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Edson Fernando Escames Desenho Técnico 1a Edição / Outubro / 2015 Impressão em São Paulo - SP Nelson Boni Leandro Lousada Edson Fernando Escames Amanda Rodrigues Amanda Rodrigues Julia Kusminsky Coordenação Geral Coordenação de Projetos Professor Responsável Projeto Gráfico e Diagramação Capa Revisão Ortográfica Desenho Técnico 1ª Edição: Outubro de 2015 Impressão em São Paulo/SP Copyright © EaD KnowHow 2015 Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Este material é parte integrante do SET • Sistema de Ensino Técnico, dirigido para atender as necessi- dades dos cursos técnicos de nível pós-médio, nas modalidades presencial, semipresencial e a distância. O conteúdo é propriedade exclusiva da KnowHow Tecnologia Educacional, não sendo permitido a sua utilização sem a prévia autorização desta instituição. Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353 Sumário DESENHO T´éCNICO 1. Origem do desenho técnico 2. Geometria descritiva 3. Aplicação na indústria moderna 4. Desenho técnico 5. Visão Espacial 6. Padronização dos desenhos técnicos 7. Projeção ortogonal 8. Projeção em três planos 9. Rebatimento de três planos de projeção 9.1. Plano de projeção rebatido 10. Linhas 10.1. Linhas para arestas e contornos visíveis 10.2. Linhas para arestas e contornos não visíveis 10.3. Linha de centro 10.4. Linha de simetria 11. Cotagem 11.1. Linha de cota 11.2. Linha auxiliar 11.3. Cotas que indicam tamanhos e cotas que indicam localização de elementos 11.4. Cotagem em espaço reduzido 11.5. Cotagem por faces de referência 11.6. Cotas lineares e cotas angulares 11.7. Cotagem de furos espaçados igualmente 11.8. Indicações especiais 12. Resumo 13. Exercícios DESENHO EM CORTE 1. Corte 2. Hachuras 3. Mais de um corte no desenho técnico 2.4. Aplicação de vistas auxiliares 5. Resumo 6. Exercícios CAPÍTULO 1 09 19 11 20 16 27 13 25 11 20 17 28 13 25 12 22 19 29 14 26 12 24 15 27 30 30 31 37 37 40 42 42 43 35CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 3 ESCALA 1. Escala natural 2. Escala de redução 3. Escala de ampliação 4. Resumo 5. Exercícios GABARITO Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 BIBLIOGRAFIA BáSICACAPÍTULO 5 45 50 47 50 48 59 55 48 53 56 56 5 Figura 1 – Forma espacial a partir de figura plana Figura 2 – Projeção ortogonal. Figura 3 – Linha projetante. Figura 4 – Projeção em três planos. Figura 5 – Projeções: vistas. 16 Figura 6 – Rebatimento de três planos de projeção. Figura 7 – Plano vertical fixo, um plano em giro para cima e outro para baixo. Figura 8 – Planos de projeção rebatidos. Figura 9 – Linhas projetantes auxiliares. Figura 10 – Projeções: vista frontal, superior e lateral esquerda. Figura 11 – Vista frontal da peça, 1991. Figura 12 – Arestas e contornos visíveis. Figura 13 – Arestas e contornos não visíveis. Figura 14 – Linhas de centro. Figura 15 – Linhas de centro. Figura 16 – Linhas de centro. Figura 17 – Modelo simétrico. Figura 18 – Corte horizontal e vertical. Figura 19 – Linhas simétricas. Figura 20 – Peça simétrica em um sentido só. Figura 21 – Linha simétrica e linha de centro. Figura 22 – Vistas diversas. Figura 23 - Cotagem. Figura 24 – Linha auxiliar e outros detalhes em cotas. Figura 25 – Cotas e linhas de cota. Figura 26 – Exemplos de peças com elementos. Figura 27 – Interpretação de cotas básicas e dos elementos. Figura 28 – Cotagem em espaços reduzidos. Figura 29 – Faces de referência. Figura 30 – Cotas lineares e angulares. Figura 31 – Peças planas ou cilíndricas – chanfro a 45º. Figura 32 – Cotas lineares espaçadas igualmente. índice de tabelas índice de figuras Tabela 1 – Registro de escala 6 Figura 33 – Cotas angulares espaçadas igualmente. Figura 34 – Formas correta e incorretas de representação da seta. Figura 35 – Cotagem de cordas, arcos e ângulos. Figura 36- Detalhes das cotas Figura 37 – Perspectiva isométrica. Figura 38 – Exemplo de corte. Figura 39 – Superfície imaginária preenchida com hachuras. Figura 40 – Hachuras. Figura 