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TGI dos animais domésticos não ruminantes

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TGI dos animais domésticos não ruminantes 
Geralmente, nas grandes empresas há muitos silos, que são utilizados para 
guardar as matérias primas, os insumos, que mais a frente vamos entender quais são 
esses insumos. Na M. Dias Branco, os silos que tem lá são utilizados para guardar 
trigo, que é um dos insumos mais caros e que até então não era produzido no 
Ceará, mas está sendo produzido recentemente, porém não é muito (somente uma 
granja está plantando isso). Os silos que vocês estão vendo na tela não são para 
trigo, são para milho e soja (ração para aves, suínos, coelhos, cães, gatos, peixes). 
Geralmente são 2 de milho e 1 de soja, porque a proporção da ração é mais ou 
menos essa. No Brasil, como isso funciona? Nós temos um alimento, que é o milho e 
temos outro alimento, que é a soja. O que é que o milho fornece mais? O milho é 
rico em calorias, em carboidratos, portanto, ele fornece energia. Já a soja fornece 
proteína, é tanto que é um produto que substitui muito a carne vermelha para quem 
é vegetariano. 
Quando você está se alimentando, você faz um balanceamento da sua comida, 
de modo que raramente você põe só carne, raramente você põe só alface, 
raramente você come só ovo e assim por diante. Você geralmente coloca uma parte 
grande de arroz, feijão e outras coisas mais calóricas (referentes a 2/3) e 1/3 ou 
menos de carne. Isso é um balanceamento que você está fazendo naturalmente e, 
muitas vezes, ninguém nunca lhe ensinou isso, mas você sabe que é assim que 
funciona e isso dá uma boa ingestão. Porque utilizamos mais carboidratos (calorias 
em geral), até mesmo gordura, do que proteina? Lá na frente, nós vamos entender 
melhor, mas eu vou logo adiantar! O nosso cérebro quando presencia um alimento, 
a sua visão traduz para o cérebro e diz “dá para comer ou não dá? ”. Um exemplo 
que eu acho que todo mundo aqui gosta: pudim de leite condensado! Alguém não 
gosta? Raramente alguém não gosta. Quando você come, você tem algum problema 
com a ingestão? Nenhum, porque é um carboidrato, formado por ligações simples 
e, portanto, fácil de quebrar. A digestão dele começa logo na boca. Mas quando é 
um alimento mais fibroso, mais folhas, aí é difícil fazer uma reeducação alimentar, 
porque o seu cérebro não vai aceitar facilmente, até porque nós somos não 
ruminantes e nosso organismo não é bem preparado para isso. 
Como é que funciona no Brasil? Nós temos as empresas grandes ( Perdigão, Regina, 
Seara...) e todas elas precisam produzir as suas rações, ou seja, elas precisam ter as 
suas fábricas de rações, seus silos. Mas, ao mesmo tempo, elas precisam dessas 
empresas que fornecem a nutrição. Nem uma empresa dessa vende milho e soja, 
eles só vendem vitaminas e micro minerais. Essas vitaminas e micro minerais 
representam os premix, que as bases são as espinhas dorsais dos alimentos. Cães e 
gatos têm premix da mesma forma! Empresas, como a Purina, Royal Canin, que vão 
fazer as suas rações, precisam de um premix, ou seja, um mix de vitaminas e minerais 
e, a partir deles, fazem a composição da ração. Existem os de forma ativa, como o 
RNC. Se eu quero fazer rações para cães de grande porte e tenham uma pelagem 
baixa, como eu faço? Você pode ir no RNC e ele vai te dizer a quantidade de 
vitaminas, minerais, proteínas e calorias. Então, a partir dele, você faz um premix de 
vitaminas e daí a formulação. 
