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Genética - Alterações cromossômicas

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
Alterações cromossômicas 
Na aula de hoje vamos tratar das alterações 
cromossômicas que podem levar a cromossomopatias. 
Mutações – definição 
A gente pode definir como alterações no material 
genético, que ocorrem comprometendo a sequência de 
bases nitrogenadas (estruturas que compõe o 
nucleotídeo), estrutura ou quantidade de cromossomos 
presentes na célula. 
 
Nem sempre é um evento deletério, desfavorável, 
prejudicial. Ela pode ser prejudicial, gerar 
anormalidades e até incompatibilidade com a vida, mas 
ela também pode trazer novas características 
interessantes, que tornam esses indivíduos mais 
adaptáveis ao meio no qual eles sobrevivem. As 
mutações podem ser importantes para a variabilidade, 
geração de novas proteínas, novas espécies ou para uma 
geração de novas formas de adaptação de diferentes 
meios. 
As mutações são 
espontâneas. Podem 
ainda ser letais, ou 
ainda acarretar 
doenças ou anomalias. 
As mutações também 
promovem a evolução 
já que determinam aumento na variabilidade genética. 
Somos diferentes dos nossos irmãos, que são filhos 
dos nossos pais, porque nosso material genético sofre 
mutações, tem crossing over. Quando os 
espermatozoides são formados, eles são formados de 
formas diferentes, cada um deles, assim como os 
ovócitos, são formados por meiose, onde há 
recombinação, troca de pedaços, permutação gênica, 
e isso é extremamente importante para que sejamos 
diferentes, adaptados, e para que tenhamos 
características novas. 
Essas mutações podem ser classificadas em 
gênicas/pontuais ou genômicas/cromossômicas. 
Gênicas - pontuais 
• Quando comprometem uma leitura correta das 
trincas de bases do código genético. 
• As alterações gênicas são mutações em pequena 
escala no material genético, que vão alterar apenas 
uma base, deletar uma base ou outra, e isso pode 
mudar a leitura da trinca de códons, que é como o 
material genético é lido. 
Genômicas/cromossômicas 
• Representadas por alterações na estrutura 
cromossômica ou pelo número total de 
cromossomos. 
• As alterações genômicas podem ser vistas em larga 
escala. Ou seja, um grupo de genes, uma região que 
contém determinados genes, que geralmente estão 
abrigados no nosso cromossomo. Podemos ter 
alteração desde uma troca de pedaços entre 
cromossomos que não são homólogos, de pares 
diferentes, até alterações que implicam no número 
total de cromossomos no cariótipo. 
Exemplo: 
❖ 46 cromossomos → 45: Há a perda de um 
cromossomo com uma coleção de genes → 
alteração genômica. 
❖ 46 → 47: Já o ganho de um cromossomo com um 
conjunto de genes → alteração genômica. 
Alterações numéricas 
• Nulissomia (2n-2): Perda de um par inteiro de 
cromossomos. No homem é letal! 
Na nossa espécie, seria 46-2, ou seja, 44. Então quer 
dizer que tem pessoas que tem 44 cromossomos? Não, 
impossível! Na nossa espécie, isso é incompatível com a 
vida. Caso eles forem formados dessa maneira, eles 
são abortados. Às vezes, a mulher menstrua um mês, 
fica sem menstruar no outro, depois volta a menstruar, 
ela pode ter tido um aborto e não sabe, provocado por 
uma alteração genética grave que é a nulissomia. 
• Monossomia (2n-1): Um cromossomo a menos no 
cariótipo. 46-1, ou seja, 45 cromossomos. É 
compatível com a vida. 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
• Trissomia (2n+1): Um cromossomo a mais no 
cariótipo. 46+1, ou seja, 47 cromossomos. É 
compatível com a vida. 
CARIÓTIPO - DEFINIÇÃO 
• Organização de cromossomo aos pares que se vê 
quando faz um estudo genético. 
Aqui houve a perda do 
quarto par, houve deleção 
de 2 cromossomos. É 
incompatível com a vida 
humana, embora possa ser 
encontrada em outras espécies animais, vegetais. 
Aqui houve perda de um 
cromossomo do quarto 
par. Compatível com a 
vida. 
Aqui você observa que, ao 
invés de um par no 4, tem 
três cromossomos. 
Compatível com a vida. 
 
Causas - cromossomopatias 
Normalmente, as cromossomopatias são alterações 
cromossômicas causadas por um aumento ou diminuição 
do número de cromossomos. Porém, elas também podem 
ser causadas por problemas estruturais. 
Nesta aula vamos falar sobre o aumento ou diminuição 
do número de cromossomos. 
Disjunção ou perda anafásica 
Na maioria das vezes, o que acontece, é um problema na 
divisão celular. A gente sabe que os gametas são 
formados a partir da meiose, e que na meiose nós temos 
algumas fases: prófase, metáfase, anáfase, telófase 
1 e 2. 
Tem momentos na meiose em que há uma redução no 
número de cromossomos porque os gametas têm 
metade de cromossomos de uma célula somática. 
Então na primeira divisão da meiose há separação dos 
cromossomos e na segunda divisão há separação das 
cromátides. E aí, o que pode acontecer são os processos 
de não separação ou não disjunção dos cromossomos, 
além de perdas na fase de separação, que é a anáfase. 
A anáfase consiste na separação das cromátides que 
são arrastadas para os polos opostos das células pelas 
fibras do fuso mitótico. 
 