41 – Hachurado. Figura 42 – Projeção em corte. Figura 43 – Corte na vista frontal. Figura 44 – Corte na vista superior. Figura 45 – Corte na vista lateral esquerda. Figura 46 – Perspectiva isométrica e Corte. Figura 47 – Corte. Figura 48 – Corte. Figura 49 – Corte. Figura 50 – Desenho em corte cotado. Figura 51 – Desenho em corte cotado. Figura 52 – Vistas auxiliares desdobradas Figura 53 – Desenho em escala natural. Figura 54 – Exemplo em escala de redução (ESC 1:20). Figura 55 – Desenho em escala de ampliação (2:1). Figura 56 - régua graduada e escalímetro. Figura 57 - Detalhes das cotas Figura 58 – Perspectiva isométrica. Figura 59 – Projeções ortogonais. 7 Introdução Caro aluno, Esta apostila apresenta os princípios de leitura e interpretação de desenho técnico, as normas e os procedimentos para representação gráfica. Certo que o domínio dos conhecimentos relacionados à esta disciplina irá propor- cionar aos alunos um diferencial de competência profissional, espero que ao estudarem o conteúdo desta apostila vocês desenvolvam interesse e habilidades sobre o tema e que consigam discutir com outros profissionais as melhores estratégias para o desen- volvimento de projetos e outras ações voltadas à área de engenharia. Professor Edson Fernando Escames 8 Desenho Técnico 11 1. Origem do desenho técnico 2. Geometria descritiva Prezado aluno, neste capítulo estudaremos sobre a origem do desenho técnico, sua importância, padronização e utilização na indústria moderna. O uso de planta e elevação está incluído no álbum de desenhos na Livraria do Vaticano, feito por Giuliano de Sangalo, no ano de 1490. A Geometria Descritiva foi criada por Gaspar Monge (1746-1818), matemático francês - ministro da marinha de Napoleão - para projeto de fortes militares, que envolvia proble- mas geométricos dimensionais: a) Desenho de uma planta de um forte com canhões em lugares pré-determinados experimentalmente; b) Segredo absoluto. Verbete: Geometria Descritiva: do grego: ge = a terra; métron = medir. Geometria plana: linhas e figuras planas. Geometria espacial: objetos sólidos. Saiba mais: A Comissão Técnica da ISO - International Organization for Standardization normali- zou a forma de utilização da Geometria Descritiva como a Linguagem gráfica da engenharia e da arquitetura chamando-a de Desenho Técnico. As informações técnicas sobre a forma e construção de uma peça simples podem ser transmitidas de uma pessoa a outra por meio da linguagem falada ou escrita. À medida, porém, que a peça se torna mais complexa pela adição de detalhes é preciso usar métodos mais exatos para descrevê-las adequadamente. Uma perspectiva ou uma fotografia ajudaria na descrição da peça, embora em ne- nhum dos dois casos as formas exatas ou operações de máquinas pudessem ser apresen- tadas. Somente um desenho técnico pode apresentar uma descrição completa. Caixa de ênfase: A saber: Desenho técnico é a linguagem universal que fornece todas as informa- ções necessárias. A leitura do desenho é o processo de interpretação de linhas e traços 12 para formar uma imagem mental de como a peça é espacialmente na realidade. O treinamento em leitura de desenho técnico inclui não somente o conhecimento de certos princípios básicos de representação em uma ou mais vistas, como também o desen- volvimento da habilidade de visualizar o processo de fabricação da peça. O profissional precisa desenvolver a compreensão de convenções ou normas uni- versais, símbolos, sinais e outras técnicas usadas na descrição de peças simples ou de me- canismos complexos. Deve, também, desenvolver algumas habilidades fundamentais no traçado de croqui cotadas, de forma que, com lápis e papel, dados suficientes possam ser registrados no esboço, relativos a dimensões, anotações ou outros detalhes necessários à construçãoda peça. Portanto, o desenho técnico possui as seguintes características: • Exatidão; • Regras estabelecidas previamente – normas técnicas; • Traços, símbolos, números e indicações escritas; • Linguagem gráfica universal da engenharia e arquitetura; • Figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais; • Execução com a maior clareza possível; • Exercício da capacidade de percepção mental das formas espaciais. 