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TGI dos animais domésticos não ruminantes Geralmente, nas grandes empresas há muitos silos, que são utilizados para guardar as matérias primas, os insumos, que mais a frente vamos entender quais são esses insumos. Na M. Dias Branco, os silos que tem lá são utilizados para guardar trigo, que é um dos insumos mais caros e que até então não era produzido no Ceará, mas está sendo produzido recentemente, porém não é muito (somente uma granja está plantando isso). Os silos que vocês estão vendo na tela não são para trigo, são para milho e soja (ração para aves, suínos, coelhos, cães, gatos, peixes). Geralmente são 2 de milho e 1 de soja, porque a proporção da ração é mais ou menos essa. No Brasil, como isso funciona? Nós temos um alimento, que é o milho e temos outro alimento, que é a soja. O que é que o milho fornece mais? O milho é rico em calorias, em carboidratos, portanto, ele fornece energia. Já a soja fornece proteína, é tanto que é um produto que substitui muito a carne vermelha para quem é vegetariano. Quando você está se alimentando, você faz um balanceamento da sua comida, de modo que raramente você põe só carne, raramente você põe só alface, raramente você come só ovo e assim por diante. Você geralmente coloca uma parte grande de arroz, feijão e outras coisas mais calóricas (referentes a 2/3) e 1/3 ou menos de carne. Isso é um balanceamento que você está fazendo naturalmente e, muitas vezes, ninguém nunca lhe ensinou isso, mas você sabe que é assim que funciona e isso dá uma boa ingestão. Porque utilizamos mais carboidratos (calorias em geral), até mesmo gordura, do que proteina? Lá na frente, nós vamos entender melhor, mas eu vou logo adiantar! O nosso cérebro quando presencia um alimento, a sua visão traduz para o cérebro e diz “dá para comer ou não dá? ”. Um exemplo que eu acho que todo mundo aqui gosta: pudim de leite condensado! Alguém não gosta? Raramente alguém não gosta. Quando você come, você tem algum problema com a ingestão? Nenhum, porque é um carboidrato, formado por ligações simples e, portanto, fácil de quebrar. A digestão dele começa logo na boca. Mas quando é um alimento mais fibroso, mais folhas, aí é difícil fazer uma reeducação alimentar, porque o seu cérebro não vai aceitar facilmente, até porque nós somos não ruminantes e nosso organismo não é bem preparado para isso. Como é que funciona no Brasil? Nós temos as empresas grandes ( Perdigão, Regina, Seara...) e todas elas precisam produzir as suas rações, ou seja, elas precisam ter as suas fábricas de rações, seus silos. Mas, ao mesmo tempo, elas precisam dessas empresas que fornecem a nutrição. Nem uma empresa dessa vende milho e soja, eles só vendem vitaminas e micro minerais. Essas vitaminas e micro minerais representam os premix, que as bases são as espinhas dorsais dos alimentos. Cães e gatos têm premix da mesma forma! Empresas, como a Purina, Royal Canin, que vão fazer as suas rações, precisam de um premix, ou seja, um mix de vitaminas e minerais e, a partir deles, fazem a composição da ração. Existem os de forma ativa, como o RNC. Se eu quero fazer rações para cães de grande porte e tenham uma pelagem baixa, como eu faço? Você pode ir no RNC e ele vai te dizer a quantidade de vitaminas, minerais, proteínas e calorias. Então, a partir dele, você faz um premix de vitaminas e daí a formulação. Quem vai calcular? Atualmente, isso é feito pelos programas de computador, que são cada vez mais modernos. Então, o Softwer diz: Um cão filhote, desmamado, precisa ter uma proteína 24%, por exemplo. Mas ele não pode comer certos tipos de alimentos, ele não pode ter acesso a certos tipos de alimentos. Então o programa seleciona e indica quais alimentos não podem ser utilizados e, a partir daí, é formulada a ração com uma quantidade adequada de proteína (assim como os