Imagem: ilustra a primeira divisão da meiose, que é 
reducional do número de cromossomos, e tem a segunda 
divisão, que mantém o número de cromossomos. 
❖ Lado esquerdo: há um erro na primeira fase da 
meiose, uma vez que ao invés de cada célula 
receber 1 par de cromossomos, 1 célula recebeu 
2 pares e a outra célula nenhum par. 
❖ Lado direito: a primeira fase da meiose ocorreu 
normalmente, o erro está na segunda fase. A célula 
que deveria receber apenas 1 cromossomo, 
recebeu 2, ou seja, os gametas estão com 
quantidades diferentes desses cromossomos. 
Alterações cromossômicas 
Podem ser de caráter universal ou em mosaico. 
Universal 
• Presente em todas as células. 
Por exemplo, quando faz o cariótipo e consegue 
observar um cromossomo a mais em todas as células. 
Se pegar linfócito, basófilo, neutrófilo, célula da 
mucosa oral, ou qualquer outra célula vai enxergar 47 
cromossomos. São alterações de caráter universal, ou 
seja, estarão presentes em todas as células que forem 
analisadas naquele indivíduo. 
Mosaico 
• Presente em algumas células. 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
Existe uma situação chamada mosaicismo genético que 
acontece quando algumas células vão apresentar o 
cariótipo normal – 46 cromossomos – e outras células 
vão apresentar o cariótipo alterado – 47 cromossomos. 
No processo de embriogênese desses indivíduos, eles 
tiveram algumas células que foram afetadas pela 
alteração cromossômica, e outras que tiveram erros no 
seu processo de desenvolvimento que geraram a perda 
de um cromossomo e ela volta para a quantidade 
normal de cromossomos. E aí, por exemplo, quando pega 
um linfócito vê 46 cromossomos, mas quando pega uma 
célula da mucosa oral avalia 47 cromossomos. 
Portanto, esse indivíduo possui uma alteração 
cromossômica. Pode ser um indivíduo com Down, por 
exemplo que é uma síndrome associada com a trissomia 
do cromossomo 21. Mas ela pode se apresentar em 
forma de mosaico também, e nesse indivíduo pode ter 
sintomatologias mais brandas do que os outros que 
apresentam alteração em todas as células, em que tem 
uma expressividade variável das manifestações 
sintomatológicas, justamente, por conta desses 
componentes genéticos de caráter universal ou 
mosaico. 
Alterações cromossômicas numéricas 
Aneuploidias 
A Síndrome de 
Down é um exemplo 
de aneuploidia e é 
uma das síndromes 
mais prevalentes 
que nós conhecemos compatível com a vida. É uma 
síndrome em que os indivíduos vão ter uma sobrevida 
elevada, obviamente que com algumas limitações e 
sintomatologias que precisarão ser tratadas. 
Trissomia do 21 – Síndrome de Down 
 
O cromossomo alterado no seu número foi o cromossomo 
21, que ao invés de ter um par tem um trio de 
cromossomos. Observa-se também que é um indivíduodo 
sexo masculino (XY). 
Principais características dos indivíduos com síndrome 
de Down: 
• Estatura baixa; 
• Orelha implantação baixa (mais ou menos na linha 
do nariz); 
• Presença de linha simiesca (90%) – são duas linhas 
horizontais que normalmente temos na palma da 
mão que são fundidas e viram apenas uma linha nos 
indivíduos com Down; 
• Deficiência mental; 
• Olhos curtos e puxados; 
• Língua saliente (macroglossia); 
• Malformações cardíacas – estão relacionados com 
a septação ventricular principalmente. 
 
Normalmente esses indivíduos tem problema na 
produção de alguns hormônios, principalmente o GH- 
hormônio do crescimento. 
A linha simiesca pode estar presente numa pequena 
parte da população, em pessoas normais que não 
apresentam nenhuma cromossomopatia (cerca de 3-4 % 
da população). Ela é um dermatóglifo clássico de 
cromossomopatia, principalmente de Down. 
Se um dos pais tiverem linha simiesca aumenta o risco 
de ter filho com Down? Se o pai tiver linha simiesca 
e não possuir nenhuma cromossomopatia, não tem 
risco aumentado. Mas se tiver alguma 
cromossomopatia, pode ter sim. 
Embriogênese do coração 
 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
Sabe-se que na terceira semana do desenvolvimento 
embrionário temos três folhetos. São basicamente três 
lâminas de células formado pelo endoderma, 
mesoderma e ectoderma, sendo que o mesoderma é 
dividido em três partes: Paraxial que fica ao redor da 
notocorda; intermediário e lateral que está relacionado 
com a formação dos órgãos internos, principalmente 
coração. 
Septação 
 
O processo de septação que é a divisão das câmaras 
cardíacas. Tem a septação dos ventrículos, entre átrios 
e ventrículos, etc. Esses eventos são histológicos, 
celulares e moleculares. 
Defeito septoventricular 
Um defeito do septo ventricular é 
uma abertura no septo ventricular, 
ou uma parede divisória entre as 
duas câmaras inferiores (ventrículos 
direito e esquerdo) do coração. 
Essa falha no septo ventricular 
permite a mistura de sangue nessas câmaras 
cardíacas inferiores. Isso é um problema, porque de um 
lado tem sangue rico (o2) e do outro lado tem sangue 
pobre, e quando eles se misturam os indivíduos vão 
apresentar uma série de sintomatologia: Fadiga; 
sudorese; respiração rápida; respiração pesada; 
respiração congestionada; desinteresse na 
alimentação, ou cansativo enquanto a alimentação; 
ganho de peso. 
É possível fazer a correção dessa falha por volta dos 
três anos mais ou menos. Eles se submetem a uma 
cirurgia de correção para reconstrução do septo 
ventricular. 
Incidência - Down 
 
