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Direito Civil II

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das fundações; os bens públicos de uso comum e uso 
especial.
Assim, entendemos então que:
QUADRO 1 – BENS
BENS
Considerados em 
si mesmos
Reciprocamente 
considerados
Em relação às 
pessoas
Em relação à 
comercialidade
Bens móveis Bens principais Bens particulares
Bens que se 
acham no 
comércio
Bens imóveis Bens acessórios Bens públicos
Bens que se 
encontram fora 
do comércio
Bens infungíveis
FONTE: A autora
4 FATOS, ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS
Para seguir os estudos a fim de absorver os fundamentos e estrutura do 
Direito das Obrigações, assim como sua importância no ordenamento jurídico 
brasileiro, é preciso que entendamos mais alguns conceitos simples. São eles: os 
fatos, os atos e os negócios jurídicos.
Fatos jurídicos são todos os acontecimentos que possuem como 
consequência a produção de efeitos jurídicos. Isso quer dizer que, diferentemente 
dos chamados “fatos comuns”, que são aqueles que não possuem repercussão 
no ordenamento jurídico, no direito são acontecimentos que acarretam em 
consequências jurídicas.
São fatos de onde nascem, subsistem ou se extinguem direitos. Como 
exemplo de fatos jurídicos temos desde o nascimento de uma pessoa, a produção 
de algum objeto e sua posterior comercialização, a chegada da maioridade civil 
até atos como adquirir contratos ou simplesmente morrer.
Para facilitar, classificamos os fatos jurídicos de maneira ampla, em fatos 
jurídicos naturais ou humanos. Sendo que os naturais, também chamados de 
fatos jurídicos em sentido estrito (ou, ainda, fatos involuntários) são aqueles fatos 
que ocorrem independentemente da ação humana e mesmo assim produzem 
consequências jurídicas. Esses fatos jurídicos naturais subdividem-se em:
TÓPICO 1 | INTRODUÇÃO AO DIREITO CIVIL
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• ordinários: nascimento, morte, maioridade etc.;
• extraordinários: tempestade, tsunami, terremoto, caso fortuito ou força maior.
Já os fatos jurídicos humanos, também chamados de fatos jurídicos 
voluntários, são consequências de ações humanas. São, portanto, o que chamamos 
de atos jurídicos. Como exemplo, temos desde contratos até batidas de carro, 
separação judicial etc. Atos jurídicos são todos os acontecimentos decorrentes 
de ações voluntárias e lícitas que tenham como consequências repercussões 
jurídicas, atos que acarretam mudanças no mundo do direito. Esses atos possuem 
como finalidade imediata contrair, proteger, transferir, transformar ou eliminar 
direitos. Os atos jurídicos se encontram classificados da seguinte maneira:
• Atos jurídicos unilaterais: ocorrem quando, para a sua execução, se faça 
presente somente a manifestação de vontade de um agente. Exemplos: 
declaração de nascimento de filho, emissão de nota promissória etc.
• Atos jurídicos bilaterais: ocorrem quando, para a sua execução, é preciso que 
se faça presente a manifestação da vontade de dois agentes, criando entre eles 
uma relação jurídica. Exemplos: contrato de compra e venda. 
Ao nos depararmos com uma situação em que se faça presente o último 
caso visto anteriormente, ou seja, quando temos a presença de um ato jurídico 
bilateral, identificamos o que chamaremos de negócio jurídico.
A falta de algum elemento substancial do ato jurídico torna-o nulo 
(nulidade absoluta) ou anulável (nulidade relativa). A diferença entre o nulo e o 
anulável é uma diferença de grau ou gravidade, a critério da lei, vejamos:
• Nulidade absoluta: pode ser arguida a qualquer tempo, por qualquer pessoa, 
pelo Ministério Público e pelo juiz, inclusive, não admitindo convalidação nem 
ratificação.
• Nulidade relativa: ao contrário, só pode ser arguida dentro do prazo previsto, 
somente pelos interessados diretos, admitindo convalidação e ratificação 
(VENOSA, 2012).
Além disso, pode haver o que se designa ato jurídico inexistente. Isto é, 
um ato que contenha um grau de nulidade tão amplo e manifesto que acaba por 
dispensar a necessidade de ação judicial para que seja declarado sem efeito. Ainda, 
pode ocorrer casos em que verificamos os chamados atos jurídicos ineficazes. 