demais nutrientes), por exemplo, para 100 gramas, 1 quilo. Então é assim que funciona. Essas empresas fornecem esses premix. Algumas já fornecem ração pronta. A maior parte, para cães e gatos, já fornece ração pronta, por isso que a fábrica de ração de cães e gatos, você não ver em canis. A não ser que eles queiram fazer uma ração mais orgânica, uma coisa mais natural, artesanal. Essas empresas estão localizadas em vários locais do Brasil e as empresas produtoras estão localizadas a maior parte no sul e sudeste. A Pollinutri é a única empresa de fora que está aqui, é ali aonde era a antiga Parmalat, perto do Eusebio e foi escolhido por ser um ponto estratégico. São 5 fábricas dela no Brasil e ela está totalmente distribuída de forma nacional. As dietas não são feitas a toa, são feitas conforme a genética do animal, conforme a sua aptidão. No caso do cavalo, por exemplo, eu posso dar uma ração para cavalos de equitação, que faz algum tipo de exercício, como cavalo de vaquejada, para um cavalo que é só para passeio, ou só para casa? Não, não pode! Você vai trabalhar com uma ração desenvolvida para uma genética própria para aquela raça e aquela aptidão. Esse é o mercado alvo que você tem que atingir. No caso de animais de consumo, como aves, suínos, nós temos que exaltar muito a relação custo/benefício, porque 60% a 70% dos custos totais envolve a administração, assistência veterinária, transporte, energia, colocando tudo na planilha 70% pode chegar a ser só de alimentação. Aqui no Nordeste, o custo é mais caro, porque a maior parte dos insumos não é fabricado o suficiente aqui, tem que trazer de fora. Milho e soja são dois ingredientes que ocupam mais de 90% da ração. Isso aqui se encaixa para aves, suínos, coelhos, cavalos, mas quando chega em cães e gatos, nós temos substitutos, que não usa totalmente milho, nem totalmente soja (Nós temos outro tipo de substituto). A dolarização e a globalização! Atualmente o dólar está mais de 5 reais. O Brasil tem uma balança comercial favorável, ou seja, mandamos mais produtos para fora, do que trazemos para dentro. Isso nos dá um ganho, de modo que somos fornecedores de alimentos para o mundo inteiro. Nós somos grandes vendedores, não só de alimentos, mas de outras coisas também. Então, é interessante o dólar ser mais alto que o real nesse caso, mas em compensação, nós também compramos produtos que são dolarizados, como vitamina, alguns minerais, aditivos (quase todos os aditivos são trazidos de fora), aminoácidos, metianinas... E isso é ruim! Nessa época agora, por exemplo, eu tenho acompanhado o custo de ração para aves , que está em alta. Isso é decorrente dos custos, que também estão mais altos, porque além das rações, no item vai frete também. Então, a dolarização e a globalização fazem parte de tudo isso. A questão dos hormônios é uma questão antiga e as vezes a gente pensa que já acabou, mas ainda está atuante. Muitas vezes, as pessoas acham que a ave de granja tem hormônios que fazem mal a saúde do ser humano, mas, na verdade, não há hormônio que faça mal ao ser humano (não existe hormônio em aves, até porque é ilegal). Existe uma instrução normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária de Abastecimento no Brasil que proíbe o uso de anabolizantes, de químicos, ou qualquer droga, qualquer aditivo que possa vir a prejudicar a saúde humana. Porém, dizer que é ilegal não convence muito, mas quando você fala que é inviável, já passa a ser mais aceitável, porque aí a pessoa passa a pensar que se é inviável, não há uma relação custo/benefício, ou seja, você vai gastar dinheiro, vai gastar manejo, vai perder tudo e não vai funcionar. Poderia ser injetável? Existia um professor na Veterinária que vocês não conheceram, que no tempo da faculdade, levou a gente para fazer uma aula de castração no setor de suínos e depois que fizemos a