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Esquizofrenia e outros transtornos psicóticos A esquizofrenia engloba um grupo de transtornos com etiologias heterogêneas e inclui pacientes com apresentações clínicas, resposta ao tratamento e curso da doença variáveis. Os sinais e sintomas vairam e incluem alterações na percepção, na emoção, na cognição, no pensamento e no comportamento. Em geral, o transtorno costuma começar antes dos 25 anos, persiste durante toda a vida e afeta pessoas de todas as classes sociais. Sua natureza essencial ainda não foi esclarecida; portanto, às vezes, ela é referida como uma síndrome, ou como classificado atualmente, o espectro da esquizofrenia Epidemiologia Nos estados unidos a prevalência é cerca de 1%, sendo que apenas 0,05% da população total é tratada, o que significa que embora seja uma doença grave, apenas metade dos pacientes com o transtorno obtém tratamento. É igualmente prevalente em homens e mulheres, porém se diferem em início e curso da doença. Sendo nos homens de início mais precoce, sendo que mais da metade dos pacientes masculinos de esquizofrenia tem uma internação antes dos 25 anos de idade, porém nas mulheres esse número cai para um terço. As mulheres apresentam uma distribuição etária bimodal com um segundo pico na meia idade, cerca de 3-10% das mulheres apresentam o início da doença após 40 anos. 90 % das pessoas em tratamento do transtorno tem entre 15- 55 ano, o início antes dos 10 anos e depois dos 60 é raro. Alguns estudos apontam que homens tem maior possibilidade de desenvolver sintomas negativos em relação as mulheres, além de que elas têm maior probabilidade de obter um melhor funcionamento social antes do início da doença. Quando o início ocorre após 45 anos, o transtorno é caracterizado como esquizofrenia de início tardio. Algumas evoluções no tratamento da doença auxiliaram no aumento do número de casamentos desses indivíduos. Uso de psicofármacos, políticas de portas abertas dos hospitais, desinstitucionalização dos pacientes públicos, ênfase na reabilitação e o atendimento comunitário foram fatores importantes. Desse modo, a taxa de fertilidade desses indivíduos vem crescendo, sendo próxima à da população em geral. Parentes biológicos em primeiro grau têm um risco aumentado em 10 vezes de desenvolver a doença em relação a população geral. Pessoas com esquizofrenia tem taxa de mortalidade mais alta em decorrência de acidentes e de causas naturais que a população em geral. Variáveis relacionadas a institucionalização e tratamento não explicam esses dados, porém o difícil diagnóstico e tratamento da doença representam um desafio clínico. 80% de todos os pacientes têm doenças clínicas concomitantes significativas, sendo que 50% dessas podem não ser diagnosticadas. OLHA QUE COISA LOUCA! Esquizofrênicos tem maior probabilidade de ter nascido no inverno e início da primavera, no hemisfério norte as pessoas afetadas nascem com mais frequência nos meses de janeiro a abril, no hemisfério sul de julho a setembro. Há uma teoria que pessoas com o transtorno tem menos vantagens adaptativas de sobreviver a adversidades específicas da estação. Algumas doenças como a influenza, inanição materna e incompatibilidade do fator Rhesus sugerem um processo patológico do neurodesenvolvimento na esquizofrenia, porém o mecanismo exato associado não é conhecido. Abuso de substância é comum na esquizofrenia, sendo a prevalência ao longo da vida de abuso de qualquer droga (que não o tabaco) é, muitas vezes, superior a 50%, sendo esse abuso relacionado com o funcionamento mais insatisfatório. O abuso de alcool teve prevalência próxima a 40%e seu uso aumenta o risco de hospitalizações com a possibilidade de aumentar sintomas psicóticos. Em relação a canabis alguns estudos comprovam que pacientes relatavam níveis elevados de uso tinham seis vezes mais risco de desenvolver o transtorno, comparados a não usuários. Diagnóstico A presença de alucinações ou delírios não é necessária para um diagnóstico de esquizofrenia, sendo sim necessários que o paciente exiba dois dos sintomas, delírios (1), alucinações (2), discurso desorganizado (3), comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico (4), sintomas negativos expressão emocional diminuía ou abolia] (5). Além disso há a necessidade que o funcionamento comprometido, os sintomas devem persistir por pelo menos seis meses, além de não haver um diagnóstico de transtorno esquizoafetivo ou transtorno de humor. Especificar a gravidade atual: A gravidade é classificada por uma avaliação quantitativa dos sintomas primários de psicose, o que incluí delírios, alucinações, desorganização do discurso, comportamento psicomotor anormal e sintomas negativos. Cada um desses sintomas pode ser classificado quanto à gravidade atual (mais grave nos últimos sete dias) em uma escala com 5 pontos, variando de 0(não presente) a 4(presente grave). Subtipos Foram descritos 5 subtipos de esquizofrenia, sendo eles, paranoide, desorganizado, catatônico, indiferenciado e residual. A DSM – 5 não utiliza mais essa definição, contudo, ainda há significância clínica e ainda é bastante utilizado entre os médicos. Tipo Paranoide Preocupação com um ou mais delírios ou alucinações AUDITIVAS frequentes. Marcado claramente por delírios de perseguição ou grandeza. Os pacientes com esse subtipo de delírio costumam ter seu primeiro episódio da doença em idade mais avançada do que aqueles com o subtipo catatônico ou desorganizado. Pacientes nos quais a esquizofrenia ocorre no final da segunda ou terceira década de vida em geral já estabeleceram uma rede de apoio capaz de lidar com essa doença. Demonstram menos regressões de suas faculdades mentais, respostas emocionais e de comportamento do que em outros tipos de transtorno. Tendem a ser tensos, desconfiados, cautelosos, reservados e as vezes hostis ou agressivos. Sua inteligência em áreas que não são invadidas pela psicose tende a permanecer intactas. Tipo Desorganizado Regressão acentuada para um comportamento primitivo, desinibido e desordenado e pela ausência de sintomas que satisfaçam critérios para o tipo catatônico. Início precoce antes dos 25 anos de idade. São pessoas ativas, porém de uma forma não construtiva, sem objetivo. Seu transtorno do pensamento é pronunciado e o contato com a realidade é pobre. Aparência pessoal desleixada, e comportamento social e as respostas emocionais são inadequados, frequentemente explodindo em riso sem nenhuma razão aparente. Tipo Catatônico Era comum há algumas décadas atrás, porém hoje tem se tornado raro na Europa e América do Norte. Distúrbio acentuado na função motora que pode envolver estupor, negativismo, rigidez, excitação ou posturas bizarras. Alternâncias entre excitação e estupor. Com características associadas incluindo maneirismos, estereotipias e flexibilidade cérea. Mutismo é particularmente comum. Durante a excitação catatônica, os pacientes necessitam de supervisão constantemente para impedir tanto que se machuquem quanto machuquem os outros Tipo Indiferenciado (Diagnóstico preguiçoso) Pacientes que claramente tem esquizofrenia e não são enquadrados em um subtipo com facilidade. Tipo Residual Evidências contínuas do transtorno na ausência de um conjunto completo de sintomas ativos ou de sintomas suficientes para satisfazer o diagnóstico de outro tipo de esquizofrenia. Embotamento emocional, retraimento social, comportamento excêntrico, pensamento ilógico e frouxidão leve das associações são comuns nesse tipo. Quando ocorrem, delírios ou alucinações não são proeminentes nem acompanhados de reações afetivas significativas. Esquizofrenia de início precoce Pequeno número de pacientes manifesta esse transtorno na infância. Tais crianças podem inicialmente apresentar problemas diagnósticos, em particular com a diferenciação de retardo mental e de transtorno autista.O diagnóstico se baseia nos mesmos critérios do adulto, ou seja, delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento desorganizado ou catatônico e sintomas negativos. Início insidioso, curso crônico e prognóstico em grande parte é desfavorável. Esquizofrenia de início tardio Clinicamente indistinguível da esquizofrenia, porém ocorre após 45 anos de idade. Acontece com mais frequência em mulheres e em geral associada sintomas paranoides. Prognóstico