Quem vai calcular? Atualmente, isso é feito pelos programas de computador, 
que são cada vez mais modernos. Então, o Softwer diz: Um cão filhote, desmamado, 
precisa ter uma proteína 24%, por exemplo. Mas ele não pode comer certos tipos 
de alimentos, ele não pode ter acesso a certos tipos de alimentos. Então o programa 
seleciona e indica quais alimentos não podem ser utilizados e, a partir daí, é formulada 
a ração com uma quantidade adequada de proteína (assim como os demais 
nutrientes), por exemplo, para 100 gramas, 1 quilo. Então é assim que funciona. Essas 
empresas fornecem esses premix. Algumas já fornecem ração pronta. A maior parte, 
para cães e gatos, já fornece ração pronta, por isso que a fábrica de ração de cães 
e gatos, você não ver em canis. A não ser que eles queiram fazer uma ração mais 
orgânica, uma coisa mais natural, artesanal. Essas empresas estão localizadas em 
vários locais do Brasil e as empresas produtoras estão localizadas a maior parte no 
sul e sudeste. A Pollinutri é a única empresa de fora que está aqui, é ali aonde era a 
antiga Parmalat, perto do Eusebio e foi escolhido por ser um ponto estratégico. São 
5 fábricas dela no Brasil e ela está totalmente distribuída de forma nacional. 
As dietas não são feitas a toa, são feitas conforme a genética do animal, 
conforme a sua aptidão. No caso do cavalo, por exemplo, eu posso dar uma ração 
para cavalos de equitação, que faz algum tipo de exercício, como cavalo de 
vaquejada, para um cavalo que é só para passeio, ou só para casa? Não, não pode! 
Você vai trabalhar com uma ração desenvolvida para uma genética própria para 
aquela raça e aquela aptidão. Esse é o mercado alvo que você tem que atingir. No 
caso de animais de consumo, como aves, suínos, nós temos que exaltar muito a 
relação custo/benefício, porque 60% a 70% dos custos totais envolve a 
administração, assistência veterinária, transporte, energia, colocando tudo na planilha 
70% pode chegar a ser só de alimentação. 
Aqui no Nordeste, o custo é mais caro, porque a maior parte dos insumos 
não é fabricado o suficiente aqui, tem que trazer de fora. Milho e soja são dois 
ingredientes que ocupam mais de 90% da ração. Isso aqui se encaixa para aves, 
suínos, coelhos, cavalos, mas quando chega em cães e gatos, nós temos substitutos, 
que não usa totalmente milho, nem totalmente soja (Nós temos outro tipo de 
substituto). 
A dolarização e a globalização! Atualmente o dólar está mais de 5 reais. O 
Brasil tem uma balança comercial favorável, ou seja, mandamos mais produtos para 
fora, do que trazemos para dentro. Isso nos dá um ganho, de modo que somos 
fornecedores de alimentos para o mundo inteiro. Nós somos grandes vendedores, 
não só de alimentos, mas de outras coisas também. Então, é interessante o dólar ser 
mais alto que o real nesse caso, mas em compensação, nós também compramos 
produtos que são dolarizados, como vitamina, alguns minerais, aditivos (quase todos 
os aditivos são trazidos de fora), aminoácidos, metianinas... E isso é ruim! Nessa época 
agora, por exemplo, eu tenho acompanhado o custo de ração para aves , que está 
em alta. Isso é decorrente dos custos, que também estão mais altos, porque além 
das rações, no item vai frete também. Então, a dolarização e a globalização fazem 
parte de tudo isso. 
A questão dos hormônios é uma questão antiga e as vezes a gente pensa 
que já acabou, mas ainda está atuante. Muitas vezes, as pessoas acham que a ave 
de granja tem hormônios que fazem mal a saúde do ser humano, mas, na verdade, 
não há hormônio que faça mal ao ser humano (não existe hormônio em aves, até 
porque é ilegal). Existe uma instrução normativa do Ministério da Agricultura e 
Pecuária de Abastecimento no Brasil que proíbe o uso de anabolizantes, de químicos, 
ou qualquer droga, qualquer aditivo que possa vir a prejudicar a saúde humana. Porém, 
dizer que é ilegal não convence muito, mas quando você fala que é inviável, já passa 
a ser mais aceitável, porque aí a pessoa passa a pensar que se é inviável, não há 
uma relação custo/benefício, ou seja, você vai gastar dinheiro, vai gastar manejo, vai 
perder tudo e não vai funcionar. Poderia ser injetável? Existia um professor na 
Veterinária que vocês não conheceram, que no tempo da faculdade, levou a gente 
para fazer uma aula de castração no setor de suínos e depois que fizemos a 
castração, ele perguntou ” E agora? Esses animais vão ter acesso a testorena?”, aí 
respondemos que não iria ter acesso, porque nós tínhamos cortado o conduto, nós 
eliminamos a passagem. Daí ele perguntou: “E se eu quiser voltar que essesanimais 
tenham novamente os seus caracteres como antes, de carne mais rígida, de 
masculinidade, de procurar as femeas... O que eu devo fazer? ”. Aí alguns sugeriram 
para desfazer a cirurgia. OK! Esse era um caminho, mas era trabalhoso. Outra pessoa 
deu a sugestão de administrar testosterona. Ai ele respondeu: “ Esse é um caminho 
viável, mas de quanto em quanto tempo nós vamos fazer isso e qual a quantidade? 