castração, ele perguntou ” E agora? Esses animais vão ter acesso a testorena?”, aí respondemos que não iria ter acesso, porque nós tínhamos cortado o conduto, nós eliminamos a passagem. Daí ele perguntou: “E se eu quiser voltar que essesanimais tenham novamente os seus caracteres como antes, de carne mais rígida, de masculinidade, de procurar as femeas... O que eu devo fazer? ”. Aí alguns sugeriram para desfazer a cirurgia. OK! Esse era um caminho, mas era trabalhoso. Outra pessoa deu a sugestão de administrar testosterona. Ai ele respondeu: “ Esse é um caminho viável, mas de quanto em quanto tempo nós vamos fazer isso e qual a quantidade? ”, a quantidade vai variar de acordo com o peso, com as espécies, mas são quantidades nanonicas. Em relação a pergunta de quanto em quanto tempo, é muito simples! Os nossos hormônios liberados em todo o nosso organismo, são liberados conforme o avanço da nossa idade de forma lenta, bem gradual, para que não haja nenhum distúrbio. Então não tem como administrar a quantidade sabendo que é inviável. E se fosse viável? É muito fácil! Como é que eu vou administrar os hormônios? Coloca na ração ou na água. E o hormônio vai resistir quando chegar no estômago? Não! Nosso ácido no estômago, o ácido clorídrico, que está no suco gástrico, tem um PH muito baixo. Ele degrada tudo o que você possa imaginar, é tanto que quando vomitamos, a nossa garganta fica totalmente danificada, porque existe a corrosão, por conta do suco gástrico, do ácido clorídrico. O ácido clorídrico tem um PH muito baixo e necessário que tenha, porque se não, não quebra as moléculas, não degrada as moléculas para você fazer a digestão. Ninguém come proteína, a gente engole alimentos proteicos, mas digerimos aminoácidos. Então ele precisa quebrar essas moléculas. Assim, quando você vomita, esse ácido passa pela garganta e dá ânsia de vomitar mais ainda. Então esse é o motivo de não utilizar por via oral (presença do HCL). Ah então vamos injetar! Olha a quantidade de animais: 24 bilhões no mundo! Seria viável? Nem pensar. Aonde que seria utilizado o hormônio do crescimento? Em frangos. Frangos tem 40-42 dias para chegar a ter 3 Kg (ou seja, muito rápido). Fazer dia sim, dia não, já pensou a fila de frango esticando a asa? Então essa é a explicação que não existe isso, porque é inviável. Mas nós vamos entender na avicultura porque dá tanto peso, porque esses animais são tão produtivos. Vamos lembrar um pouquinho da anatomia! Nós temos aqui um trato gastrintestinal de um suíno (TGI), que simboliza todos os animais não ruminantes, e a galinha, que simboliza todas as raças que também são não ruminantes. Como eu falei, o nome “não ruminante” foi colocado por conta de algumas es truturas. O que compõe a boca do suíno? Dentes, língua, palato duro, palato mole, glândulas. Depois nós temos o esôfago, que é um tubo aonde não há a digestão, sendo apenas a comunicação da boca com uma bolsa, que é o estômago, aonde começa o processo digestivo. A boca também já tem um certo processo digestivo. Eu sempre lembro que nós começamos a digestão com algum tipo de alimento, por exemplo o pão, que é rico em carboidratos, tem açúcar. Quando colocamos ele na boca, com a ação da enzima ptialina, que está na saliva, existe uma quebra desse carboidrato, que libera o açúcar. Mas você não sente quando coloca na boca, só quando está engolindo. Porque faz isso? Para você sentir prazer em engolir. Não é todo mundo que gosta de comer. Tem criança que dá muito trabalho, então na hora que ela come, ela sente o sabor doce, gostoso. Ela não pode parar, porque ela já está engolindo, então ela come mais. Se ela sentisse o sabor no começo, talvez ela não engolisse. Então essa é uma forma de foçar a quem toma leite, ou que está engolindo qualquer carboidrato, transformar em açúcar, mas só na hora que for engolir. O esôfago tem um movimento