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BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA CADEIRANTES

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16
UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA CADEIRANTES
ANTONIO AUGUSTO TEIXEIRA COSTA MONTEIRO RA: 1766487
ELISABETE GOMES DOS SANTOS RA: 1756640
HECTOR DE SOUSA SANTIAGO RA:1762669
TAMIRES DA SILVA RA: 1768255
SÃO PAULO
2020
UNIVERSIDADE PAULISTA
CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA CADEIRANTES
Trabalho Monográfico – Curso de Graduação Plena em Educação Física apresentado à comissão julgadora da UNIP EaD sob a orientação da Professora Lilian.
SÃO PAULO
2020
SUMÁRIO
	
	
	Pág
	
	
	
	1.
	INTRODUÇÃO
	4
	2.
	DEFICIÊNCIA FÍSICA
	5
	2.2
	PESSOA CADEIRANTE 
	6
	3.
	ATIVIDADES FÍSICAS
	7
	4.
	ESPORTE ADAPTADO: ORIGEM, CONCEITO E HISTÓRIA 
	8
	5.
	BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FISICA PARA CADEIRANTES
	9
	5.5
	QUALIDADE DE VIDA E PRÁTICA ESPORTIVA EM DEFICIENTES 
	11
	6.
	CONCLUSÃO
	12
	
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	14
1. INTRODUÇÃO
 Através da história percebemos que as pessoas com deficiência física foram obrigadas a fazer parte de uma camada excluída da sociedade durante anos. A arquitetura existente e a falta de acessibilidade, praticamente, em todos os lugares; além da valorização das limitações colocou o deficiente físico em uma camada inativa da sociedade, o que contribui para o isolamento dessa população no contexto social.
 Atualmente, considera-se uma pessoa com deficiência quando a mesma é incapaz, de forma total ou parcial, de assegurar às necessidades da vida individual ou social, em decorrência de suas capacidades físicas ou mentais (CIDADE; FREITAS, 2002). 
 Segundo Castro et al (2008), dentre as deficiências, a física, em especial, aquelas que paralisam os membros inferiores e limitam a locomoção dos indivíduos, representam, aproximadamente, 10% dos deficientes brasileiros. Desses indivíduos, grande parte necessita da utilização da cadeira de roda, sendo conhecidos como cadeirantes. 
 Apesar de presenciarmos avanços nas conquistas dos direitos que permitem uma melhoria na sua qualidade de vida, tais como: a inserção no mercado de trabalho, prédios e vias públicas com acessibilidade, transporte com acessibilidade, dentre outros, sabe-se que a realidade ainda é difícil para os cadeirantes, e que eles necessitam de muitas melhorias para o aumento da qualidade de vida. 
 Neste momento, surge a Atividade Física Adaptada como fator de interação, em que os cadeirantes são capazes de praticar tais atividades através da adaptação, incluindo-os neste meio junto a outras pessoas (MARTINS e RABELO, 2008).
 Buscando aumentar os níveis de expectativa de vida, os cadeirantes têm procurado um estilo de vida cada vez mais ativo. Atualmente, sabe-se que a atividade física para essa população pode acarretar enormes ganhos, tanto no aspecto motor quando no social e no psicológico. De acordo com Gorgatti e Bohme (2005), para pessoas com lesão que buscam uma atividade física, os objetivos principais devem ser a manutenção da boa saúde e a melhora da aptidão física. 
 Considerando que uma das grandes dificuldades na prática de atividades físicas por parte desta população se deve a diversos motivos, mas principalmente pela falta de preparo dos profissionais, pois muitos não se sentem a vontade em trabalhar com as adaptações necessárias e até mesmo se sentem inseguros, acreditamos que mais estudos na área podem colaborar para uma melhor capacitação dos profissionais de Educação Física para trabalhar com essa população.
 Esse estudo pode colaborar para a melhoria da qualidade de vida e saúde destes indivíduos e assim cumprir nosso propósito de disseminar a promoção da saúde.
 Sendo assim, o presente estudo procura investigar/verificar se a prática regular de atividades físicas promove benefícios físicos em indivíduos cadeirantes e os efeitos da prática na qualidade de vida, o que poderá auxiliar profissionais de saúde que atuam diretamente com esse público.