”, a quantidade vai variar de acordo com o peso, com as espécies, mas são 
quantidades nanonicas. 
Em relação a pergunta de quanto em quanto tempo, é muito simples! Os 
nossos hormônios liberados em todo o nosso organismo, são liberados conforme o 
avanço da nossa idade de forma lenta, bem gradual, para que não haja nenhum 
distúrbio. Então não tem como administrar a quantidade sabendo que é inviável. E se 
fosse viável? É muito fácil! Como é que eu vou administrar os hormônios? Coloca 
na ração ou na água. E o hormônio vai resistir quando chegar no estômago? Não! 
Nosso ácido no estômago, o ácido clorídrico, que está no suco gástrico, tem um PH 
muito baixo. Ele degrada tudo o que você possa imaginar, é tanto que quando 
vomitamos, a nossa garganta fica totalmente danificada, porque existe a corrosão, 
por conta do suco gástrico, do ácido clorídrico. O ácido clorídrico tem um PH muito 
baixo e necessário que tenha, porque se não, não quebra as moléculas, não degrada 
as moléculas para você fazer a digestão. Ninguém come proteína, a gente engole 
alimentos proteicos, mas digerimos aminoácidos. Então ele precisa quebrar essas 
moléculas. Assim, quando você vomita, esse ácido passa pela garganta e dá ânsia de 
vomitar mais ainda. Então esse é o motivo de não utilizar por via oral (presença do 
HCL). Ah então vamos injetar! Olha a quantidade de animais: 24 bilhões no mundo! 
Seria viável? Nem pensar. Aonde que seria utilizado o hormônio do crescimento? Em 
frangos. Frangos tem 40-42 dias para chegar a ter 3 Kg (ou seja, muito rápido). 
Fazer dia sim, dia não, já pensou a fila de frango esticando a asa? Então essa é a 
explicação que não existe isso, porque é inviável. Mas nós vamos entender na 
avicultura porque dá tanto peso, porque esses animais são tão produtivos. 
Vamos lembrar um pouquinho da anatomia! Nós temos aqui um trato 
gastrintestinal de um suíno (TGI), que simboliza todos os animais não ruminantes, e a 
galinha, que simboliza todas as raças que também são não ruminantes. Como eu falei, 
o nome “não ruminante” foi colocado por conta de algumas es truturas. O que 
compõe a boca do suíno? Dentes, língua, palato duro, palato mole, glândulas. Depois 
nós temos o esôfago, que é um tubo aonde não há a digestão, sendo apenas a 
comunicação da boca com uma bolsa, que é o estômago, aonde começa o processo 
digestivo. A boca também já tem um certo processo digestivo. Eu sempre lembro 
que nós começamos a digestão com algum tipo de alimento, por exemplo o pão, 
que é rico em carboidratos, tem açúcar. Quando colocamos ele na boca, com a ação 
da enzima ptialina, que está na saliva, existe uma quebra desse carboidrato, que libera 
o açúcar. Mas você não sente quando coloca na boca, só quando está engolindo. 
Porque faz isso? Para você sentir prazer em engolir. Não é todo mundo que gosta 
de comer. Tem criança que dá muito trabalho, então na hora que ela come, ela 
sente o sabor doce, gostoso. Ela não pode parar, porque ela já está engolindo, então 
ela come mais. Se ela sentisse o sabor no começo, talvez ela não engolisse. Então 
essa é uma forma de foçar a quem toma leite, ou que está engolindo qualquer 
carboidrato, transformar em açúcar, mas só na hora que for engolir. 