favorável e os pacientes em geral tem bons resultados com medicação antipsicótica Esquizofrenia deficitária Caracterizada por sintomas negativos persistentes. Considera que pacientes que apresentam a doença com a forma de sintomas positivos têm esquizofrenia não deficitária. Pelo menos duas das seis características a seguir devem estar presentes e ter gravidade clinicamente significativa: ▪ Afeto restrito ▪ Gama emocional diminuída ▪ Pobreza de discurso ▪ Restrição de interesses ▪ Senso de propósito diminuído ▪ Interação Social diminuída Apresentam taxa de recuperação menor das funções a longo prazo do que os não deficitários, mesmo com a diminuição do funcionamento social desses indivíduos, pacientes deficitários parecem ter risco menor de depressão maior e provavelmente também menor risco de suicídio. Características Clinicas Não há nenhum sinal ou sintoma patognomônico para a esquizofrenia. A história do paciente é essencial para o diagnóstico do transtorno. Os sintomas do paciente mudam ao longo do tempo Deve se levar em conta o nível de escolaridade do paciente, sua capacidade intelectual e sua identidade cultural Sinais e Sintomas pré- mórbidos Aparecem antes da fase prodrômica da doença. O que é isso? São indicadores antes do processo patológico se tornar evidente e que os sinais e sintomas prodrômicos fazem parte da evolução do transtorno. Na história pacientes apresentavam personalidade esquizoide ou esquizotípica, caracterizados como quietos passivos e introvertidos. Quando adolescentes podem haver um distanciamento social, sem amigos, interesses amorosos e evitar contato com grupos (esportes, times, equipes, turmas). Alguns pacientes podem exibir um início súbito de comportamento obsessivo compulsivo como parte do quadro prodrômico. Outros sinais e sintomas prodrômicos incluem comportamento acentuadamente excêntrico, afeto anormal, discruso incomum, ideias bizarras e experiências perceptuais estranhas EXAME DO ESTADO MENTAL Aparência mutável, desde uma pessoa totalmente desleixada e descontrolada (aos gritos) até uma pessoa obsessivamente arrumada silenciosa e imóvel. Outros comportamentos estranhos incluem tiques, estereotipias, maneirismos e, em alguns casos, ecopraxia, na qual imitam a postura ou os comportamentos do examinador. Humor, sentimentos e afeto 2 sintomas afetivos comuns na esquizofrenia são a responsividade emocional reduzida, às vezes grave o bastante para justificar o rótulo anedonia, ee emoções exageradamente ativas e impróprias, tais como extremos de raiva, felicidade e ansiedade. O afeto plano ou embotado pode ser um sintoma da própria doença. Pacientes emotivos em excesso podem descrever sentimentos exultantes de onipotência, êxtase religioso, terror devido à desintegração de suas almas ou ansiedade paralisante em relação à destruição do universo. Outras nuanças de sentimento incluem perplexidade, sensação de isolamento, ambivalência extrema e depressão. Distúrbios perceptuais Alucinações, qualquer um dos sentidos pode ser afetado nesse transtorno, no entanto, o mais comum é o auditivo com vozes de comando aterrorizantes, acusadoras, obscenas, acusatórias ou ofensivas. Alucinações visuais ainda são comuns, porém, táteis, olfativas e gustativas devemos excluir causas orgânicas, com um quadro clínico ou neurológico podendo estar causando toda a síndrome. Ilusões são distorções de imagens ou sensações reais, enquanto as alucinações não se baseiam na realidade. Podem ocorrer tanto durante a fase ativa quanto ao longo das fases prodrômicas e dos períodos de remissão. Pensamento Podem ser os sintomas mais centrais da esquizofrenia, vamos dividir em 3 eixos, conteúdo do pensamento, forma do pensamento e processo do pensamento Conteúdo do pensamento Os transtornos do conteúdo do pensamento refletem as ideias, crenças, e interpretações de estímulos do paciente. Podem demonstrar um interesse profundo por ideias esotéricas, abstratas, simbólicas, psicológicas ou filosóficas. Perda dos limites do ego ausência clara de onde terminam o corpo, a mente e a influência do indivíduo e onde começam os limiares de outros elementos inanimados e animados. É comum