Essa síndrome aumenta sua incidência de acordo com 
a idade materna, visto na imagem acima. 
Por que essa probabilidade aumenta com a idade 
materna? Existe a hipótese do ovócito velho, mas por 
que o ovócito envelhecido seria um problema? 
O que se sabe é que as mulheres já nascem com todos 
os seus ovócitos prontos, e a partir da primeira 
menstruação eles serão liberados. No caso do homem, 
as células germinativas são produzidas 
constantemente, os espermatozoides são produzidos e 
renovados até o final da vida. 
Na mulher não existe essa renovação, então os ovócitos 
tem a mesma idade da mulher ou até mais, sendo que 
antes do nascimento da mulher seus ovócitos já estão 
todos formados, porém, não completaram a divisão 
celular – meiose 2 – eles estão parados na metáfase. 
Essas células só irão concluir a divisão celular – entrar 
em anáfase e telófase – se houver fecundação na 
ampola da tuba uterina. Ou seja, dependem da 
fecundação para concluir a meiose 2. Depois da 
metáfase vem a anáfase, que é a fase de separação, 
onde podem acontecer perdas, disjunções ou não 
disjunções que geram as alterações numéricas 
cromossômicas. É por isso que o risco de ocorrer falha 
é maior, não é só por causa do ovócito ser velho, mas 
também porque eles estão parados na metáfase, fase 
em que só se conclui se o espermatozoide fecundá-lo. 
E saindo na metáfase e entrando na anáfase, por ser 
velho, pode não conseguir separar bem as cromátides. 
Mosaico 
A imagem ilustra um cariótipo de mosaico. 
Exemplificando: o lado esquerdo está um cariótipo de 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
linfócito e do lado direito de basófilo. Ao avaliar esses 
cariótipos do mesmo paciente observa-se que no 
esquerdo possui um cromossomo a mais no 21 e no 
lado direito está normal. Isso é a cariotipagem clássica 
de indivíduo com mosaicismo genético, em que vai ter 
alteração cromossômica para alguns tipos de células e 
para outras são normais. 
 
Estruturais – exemplos 
Existem três maneiras que podem acarretar na 
síndrome de Down. Ela pode acontecer pela trissomia do 
21, pode ser em forma de mosaico e ainda por 
alterações estruturais. 
Alterações estruturais são aquelas que modificam 
pedaços/seguimentos cromossômicos podendo ficar 
maior ou menor, mas sem alteração numérica. Um 
exemplo clássico é a translocação: ocorre a troca de 
pedaços de cromossomos que não são homólogos – não 
são do mesmo par. 
• Translocação: 3% dos casos de Síndrome de Down 
são causados pela translocação entre os 
cromossomos 14 e 21, gerando um cromossomo 
híbrido, o resultado será um gameta com a 
presença (equivalente) de 3 cromossomos 21. 
• Ocorre nos cinco pares de cromossomos 
acrocêntricos: 13,14,15,21 e 22 → Translocação 
Robertsoniana. 
• Down por translocação → 3 % dos casos; 
• Down por trissomia do 21→ 95% dos casos; 
• Down por mosaico → 1-2% dos casos; 
A translocação Robertsoniana que gera síndrome de 
Down é clássica. Ela foi descoberta por um pesquisador 
norte-americano que tinha um nome enorme, e seu último 
nome era Robertson, por isso esse nome na translocação. 
E o que é essa translocação? É quando troca pedaços 
entre os 5 pares de cromossomos do nosso cariótipo, 
que são acrocêntricos. Lembrando que tem o 
cromossomo metacêntrico, submetacêntrico, 
acrocêntrico, telocêntrico, que tem a ver com a posição 
do telômero. Então, o 13, 14, 15, 21 e 22 são os 
cromossomos acrocêntricos. 
Esses cromossomos tem o telômero um pouco mais 
afastado para as extremidades e é por isso que são 
chamados dessa forma. 
Na imagem anterior (47, xx, +21 / 46, xx), os pares 1 e 
2 são metacêntricos porque tem o telômero mais no 
meio do cromossomo. 
Quando vai fazer uma translocação entre cromossomos 
heterólogos mas que são acrocêntricos, significa que 
ocorreu uma translocação robertsoniana. A 
translocação robertsoniana que causa síndrome de Down 
é a translocação do cromossomo 14 com o 21. O 21 
manda um pedaço para o 14, observe na imagem que o 
14 está aumentado, portanto, é uma alteração 
estrutural, esse cariótipo tem 46 cromossomos, mas um 
pedaço do cromossomo 14 foi alterado. 
 