 Neste trabalho utilizamos o método de procedimentos, do tipo monográfico. De acordo com Lakatos e Marconi (1991), é o trabalho que requer um vasto levantamento bibliográfico e pesquisa aprofundada. O tipo de pesquisa será a Pesquisa Bibliográfica.
2. DEFICIÊNCIA FÍSICA
 A definição de Deficiência Física/Mental mais utilizada no Brasil é a do Decreto Federal 3.298/99 que diz: “Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano”.
 A terminologia “deficiência física” opõe-se à palavra eficiente e muito se confunde com doença, incapacidade, desvantagem. Amaral (1995) comenta que a palavra deficiente caracteriza-se por perdas ou alterações que podem ser temporárias ou permanentes, incluindo uma anomalia, um defeito ou uma perda de um membro, órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo, inclusive das funções mentais; representa a exteriorização de um estado patológico.
 Antigamente a pessoa com deficiência era discriminada, poderia apresentar qualquer grau de deficiência sejam metais, deficiências físicas e sensoriais, era tratada com um mal para a sociedade, a convivência com essas pessoas que apresentavam a deficiência eram vistos como um perigo (BOAVENTURA, CASTELLI e BARATA, 2009).
 Diversos fatos históricos nos mostram que o preconceito sempre esteve presente, mas do século XI até o século XVI, o preconceito era brutal, os casos de apedrejamentos, tortura e exclusão social, eram comuns. Logo após o fim da segunda guerra mundial, foi criada a lei dos direitos humanos, com ela as pessoas com deficiência tiveram a valorização do direito de ser cidadão como qualquer outro. 
 Na década de 1990 iniciaram uma série de eventos através de uma organização de pessoas com deficiência para lutar pelos seus direitos e conscientizar as pessoas que são seres humanos e que devem zelar pelo mundo melhor, onde todos vivem com o respeito ao próximo (BOAVENTURA, 2007).
2.2. PESSOA CADEIRANTE 
 A Lesão da medula espinhal é um trauma de impacto físico e social ao indivíduo, sendo considerada uma das mais graves e devastadoras síndromes incapacitantes que podem atingir o ser humano, pois causa falência de uma série de funções, dentre elas a locomoção (BRASIL, 2013).
 Diversas são as causas que levam um indivíduo a uma limitação motora, tais como: má formação, amputação, doenças congênitas ou Lesão Medular (TSUTSUMI et al., 2004; MEDOLA et al., 2011). 
 A lesão medular é uma condição incapacitante decorrente de um trauma ou doença que afeta as funções motoras, sensitivas e autonômicas (FULK; SCHMITZ; BEHRMAN, 2010).
 O fato de a medula espinhal fazer a comunicação das diversas partes do corpo ao cérebro, regulando funções vitais como respiração e circulação aumentam a importância e a gravidade da Lesão Medular. 
 De acordo com Gorgatti e Bohme (2005), a lesão medular pode ser dividida em dois estágios: Lesão completa (quando há ausência de função motora e sensitiva) e incompleta (quando há preservação da função motora e sensitiva abaixo do nível neurológico). O grau de paralisia será dessa forma determinado em função do local da lesão na coluna e do número de fibras que são subsequentemente destruídas. 
 Até algumas décadas atrás, as pessoas que adquiriam uma lesão medular estavam destinadas ao abandono e a uma vida praticamente vegetativa. A expectativa de vida dos indivíduos era baixa, e muitos morriam em decorrência de infecções as mais diversas ou por outros problemas advindos do sedentarismo (GORGATTI; BOHME, 2005). 
 Buscando aumentar os níveis de expectativa de vida, os cadeirantes têm procurado um estilo de vida cada vez mais ativo, incluindo a prática de alguma atividade física como alternativa. 
 Sob esta perspectiva é sabido que a atividade física para essa população pode acarretar enormesganhos, tanto no aspecto motor quando no social e no psicológico. Sendo assim, no início da prática esportiva adaptada os objetivos estão ligados à reabilitação e a uma mudança efetiva no estilo de vida, demonstrando potencialidade e personalidade.