3. Aplicação na indústria moderna 4. Desenho técnico Na prática industrial moderna, desenhos originais raramente são enviados às fábri- cas, geralmente são distribuídas duas cópias a todos os departamentos envolvidos no processo. Os originais são arquivados para fins de registro e proteção, devendo neles serem anotadas todas as alterações e modificações, mantendo-os sempre atualizados com o processo mais recente. A necessidade de conhecimento do desenho técnico por todos profissionais envol- vidos no processo se fez presente na medida em que as empresas adotaram o princípio de melhoria contínua de qualidade do produto, e principalmente, a valorização e a atua- lização dos seus funcionários. DDesenho Técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por finalidade a re- presentação da forma, dimensão e posição de objetos. É definido como linguagem gráfica universal da engenharia e da arquitetura. São utilizadas figuras planas (bidimensionais) para representar formas espaciais. 13 6. Padronização dos desenhos técnicos No Brasil, as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940. Para favorecer o intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos respon- sáveis pela normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram, em 1947, a Orga- nização Internacional de Normalização (International Organization for Standardization – ISO) Saiba mais: As normas técnicas que regulam o desenho técnico são editadas pela ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e 5. Visão espacial É a capacidade de entender uma forma espacial a partir de uma figura plana. Perceber mentalmente uma forma espacial significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto. Veja a Figura 1, abaixo. Dois grupos: a) Desenho projetivo – são os desenhos resultantes de projeções do objeto em um ou mais planos de projeção e correspondem às vistas ortográficas e às perspectivas; b) Desenho não projetivo – na maioria dos casos corresponde à desenhos resultantes dos cálculos algébricos e compreendem os desenhos de gráficos, diagramas, etc. Figura 1 – Forma espacial a partir de figura plana Fonte: CASSIAVILLAN, 2007, p.26. 14 Qualidade Industrial) como normas brasileiras (NBR) e estão em consonância com as normas internacionais aprovadas pela ISO. Exemplos de normas ABNT para desenho técnico: NBR 10647 – Desenho Técnico – Norma Geral, cujo objetivo é definir os termos empregado sem desenho técnico. NBR 10068 – Folha de Desenho Layout e Dimensões – padronizar as dimensões das folhas e definir seu layout com suas respectivas margens e legenda. NBR 10582 – Apresentação da Folha para Desenho Técnico – distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto, desenho etc. NBR 13142 – Desenho Técnico – Dobramento de Cópias. NBR 8402 – Execução de Caracteres para Escrita em Desenhos Técnicos. NBR 8403 – Aplicação de Linhas em Desenhos – Tipos de Linhas – Larguras das Linhas. NBR10067 – Princípios Gerais de Representação e Desenho Técnico. NBR 8196 – Desenho Técnico – Emprego de Escalas NBR 12298 – Representação de Área de Corte por Meio de Hachuras em Desenho Técnico. NBR10126 – Cotagem em Desenho Técnico. NBR8404 – Indicação do Estado de Superfície em Desenhos Técnicos. NBR 6158 – Sistema de Tolerâncias e Ajustes. NBR 8993 – Representação Convencional de Partes Roscadas em Desenho Técnico. 7. Projeção ortogonal Em desenho técnico, projeção é a representação gráfica do modelo feita em um plano. Existem várias formas de projeção. A ABNT adota a projeção ortogonal por ser mais fiel à forma do modelo. Prezados alunos, para entender como é feita a projeção ortogonal é necessário conhe- cer os seguintes elementos: observador, modelo e plano de projeção. Veja os exemplos a seguir, neles o modelo é representado por um dado: Figura 2 – Projeção ortogonal. Fonte: SENAI, 1991, p.44. 