As células afetadas, obviamente serão aquelas células 
que irão gerar as características para o indivíduo. Por 
exemplo, o indivíduo tem um problema hormonal, quais 
são as células que estão gerando o problema hormonal 
para esse indivíduo? São as células que tem o cariótipo 
alterado, as células com 47 cromossomos, por exemplo. 
Já se fossem células com 46 cromossomos, daria a ele 
características normais. E por isso, por ser um ser 
mesclado/hibrido pelo cariótipo, normalmente o 
indivíduo vai ter características sintomatológicas mais 
brandas do que aqueles que apresentam as alterações de 
maneira universal. 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
Suspeita clínica para 
aneuploidias em pré-natal 
 
Procedimentos para 
obtenção de alterações fetais 
A priori vai lançar mão de procedimentos para obtenção 
de características fetais que podem detectar as 
possíveis alterações. 
Esses procedimentos são divididos em duas classes: 
• Métodos não invasivos: Ultrassonografia, 
ecocardiografia, dopplerfluxometria, marcadoresbioquímicos. 
• Métodos invasivos: Amniocentese, CAVC, 
cordocentese. 
Primeiro será utilizado métodos não invasivos, que não 
geram risco de abortamento, que são os exames de 
imagem, ou de marcadores bioquímicos a partir do soro 
materno e não do fetal, por exemplo. E depois quando 
existir alguma sugestão/indicação de alteração, pode, 
na parte confirmatória, utilizar métodos invasivos, e 
terá que ser coletado, amostra que geralmente estão 
relacionadas com os anexos embrionários que ajudam a 
manter e nutrir o embrião. Então terá que coletar 
amostra de líquido amniótico, de vilosidade coriônica, 
do cordão umbilical... 
Não invasivas 
Ultrassonografia obstétrica 
• Capaz de detectar ocorrência de malformação 
fetal (transluscência nucal e ultrassonografia 
morfológica); 
• Estimar a idade do feto; 
• Detecção de anomalias anatômicas. 
3 marcações principais: (CCN); (DBP); (CC); (CF). 
 
Pensando em métodos não 
invasivos, tem a USG 
OBST. E é justamente na 
USG morfológica que serão 
realizadas medições 
importantes para o 
diagnóstico de cromossomopatias, ou para afastar esse 
diagnóstico. É importante que sejam avaliados alguns 
parâmetros, como, a translucência nucal, como por 
exemplo, 4 marcações principais, que são: cumprimento 
cabeça nádega (CCN), diâmetro biparietal (DBP), 
circunferência cefálica (CC), comprimento do fêmur 
(CF). esses 4 marcadores são fundamentais para o 
diagnóstico de cromossopatias. Além de serem 
importantes também para dizer a idade do feto, avaliar 
variedades anatômicas e entender se é má formação ou 
se é variedade anatômica a partir dessas medições. 
USG para rastreamento de cromossomopatias: 
• A USG obstétrica realizada entre a 11ª a 14ª 
semanas de gestação, também conhecida como 
exame morfológico de primeiro trimestre, tem 
importância indiscutível no rastreamento de 
anormalidades cromossômicas. 
 
Os principais marcadores ultrassonográficos das 
cromossomopatias são: a translucência nucal (A), o osso 
nasal (B) e o doppler de ducto venoso (C). 
Os indivíduos com cromossomopatias geralmente tem 
dificuldade no processo de ossificação nasal, que é uma 
ossificação intramembranosa. 
A translucência nucal é provocada pela translucidez do 
acúmulo de líquido no tecido subcutâneo/mole da 
primeira porção da coluna, que é a cervical que está 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
conectada com a nuca. Quanto maior a translucência 
nucal, maior a probabilidade de cromossomopatia. 
 
• Translucência subcutânea entre a pele e o tecido 
mole que recobre a coluna cervical. 
• Faz isso na primeira morfológica: 10-14 semanas 
• ↑ TN (acúmulo de líquido) → ↑ cromossomopatia 
• 2,5mm: diferencia mulheres com risco maior; 
• 2,5 – 3,9 mm: ↑ 3 vezes o risco; 
• 4,0 – 4,9: ↑ 18 vezes o risco de ter 
cromossomopatia; 
• Acima de 5,0mm: 13% aborto; 
• S. Down, S. Noomam, Higroma cístico e 
cardiopatias. 
 
Imagem: 
Translucência nucal 
(marcada em azul). 
 
 
 
A tabela anterior mostra a idade gestacional e o 
processo de ossificação, tamanho em milímetros do 
osso nasal de um feto, mostrando que existe valores 
de referência que devem ser confrontados com 
aqueles encontrados na USG. 
Geralmente os médicos que fazem essa USG possuem um 
software no computador, em que ele já lança as medidas 
encontradas e já prediz se as medidas encontradas são 
normais ou patológicas. 
 