3. ATIVIDADES FÍSICAS
 No século XX tivemos uma autêntica ditadura do intelecto, onde a preocupação com o corpo físico praticamente não existiu. O corpo, deixado de lado, fez com que as pessoas não percebessem a sua importância. Ocorre, atualmente, uma guinada neste fato, mas de forma totalmente errônea e embrutecida, voltando-se mais para o aspecto físico e estético, esquecendo-se que o aprimoramento do corpo físico, é um grande veículo para o aprimoramento constante dos corpos: mental, emocional e espiritual (COBRA, 2006).
 De acordo com Pitanga e Lessa (2005), atividade física é considerada como qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que resulte em gasto energético, tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental.
 Devido as constantes inovações na área da Educação Física e Esportes notam-se um aumento de adeptos as diversas modalidades de atividade física, que por sua vez, trazem muitos benefícios á saúde. 
 Ferreira et al., (2003), comenta que organizações científicas como a Organização Mundial da Saúde, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta e o American College of Sports Medicine (ACSM) concluíram que sessões de pelo menos 30 minutos por dia, desenvolvidos de forma contínua ou cumulativos, podem representar o limiar para a população adquirir os benefícios à saúde.
4. ESPORTE ADAPTADO: ORIGEM, CONCEITO E HISTÓRIA 
 Segundo Araújo (2011), o esporte adaptado pode ser definido como o esporte modificado ou especialmente criado para ir ao encontro das necessidades únicas de indivíduos com algum tipo de deficiência. O esporte para pessoas com deficiência iniciou-se como uma tentativa de colaborar no processo terapêutico e logo cresceu e ganhou muitos adeptos.
 Atualmente, mais do que terapia, o esporte para esta população caminha para o alto rendimento e nível técnico dos atletas impressiona cada vez mais o público e os estudiosos da área da atividade física (GORGATTI; GORGATTI, 2005).
 Por volta de 1870, anteriormente ao movimento pós-guerra, já se tinha conhecimento sobre o desporto adaptado para pessoas surdas, iniciava nos Estados Unidos as primeiras participações desportivas organizadas por escolas especiais (WINNICK, 2004; ARAÚJO, 1997). Em Paris, 1924, aconteceram os “Jogos do Silêncio”, reunindo atletas de diversos países (WINNICK, 2004). 
 A prática efetiva do esporte adaptado iniciou no período pós-segunda guerra mundial. Costa (2004) esclarece que nos Estados Unidos a ideia era a competição, gerando a inserção social através das competições esportivas. Em 1948 este conceito ganhou caráter oficial, com a realização dos Jogos de Stoke Mendeville. 
 Costa (2004) relata ainda que os Jogos Paraolímpicos são a expressão máxima do desporto de alta competição entre as pessoas portadoras de deficiência. Os primeiros Jogos Paraolímpicos aconteceram em 1960, na cidade de Roma logo após a realização das Olimpíadas, até os dias atuais, a cada 4 anos estes jogos são realizados, com cada vez mais atletas.
 O nome “Paraolimpíadas” foi cunhado durante a Olimpíada de Tóquio, em 1964 e surgiu com uma paciente paraplégica do Stoke Mandeville Hospital, Alice Hunter, que escreveu seu relato intitulado “Alice of the Paralympiad” (Alice das Paraolímpiadas), para uma revista de desportos “The Cord Journal of the paraplegics”, na época o termo foi associada a paraplegia e posteriormente foi cunhado Rev. Bras. Ciênc. Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 2, p. 529-539, abr./jun. 2011 533 para batizar os Jogos Paraolímpicos (PARALYMPIC SPIRIT apud MAUERBERG-DECASTRO 2005).
 A história do desporto adaptado no Brasil surge em 1958 quando fundaram dois clubes de desporto em cadeira de rodas, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. Foram fundados por Sérgio Serafim Del Grande e Robson Sampaio de Almeida, que trouxeram a ideia do desporto adaptado ao Brasil após retornarem de tratamentos de reabilitação em hospitais americanos, onde adquiriram o conhecimento da prática do desporto em cadeira de rodas (ARAÚJO, 1997; CIDADE; FREITAS, 2002; GORGATTI; GORGATTI, 2005).
 Segundo Gorgatti e Gorgatti (2005), o Brasil tem participado dos Jogos Paraolímpicos desde 1972, e através de incentivos de programas que incentivam a participação de pessoas deficientes no esporte, desde a educação física escolar, o número de atletas e de medalhas vem aumentando significativamente a cada edição do evento.
