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Malária: Agente, Vetor e Ciclo

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Parasitologia 
 
MALÁRIA 
 
- Agente etiológico: protozoários do gênero Plasmodium. 
- Vetor: mosquito do gênero Anopheles (somente a fêmea). 
 
Principais espécies: 
 - Plasmodium vivax; 
Responsável por 85% dos casos. 
Geralmente associado à malária branda, mas pode causar a grave. 
 
- Plasmodium falciparum; 
Responsável pela doença mais grave – geralmente fatal. 
 
- Plasmodium malariae; 
Responsável pela doença branda – pouco encontrado no BR. 
 
- Plasmodium ovale; 
Não possui esse protozoário no Brasil, somente casos importados. 
 
- Plasmodium knowlesi; 
São protozoários típicos dos macacos, mas na Ásia, com o avanço das 
cidades em direção ao campo, Plasmodium knowlesi mutantes 
passaram a infectar humanos. 
 
 
 
 
 
DISTRIBUIÇÃO DA MALÁRIA NO MUNDO 
A malária está distribuída principalmente na região tropical do 
mundo, principalmente no continente africano, onde se encontra 
também o maior percentual de pobreza. Isso ocorre, pois, as 
condições de moradia das pessoas são um grande fator de risco. 
 
 No Brasil 
Em 1960 a malária era bem distribuída por todo o Brasil, mas a partir 
de medidas públicas, como o uso de DDT, a desbromelização das 
matas (os Anopheles colocam os ovos em bromélias) e a adição de 
cloroquina no sal (esse medicamento era usado como tratamento da 
malária, mas com essa medida houve um grande percentual da 
população adquirindo resistência). 
Essas medidas diminuíram muito a incidência de malária no Brasil, 
mas a partir disso ocorreu a amazonificação da malária, e atualmente 
99% dos casos dessa doença no Brasil são originados na Amazônia. 
Isso ocorreu, pois, a Amazônia é um lugar repleto de coleções 
aquáticas, pessoas morando dentro das matas, sem uma habitação 
adequada e muita pobreza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns casos no Brasil, que não são originados na Amazônia, ocorrem 
na mata atlântica, são casos de Antropozoonose que possuem os 
macacos como reservatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO DA MALÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Antropozoonose 
Casos autóctones: infecção adquirida no próprio lugar. 
 Casos alóctones: infecção adquirida em uma viagem – 
Casos importados. 
Caroline Vasconcelos 
 
- Antropozoonose causada pelos Plasmodium simium e P. brasilianum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CICLO DOS PLASMÓDIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No hospedeiro vertebrado 
 
1: O mosquito fêmea infectado pelo Plasmodium pica o humano, suga 
o sangue e regurgita parte desse sangue, que após passar pelo 
estômago e pelo intestino do mosquito, está infectado com 
esporozoítos. 
Os esporozoítos caminham na corrente sanguínea do novo hospedeiro 
até chegar ao fígado. 
!!: No fígado, o Plasmodium vivax e ovale, possuem uma forma 
dormente chamada de hipnozoítos. 
2: Quando chegam ao fígado, os esporozoítos começam um processo 
de multiplicação assexuada, em uma bolsa chama esquizonte 
tecidual, e durante esse processo o protozoário é chamado de 
esquizonte. 
3: Os esquizontes, ao final do processo, passam a ser denominados 
como merozoítos, e são eliminados na corrente sanguínea. 
4: Os merozoítos no sangue infectam as hemácias e quando estão 
dentro delas, passam a se chamar trofozoíto. 
5: Os trofozoítos podem entrar novamente no ciclo reprodutivo 
(esquizonte), até que a hemácia se rompa pela quantidade elevada de 
esquizontes. Esse processo ativa a resposta imunológica e então 
surgem os sintomas da malária. 
5.1: Outra opção é que os trofozoítos se diferenciem em gametócitos, 
fase em que não há reprodução. Quando o Anopholes pica o homem 
já infectado, ao sugar o sangue, o mosquito se contamina com os 
gametócitos. 
 
No hospedeiro invertebrado 
 
1: O mosquito se infecta com os gametócitos, que vão ao seu 
estomago e produzem gametas femininos e masculinos. 
2: A união dos gametas forma o zigoto. 
3: O zigoto se diferencia em oocineto. 
4: O oocineto se transforma em oocisto. 
5: os oocistos se multiplicam e formam os esporozoítos, forma 
infectante que está na hemolinfa do vetor. 
 