chamado de movimento peristáltico. Esse movimento peristáltico é importantíssimo para a digestão. Ele só tem um sentido, que é da boca para o estômago. Movimentos anti-peristalticos, ao contrário, são rejeitados normalmente, mas quando tem que vomitar, o organismo abre uma exceção. As vezes esse movimento anti-peristaltico nem para, fica por muito tempo e irrita a garganta. Esse movimento peristáltico também acontece no instetino (O cavalo tem movimentos peristálticos, até mesmo por ser um animal alto, facilita ele a beber água, comer. Aves, como galinhas, não possuem esse movimento peristáltico no esofago, por isso que elas levantam a cabeça para tomar água. Aves como rolinhas, pombos, conseguem tomar água de cabeça baixa, porque elas são presas e elas precisam voar). Passou do estômago, nós vamos para o duodeno, que tem ligação com as glândulas, sendo a mais importante o fígado. Temos também o pâncreas, que nesse caso é ligado ao duodeno, mas o duodeno não tem uma alça duodenal que nem as aves. Depois nós vamos par o jejuno, íleo, ceco, cólon, reto e ânus. O que vai acontecer nessa área, depois nós vamos dar uma estudada nas células que estão no duodeno, jejuno, entre outras. Nas aves, vem a mesma pergunta. A ave tem boca, bico, tem palato duro, salivação pouca (não é como a dos mamíferos). Elas têm um esôfago com um movimento peristáltico muito tênue e apenas algumas aves têm e outras não tem (como a galinha, por isso levanta a cabeça). Aí vem a diferença que faz dela um animal não ruminante: elas têm o papo ou ingluvio, que tem a função de somente guardar alimento e não de digerir. O papo possui uma mucosa e solta um muco, que serve para molhar o alimento, já que a maior parte dos alimentos das aves são secos, como grãos, sementes. Molha para facilitar quando chegar no proventrículo , aonde começa o processo digestivo verdadeiro. O proventrículo também é chamado de estômago químico, ou estômago verdadeiro e é aonde tem o ácido cloridrico (é o nosso estômago). O papo existe em quase todas as aves, menos algumas, como é o caso das ratitas, que são os avestruzes, emas... Porque o avestruz não desenvolveu o papo? Como eu disse, o papo serve para regurgitar para os filhotes e para molhar o alimento. É uma espécie de mochila, servindo para guardar alimento, quando for escapar dos predadores. Já o avestruz é um animal pré-histórico, que não é uma presa fácil. Essa é so uma teoria que eu desenvolvi para explicar o motivo das aves maiores não terem papo. Depois do proventrículo, nós temos a moela, que pega os alimentos que já vieram do proventrículo, que já estão amolecidos e “mastiga”. Depois disso, o decorrer da digestão é semelhante ao de outro animal. No caso, é interessante observar que o pâncreas está na curva do duodeno. Isso foi um dos motivos que fez a avicultura desenvolver e muito e os caras que começaram, as criadouras que começaram, não tinham nem ideia da importância dele estar assim colado na alça. Ele está totalmente ligado a alça duodenal liberando suas enzimas diretamente para a digestão. Isso fez o animal ser muito mais produtivo. Depois do duodeno, vem o jejuno, íleo, ceco (no caso das aves são dois cecos), as tonsilas cecais e depo is a cloaca. O intestino nós vamos ver como mais detalhe lá na frente para os dois indivíduos. Em todos os animais do mundo, o intestino é o segundo cérebro, pois ele age de maneira quase independente. O intestino tem uma ramificação nervosa muito interessante! Você não sabe aonde está doendo. Você só diz “dor de barriga”, mas você não sabe aonde está doendo., em que local precisamente. Essa é uma dor espalhada. Vamos rapidamente lembrar o que acontece com o equilíbrio ácido/base. No caso dos não ruminantes, nós temos uma acidez menor no esôfago (>7,0), mas quando chega no estômago, os animais podem ter uma acidez de 3 a 4, porque é aonde