 De 1984 a 2008 os Jogos Paraolímpicos contaram com a participação do Brasil, neste período o número de medalhas conquistadas pelos atletas paraolímpicos ultrapassa ao dobro das conquistadas por atletas sem deficiência nos Jogos Olímpicos (CARDOSO, 2011).
5. BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FISICA PARA CADEIRANTES
 A prática de atividades físicas para pessoas com deficiências proporciona todos os benefícios para seu bem estar e qualidade de vida, além da oportunidade de testar seus limites e potencialidades, prevenir as enfermidades secundárias à sua deficiência e promover a integração social e a reabilitação da pessoa com deficiência (CARDOSO, 2011).
 Melo e López (2002) comenta que o desporto adaptado deve ser considerado como uma alternativa lúdica e prazerosa, como parte da reabilitação de pessoas com deficiências físicas. Estas atividades surgem como facilitadoras para a melhoria da qualidade de vida.
 O desporto adaptado é indicado em todas as fases do processo de reabilitação. Os indivíduos têm a oportunidade de vivenciar sensações e movimentos, que muitas vezes não realizaram pela limitação física ou por barreiras sociais e ambientais. É uma ferramenta importante na reabilitação de indivíduos com deficiência, pelos benefícios motores, psicológicos e sociais, além de terem como objetivos o lazer e a competição, que são considerados aceleradores do processo de reabilitação.
 Os benefícios são inúmeros, desde a melhoria da autoconfiança para a realização das atividades diárias, valorização pessoal, autoestima, melhora da condição física, aprimoramento das capacidades físicas gerais até a prevenção de deficiências secundárias e reabilitação motora (GORLA et al., 2007; GORGATTI et al., 2008).
 Nahas (2006, p.139) afirma que: ”As atividades físicas e desportivas regulares podem reduzir os sintomas de ansiedade e depressão, promover a socialização e aumentar os níveis e bem-estar geral das pessoas com deficiência”.
 Tsutsumi et al. (2004), citam que as atividades motoras em meio líquido visam o desenvolvimento cognitivo, afetivo, emocional e social, sendo mencionadas como um excelente meio de execução motora, favorecendo o desenvolvimento global do indivíduo com deficiência física.
 Martin (2006) apud Cardoso (2011) relata em seu estudo com cento e doze atletas com deficiência, que o desporto é um importante aspecto para a ampliação das relações sociais desses indivíduos. Através das relações sociais dentro do desporto é possível promover a qualidade de vida de pessoas com deficiência.
 A atividade física surge como um importante elemento facilitador nas relações saudáveis das pessoas com deficiência física. Este é um dado relevante neste estudo e pode fomentar entre os profissionais de educação física a convicção de que a prática de atividade física além de trazer benefícios físicos para a saúde dessas pessoas é um elemento facilitador das relações sociais saudáveis (RAFAEL et al. 2012).
 Diante das dificuldades encontradas no dia a dia da pessoa cadeirante que convive num ambiente com barreiras físicas, psicológicas e sociais associadas às necessidades funcionais e fisiológicas dos indivíduos, o esporte adaptado aparececomo alternativa de reabilitação em todos os aspectos citados, atuando positivamente em sua qualidade de vida (SILVA e FARAH, 2017). 
 A prática de atividade física adaptada proporciona ao indivíduo cadeirante aumento na autoestima, melhora da percepção de ambiente, além de mudanças fisiológicas emocionais. Nesse sentido, o esporte adaptado demonstra ser uma estratégia de promoção da atividade física para pessoas com deficiência física.
5.5. QUALIDADE DE VIDA E PRÁTICA ESPORTIVA EM DEFICIENTES 
 A definição da qualidade de vida, embora amplamente divulgada fora do meio acadêmico, ainda gera discussões, dado que tal definição pode ser muito ampla, abordando vários aspectos relacionados com a qualidade vida, quanto ela pode ser muito restrita quando analisando uma área específica (ALMEIDA, GUTIERREZ, MARQUES, 2012). 
 No entanto, a Organização Mundial de Saúde, definiu qualidade de vida como sendo a percepção do sujeito em relação a sua vida e seus sistemas de valores, bem como em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1998). 