USG 4D. 
Marcadores bioquímicos 
Ainda falando de marcadores não invasivos, podem ser 
testados alguns hormônios e proteínas no soro 
materno. Abaixo tem alguns hormônios e proteínas que 
podem ser dosados. Taxas muito elevadas nas suas 
concentrações podem indicar cromossomopatias. 
• Triagem tripla no soro materno: 
• Alfa fetoproteina (AFP): proteína fetal (saco 
vitelínico e fígado). Normalmente tem que fazer 
uma coleta e saber quais os valores de referência 
e como tem que ser feita para que os valores 
gerados encontrados não sejam proveniente de 
uma patologia hepática materna, por exemplo. Tem 
que saber a respeito da função hepática da mãe. 
É importante que se conheça tudo isso para não ter 
viés de confusão no diagnóstico. 
É uma proteína produzida pelo feto e geralmente é 
produzida pelo saco vitelínico. Inicialmente o saco 
vitelínico que produz e posteriormente quando o 
fígado do feto já está formado também passa a 
produzir. E há um aumento dessa proteína a partir 
da 13ª, 14ª semana, quando eles atingem o pico de 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
3, 3,5 a 4 gramas por litro. E a partir daí vai 
crescendo de maneira exponencial até o 
nascimento, que chega a 250mg por litro. Quando 
tem algumas cromossomopatias esses valores 
tendem a diminuir. Quando tem um aumento da 
alfafetoproteína, pode ter outros processos 
anormais que não são sindrômicos, mas são 
defeitos, como por exemplo, o defeito no 
fechamento do tubo neural. Esses valores 
alterados estarão relacionados com alguns 
problemas do embrião. 
• Beta gonadotrofina coriônica (beta hCG): 
produzido pelos trofoblastos. Hormônio importante 
para manter as paredes do endométrio e evitar o 
abortamento. Ele estimula a produção de 
progesterona inicialmente produzida pelo 
sinciciotrofoblasto e depois produzida pela 
placenta. Com a progesterona, as camadas 
endometriais são mantidas para garantir que a 
gravidez seja viável. Indivíduos com 
cromososmopatias apresentam valores alterados de 
beta HCG. Lembrando que o beta HCG será a 
subunidade beta do hormônio, mas eles apresentam 
valores alterados de todo o hormônio, da 
gonodrotofina como um todo. 
• Estriol (uE3): produzido pelo feto (Glândula 
adrenal e metabolizado pela placenta). 
Triagem tripla associada com idade materna avançada: 
feto com cromossomopatia. 
Técnicas invasivas que confirmam o 
diagnóstico de cromossomopatias 
Revisão: Não-invasivos: triagem materna ali no soro 
(alfa-fetoproteína, beta-HCG, estriol) e exames de 
imagem (marcações alteradas podem ser indicativos de 
cromossomopatias - circunferência cefálica, 
comprimento do fêmur, diâmetro biparietal, 
comprimento cabeça-nádega, transluscência nucal, 
ossificação nasal). 
Alterações sugestivas de 
cromossomopatias na 
ultrassom e na triagem 
materna no soro → 
confirmar o diagnóstico com 
um exame invasivo, já que a avaliação que fez até 
agora foi indireta (pode dar alteração por outras 
razões, por exemplo Beta-HCG alterado pode ser 
muitas vezes indicativo de tumoração). A gente tem 
que coletar material do feto e, consequentemente, 
fechar o diagnóstico. Partimos então para a: 
Aminiocentese 
Coletar amostras do líquido aminiótico e dessa amostra 
você vai obter algumas células que vão ser cultivadas, 
colocadas para crescimento no meio de cultura 
específico, até que você tenha uma quantidade de 
células suficientes para extrair o DNA e fazer o 
cariótipo. Você faz uma punção a partir da barriga da 
mãe. Essa punção precisa ser guiada por ultrassom para 
evitar e minimizar o risco de abortamento. 
Coleta de líquido amniótico guiada por 
ultrassom, após anestesia local ou não
 
Imagem: Exame guiado por ultrassom. Geralmente a 
anestesia local é necessária (Ex. quando a mãe sente 
dor). Outras vezes, não é necessária. 
Resultado: 2 - 3 semanas. Devido ao fato de você 
precisar cultivar, fazer crescer as células, para ter 
material genético suficiente para análise 
posteriormente do cariótipo. O líquido amniótico é 
POBRE em células (mais líquido que célula). 
Riscos: Depende do profissional (habilidade e 
experiência), tem que conhecer as possibilidades de 
punção (existem regiões específicas da barriga onde a 
punção vai ser menos arriscado). 
1. 0,2 - 0,5% de induzir aborto; Pode ser induzido 
se seringa entrar em contato com o feto. 
2. 0,1% deformidade de membros. 
Quando paciente está ansiosa, se mexendo muito pode 
sernecessário anestesiar. Inclusive, se o feto estiver 
agitado não é nem recomendado que se faça o 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
procedimento. Pode ser feito sem anestésico caso a 
mãe tenha alergia aquele anestésico ou alguma 
hipersensibilidade, ou ainda, quando não há 
disponibilidade de anestésico no serviço (deu o exemplo 
da COVID 19, onde os anestésicos estavam sendo 
utilizados para a intubação orotraqueal e, portanto, 
estavam faltando nos serviços). 
Complicações: 
• Aspiração de sangue materno: Pode gerar doença 
hemolítica do recém-nascido (caso a mãe seja Rh 
negativo e o filho Rh positivo) 
• Imunização por Rh da mãe (Rh-); 
• Acidentes de punção; 
• Infecção materna; 
• Perda de líquido (raro); 
 Diagnóstico mais tardio. Em comparação com as outras 
Coleta de amostras da vilosidade coriônica 
Na embriologia, existe um sistema primitivo de troca 
entre a mãe e o feto antes da formação do cordão 
umbilical. Esse sistema primitivo são as vilosidades 
coriônicas que é quando começa de fato a troca de 
sangue oxigenado e sangue desoxigenado, nutrientes... 
é a partir dessa estrutura, que é um anexo 
embrionário. 
• Aspiração do tecido do trofoblasto (tecido que 
invade o útero na hora da implantação) fetal por 
via transcervical ou transabdominal; Basicamente 
o que você vai aspirar é o sincíciotrofoblasto. 
• Realizado em torno da 9º a 12º semana; 
• Risco de 1% de abortamento. 
Agora você está 
coletando de um anexo 
que é mais CELULAR e 
que tem estruturas 
importantes para o 
desenvolvimento, nutrição e oxigenação daquele feto. 
Coleta da amostra de vilosidade 
coriônica (CAVC)
• Aspiração do tecido do trofoblasto 
fetal por via transcervical ou 
transabdominal;
• Realizado em torno da 9ª a 12ª
semana;
• Risco de 1% de abortamento.
 