O esôfago tem um movimento chamado de movimento peristáltico. Esse 
movimento peristáltico é importantíssimo para a digestão. Ele só tem um sentido, 
que é da boca para o estômago. Movimentos anti-peristalticos, ao contrário, são 
rejeitados normalmente, mas quando tem que vomitar, o organismo abre uma 
exceção. As vezes esse movimento anti-peristaltico nem para, fica por muito tempo 
e irrita a garganta. Esse movimento peristáltico também acontece no instetino (O 
cavalo tem movimentos peristálticos, até mesmo por ser um animal alto, facilita ele a 
beber água, comer. Aves, como galinhas, não possuem esse movimento peristáltico 
no esofago, por isso que elas levantam a cabeça para tomar água. Aves como 
rolinhas, pombos, conseguem tomar água de cabeça baixa, porque elas são presas 
e elas precisam voar). 
Passou do estômago, nós vamos para o duodeno, que tem ligação com as 
glândulas, sendo a mais importante o fígado. Temos também o pâncreas, que nesse 
caso é ligado ao duodeno, mas o duodeno não tem uma alça duodenal que nem as 
aves. Depois nós vamos par o jejuno, íleo, ceco, cólon, reto e ânus. O que vai 
acontecer nessa área, depois nós vamos dar uma estudada nas células que estão no 
duodeno, jejuno, entre outras. 
Nas aves, vem a mesma pergunta. A ave tem boca, bico, tem palato duro, 
salivação pouca (não é como a dos mamíferos). Elas têm um esôfago com um 
movimento peristáltico muito tênue e apenas algumas aves têm e outras não tem 
(como a galinha, por isso levanta a cabeça). Aí vem a diferença que faz dela um 
animal não ruminante: elas têm o papo ou ingluvio, que tem a função de somente 
guardar alimento e não de digerir. O papo possui uma mucosa e solta um muco, que 
serve para molhar o alimento, já que a maior parte dos alimentos das aves são secos, 
como grãos, sementes. Molha para facilitar quando chegar no proventrículo , aonde 
começa o processo digestivo verdadeiro. O proventrículo também é chamado de 
estômago químico, ou estômago verdadeiro e é aonde tem o ácido cloridrico (é o 
nosso estômago). O papo existe em quase todas as aves, menos algumas, como é 
o caso das ratitas, que são os avestruzes, emas... Porque o avestruz não desenvolveu 
o papo? Como eu disse, o papo serve para regurgitar para os filhotes e para molhar 
o alimento. É uma espécie de mochila, servindo para guardar alimento, quando for 
escapar dos predadores. Já o avestruz é um animal pré-histórico, que não é uma 
presa fácil. Essa é so uma teoria que eu desenvolvi para explicar o motivo das aves 
maiores não terem papo. 
Depois do proventrículo, nós temos a moela, que pega os alimentos que já 
vieram do proventrículo, que já estão amolecidos e “mastiga”. Depois disso, o 
decorrer da digestão é semelhante ao de outro animal. No caso, é interessante 
observar que o pâncreas está na curva do duodeno. Isso foi um dos motivos que fez 
a avicultura desenvolver e muito e os caras que começaram, as criadouras que 
começaram, não tinham nem ideia da importância dele estar assim colado na alça. Ele 
está totalmente ligado a alça duodenal liberando suas enzimas diretamente para a 
digestão. Isso fez o animal ser muito mais produtivo. Depois do duodeno, vem o 
jejuno, íleo, ceco (no caso das aves são dois cecos), as tonsilas cecais e depo is a 
cloaca. O intestino nós vamos ver como mais detalhe lá na frente para os dois 
indivíduos. Em todos os animais do mundo, o intestino é o segundo cérebro, pois ele 
age de maneira quase independente. O intestino tem uma ramificação nervosa muito 
interessante! Você não sabe aonde está doendo. Você só diz “dor de barriga”, mas 
você não sabe aonde está doendo., em que local precisamente. Essa é uma dor 
espalhada. 