 Roeder (2003), por sua vez, define que a qualidade de vida é o resultado da percepção subjetiva do indivíduo nos vários subdomínios que compõe sua vida como, por exemplo, seu trabalho, sua vida social, sua saúde física e seu estado emocional. Esse mesmo autor relata ainda que a qualidade de vida está diretamente influenciada pelo ambiente, pois dentro da percepção nos subdomínios citados acima, e nas diversas relações sociais diárias do indivíduo há uma modificação, tanto do ser quanto do ambiente, através da interação com o meio. 
 Embora os conceitos sejam amplos e abordem diferentes perspectivas, alguns autores têm demonstrado que a prática de atividade física é elemento essencial na melhoria da qualidade de vida das pessoas (OLIVEIRA et al., 2010). 
 Estudos realizados por Medola et al., (2011), apresentam resultados positivos na percepção da qualidade de vida por cadeirantes através da prática esportiva. Através da prática esportiva, os indivíduos têm a oportunidade de vivenciar sensações e movimentos, que muitas vezes não realizaram pela limitação física ou por barreiras sociais e ambientais (CARDOSO, 2011). 
 Segundo Cardoso (2011), o desporto adaptado traz para a pessoa com deficiência melhoria na integração social e adaptação à sua condição física. Labronici et al., (2000) afirmam que através da reabilitação pelo esporte, há benefícios afetivos, sociais e de lazer aos indivíduos, também demonstram mais facilidade para enfrentar as dificuldades ou barreiras encontradas no seu cotidiano. 
 Martins e Rabelo (2008) apresentam resultados sobre a prática da natação por deficientes físicos, afirmando que a prática da natação adaptada por deficientes físicos pode influenciar em suas vidas de forma positiva. Os autores relatam que a natação é uma modalidade bastante indicada ao deficiente físico, contribui para a autonomia e independência, refletindo diretamente nos níveis de satisfação e capacidade do indivíduo, colaborando com a melhoria da qualidade de vida. 
6. CONCLUSÃO
 Este estudo teve por objetivo analisar os benefícios da prática de atividade física por cadeirantes. Diante das dificuldades encontradas no dia a dia da pessoa cadeirante que vivencia ambientes com barreiras físicas, psicológicas e sociais aliadas às necessidades funcionais e fisiológicas dos indivíduos, a atividade adaptada surge como alternativa de reabilitação e desenvolvimento do indivíduo, atuando de forma positiva em sua qualidade de vida. Na disciplina de educação física, enfatizamos a promoção da qualidade de vida das pessoas com deficiências, possibilitando o desenvolvimento da autoconfiança, iniciativa e autoestima, além de atuar ativamente como elemento facilitador do desenvolvimento motor. Espera-se que este estudo possa contribuir com a formação do profissional de educação física, despertando a atenção para mais estudos que contribuam para a inclusão destes indivíduos nos ambientes de academias, clubes, parques, com o intuito de aumentar sua participação na prática de atividades regulares. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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AMARAL LG. Conhecendo a deficiência (em companhia de Hércules). São Paulo, Ed Robe, 1995, p. 63.
ARAÚJO, P. F. Desporto Adaptado no Brasil: origem, institucionalização e atualidades. 1997.140f. Tese (Doutorado) Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1997.
ARAÚJO, P. F. Desporto adaptado no Brasil: origem, institucionalização e atualidade. São Paulo: Phorte, 2011.
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CARDOSO V. D. A Reabilitação de pessoas com deficiência através do desporto adaptado. Revista Brasileira de Ciências e Esporte, Florianópolis, v. 33, n. 2, p. 529-539. 2011.
CASTRO, S. S. et al. Deficiência visual, auditiva e física: prevalência e fatores associados em estudo de base populacional. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n.8, p. 1773-1782. 2008. 
CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Educação física e inclusão: considerações para a prática pedagógica na escola. Revista Integração, Brasília, v. 14, p. 26-30, 2002. 
 
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GORGATTI, M. G.; GORGATTI, T. O esporte para pessoas com necessidades especiais. In: GORGATTI, M. G.; COSTA, R. F. (Orgs.), Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. Barueri: Manole, 2005. p. 532-568.
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