias, possibilitando o abono pecuniário 3. contrato de trabalho intermitente (lei 13.467/2017) » a Medida Provisória 808/2017: dar efeito ao trabalho intermitente previsto na lei 13.467 → esta medida provisória não foi convertida em lei · artigo 443, §3º/CLT (conceito): relação de emprego em que existe subordinação do empregado ao empregador, porém, não é contínua, já que ocorre alternância de períodos de atividade e períodos de inatividade → ideia de algo que não é contínuo, que sofre interrupções · artigo 452-A/CLT: o contrato deverá ser realizado, necessariamente,por escrito · artigo 452-A, §1º/CLT: empregador deve convocar o empregado e informar a jornada a ser cumprida com, pelo menos, 3 dias corridos de antecedência → §2º indica que o empregado detém 1 dia útil para responder ao chamado do empregador e com seu silêncio é presumida a recusa e esta recusa não descaracteriza a subordinação, de acordo com o §3º · em caso de aceitação, o não cumprimento sem justa causa do acordado, por qualquer uma das partes enseja o pagamento de multa de 50% da remuneração devida em caso de cumprimento da jornada pactuada, em até 30 dias (artigo 452-A, §4º/CLT) · período de inatividade não se considera tempo à disposição do empregador, podendo o empregado prestar serviços a outros contratantes (artigo 452-A, §5º/CLT)
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