está o ácido clorídrico. Quando nós passamos, nós aumentamos esse PH, diminuindo a acidez. O HCL é composto de pepsinogênio e pepsina e as enzimas importantes começam a ser secretadas a partir do fígado e do pâncreas, como a Amilases, Lipases, Tripsinas, Quimiotripicinas. Depois, nós temos a Lactase, Maltase, Dipeptidase e Glucosidase. Todas essas enzimas terminam em “ASE” porque o seu objeto detrabalho está no seu prefixo. A celulose é digerida no intestino, por isso que para digerir a celulose, o animal precisa de um intestino longo. O avestruz possui 16 metros de intestino, o cavalo também e por isso que eles têm condição. Nos ruminantes é diferente, pois eles já têm uma digestão nos seus estômagos ruminais. No caso dos não ruminantes, que só tem um estômago, eles precisam de um intestino muito longo para poder digerir as fibras, capins, porque foram animais que foram criados para a vegetação, viverem nas florestas, nas matas, nos cerrados. Quanto tempo demoramos? O percurso do alimento para chegar no final do estômago não passa de 30% e no intestino delgado não passa de 4-6%. Já no intestino grosso é de 65-80%. No intestino delgado, o transito é mais rápido, porque aí existe um fornecimento de muito líquido com enzimas (enzimas para fazerem a digestão). Muito liquido é jogado aí para fazer a digestão e ele precisa ser devolvido, pois se ele passar direto pelos anus, tem-se a diarreia, e com diarreia, o animal pode morrer, já que ela representa a perda de água, inclusive intracelular. O animal perdendo água não faz as suas reações químicas, pois não existe reação química no organismo sem a presença de água. Por isso que quando a pessoa ou o animal está desidratado, não é somente bebendo água que você vai repor. Frangos e suínos quando tem diarreia no começo da vida, é muito difícil recuperar esse lote. Cães e gatos são da mesma forma! Depois que são desmamados, tem que ter muito cuidado com a alimentação, porque se vier um quadro de diarreia, eu tenho que repor essa água. Então, essa demora do intestino grosso de 65-80% é justamente para reabsorver a água. A qualidade das fezes do indivíduo é muito importante. As fezes têm que ser dentro dos padrões, pois se ela tiver certa consistência, significa que a água foi absorvida dentro do intestino e o equilíbrio hídrico está normal. No caso dos pequenos ruminantes, há a perda de água por urina, por suor (o que não acontecem em alguns animais, por não terem glândulas sudoríparas ou tem poucas) e também pela saliva. Mas perder água nas fezes, não pode passar de um certo limite. É tanto que quando é feito teste com os alimentos, o animal é pesado antes de consumir o alimento e o alimento antes e depois que ele é eliminado nas fezes, para saber quanto foi absorvido de cada nutriente (faz a análise das fezes para saber disso), e se houver muita presença de água significa que aquele alimento está causando uma diarreia. É dessa forma que se fazem os estudos. Essa imagem simboliza o que nós vimos até agora. Na boca já começa um processo de digestão, que vai até o final do intestino delgado. A absorção ocorre no intestino delgado, mas especificamente no duodeno e no jejuno. Então, quais são as células que estão logo após o estômago? São células ricas em enterócitos. Os enterócitos são aquelas células absortivas, que fazem aquela escova e estão na ponta de toda superfície de vilosidade. Os estudos animais estão sendo feitos ainda para desenvolverem as vilosidades intestinais, aumentar as vilosidades intestinais, porque se eu aumentar as vilosidades intestinais, eu posso aumentar a quantidade de enterócitos, eu posso ter mais absorção de nutrientes (eu posso perder menos nutrientes nas fezes e na urina). Quando passa do duodeno ainda existem essas vilosidades e existem também a absorção, mas só que é diferente, não é como acontece antes, porque ela