15 8. Projeção em três planos Obtém-se unindo perpendicularmente três planos. Veja a Figura 4, abaixo. Cada plano recebe um nome de acordo com sua posição. As projeções são chamadas vistas, conforme a Figura 5, a seguir. Observe a linha projetante. A linha projetante é a linha perpendicular ao plano de projeção que sai do modelo até o plano de projeção. Veja a Figura 3, abaixo. Figura 3 – Linha projetante. Fonte: SENAI, 1991, p.44. Figura 4 – Projeção em três planos. Fonte: SENAI, 1991, p.45. 16 Quando se tem a projeção ortogonal do modelo, este não é mais necessário, pois é possível rebater os planos de projeção. Com o rebatimento, os planos de projeção, que estavam unidos perpendicularmente entre si, aparecem em um único plano de projeção. Na Figura 6 a seguir, pode-se ver o reba- timento dos planos de projeção, imaginando-se os planos de projeção ligados por dobradiças. Figura 5 – Projeções: vistas. Fonte: SENAI, 1991, p.45. Figura 6 – Rebatimento de três planos de projeção. Fonte: SENAI, 1991, p.46. 9. Rebatimento de três planos de projeção 17 Figura 8 – Planos de proje- ção rebatidos. Fonte: SENAI, 1991, p.47.) Figura 7 – Plano vertical fixo, um plano em giro para cima e outro para baixo. Fonte: SENAI, 1991, p.46. 9.1 Plano de projeção rebatido Agora, imagine que o plano de projeção vertical fica fixo e que os outros planos de projeção giram um para baixo e o outro para direita. Observe a Figura 7, abaixo. O plano de projeção que gira para baixo é o plano de projeção horizontal e o plano de projeção que gira para direita é o plano de projeção lateral. 18 Agora é possível tirar os planos de projeção e deixar apenas o desenho das vistas do modelo (Figura 9). Na prática, as vistas do modelo aparecem sem planos de projeção. As linhas proje- tantes auxiliares indicam a relação entre as vistas do desenho técnico. Atenção: As linhas projetantes auxiliares não aparecem no desenho técnico do modelo; são linhas imaginárias que auxiliam no estudo da teoria da projeção ortogonal. Dispondo as vistas alinhadas entre si, veem-se as projeções da peça formadas pela vista frontal, vista superior e vista lateral esquerda. Figura 9 – Linhas projetantes auxiliares. Fonte: SENAI, 1991, p.47. Figura 10 – Projeções: vista fron- tal, superior e lateral esquerda. Fonte: SENAI, 1991, p.48. 19 Observação: normalmente a vista frontal é a vista principal da peça. Observe a Figura 11, abaixo. As distâncias entre as vistas devem ser iguais e proporcionais ao tamanho do desenho. Figura 11 – Vista frontal da peça, 1991. Fonte: SENAI, p.49. Para desenhar as projeções, são usados vários tipos de linhas. Vamos descrever algumas delas. É uma linha continua e larga que indica o contorno de modelos esféricos ou cilíndricos e as arestas visíveis do modelo para o observador. Veja a Figura 12, na página a seguir. 10. Linhas 10.1 Linhas para arestas e contornos visíveis 20 Exemplo: Figura 12 – Arestas e contornos visíveis. Fonte: SENAI, 1991, p.51. Figura 13 – Arestas e contornos não visíveis. Fonte: SENAI, 1991, p.52. É uma linha tracejada que indica as arestas não visíveis para o observador, isto é, as arestas ficam encobertas. Exemplo: É uma linha estreita, formada por traços e pontos alternados, que indica o centro de alguns elementos do modelo como furos, rasgos etc. Veja os exemplos: Figura 14, Figura 15 e Figura 16, ao lado. 10.2 Linhas para arestas e contornos não visíveis 10.3 Linha de centro 21 Figura 14 – Linhas de centro. Fonte: SENAI, 1991, p.52. Figura 15 – Linhas de centro. Fonte: SENAI, 1991, p.53. Figura16 – Linhas de centro. Fonte: SENAI, 1991, p.53. Exemplos: 22 É uma linha estreita formada por traços e pontos alternados que indica que o mode- lo é simétrico. É o mesmo tipo de linha utilizada para indicar o centro dos objetos. Veja a Figura 21 a seguir. Exemplo: Imagine que esse modelo é dividido horizontalmente ou verticalmente, como mostra a Figura 18. 