a cosmopolização do corpo do indivíduo em relação ao mundo, podendo ele se fundir a objetos, seres, materializar em outras instâncias e até mesmo referir dúvidas quanto a questões sexuais do indivíduo como seu sexo e orientação sexual. Estes últimos não devem ser associados com a transexualidade ou fluidez de gênero. Forma do pensamento São observáveis de modo objetivo na linguagem falada e escrita do paciente e incluem frouxidão de associações, descarrilhamento, incoerência, tangencialidade, circunstancialidade, neologismos, ecolalia, verberação, salada de palavras e mutismo. O pensamento é caracterizado simultaneamente por uma concretude e simbolismo excessivo. Processo do pensamento Dizem a respeito ao modo como as ideias e a linguagem são formuladas. Incluem fuga de ideias, bloqueio do pensamento, comprometimento da atenção, pobreza do conteúdo do pensamento, baixa capacidade de abstração, perseveração, associações idiossincrásticas, inclusão excessiva de circunstancialidade. É comum a crença que seus pensamentos são controlados por forças externas, bem como a irradiação de pensamento, onde outras pessoas podem ler seus pensamentos ou eles podem ser transmitidos pela televisão. Sensório e cognição Orientação Geralmente os pacientes estão orientados em relação a pessoa tempo e espaço. Na ausência dessa orientação o médico deve investigar a possibilidade de um transtorno de causa médica geral ou neurológica. Em alguns casos o paciente pode dar respostas bizarras “sou jesus, aqui é o paraíso”. Memória Costuma estar intacta, mas pode haver deficiências cognitivas menores, em muitos casos é difícil fazer o exame devido a falta de atenção do paciente, o que compromete a avaliação. Comprometimento cognitivo Um ponto importante na compreensão psicopatológica da doença é a apresentação do seu comprometimento cognitivo. Em pacientes ambulatoriais esse comprometimento é usado mais para avaliar a funcionalidade do paciente do que a gravidade dos seus sintomas psicóticos. Em geral os pacientes com esse transtorno exibem disfunção sutil na atenção, função executiva, memória de trabalho e memória episódica. Esses comprometimentos estão fortemente relacionados com o desfecho funcional da doença, tendo valor clínico como variáveis prognósticas, bem como para o planejamento do tratamento. Esse comprometimento parece estar presente quando os indivíduos apresentam o primeiro episódio e aparentemente permanecem. Julgamento e insigth São descritos com insigth pobre sobre a natureza e gravidade de seu transtorno, a falta de insigth está relacionada com a baixa adesão ao tratamento. Deve se examinar os vários aspectos do insigth, consciência dos sintomas, dificuldade de se relacionar com as pessoas e as razões para tais problemas. Tais informações podem ser clinicamente úteis na elaboração da estratégia de tratamento individual e teoricamente úteis para postular quais áreas do cérebro contribuem para a falta de insight observada. Diagnóstico diferencial O diagnóstico mais apropriado para esses casos é o transtorno psicótico devido a uma condição médica geral, transtorno catatônico devido a uma condição medica geral ou transtorno psicóticoinduzido por substâncias. Deve se seguir a seguinte diretriz para a avaliação de condições não psiquiátricas 1- Busca ativa de uma condição clínica não psiquiátrica não diagnosticada quando o paciente exibe sintomas incomuns ou raros ou qualquer variação no nível de consciência. 2- Obter história familiar completa, sendo inclusa a história de distúrbios neurológicos e transtornos psiquiátricos 3- Considerar a possibilidade de uma condição médica não psiquiátrica mesmo em pacientes anteriormente diagnosticados com esquizofrenia. Outros transtornos psicóticos Deve se fazer diagnóstico diferencial com transtornos esquizofreniforme, psicótico breve, esquizoafetivo e delirantes. Esquizofreniforme —> difere no TEMPO, uma vez que seus sintomas são de pelo menos um mês, mas menos de seis meses. Psicótico Breve —> também se difere no aspecto de TEMPO, sendo que nele o paciente tem os sintomas com duração de pelo menos um dia, mas menos de um mês e com o paciente não retornando