 
Vamos rapidamente lembrar o que acontece com o equilíbrio ácido/base. No 
caso dos não ruminantes, nós temos uma acidez menor no esôfago (>7,0), mas 
quando chega no estômago, os animais podem ter uma acidez de 3 a 4, porque é 
aonde está o ácido clorídrico. Quando nós passamos, nós aumentamos esse PH, 
diminuindo a acidez. O HCL é composto de pepsinogênio e pepsina e as enzimas 
importantes começam a ser secretadas a partir do fígado e do pâncreas, como a 
Amilases, Lipases, Tripsinas, Quimiotripicinas. Depois, nós temos a Lactase, Maltase, 
Dipeptidase e Glucosidase. Todas essas enzimas terminam em “ASE” porque o seu 
objeto detrabalho está no seu prefixo. A celulose é digerida no intestino, por isso 
que para digerir a celulose, o animal precisa de um intestino longo. O avestruz possui 
16 metros de intestino, o cavalo também e por isso que eles têm condição. Nos 
ruminantes é diferente, pois eles já têm uma digestão nos seus estômagos ruminais. 
No caso dos não ruminantes, que só tem um estômago, eles precisam de um 
intestino muito longo para poder digerir as fibras, capins, porque foram animais que 
foram criados para a vegetação, viverem nas florestas, nas matas, nos cerrados. 
Quanto tempo demoramos? O percurso do alimento para chegar no final do 
estômago não passa de 30% e no intestino delgado não passa de 4-6%. Já no 
intestino grosso é de 65-80%. No intestino delgado, o transito é mais rápido, porque 
aí existe um fornecimento de muito líquido com enzimas (enzimas para fazerem a 
digestão). Muito liquido é jogado aí para fazer a digestão e ele precisa ser devolvido, 
pois se ele passar direto pelos anus, tem-se a diarreia, e com diarreia, o animal pode 
morrer, já que ela representa a perda de água, inclusive intracelular. O animal 
perdendo água não faz as suas reações químicas, pois não existe reação química no 
organismo sem a presença de água. Por isso que quando a pessoa ou o animal está 
desidratado, não é somente bebendo água que você vai repor. Frangos e suínos 
quando tem diarreia no começo da vida, é muito difícil recuperar esse lote. 
Cães e gatos são da mesma forma! Depois que são desmamados, tem que 
ter muito cuidado com a alimentação, porque se vier um quadro de diarreia, eu tenho 
que repor essa água. Então, essa demora do intestino grosso de 65-80% é 
justamente para reabsorver a água. A qualidade das fezes do indivíduo é muito 
importante. As fezes têm que ser dentro dos padrões, pois se ela tiver certa 
consistência, significa que a água foi absorvida dentro do intestino e o equilíbrio hídrico 
está normal. No caso dos pequenos ruminantes, há a perda de água por urina, por 
suor (o que não acontecem em alguns animais, por não terem glândulas sudoríparas 
ou tem poucas) e também pela saliva. Mas perder água nas fezes, não pode passar 
de um certo limite. É tanto que quando é feito teste com os alimentos, o animal é 
pesado antes de consumir o alimento e o alimento antes e depois que ele é eliminado 
nas fezes, para saber quanto foi absorvido de cada nutriente (faz a análise das fezes 
para saber disso), e se houver muita presença de água significa que aquele alimento 
está causando uma diarreia. É dessa forma que se fazem os estudos. 
 
Essa imagem simboliza o que nós vimos até agora. Na boca já começa um 
processo de digestão, que vai até o final do intestino delgado. A absorção ocorre no 
intestino delgado, mas especificamente no duodeno e no jejuno. Então, quais são as 
células que estão logo após o estômago? São células ricas em enterócitos. Os 
enterócitos são aquelas células absortivas, que fazem aquela escova e estão na ponta 
de toda superfície de vilosidade. Os estudos animais estão sendo feitos ainda para 
desenvolverem as vilosidades intestinais, aumentar as vilosidades intestinais, porque se 
eu aumentar as vilosidades intestinais, eu posso aumentar a quantidade de enterócitos, 
eu posso ter mais absorção de nutrientes (eu posso perder menos nutrientes nas 
fezes e na urina). Quando passa do duodeno ainda existem essas vilosidades e existem 
também a absorção, mas só que é diferente, não é como acontece antes, porque 
ela vai diminuindo. E a medida que vai desaparecendo, não existe nenhum processo 
de digestão, existe um processo de absorção da água. 