10.4 Linha de simetria Figura 17 – Modelo simétrico. Fonte: SENAI, 1991, p.53. Figura 18 – Corte horizontal e ver- tical. Fonte: SENAI, 1991, p.54. 23 No modelo abaixo, Figura 20, a peça é simétrica apenas em um sentido. Note que as metades do modelo são exatamente iguais, logo, o modelo é simétrico. Quando o modelo é simétrico, em seu desenho técnico aparece a linha de simetria. A linha de simetria indica que as metades do desenho técnico apresentam-se em relação a essa linha. A linha de simetria pode aparecer tanto na posição relativa como na posição vertical. A Figura 19 mostra isso. Figura 19 – Linhas simétricas. Fonte: SENAI, 1991, p.54. Figura 20 – Peça simétrica em um sentido só. Fonte: SENAI, 1991, p.55. 24 Outros exemplos: Figura 21 e 22. Figura 21 – Linha simétrica e linha de centro. Fonte: SENAI, 1991, p.55. Figura 23 - Cotagem. Fonte: SENAI, 1991, p.57. Cotagem é a indicação das medidas da peça em seu desenho. Para a cotagem de um desenho são necessários três elementos (Figura 23): 11. Cotagem 25 Figura 24 – Linha auxiliar e outros detalhes em cotas. Fonte: SENAI, 1991, p.59. Figura 25–Cotas e linhas de cota. Fonte: SENAI, 1991, p.59. Linha de cota, Figura abaixo, são linhas contínuas, estreitas, com seta nas extremida- des; nessas linhas são colocadas as cotas que indicam as medidas da peça. Linha auxiliar é uma linha contínua e estreita que limita as linhas de cota, como mos- tra a Figura 24 seguir. As cotas guardam uma pequena distância acima das linhas de cota. As linhas auxiliares também guardam uma pequena distância das vistas do desenho técnico. Observe a Figura 25. Em desenho mecânico, normalmente a unidade de medida é o milímetro (mm), e é dispensada a co- locação do símbolo junto à cota. Quando se emprega outra unidade distinta do milímetro (por exemplo, a polegada), coloca-se o seu símbolo. Observação: as cotas devem ser colocadas de modo que o desenho seja lido da esquerda para a di- reita e de baixo para cima, paralelamente à dimensão cotada. Sempre que possível, é bom evitar cotas em linhas tracejadas. 11.1 Linha de cota 11.2 Linha auxiliar 26 11.3 Cotas que indicam tamanhos e cotas que indicam localização de elementos Figura 26 – Exemplos de peças com elementos. Fonte: SENAI, 1991, p.60. Figura 27 – Interpretação de cotas básicas e dos elementos. Fonte: SENAI, 1991, p.60. Para fabricar peças, como essas que aparecem na Figura 27, é necessário interpretar, além das cotas básicas, as cotas dos elementos: a) A cota 09 indica a localização do furo em relação à altura da peça; b) A cota 12 indica a localização do furo em relação ao comprimento da peça; c) As cotas 10 e 16 indicam o tamanho do furo. 27 11.4 Cotagem em espaço reduzido 11.5 Cotagem por faces de referência Para cotar em espaços reduzidos, é necessário colocar as cotas conforme os desenhos abaixo. Quando não houver lugar para as setas, estas deverão ser substituídas por pequenos traços oblíquos, conforme mostra a Figura 28. Na cotagem por faces de referência, as medidas da peça são indicadas a partir das faces. Veja a Figura 29, abaixo. Figura 28 – Cotagem em espaços reduzidos. Fonte: SENAI, 1991, p.61. Figura 29 – Faces de referência. Fonte: SENAI, 1991, p.69. 28 A cotagem por faces de referência ou por elemento de referência pode ser executada como cotagem em paralelo ou cotagem aditiva. A cotagem aditiva é uma simplificação da cotagem em paralelo e pode ser utilizada onde há limitação de espaço, desde que não haja problema de interpretação. Existem duas maneiras pelas quais os chanfros aparecem cotados: a) Por meio de cotas lineares; b) Por meio de cotas lineares e angulares. As cotas lineares indicam medidas de comprimento, largura e altura; e as cotas angulares indicam medidas de abertura de ângulos. Confira a Figura 30 e a Figura 31, abaixo. Em peças planas ou cilíndricas, quando o chanfro está a 45º é possível simplificar a cotagem. 11.6 Cotas lineares e cotas angulares Figura 30 – Cotas lineares e angulares. Fonte: SENAI, 1991, p.67. Figura 31 – Peças planas ou cilíndricas – chanfro a 45º. Fonte: SENAI, 1991, p.68. 