ao estado pré-morbido. Sendo que nesse caso pode haver um evento antecessor traumático precipitante. Esquizoafetivo —> Se dá com o desenvolvimento de uma síndrome maníaca ou depressiva ao mesmo tempo que os sintomas principais da esquizofrenia. Delirante —> Delírios NÃO bizarros presentes por pelo menos um mês sem outros sintomas de esquizofrenia ou transtorno do humor justificam esse diagnóstico, Transtornos do humor Paciente com episódio depressivo maior pode se apresentar com delírios e alucinações., tenha ele um transtorno de humor unipolar ou bipolar. Em geral esses delírios são congruentes com o humor e envolvem temas como culpa, depreciação, punição merecida e doenças incuráveis. em geral se resolve com a depressão. Episódios maníacos plenamente desenvolvido muitas vezes se apresenta com delírios e as vezes com alucinações. Em geral são congruentes com o humor e em geral evolvem temas de grandeza. A fuga de ideias as vezes se confunde com o transtorno do pensamento do paciente esquizofrênico. Desse modo, é fundamental observar ligações associativas entre os temas são conservados. Transtorno da personalidade Os tipos esquizotípico, esquizoide e borderline são os que apresentam sintomas mais semelhantes, no entanto, os transtornos de personalidade, diferente da esquizofrenia, tem sintomas leves e história de ocorrência durante toda a vida, eles também não têm uma data de início precisa. Curso e Prognóstico Curso Um padrão pré-mórbido de sintomas pode ser a primeira evidência da doença, embora a importância dos sintomas geralmente seja reconhecida apenas de maneira retrospectiva. De forma característica, os sintomas começam na adolescência e são seguidos pelo desenvolvimento de sintomas prodrômicos em um intervalo de dias a alguns meses. Alguns fatores como mudanças de cidade, alterações sociais, uso de substância ou morte de parentes pode precipitar os sintomas perturbadores, e a síndrome prodrômica pode durar um ano ou mais antes do início de sintomas psicóticos manifestos. Seu curso clássico é de exacerbações e remissões. Depois do primeiro episódio psicótico, o paciente se recupera de forma gradual e funciona de modo relativamente normal por um longo tempo. Recaídas são comuns, e o padrão da doença durante os 5 primeiros anos após o diagnóstico indicam o curso do paciente. A deterioração do funcionamento basal é marcada por uma caída cada vez maior após cada recaída da psicose. O FRACASSO NA VOLTA AO RÍTIMO FUNCIONAL DO PACIENTE É O PRINCIPAL PONTO DE DIFERENCIAÇÃO DA ESQUIZOFRENIA COM O TRANSTORNO DE HUMOR. Os sintomas positivos tendem a se tornar menos graves com o tempo, mas a gravidade dos sintomas negativos ou deficitários socialmente debilitantes, pode piorar. Vemos que no quadro 1/3 dos esquizofrênicos tem algum tipo de existência social, porem a maioria tem uma vida caracterizada por falta de objetivos, inatividade, hospitalizações frequentes e no contexto urbano cursam com falta de pobreza e moradia. Prognóstico Estudos apontam que no período de 5 a 10 anos após o diagnóstico da esquizofrenia e sua primeira hospitalização apenas 10-20% dos pacientes tem um desfecho caracterizado como positivo. Em sua maioria os pacientes tem resultados insatisfatórios, com hospitalizações repetidas, exacerbação dos sintomas, episódios de transtorno de humor e tentativas de suicídio. Fatores de prognóstico + ▪ Início tardio ▪ Fatores precipitantes óbvios ▪ Início agudo ▪ Histórias pré-morbidas social, sexual, profissional boas ▪ Sintomas de transtorno do humor (especialmente depressivos) ▪ Casado ▪ História família de transtorno do humor ▪ Sistemas de apoio bons ▪ Sintomas positivos Fatores de prognóstico Negativo (-) ▪ Início precoce. ▪ Ausência de fatores precipitantes. ▪ Início insidioso. ▪ Histórias pré-morbidas social, sexual, profissional ruins. ▪ Comportamento retraído, artístico. ▪ Solteiro, divorciado, viúvo. ▪ História familiar positiva de esquizofrenia. ▪ Sintomas negativos. ▪ Sinais e sintomas neurológicos. ▪ História de trauma perinatal. ▪ Sem remissões em 3 anos. ▪ Muitas recaídas. ▪ História de agressividade. 20-30% dos pacientes podem levar vidas relativamente normais.