 
Esse quadro é um resumo de tudo o que acontece no nosso organismo. Nós 
temos somente quatro secreções: saliva, suco gástrico, suco pancreático e suco 
intestinal. E vendo essa tabela, podemos ver a origem, a composição, o destino e o 
produto final de cada um. 
A mucosa estomacal, por produzir o suco gástrico, que é rico de ácido 
clorídrico, ela tem muito ácido, por isso, acontecem as ulceras gástricas. As úlceras 
gástricas podem acontecer devido a alimentação incorreta (muitas vezes você está 
produzindo suco e não está se alimentando corretamente. Com isso, aquela acidez 
vai ficando no seu estômago e isso provoca uma erosão no seu estômago.), refluxo 
(pode causar inclusive erosão no esôfago e levar ao câncer.), estresse, entre outras 
causas. Devido a essa acidez causada pelo suco gástrico, os animais precisam comer 
no horário certo. Nós vamos ver mais na frente que um dos nossos 5 sentidos 
controla a produção de suco gástrico, porque tem um horário de comer. O animal 
tem esse habito, ele tem um horário de comer. Se ele não comer na hora certa, 
pode entrar num estresse. 
 
Todo alimento é dividido em matéria seca e água. Alguns, não tem quase 
água, mas todos os alimentos têm matéria seca e água. Então, quando você manda 
para o laboratorial e esse produto é secado, ele é praticamente assado, ele vira cinzas 
e essas cinzas é o alimento seco e o restante é água (então faz a diferença do peso 
antes com o peso das cinzas e sabe quanto tinha de água). Essa matéria seca tem 
dois tipos: a orgânica e a mineral. A matéria orgânica é aonde estão componentes, 
como glicídios, lipídios, proteínas e vitaminas. A matéria mineral é dividida em dois 
tipos: macroelementos e microelementos (ou macrominerais e microminerais). 
Macroelementos significa que está em grande quantidade e microelementos em 
menor quantidade. Todos esses elementos são importantes, só que os macros, 
qualquer diminuição dele não é tão afetada, mas o micro é, pois se você tiver falta 
de algum desses microelementos é ruim. Para você ter todos esses elementos é 
necessário ter uma alimentação balanceada e diversificada. 
 
Como eu vou fazer o balanceamento da dieta? Os 5 sentidos nos ajudam a 
fazer isso e ajudam os animais naturalmente. O olfato nos cães, por exemplo, é 
bastante apurado na seleção de alimentos. Já a visão e a audição, ajudam a relacionar 
uma pessoa ou um barulho com comida, e assim por diante. O balanceamento da 
dieta visa atender as necessidades nutricionais do animal (manutenção, produção e 
reprodução). 
No balanceamento da dieta do animal, nós temos que ter a capacidade seletiva 
do animal, sensores táteis e os fatores extrínsecos. Quando fizeram as dietas com 
alguns animais, como coelhos, aves, foram colocados vários grupos de pesquisa e 
várias fontes de oferta de alimento (milho, soja, minerais...) e deixaram os animais 
fazerem o seu “self-service”. Aí eles viram que os animais pegavam o milho, dava 
uma beliscada na soja e iam lá no mineral e tocavam um pouquinho. No final, foi 
observado que havia um maior consumo dos alimentos energéticos, pois como eu 
falei para vocês, há uma necessidade maior facilidade de ingestão dos carboidratos. 
Então, foi visto que havia uma predileção por alimentos desse tipo. 
Vamos supor que uma ração seja constituída 100% por milho. Eu posso dar 
só milho para um animal de produção? Pode! Para cavalo você pode dar, para coelho, 
para galinha, para suíno, para aves. As galinhas têm uma grande capacidade de 
produzir enzimas carboidratases, por isso elas comem tanto milho. Os animais 
escolhem seus alimentos de acordo com a sua capacidade digestiva. Até o ano 2.000 
havia um conceito de que as aves, como frangos, não podiam ser alimentadas logo 
que nascessem. Com isso, fizemos um experimento, pegamos os pintinhos, deixamos 
12 horas, 24 horas, 36 horas e 48 horas sem comer, e vimos que o ideal era de 24 
a 36 horas sem comer. Mas quando chegou no ano 2.000, um grupo de 
pesquisadores de Israel provaram que não precisa o pintinho nascer para produzir as 
carboidratases, elas já estão prontas dias antes da eclosão (a eclosão demora 21 dias, 
com 18 dias já está formado). Então, quer dizer que os animais devem comer na hora 
que nascem, porque os mamíferos vão mamar na hora que nascem, então no caso 
das galinhas também deve serassim. Então, o milho, eles gostam muito por causa da 
sua capacidade de digestão. 