Por conta de você fazer a coleta de uma estrutura 
essencial para o desenvolvimento do indivíduo. 
Você tem o embrioblasto, aquela massa de células 
internas do embrião e você tem o trofoblasto que é a 
parte mais externa. Essa parte externa fica em 
contato direto com aquele feto, o que torna a 
aspiração mais arriscada, pois você vai aspirar porção 
de células que está em contato direto com embrião e 
que faz parte do desenvolvimento direto dele 
(fornecendo nutrientes, gases necessários para a 
maturação). 
Observe que a seringa inclusive é mais vermelha, pois 
aspiramos sangue também! O risco de você ter contato 
da seringa de punção com o feto é maior. Por isso o 
risco de abortamento é maior também. Mas isso vai 
depender da experiencio do profissional. 
Biópsia de vilo corial 
Podemos fazer a coleta de 
vilosidades coriônica a partir 
do canal vaginal. 
• Cateter acoplado a seringa com meio de cultura: 
já tem um meio de cultura para que quando as 
células forem aspiradas estejam em um ambiente 
mais ou menos próximo daquele ambiente onde 
normalmente estão que é a vilosidade coriônica. Na 
seringa você coloca pH, condições de temperatura, 
nutrientes parecidas com o ambiente ali do local 
onde foram coletadas. Elas começam a crescer e é 
um método para você não estressar tanto as 
células e evitar que elas morram. 
• Aspiração de ~50mg de vilo corial; 
• Cultura de curta duração (24h): Geralmente é uma 
cultura mais rápida, a partir de 24 horas você já 
tem condições de dar o diagnóstico. Faz a cultura → 
para a divisão delas ali na metáfase (onde os 
cromossomos estão mais condensados) → leva as 
células para o microscópio onde você vai montar o 
cariótipo do indivíduo. 
• Resultado em 1-3 dias. 
Cordocentese 
Coleta de amostra do cordão umbilical. 
• Amostra de sangue fetal do cordão umbilical 
(linfócitos). 
• Período: a partir da 16ª semana. 
• Aplicações: inúmeras aplicações. 
 
10 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
1. Coleta de amostra para congelamento; 
2. Presença de alguma anormalidade fetal detectada 
pela ultrassonografia; 
3. Falha nas culturas de amniocentese e vilo corial; 
4. Cultura de células de linfócitos – curta duração (2-
3 dias): Pode ser que haja variação na quantidade 
de dias para a cultura de linfócitos. 
5. Extração de DNA: Cromossomo é DNA compactado 
e vamos montar os cromossomos aos pares para 
ver se tem cromossomos a mais ou a menos, 
pedaços de cromossomos faltando ou cromossomos 
deslocados. E vamos avaliar. 
6. Hemoglobinopatias e doenças hematológicas; 
7. Para tratamento de alguns pacientes, ainda na vida 
intrauterina, que apresentam doenças hemolíticas. 
8. Hemogasometria. 
Fazemos isso quando há indicativo nas técnicas não 
invasivas OU falha das técnicas anteriores 
(aminiocentese com cariótipo não foi bem feito a partir 
da amostra). 
 
VÁRIAS APL ICAÇÕES DA CORDOCENTESE NA IMAGEM 
• Hemogasometria: mede Ph, pCO2, PO2. Muito 
utilizada em pacientes na UTI. Punção só o médico 
pode fazer 
• TORCH: exame pós natal, mas na cordocentese 
você já pode avaliar as doenças perigosas para o 
período gestacional ... toxoplasmose, sífilis 
(anticorpos eventualmente presentes, que 
geralmente indicam infecções recentes - já que 
medimos o IgM). Essas patologias podem ser 
congênitas, passadas da mãe para o feto. 
• Terapia para doença hemolítica (DHNP); 
• Afastar hemoglobinopatias; 
• Citogenética: é o que interessa para a gente nesse 
momento. Para fazer a montagem do cariótipo 
daquele indivíduo e avaliar as cromossomopatias. 
 
❖ Colheita de 1 – 6 ml de sangue – veia umbilical 
❖ Risco de abortamento: 0,5 - 1% = depende da 
experiência do profissional, da característica 
gestacional daquela mãe- 
se é uma gravidez de risco 
ou não. 
❖ Complicação: hemorragia 
no sítio de punção 
Trissomia do cromossomo 18 
Síndrome de EDWARDS 
❖ É quando o indivíduo tem um cariótipo 2n +1. 
❖ Se for um menino, por exemplo → Cariótipo 47XY + 
18. Significa que há um cromossomo a mais no 
cromossomo 18 e que esse indivíduo é do sexo 
masculino, 
• 95% dos conceptos são abortados 
espontaneamente; 
• 80% do sexo feminino: Prevalência maior em 
meninas. 
• Síndrome grave, possivelmente incompatível com a 
vida. 
CARACTERÍSTICAS 
▪ Hipertonia: rigidez muscular muito grande; 
▪ Fenda labial lateral; 
▪ Face pequena, migrognatia; 
▪ Pés arqueados; 
▪ Externo curto; 
▪ Unhas hipoplásicas: muito frágeis – quebram com 
muita facilidade. 
▪ Punhos cerrados/fechados: os dedos normalmente 
apresentam essa característica de sobreposição – 
de ficar um sobre o outro (2 e 5 sobrepõe o 3 e 4) 
 
 
• 1:7.500 nativivos: Prevalência mais baixa do que a 
Síndrome de Down. 
 Características: algumas são muito similares a Down. 
❖ Malformações cardíacas; 
❖ Hipertonia; 
❖ Micrognatia; 
 