29 Existem peças com furos que têm a mesma distância entre seus centros, isto é, espaçados igualmente. A cotagem da distância entre os centros de furos pode ser feita por cotas lineares (Figura 32) e por cotas angulares (Figura 33). 11.7 Cotagem de furos espaçados igualmente Figura 32 – Cotas lineares espaçadas igualmente. Fonte: SENAI, 1991, p.71. Figura 33 – Cotas angulares espa- çadas igualmente. Fonte: SENAI, 1991, p.72. 30 Saiba mais: Ao cotar um desenho é necessário observar o seguinte detalhe, conforme Figura 34 Figura 34 – Formas correta e in- corretas de representação da seta. Fonte: SENAI, 1991, p.58. Figura 35 – Cotagem de cordas, arcos e ângulos. Fonte: SENAI, 1991, p.73. Cotagem de cordas, arcos e ângulos. As cotas de cordas, arcos e ângulos devem ser indicadas como nos exemplos (Figura 35) abaixo: Em desenho técnico, projeção é a representação gráfica do modelo feita em um plano. A saber: Desenho técnico é a linguagem universal que fornece todas as informações ne- cessárias. A leitura do desenho é o processo de interpretação de linhas e traços para formar uma imagem mental de como a peça é espacialmente. Existem duas maneiras pelas quais os chanfros aparecem cotados: a) Por meio de cotas lineares; b) Por meio de cotas lineares e angulares. 11.8 Indicações especiais 12. Resumo 31 Figura 36- Detalhes das cotas Fonte: Imagem alterada pelo próprio autor a partir de SENAI, 1991, p.59. Figura 37 – Perspectiva isométrica. Fonte: Imagem alterada pelo próprio autor a par- tir de SENAI, 1991, p.52. 1 - Descreva os detalhes das cotas da figura abaixo: 2 - Existem duas maneiras pelas quais os chanfros aparecem cotados. Quais são? 3 – Baseado na perspectiva isométrica abaixo, desenhe nas páginas seguintes: - a mesma perspectiva no reticulado isométrico e - as projeções ortográficas no reticulado ortogonal. 13. Exercícios 32 33 34 Desenho em corte CAPÍTULO 2 36 37 1. Corte 2. Hachuras Corte significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre imaginário. Ele permite ver as partes internas da peça, como a Figura 38 exemplifica. Na projeção em corte, a superfície imaginária cortada é preenchida com hachuras. Figura 38 – Exemplo de corte. Fonte: SENAI, 1991, p.83. Figura 39 – Superfície imaginária preenchida com hachuras. Fonte: SENAI, 1991, p.83. 38 Hachuras é o preenchimento de porções das vistas com linhas estreitas que, além de re- presentarem a superfície imaginária cortada, mostram também os tipos de materiais. Observe a Figura 40, abaixo. Para desenhar uma projeção em corte, é necessário indicar, primeiramente, onde a peça imaginada será cortada. Essa indicação é feita por meio de setas e letras que mostram a posição do observador. Confira as figuras, a seguir. Hachurado é o traçado com inclinação de 45º. Veja a Figura 41, abaixo. Figura 40 – Hachuras. Fonte: SENAI, 1991, p.84. Figura 41 – Hachurado. Fonte: SENAI, 1991, p.84. 39 Figura 43 – Corte na vista frontal. Fonte: SENAI, 1991, p.85. Figura 45 – Corte na vista lateral es- querda. Fonte: SENAI, 1991, p.85. Figura 44 – Corte na vista superior. Fonte: SENAI, 1991, p.85. 40 Atenção: a) A expressão corte AA é colocada embaixo da vista representada em corte; b) As partes das vistas não atingidas pelo corte permanecem com todas as linhas; c) Na vista hachurada, as linhas tracejadas podem ser omitidas, desde que isso não dificulte a leitura do desenho. 3. Maisde um corte do desenho técnico Até aqui vimos a representação de um só corte na mesma peça. Porém, às vezes, um só corte não mostra todos os elementos internos da peça. Nesses casos, é necessário representar mais de um corte na mesma peça. As figuras, abaixo, mostram isso. Figura 46 – Perspectiva isométrica e Corte. Fonte: SENAI, 1991, p.86. Figura 47 – Corte. Fonte: SENAI, 1991, p.86. 41 Figura 48 – Corte. Fonte: SENAI, 1991, p.87. Figura 49 – Corte. Fonte: SENAI, 1991, p.87. Figura 50 – Desenho em corte co- tado. Fonte: SENAI, 1991, p.88. 42 Figura 51 – Desenho em corte co- tado. Fonte: SENAI, 1991, p.88. (Figura 52 – Vistas auxiliares desdobradas. Fonte: CASSIA- VILLAN, 2007, p.51. 