vai diminuindo. E a medida que vai desaparecendo, não existe nenhum processo de digestão, existe um processo de absorção da água. Esse quadro é um resumo de tudo o que acontece no nosso organismo. Nós temos somente quatro secreções: saliva, suco gástrico, suco pancreático e suco intestinal. E vendo essa tabela, podemos ver a origem, a composição, o destino e o produto final de cada um. A mucosa estomacal, por produzir o suco gástrico, que é rico de ácido clorídrico, ela tem muito ácido, por isso, acontecem as ulceras gástricas. As úlceras gástricas podem acontecer devido a alimentação incorreta (muitas vezes você está produzindo suco e não está se alimentando corretamente. Com isso, aquela acidez vai ficando no seu estômago e isso provoca uma erosão no seu estômago.), refluxo (pode causar inclusive erosão no esôfago e levar ao câncer.), estresse, entre outras causas. Devido a essa acidez causada pelo suco gástrico, os animais precisam comer no horário certo. Nós vamos ver mais na frente que um dos nossos 5 sentidos controla a produção de suco gástrico, porque tem um horário de comer. O animal tem esse habito, ele tem um horário de comer. Se ele não comer na hora certa, pode entrar num estresse. Todo alimento é dividido em matéria seca e água. Alguns, não tem quase água, mas todos os alimentos têm matéria seca e água. Então, quando você manda para o laboratorial e esse produto é secado, ele é praticamente assado, ele vira cinzas e essas cinzas é o alimento seco e o restante é água (então faz a diferença do peso antes com o peso das cinzas e sabe quanto tinha de água). Essa matéria seca tem dois tipos: a orgânica e a mineral. A matéria orgânica é aonde estão componentes, como glicídios, lipídios, proteínas e vitaminas. A matéria mineral é dividida em dois tipos: macroelementos e microelementos (ou macrominerais e microminerais). Macroelementos significa que está em grande quantidade e microelementos em menor quantidade. Todos esses elementos são importantes, só que os macros, qualquer diminuição dele não é tão afetada, mas o micro é, pois se você tiver falta de algum desses microelementos é ruim. Para você ter todos esses elementos é necessário ter uma alimentação balanceada e diversificada. Como eu vou fazer o balanceamento da dieta? Os 5 sentidos nos ajudam a fazer isso e ajudam os animais naturalmente. O olfato nos cães, por exemplo, é bastante apurado na seleção de alimentos. Já a visão e a audição, ajudam a relacionar uma pessoa ou um barulho com comida, e assim por diante. O balanceamento da dieta visa atender as necessidades nutricionais do animal (manutenção, produção e reprodução). No balanceamento da dieta do animal, nós temos que ter a capacidade seletiva do animal, sensores táteis e os fatores extrínsecos. Quando fizeram as dietas com alguns animais, como coelhos, aves, foram colocados vários grupos de pesquisa e várias fontes de oferta de alimento (milho, soja, minerais...) e deixaram os animais fazerem o seu “self-service”. Aí eles viram que os animais pegavam o milho, dava uma beliscada na soja e iam lá no mineral e tocavam um pouquinho. No final, foi observado que havia um maior consumo dos alimentos energéticos, pois como eu falei para vocês, há uma necessidade maior facilidade de ingestão dos carboidratos. Então, foi visto que havia uma predileção por alimentos desse tipo. Vamos supor que uma ração seja constituída 100% por milho. Eu posso dar só milho para um animal de produção? Pode! Para cavalo você pode dar, para coelho, para galinha, para suíno, para aves. As galinhas têm uma grande capacidade de produzir enzimas carboidratases, por isso elas comem tanto milho. Os animais escolhem seus alimentos de acordo com a sua capacidade digestiva. Até o ano 2.000 havia um conceito de que as aves, como frangos, não podiam ser alimentadas logo que nascessem. Com isso, fizemos um