No entanto, se eu tiver só milho, eu tenho uma dieta muito rica em energia, 
não tenho quase proteína. O milho tem de 7,5% a 8,5% de proteínas, o que é muito 
pouco. Já a soja tem 45% de proteína. Então se você tirar uma parte do milho e 
adicionar um outro ingrediente, como a soja ( o que daria mais ou menos 1/3 para 
2/3), vocês lembram que eu falei que nas fábricas de rações se eu tiver 3 silos, são 
2 de milhos e 1 de soja, ou se tiver um silo grande ele é de milho e um que tiver a 
metade é de soja? Isso é justamente devido a essa proporção de consumo. A ração 
em geral, seja qual for aptidão, é a mesma coisa: se gasta 2/3 de milho e 1/3 de soja. 
E cães e gatos? Vai utilizar 2/3 de uma fonte calórica, que os animais gostem, 
mais 1/3 de uma fonte mais proteica (Nesse caso, o milho e a soja podem entrar 
também, mas tem farinha de peixe, farinha de carne... Tem outras ofertas). Então, 
aprendemos que 1/3 de fonte proteica para 2/3 de fonte calórica, eu formo a ração. 
Mas isso é suficiente? Se o animal não for melhorado geneticamente é show de 
bola, mas se for um animal melhorado geneticamente, ele precisa mais de algum 
ingrediente, ele precisa de ingrediente que forneça o que ele não é capaz de 
produzir, para atender as suas exigências. Vamos supor que eu tenho uma marrã 
que tem a capacidade de me dar 16 porquinhos, mas se eu não der uma ração 
suficiente, ela vai começar a produzir 10, 12 e com um tamanho pequeno. Então, tudo 
isso tem a ver com as exigências nutricionais e o que eu estou colocando de oferta. 
Eu preciso, então, de uma ração completa, que forneça mais ingredientes. 
Como que a gente faz isso? Eu tiro uma parte dos dois (milho e soja) pequena 
(pode chegar a nem 5%) e começo a introduzir outros ingredientes. Eu chamo de 
núcleo (antigamente era chamado de concentrado) e esse núcleo tem as fontes de 
macrominerais, tem as fontes de microminerais, tem as fontes necessárias de 
vitaminas e tem as fontes de aditivos. Nas fontes macrominerais presentes no núcleo, 
eu também tenho algum ingrediente que tem proteína e caloria, de modo que eu 
acabo balanceando essa ração. Eu tirei um pouco de milho e de soja, mas eu vou 
adequar quando eu coloco o núcleo, porque, na verdade, eu não preciso de uma 
ração que seja muito proteica, ou muito energética, eu preciso de uma ração que 
seja adequada para aquele animal. Os conceitos então mudaram! O que nós 
precisamos é da proteína ideal e não de muita proteína. Daí, com isso, nós temos a 
dieta balanceada, que é o que realmente precisamos. 
Pode haver uma situação em que eu precise aumentar a densidade da minha 
ração. A minha proteína não é suficiente, a minha energia não é suficiente, eu preciso 
aumentar a densidade! O que eu devo fazer? Eu preciso aumentar ambos. Muito 
fácil! 