11 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
❖ Orelhas malformadas e de implantação 
baixa; 
❖ Esterno curto; 
❖ Posição características das mãos. 
Não se pode fechar o diagnóstico de uma 
cromossomopatia apenas por características 
morfológicas identificadas na ultrassonografia ou por 
características clínicas do paciente. É preciso fazer 
também o cariótipo para saber em que cromossomo 
ocorreu a trissomia (ex. 18?21?) e saber se é Síndrome 
de Down, Edwards, Patau, por exemplo. 
Síndrome de Edwards é uma síndrome muito grave, 
onde os indivíduos vão sobreviver por muito pouco 
tempo. Muitos são abortados! Quanto nativivos, as 
alterações são incompatíveis com a vida. 
Numéricas: Aneuploidias → trissomia 18 
 
Trissomia do cromossomo 13 
Síndrome de PATAU 
• Muitas características de malformações intensas 
no SNC; 
• 50% morrem no 1º mês; 
• Síndrome muito grave e muito letal: Os indivíduos 
não tem muita expectativa de vida. 
• Dificilmente se tem um indivíduo desse chegando 
a adolescência ou a vida adulta pra fazer 
tratamento. 
❖ É necessário fazer o diagnóstico, identificação e 
análise. 
❖ Novas gestações: A síndrome deve ser incluída na 
probabilidade de novascromossomopatias. 
Numéricas: Aneuploidias → trissomia (presença de um 
cromossomo a mais) 13 
 
 Fenda labial e fenda palatina (fenda no céu da 
boca) são muito comuns. 
Outras características: Polidactilia, fragmentos de 
dedos a mais nos dedos das mãos e dos pés. 
 
 
• 1: 20.000 a 1:25.000 nativivos; 
 Características: 
❖ Orelhas malformadas; 
❖ Fendas labial e palatina; 
❖ Polidactilia; 
❖ Malformações cardíacas; 
❖ Malformações urogenitais. 
¨--- Observação: A Síndrome de Down recebe mais 
atenção porque os indivíduos vivem muito tempo. Os 
pacientes vão ter os problemas, que necessitam ser 
diagnosticados e tratados, mas tem uma expectativa 
de vida. --- ¨ 
Numéricas → Euploidias → 3n,4n,5n 
Ainda dentro das alterações numéricas, nós temos 
também as euploidias que, diferentemente das 
aneuploidias, não alteram um cromossomo ou dois 
cromossomos, elas alteram o cariótipo inteiro no 
número de cromossomos. 
Análise do cariótipo: Ao pensar na nossa espécie, é 
possível observar que em cada par ... é um trio, na 
verdade! Então, isso, na nossa espécie, não é compatível 
com a vida. 
Não existem indivíduos euploides na espécie humana!! 
Indivíduos, por exemplo, triploides (3n), tetraploides 
(4n), pentaploides (5n), não existem na espécie humana. 
É importante saber que existem indivíduos com 
cariótipos alterados dessa forma ... triplicando, 
quadruplicando o número de cromossomos. 
O morango, por exemplo, é uma fruta tetraploide. 
 
12 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
Principais indicações para cariótipo 
Pra fazer um diagnóstico legal de cromossomopatias e 
aconselhar a mãe pra fazer uma coleta e o cariótipo, 
as indicações que devem ser levadas em consideração 
são: 
É quando você encontra, depois de nascido ... 
1. Alterações de crescimento e desenvolvimento; 
➢ Atraso no DPNM; 
➢ Fácies dismórficas: 
 Fácies atípicas, muito diferente do que a gente tá 
acostumado a ver nas pessoas que não apresentam 
cromossomopatias; Ex. olhos muito puxados, língua 
saliente – muito grande, região abaixo do nariz, no lábio 
inferior, ausência do sulco. O lábio superior na sua 
parte externa é liso. (Obs. As pessoas sem 
cromossomopatia têm esse sulco). Nariz mais curto, 
lábio superior muito fino. Tudo isso deve ser levado em 
conta combinado, não é uma característica apenas que 
vai levar ao diagnóstico. 
➢ Malformações; 
➢ Baixa estatura; 
➢ Deficiência mental; 
➢ Genitália ambígua. 
2. Natimortos e óbito neonatal; 
3. Infertilidade dos pais ou abortos recorrentes da 
mãe: Será que os conceptos todos não foram 
formados de alterações cromossômicas e por isso 
foram expelidos? 
4. Neoplasia (cariótipo de tecidos): 
Tecidos formados de forma atípica em uma 
determinada região/órgão do corpo daquele indivíduo. 
Ex. tumor, câncer, mesmo que sejam benignos, é bom 
fazer a biópsia e o cariótipo para saber se há a presença 
de células com alterações genéticas. 
Indivíduos com alterações, principalmente quando se 
fala de gônadas, que possam ser passadas pra prole. Ex. 
alterações/tumores ovarianos, testiculares – podem 
estar relacionados com as células que formam os 
gametas (espermatozoides, ovócitos), o que pode levar a 
passagem disso pra gerações futuras. 
5. História familiar (ex. irmão, avô, tio) positiva de 
cromossomopatia; 
6. Gestação em mulher com idade elevada (>35 anos). 
Existe uma questão na genética extremamente 
importante, que é a hereditariedade (herança que a 
gente traz dos nossos ascendentes). 
Estruturais 
• Ocorre durante a Prófase I da meiose, quando há 
uma quebra de junção dos cromossomos causando 
fratura e originando fragmentos. 
• Podem ser transmitidas hereditariamente quando 
ocorrem nas células germinativas (espermatozoides, 
ovócitos). 
• Quando ocorrem em células somáticas não são 
passadas adiante, mas podem provocar a formação 
de tumores/processos carcinogênicos. 
Deleção 
Perda de um segmento cromossômico. 
C e D perdidos. Um pedaço do cromossomo foi 
perdido e o indivíduo pode, portanto ter um 
cromossomo menor. 
6 segmentos (A, B, C, D, F e G) cromossômicos 
inicialmente → deleção do C e D → 
cromossomo com alteração estrutural. 
Neste caso, como foi a perda de um 
segmento, é uma alteração por deleção. 
Se eu analiso o cariótipo dessa pessoa, vou encontrar 
46 cromossomos. Entretanto, um dos cromossomos vai 
ter tamanho reduzido. Apesar de ter 46 cromossomos, 
é um cariótipo alterado (não é alteração numérica, e sim 
estrutural!!). 
Síndrome do miado de gato 
É uma síndrome clássica provocada por deleção 
(modificação estrutural cromossômica). Leva esse nome 
porque quando esses indivíduos choram parecendo 
gatos miando (choro muito fino e agudo). Acontece por 
causa da deleção do braço curto (porção superior 
separada pelo centrômero) do cromossomo 5. 
 