4. Aplicação de vistas auxiliares As vistas auxiliares podem ser totais ou parciais, em que somente a superfície oblíqua e ou- tros detalhes necessários são incluídos. Numa vista auxiliar, a superfície oblíqua é tombada a 90º paralelamente a ela. Superfícies e furos circulares situados em planos oblíquos e que aparecem em forma de elipses, nas vistas regulares, aparecem na forma e tamanho exatos numa vista auxiliar. Em desenho de peças complexas em que aparecem ângulos combinados, as vistas auxiliares podem ser desdobradas. A Figura 55, abaixo, exemplifica isso. 43 5. Resumo 6. Exercícios Corte significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre imaginário. Hachuras são linhas estreitas que, além de representarem a superfície imaginária cortada, mostram também os tipos de materiais. Complete as sentenças: • A expressão corte AA é colocada ________________________; • As vistas não atingidas pelo corte permanecem _________________________ ____________________________; • Na vista hachurada, as linhas tracejadas podem ser omitidas, desde que ______ __________________________________. 44 Escala CAPÍTULO 3 46 47 1. Escala natural Prezados alunos, neste capítulo estudaremos sobre escala, definições, tipos e utilizações. Ênfase: A escala é uma forma de representação que mantém as proporções das medidas lineares do objeto representado. Em desenho técnico, a escala indica a relação do tamanho do desenho da peça com o tamanho real da peça. A escala permite representar, no papel, peças de qualquer tamanho real. Nos dese- nhos em escala, as medidas lineares do objeto real ou são mantidas ou são aumentadas ou redu- zidas proporcionalmente. As dimensões angulares do objeto permanecem inalteradas. Nas representações em escala, as formas dos objetos reais são mantidas. Escala natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. A Figura 53 exemplifica isso. A indicação da escala do desenho é feita pela abreviatura da palavra escala (ESC), se- guida de dois numerais separados por dois pontos. O numeral à esquerda dos dois pontos representa as medidas do desenho técnico. O numeral à direita dos dois pontos representa as medidas reais da peça. Na indicação da escala natural, os dois numerais são sempre iguais. Isso porque o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. A relação entre o tamanho do desenho e o tamanho do objeto é de 1:1 (lê-se um por um). A escala natural é sempre indicada deste modo: ESC 1:1. Figura 53 – Desenho em escala na- tural. Fonte: SENAI, 1991, p.95. 48 Figura 54 – Exemplo em escala de redução (ESC 1:20). Fonte: SENAI, 1991, p.96. Figura 55 – Desenho em escala de ampliação (2:1). Fonte: SENAI, 1991, p.96. 1 Fonte: Telecurso 2000. 2. Escala de redução 3. Escala de ampliação Escala de redução é aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o ta- manho real da peça. Veja o exemplo abaixo: Figura 54. Escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o tamanho real da peça. A Figura 55, a seguir, exemplifica isso. As medidas desse desenho1 são vinte vezes menores que as medidas correspondentes da roda de vagão real. A indicação da escala de redução também vem junto ao desenho téc- nico. Na indicação da escala de redução, o numeral à esquerda dos dois pontos é sempre 1. O numeral à direita é sempre maior que 1. No desenho acima, o objeto foi representa- do na escala de 1:20 (lê-se: um por vinte). 49 Tabela 1 – Registro de escala Fonte: CASSIAVILLAN, 2007, p.54. Figura 56 - régua graduada e esca- límetro. Fonte: MONTENEGRO, 1978, p. 4. As dimensões deste desenho são duas vezes maiores que as dimensões corresponden- tes da agulha de injeção real. Esse desenho foi feito na escala 2:1 (lê-se: dois por um). A indicação da escala é feita no desenho técnico como nos casos anteriores: a palavra escala aparece abreviada (ESC), seguida de dois numerais separados por dois pontos. Só que, nes- se caso, o numeral da esquerda2, que representa as medidas do desenho técnico, é maior que 1. O numeral da direita é sempre 1 e representa as medidas reais da peça. Saiba mais: Para realizar, ler e interpretar as escalas de desenhos técnicos não podem ser utilizadas as réguas graduadas ou escalímetros triangulares. Os escalímetros apre- sentam as diversas escalas em suas faces, o que facilita a medição dos desenhos. No entanto, a régua faz com que o engenheiro tenha o saudável hábito de passar as medidas ou cotas de uma escala para outra. 