São eles os atos que possuem validade plena entre as partes envolvidas, porém 
não produzem efeitos em relação à determinada pessoa (ineficácia relativa) 
ou, ainda, em relação a todas as outras pessoas envolvidas no ato (ineficácia 
absoluta). Exemplos: alienação fiduciária não registrada, venda não registrada de 
automóvel, bens alienados pelo falido após a falência.
Para que tenhamos um negócio jurídico (ato jurídico bilateral) válido é 
preciso que se observe os seguintes requisitos:
a) agente capaz: o atuante deve ser capaz de praticar plenamente os atos da vida 
civil. 
UNIDADE 1 | TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES
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Os absolutamente incapazes devem ser representados e os relativamente 
incapazes devem ser assistidos.
ATENCAO
b) Objeto lícito e possível: o objeto do ato jurídico deve ser permitido pelo direito 
e possível de ser efetivado.
c) Forma prescrita ou não vedada em lei: a forma dos atos jurídicos tem que ser 
a prevista em lei, se houver esta previsão, ou não proibida (VENOSA, 2012).
Assim, concluímos que um ato jurídico será nulo quando for praticado 
por pessoa absolutamente incapaz ou, também, quando não estiver revestido da 
maneira prescrita em lei ou, ainda, quando o objeto for ilícito ou não possível.
Os atos jurídicos aos que não se impõe forma especial prescrita em lei 
poderão provar-se mediante confissão, atos processados em juízo, documentos 
públicos e particulares, testemunhas, presunção, exames, vistorias e arbitramentos 
(VENOSA, 2012). 
Já a nulidade é um vício intrínseco ou interno do próprio ato jurídico. 
Assim, o ato jurídico será anulável quando as declarações de vontade emanarem 
de erro essencial, viciado por erro, dolo, coação ou simulação. 
A respeito da nulidade, pode-se afirmar que ela opera de pleno direito, 
podendo ser invocada por qualquer interessado ou também pelo Ministério 
Público. Quando ocorre nulidade, o negócio não poderá ser confirmado nem 
prevalecerá pela prescrição. Por fim, os negócios jurídicos podem ser:
• formais ou solares: casamento, testamento, compra/venda de imóveis etc.;
• não formais ou consensuais: locação, comodato etc.
OBSERVAÇÃO: Não serão admitidas como testemunhas: os loucos de todo 
gênero, os cegos e surdos (quando a ciência do fato, que se quer provar, dependa dos sentidos 
que lhes faltam), o interessado do objeto do litígio, bem como o ascendente e o descendente, 
ou o colateral até 3° grau de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade. 
FONTE: <https://www.jusbrasil.com.br/topicos/11483752/artigo-142-da-lei-n-3071-de-01-de-ja-
neiro-de-1916>. Acesso em: 22 jul. 2019
ATENCAO
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Neste tópico, você aprendeu que:
• Entre as diferentes definições do termo direito, a mais comumente aplicada e 
de mais fácil entendimento é a de que direito seria o conjunto de regulamentos 
universais e positivados que orientam a vida em sociedade.
• Direito objetivo diz respeito às normas em si. É ele que estabelece a conduta 
social a ser adotada pelos indivíduos. 
• Direito subjetivo é a faculdade, a opção que o cidadão detém sobre os direitos 
que lhe são próprios.
• Direito natural é aquele que está ligado aos preceitos de filosofia, é a ideia de 
uma justiça maior e anterior aos homens.
• Direito positivo traduz as normas jurídicas que se encontram vigentes em 
determinado tempo e território.
• Direito público é aquele que regula as relações entre diferentes estados, e, 
também, entre estado e os indivíduos particulares.
• Direito privado é aquele que regulamenta as relações entre dois ou mais 
indivíduos particulares.
• Direito Civil é a área do direito que se dedica às relações jurídicas entre duas 
ou mais pessoas ou entre pessoas e coisas.
• Bens são as coisas economicamente valoráveis que poderão servir para satisfazer 
tanto às necessidades de um indivíduo particular como às necessidades da 
comunidade.
• Fatos jurídicos são todos os acontecimentos que possuem como consequência 
a produção de efeitos jurídicos.
• Atos
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