experimento, pegamos os pintinhos, deixamos 12 horas, 24 horas, 36 horas e 48 horas sem comer, e vimos que o ideal era de 24 a 36 horas sem comer. Mas quando chegou no ano 2.000, um grupo de pesquisadores de Israel provaram que não precisa o pintinho nascer para produzir as carboidratases, elas já estão prontas dias antes da eclosão (a eclosão demora 21 dias, com 18 dias já está formado). Então, quer dizer que os animais devem comer na hora que nascem, porque os mamíferos vão mamar na hora que nascem, então no caso das galinhas também deve serassim. Então, o milho, eles gostam muito por causa da sua capacidade de digestão. No entanto, se eu tiver só milho, eu tenho uma dieta muito rica em energia, não tenho quase proteína. O milho tem de 7,5% a 8,5% de proteínas, o que é muito pouco. Já a soja tem 45% de proteína. Então se você tirar uma parte do milho e adicionar um outro ingrediente, como a soja ( o que daria mais ou menos 1/3 para 2/3), vocês lembram que eu falei que nas fábricas de rações se eu tiver 3 silos, são 2 de milhos e 1 de soja, ou se tiver um silo grande ele é de milho e um que tiver a metade é de soja? Isso é justamente devido a essa proporção de consumo. A ração em geral, seja qual for aptidão, é a mesma coisa: se gasta 2/3 de milho e 1/3 de soja. E cães e gatos? Vai utilizar 2/3 de uma fonte calórica, que os animais gostem, mais 1/3 de uma fonte mais proteica (Nesse caso, o milho e a soja podem entrar também, mas tem farinha de peixe, farinha de carne... Tem outras ofertas). Então, aprendemos que 1/3 de fonte proteica para 2/3 de fonte calórica, eu formo a ração. Mas isso é suficiente? Se o animal não for melhorado geneticamente é show de bola, mas se for um animal melhorado geneticamente, ele precisa mais de algum ingrediente, ele precisa de ingrediente que forneça o que ele não é capaz de produzir, para atender as suas exigências. Vamos supor que eu tenho uma marrã que tem a capacidade de me dar 16 porquinhos, mas se eu não der uma ração suficiente, ela vai começar a produzir 10, 12 e com um tamanho pequeno. Então, tudo isso tem a ver com as exigências nutricionais e o que eu estou colocando de oferta. Eu preciso, então, de uma ração completa, que forneça mais ingredientes. Como que a gente faz isso? Eu tiro uma parte dos dois (milho e soja) pequena (pode chegar a nem 5%) e começo a introduzir outros ingredientes. Eu chamo de núcleo (antigamente era chamado de concentrado) e esse núcleo tem as fontes de macrominerais, tem as fontes de microminerais, tem as fontes necessárias de vitaminas e tem as fontes de aditivos. Nas fontes macrominerais presentes no núcleo, eu também tenho algum ingrediente que tem proteína e caloria, de modo que eu acabo balanceando essa ração. Eu tirei um pouco de milho e de soja, mas eu vou adequar quando eu coloco o núcleo, porque, na verdade, eu não preciso de uma ração que seja muito proteica, ou muito energética, eu preciso de uma ração que seja adequada para aquele animal. Os conceitos então mudaram! O que nós precisamos é da proteína ideal e não de muita proteína. Daí, com isso, nós temos a dieta balanceada, que é o que realmente precisamos. Pode haver uma situação em que eu precise aumentar a densidade da minha ração. A minha proteína não é suficiente, a minha energia não é suficiente, eu preciso aumentar a densidade! O que eu devo fazer? Eu preciso aumentar ambos. Muito fácil! O que eu faço para aumentar proteina? Aumenta a soja. Mas se eu aumentar a soja, eu “empurro” um pouco da quantidade do milho. E agora? Então eu vou entrar com outro ingrediente. Então, a soja eu aumento (aumento a proteína) e o milho eu diminuo (vai diminuir a caloria. Eu aumentei a proteína, mas eu preciso de mais caloria e de mais proteína). Para compensar essa diminuição de energia dada pela diminuição do milho, eu preciso acrescentar nessa ração um ingrediente