O que eu faço para aumentar proteina? Aumenta a soja. Mas se eu aumentar 
a soja, eu “empurro” um pouco da quantidade do milho. E agora? Então eu vou 
entrar com outro ingrediente. Então, a soja eu aumento (aumento a proteína) e o 
milho eu diminuo (vai diminuir a caloria. Eu aumentei a proteína, mas eu preciso de 
mais caloria e de mais proteína). Para compensar essa diminuição de energia dada 
pela diminuição do milho, eu preciso acrescentar nessa ração um ingrediente que 
der só energia, que, no caso, podem ser os óleos animal e vegetal. Essa foi a grande 
saída para balancear a ração. Esses óleos são colocados na concentração de 1% a 
2%, de modo que a ração não fica úmida, não fica repugnante aos animais (fica 
agradável), e aí eu tenho como aumentar a proteína e aumentar a energia. Eu falei 
para vocês que o milho tem de 7,5% a 8,5% de proteína, mas é rico em caloria 
(3.400 calorias), tem metionina (a soja tem mais metionina), tem minerais... O milho e 
a soja são produtos multinutricionais. O que fornece macromineral geralmente é o 
produto multinutricional. Isso quer dizer o que? Quando eu mecho em qualquer um 
deles, eu vou facilmente desbalancear a ração, então eu tenho que ajustar. 
Antigamente, isso era ajustado a partir de uma regra de 3, hoje são os programas 
de Software que fazem isso. O óleo é uninutricional, só tendo caloria, ou seja, não 
tem vitamina, não tem proteína, não tem nada, a não ser energia alta (por isso 
coloca-se pouco). Em 1 quilo de óleo eu posso ter de 7.500 a 8.500 kcal (obs: o milho 
tem tem 3.400 kcal), então um pouquinho de óleo já se faz o ajuste da ração. 
Quando é que devo fazer isso? São animais que precisam responder 
rapidamente ao estimulo de consumo de ração e me dar um resultado de aumento 
de peso (são os frangos de corte). Então, esses é um dos princípios do 
balanceamento da dieta. 
Eu vou falar agora o contrário! Antes, eu falei em aumentar a densidade, mas 
agora eu quero diminuir a densidade. Porque eu vou diminuir? Porque agora eu vou 
trabalhar com animal que não quer tanta proteína, nem tanta energia, eu quero um 
produto que seja menor. Então o que eu faço? Eu tiro um pouco de proteína e um 
pouco de milho. O que eu vou colocar então? Eu tenho que colocar agora nutriente 
que tenha uma quantidade de proteína menor do que a soja e uma quantidade de 
energia menor do que o milho. Então, nós precisamos de um novo ingrediente para 
isso. Eu entro então com o farelo de trigo. Não usa mais óleo? Não! É muito difícil. 
Talvez você coloque o óleo quando o milho for muito ruim, porque eu preciso disso 
para poedeiras comerciais. 
As poedeiras comerciais não precisam de muito milho, de muita energia, 
porque são animais de consumo controlado. Elas não podem engordar e se eu 
fornecer muita proteína, eu posso elevar o custo dessa ração e o preço do ovo não 
pague. Isso vale para outros animais? Vale, a medida que você tem um animal que 
você tenha que trabalhar com isso. Tem rações para cães de baixa qualidade e tem 
rações para cães top, que são rações mais caras. Geralmente as rações tops você 
dar menos ração para o animal, porque atende as necessidades nutricionais. A gente 
faz isso para animais que vivem em apartamento sujar menos, ou para a própria 
característica da raça. Então, quando eu quero baixar a qualidade de uma ração, seja 
para que animal for, eu tenho que ter um ingrediente que tenha menos nutriente 
que o maior, que no caso é a energia e menos nutriente do de menor proporção, 
que no caso é a proteína. 
O núcleo é o premix, que equivale a mais ou menos 5% (5% representa 
quanto em 1 tonelada?). Se que quero aumentar a densidade, eu faço isso para frangos 
de corte e pode ser com óleo, ou com outro tipo de ingrediente, e se eu quero 
diminuir a densidade, eu tenho que diminuir as fontes maiores (soja e milho). 
Obs: Quando eu aumento um pouquinho de soja, eu aumento a proteína e 
acabo diminuindo um pouquinho de milho. Para compensar essa pequena perda de 
energia em decorrência da diminuição do milho, eu coloco o óleo. No caso da 
diminuição da densidade, eu diminuo tanto o milho, quanto a soja, de modo que eu 
preciso do farelo de trigo, por exemplo, para fazer o balancemento. 
Obs: À medida que o animal fica adulto, a dieta tende a baixar a proteína e a 
energia tende a subir.

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