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Cuidado, “cavalo batizado” e crítica da conduta profissional pelo paciente-cidadão hospitalizado no Nordeste brasileiro Marilyn K. Nations Annatália Meneses de Amorim Gomes 3 Ana Thamires Bárbara Azevedo Gustavo Mendes Ivina Sena Keylon Diniz Sabrina Araújo Samuel Ítalo GRUPO 4 INTRODUÇÃO ·Relação terapêutica: competência em cuidar pelo profissional e autonomia e empoderamento do paciente. ·Formação acadêmica não prepara o profissional para escutar os significados e sentidos do paciente, comprometendo a qualidade do cuidado. ·Relação clínica exige integrar diferentes conhecimentos, respeitar a singularidade do paciente e promover o protagonismo, tornando o trabalho vivo e criativo. Fatores que dificultam a prática clínica: o Precária estrutura. o Gestão centralizadora. o Difícil acesso. o Desorganização. o Tecnicismo. o Poder hegemônico da Biomedicina. Objetivo ANALISAR A RELAÇÃO DO CUIDADO SOB A ÓPTICA DO PACIENTE INTERNADO EM HOSPITAL PÚBLICO, IDENTIFICANDO AS COMPETÊNCIAS JULGADAS INDISPENSÁVEIS NA CONDUTA DO PROFISSIONAL. M ÉT O D O S PESQUISA ANTROPOLÓGICA REALIZADA EM UM HOSPITAL GERAL PÚBLICO. ·JANEIRO A JULHO DE 2005. · 13 PACIENTES: 4 HOMENS E 7 MULHERES ENTRE 16 E 93 ANOS. ·EXCLUÍDOS PACIENTES COM TRANSTORNOS PSÍQUICOS E MENORES DE 16 ANOS. TRÊS PRIMEIROS MESES: OBSERVAÇÃO LIVRE. PACIENTES ACOMPANHADOS DESDE A ENTRADA ATÉ A ALTA HOSPITALAR. ENTREVISTAS ETNOGRÁFICAS MESCLADAS COM NARRATIVAS DE MOMENTOS VIVIDOS E OBSERVAÇÃO-PARTICIPANTE. OS PACIENTES INCENTIVADOS A NARRAREM A PRÓPRIA VERSÃO DOS ACONTECIMENTOS NO INSTANTE EM QUE OCORRIAM. “O PERCURSO DO PACIENTE” COMPETÊNCIA HUMANA. PARTICIPAÇÃO DO PACIENTE. COMPETÊNCIA TÉCNICA. ESTRUTURA/FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS. IMAGEM HOSPITALAR. ANÁLISE DE CONTEÚDO: 225 UNIDADES DE SIGNIFICAÇÃO AGRUPADAS E CODIFICADAS EM 5 TEMÁTICAS:ENTREVISTAS E NARRATIVAS GRAVADAS E TRANSCRITAS, PRODUZINDO UM TEXTO NUMEROSO DE 331 PÁGINAS. SER AFETIVO X CAVALO BATIZADO • Ligação carinhosa - Amigo x profissional Ex: paciente de 42 anos, masculino, submetido a cirurgia eletiva de redução de estomago festejou junto ao seu médico assistente a conquista. • Elo de empatia Ex: paciente de 93 anos, masculino, vítima de lesão pela doença leishmaniose cutânea ficou amigo do profissional que troca seus curativos “é gente boa!” • Ligação que “honra” Ex: paciente de 25 anos, feminino, gestante em situação de pré- eclâmpsia, em seu estado de vulnerabilidade sentiu-se acuada com o tratamento que teve em sua admissão. RE SU LT AD O S C O M PE TÊ N C IA H UM AN A CONVERSAR • Fala esclarecedora - “só eles que entendem tudo” - “coisa medicinal” - Entender o leigo. • Conversa amiga - Incentivo, encorajamento e segurança. Ex: paciente de 55 anos, feminino, submetida a um exame invasivo não especificado teve o seguinte diálogo: “Ei, olhe pra mim, vai passar, eu sei que está doendo, mas vai passar.” • Conversa de peito aberto - “aquilo que a gente vê e sente pode falar, ajuda 100% na recuperação” • Conversa Jogada Fora - Leveza a situação de dor e sofrimento • Conversa sincera - A omissão de informação provoca desconfiança. RE SU LT AD O S C O M PE TÊ N C IA H UM AN A • Ser prestativo - Apoio, estar perto. • Fazer delicado - Delicadeza, gentileza e cortesia X bravura, rancor e violência EX: paciente de idade não especificada, feminino, submetida a exames pré- parto sentiu-se agredida pela forma que foi atendida. • Fazer sem prejuízo - Resguarda a segurança. EX: paciente de 52 anos, feminino, submetida a uma biopsia foi furada 16 vezes, tendo receio de ser examinada por estudantes. RESULTADOS COMPETÊNCIA TÉCNICA RESULTADOS COMPETÊNCIA HUMANA INCLUSÃO Ter o paciente junto das decisões terapêuticas a serem decididas para melhor prognóstico. DISCUSSÃO Cultivar, no profissional, atitude de generosidade humana, que respeite a diversidade cultural de cada povo, sem estigmatizar ou discriminar, estabelecendo uma relação terapêutica justa, equilibrada e madura. Requer conversar, “dar voltas com o outro (...) uma forma inclusiva e extensiva de diálogo (...) um fluir na convivência, no entrelaçamento do linguagear e do emocionar” Criar elos afetivos com os informantes. Paciente-cidadão observador, reflexivo e crítico, capaz de avaliar o menor gesto e interpretar as expressões do profissional. Necessidade de incorporar, na formação, além dos conhecimentos técnico instrumentais, outras formas de saber: significados e sentidos da realidade do paciente-cidadão, sua cultura, emoções e condições de vida. Acompanhar os pacientes de perto e penetrar o seu mundo moral local para que superassem o medo de reclamar do serviço. REFLEXÕES FINAIS REFERÊNCIAS NATIONS, Marilyn K.; GOMES, Annatália Meneses de Amorim. Cuidado, "cavalo batizado" e crítica da conduta profissional pelo paciente-cidadão hospitalizado no Nordeste brasileiro. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 23, n. 9, p. 2103-2112, Set.. 2007.
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