2 Fonte: Telecurso 2000. 50 4. Resumo 5. Exercícios A escala é uma forma de representação que mantém as proporções das medidas linea- res do objeto representado. Escala natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. Escala de redução é aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o tamanho real da peça. Escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o tamanho real da peça. O que é escala natural? O que é escala de redução? O que é escalar de ampliação? 51 52 Gabarito CAPÍTULO 4 54 55 Capítulo 1 1 - 2 - Existem duas maneiras pelas quais os chanfros aparecem cotados: - Por meio de cotas lineares e - Por meio de cotas lineares e angulares. 3 – - a mesma perspectiva no reticulado isométrico Figura 57 - Detalhes das cotas Fonte: SENAI, 1991, p.59. Figura 58 – Perspectiva isométrica. Fonte: SENAI, 1991, p.52. 56 - as projeções ortográficas no reticulado ortogonal. Figura 59 – Projeções ortogonais. Fonte: SENAI, 1991, p.52. Capítulo 2 Capítulo 3 - A expressão corte AA é colocada embaixo da vista representada em corte. A superfície representada em corte deve estar hachurada; - As partes das vistas não atingidas pelo corte permanecem com todas as linhas; - Na vista hachurada, as linhas tracejadas podem ser omitidas, desde que isso não dificulte a leitura do desenho. A escala é uma forma de representação que mantém as proporções das medidas lineares do objeto representado. Escala natural é aquela em que o tamanho do desenho técnico é igual ao tamanho real da peça. Escala de redução é aquela em que o tamanho do desenho técnico é menor que o tamanho real da peça. Escala de ampliação é aquela em que o tamanho do desenho técnico é maior que o tamanho real da peça. 57 58 Bibliografia Básica CAPÍTULO 5 60 61 Bibliografia Básica ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. NBR 6158 – Sistema de Tolerâncias e Ajustes. _____. NBR 8196. Desenho técnico - Emprego de escalas. Rio de Janeiro, 2000. _____. NBR 8402. Execução de caracter para escrita em desenho técnico. Rio de Janeiro, 1994. _____. NBR 8403. Aplicação de linhas em desenhos - Tipos de linhas - Largura das linhas. Rio de Janeiro, 1984. _____. NBR 8404 – Indicação do Estado de Superfície em Desenhos Técnicos. _____. NBR 8993. Representação convencional de partes roscadas em desenhos técnicos. Rio de Janeiro, 1985. _____. NBR 10067. Princípios gerais de representação em desenho técnico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1995. _____. NBR 10068. Folha de Desenho - Leiaute e dimensões - Padronização. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. _____. NBR 10126. Cotagem em desenho técnico - Procedimento. Riode Janeiro, 1987. Versão corrigida, 1998. _____. NBR 10582. Apresentação da folha para desenho técnico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1988. _____. NBR 12298. Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho téc- nico - Procedimento. Rio de Janeiro, 1995. _____. NBR 13142. Desenho técnico - Dobramento de cópia. Rio de Janeiro, 1999. _____. NBR 10647. Desenho Técnico. Rio de Janeiro, 1989. CASSIAVILLAN, C. A. Projetos gráficos em segurança do trabalho. São Paulo: UNISA, 2007. CUNHA, L. V. DA. Desenho Técnico. 13ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 2004. FRENCH, T. E.; VIERCK, C. J. Desenho Técnico e Tecnologia Gráfica. São Paulo: Globo, 2005. LEAKE, J. M.; BOGERSON, J. L. Manual de desenho técnico para engenharia: modela- gem e visualização. Rio de Janeiro: LTC, 2012. 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