que der só energia, que, no caso, podem ser os óleos animal e vegetal. Essa foi a grande saída para balancear a ração. Esses óleos são colocados na concentração de 1% a 2%, de modo que a ração não fica úmida, não fica repugnante aos animais (fica agradável), e aí eu tenho como aumentar a proteína e aumentar a energia. Eu falei para vocês que o milho tem de 7,5% a 8,5% de proteína, mas é rico em caloria (3.400 calorias), tem metionina (a soja tem mais metionina), tem minerais... O milho e a soja são produtos multinutricionais. O que fornece macromineral geralmente é o produto multinutricional. Isso quer dizer o que? Quando eu mecho em qualquer um deles, eu vou facilmente desbalancear a ração, então eu tenho que ajustar. Antigamente, isso era ajustado a partir de uma regra de 3, hoje são os programas de Software que fazem isso. O óleo é uninutricional, só tendo caloria, ou seja, não tem vitamina, não tem proteína, não tem nada, a não ser energia alta (por isso coloca-se pouco). Em 1 quilo de óleo eu posso ter de 7.500 a 8.500 kcal (obs: o milho tem tem 3.400 kcal), então um pouquinho de óleo já se faz o ajuste da ração. Quando é que devo fazer isso? São animais que precisam responder rapidamente ao estimulo de consumo de ração e me dar um resultado de aumento de peso (são os frangos de corte). Então, esses é um dos princípios do balanceamento da dieta. Eu vou falar agora o contrário! Antes, eu falei em aumentar a densidade, mas agora eu quero diminuir a densidade. Porque eu vou diminuir? Porque agora eu vou trabalhar com animal que não quer tanta proteína, nem tanta energia, eu quero um produto que seja menor. Então o que eu faço? Eu tiro um pouco de proteína e um pouco de milho. O que eu vou colocar então? Eu tenho que colocar agora nutriente que tenha uma quantidade de proteína menor do que a soja e uma quantidade de energia menor do que o milho. Então, nós precisamos de um novo ingrediente para isso. Eu entro então com o farelo de trigo. Não usa mais óleo? Não! É muito difícil. Talvez você coloque o óleo quando o milho for muito ruim, porque eu preciso disso para poedeiras comerciais. As poedeiras comerciais não precisam de muito milho, de muita energia, porque são animais de consumo controlado. Elas não podem engordar e se eu fornecer muita proteína, eu posso elevar o custo dessa ração e o preço do ovo não pague. Isso vale para outros animais? Vale, a medida que você tem um animal que você tenha que trabalhar com isso. Tem rações para cães de baixa qualidade e tem rações para cães top, que são rações mais caras. Geralmente as rações tops você dar menos ração para o animal, porque atende as necessidades nutricionais. A gente faz isso para animais que vivem em apartamento sujar menos, ou para a própria característica da raça. Então, quando eu quero baixar a qualidade de uma ração, seja para que animal for, eu tenho que ter um ingrediente que tenha menos nutriente que o maior, que no caso é a energia e menos nutriente do de menor proporção, que no caso é a proteína. O núcleo é o premix, que equivale a mais ou menos 5% (5% representa quanto em 1 tonelada?). Se que quero aumentar a densidade, eu faço isso para frangos de corte e pode ser com óleo, ou com outro tipo de ingrediente, e se eu quero diminuir a densidade, eu tenho que diminuir as fontes maiores (soja e milho). Obs: Quando eu aumento um pouquinho de soja, eu aumento a proteína e acabo diminuindo um pouquinho de milho. Para compensar essa pequena perda de energia em decorrência da diminuição do milho, eu coloco o óleo. No caso da diminuição da densidade, eu diminuo tanto o milho, quanto a soja, de modo que eu preciso do farelo de trigo, por exemplo, para fazer o balancemento. Obs: À medida que o animal fica adulto, a dieta tende a baixar a proteína e a energia tende a subir.
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