 
13 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
Síndrome de PRADER-WILLI 
É uma síndrome provocada por uma deleção do 
cromossomo 15 de origem paterna (cromossomo que 
recebeu do pai). 
 
Possuem características faciais dimórficas/atípicas 
como lábios muito finos, estrabismo, osso nasal curto. 
Síndrome de AGELMAN 
Neste caso, porém, o problema é causado pela ausência 
de uma região de origem materna, denominada 
SPW/AS, nesse cromossomo. 
Também é provocada por uma deleção do cromossomo 
15, porém de origem materna. 
Essas duas últimas síndromes apresentam 
características/fenotípicas muito parecidas, mas com 
algumas peculiaridades. Esses indivíduos vão ter como 
similaridade a face. 
 
Possuem características 
atípicas, como sulco 
nasolabial liso, nariz 
curto, lábios finos. Uma 
característica muito comum é a síndrome da boneca 
feliz/sorridente, pois eles vivem sempre com essa 
expressão sorridente e podem até ter crises de risos. 
Além do que, possuem também: 
• Retardamento mental grave e crises de riso; 
• Caracteriza-se clinicamente por baixo tônus 
muscular (hipotonia); 
• Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor; 
• Ausência de fala e convulsões. 
Duplicação 
Duplicação é o contrário da deleção. 
Observa-se que esses dois 
fragmentos (B e C) foram 
duplicados no cromossomo do 
lado direito. 
Se olhar no cariótipo 
novamente, terá 46 
cromossomos, mas se observar 
as estruturas dos 
cromossomos eles terão tamanho maiores e, 
consequentemente terá um diagnóstico de alteração 
estrutural por duplicação. 
Translocação 
Quando ocorre a troca de 
pedaços entre cromossomos 
não homólogos, provocando 
erros na leitura. 
É uma alteração bastante recorrente, muito associado 
com cromossomopatias. Acontece quando os 
cromossomos que não são do mesmo par (heterólogos) 
trocam pedaços provocando uma característica 
deletéria, ou seja, prejuízo para o indivíduo. 
Imagem: exemplo 
de translocação 
que é a síndrome 
da heterodactilia, 
onde ocorre a 
troca de pedaços 
dos cromossomos 
7 e 9. Quando isso 
acontece, gera 
indivíduos com características da imagem abaixo. Eles 
possuem face dismórfica, geralmente apresentam 
microdontia (dentes pequenos) e hipodontia (poucos 
dentes), pés e mãos em forma de garra. 
 
 
14 
Beatriz Machado de Almeida 
Genética - Cromossomopatias 
Mais uma vez, essa síndrome é provocada por uma 
alteração estrutural, não é numérica. É uma 
cromossomopatia que possuem muitas outras 
alterações respiratória, torácica, endocrinológica, 
geniturinárias, neurológica, cabeça e pescoço, etc. (A 
ideia não é decorar, é somente saber que essas 
alterações existem). 
 
Inversão 
Como o próprio nome diz, é uma alteração da posição 
dos segmentos cromossômicos. 
Imagem: o 
cromossomo B 
estava em cima e 
foi para baixo, o 
segmento D 
estava em baixo e 
foi para cima. 
Cromossomo em anel 
Causas: O cromossomo sofre 2 quebras e se reúnem 
em uma estrutura circular. 
Podem ser 
gerados por 
quebras que 
acontecem nas 
extremidadesgerando duas 
pontas vermelhas que apresentam sequências 
complementares que podem se juntar e formar um 
ciclo. Muito comum em bactérias. Não existem 
síndromes associadas. 
Isocromossomo 
Um cromossomo está ausente ou duplicado. 
Isso acontece quando se tem 
a deleção de um 
determinado cromossomo e o 
cromossomo que ficou 
daquele par acaba se 
duplicando. Como é um cromossomo que foi duplicado 
dele mesmo, acaba chamando-se isocromossomo. 
Conclusões 
• As alterações no DNA podem ocorrer em pequena 
ou em larga escala. Quando em larga escala, são 
denominadas cromossômicas. 
• As alterações cromossômicas podem ser numéricas 
ou estruturais. 
• A Síndrome de Down pode ser provocada por uma 
alteração numérica ou estrutural e a apresentar-se 
na forma de mosaicismo. 
• O diagnóstico pré-natal pode auxiliar na 
identificação das cromossopatias; 
• As técnicas devem ser combinadas para um 
diagnóstico mais preciso.

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