SINTOMATOLOGIA 
Os principais sintomas associados à malária são: 
- Acesso malárico: febre, calafrio, sudorese. 
 
 
 
 
 
 
- Mal estar 
- Cefaleia 
- Vômito 
- Diarreia 
- Dor abdominal 
- MALÁRIA SEVERA: Anemia grave 
e malária cerebral 
 
• Principais complicações: 
- P. vivax: anemia e trombocitopenia. 
- P. falciparum: malária cerebral 
O Plasmodium falciparum geralmente está associado à forma mais 
grave da doença, que progride para a malária cerebral. Assim em casos 
específicos em que o diagnóstico não consegue ser preciso a respeito 
de qual é o Plasmodium, devemos tratar como se fosse a forma mais 
grave. 
 
 
 
 
1 
!! 
2 
3 
4 
5 
5.1 
1 
2 
3 
4 
5 
Caroline Vasconcelos 
FEBRE IRREGULAR 
Paroxismo febril: ruptura das hemácias pelos 
esquizontes. Liberação de citocinas inflamatórias 
(IL-6, IL-1, IL-8, TNF-α e IFN-γ): produzem, a febre 
e os calafrios característicos da doença. 
 
- Mialgia 
- Fadiga 
- Hipoglicemia 
- Insuficiência renal 
- Convulsão 
 
 
MALÁRIA CEREBRAL 
Eventos associados à patogênese da malária cerebral: 
1. Sequestramento de hemácias nos capilares periféricos; 
- Quando a hemácia é infectada pelos trofozoítos ocorre a alteração 
da forma dessas células, com a presença de moléculas de adesão, 
chamadas de Knobs. 
Essas moléculas de adesão fazem com que hemácias modificadas 
fiquem aderidas às hemácias saudáveis (processo chamado de 
formação de rosetas). Além disso, os Knobs também permitem que 
ocorra a citoaderência (as hemácias modificadas ficam aderidas à 
parede dos capilares periféricos.). Com esses dois processos, as 
hemácias diferenciadas ficam escondidas das células do sistema 
imunológico, por isso é chamado de sequestramento de hemácias – 
um processo semelhante ao mimetismo parasitário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. Produção excessiva de citocinas pró-inflamatórias. 
A lesão nas hemácias faz com que seja liberada uma “chuva” de 
citocinas, responsável por uma endoteliotoxicidade. 
-Ocorre uma resposta inflamatória sistêmica e fenômenos 
hemorrágicos graves. 
 
 
 
 
 
 
 
3. Produção de Vesículas Extracelulares. 
Ainda há poucos estudos a respeito. 
- São eliminadas vesículas extracelulares derivadas do hospedeiro: 
associadas à patogênese da malária grave, liberadas por vários tipos 
celulares (endotélio e plaquetas – induzem a citoaderência no 
cérebro). 
- São eliminadas vesículas extracelulares de origem parasitária: 
contém material do parasito, induzem respostas pró- inflamatórias. 
 
MALÁRIA X ANEMIA FALCIFORME 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A relação entre anemia falciforme e a malária, foi descoberta na 
África, local onde mais possui essas patologias. 
Existem 3 opções quando se trata de hemácias normais e hemácias 
falciformes. 
AA: Homozigoto para hemácia normal 
Aa: Heterozigoto para anemia falciforme (tem 50% de hemácias 
normais e 50% de hemácias falciformes). 
Aa: Homozigoto para anemia falciforme (tem 100% de hemácias 
falciformes). 
- Pessoas com anemia falciforme, não são infectadas pela malária, pois 
os merozoítos não conseguem adentrar na hemácia. 
- Pessoas heterozigotas para anemia falciforme também não são 
infectadas, apesar de apresentarem um percentual de hemácias 
saudáveis. Ainda não se sabe o porquê. 
- Pessoas com hemácias normais são infectadas pela malária. 
Com isso, na África, local de grande incidência de malária, houve uma 
pressão seletiva que favoreceu as pessoas do genótipo Aa e aa (grande 
incidência de anemia falciforme), uma vez que pessoas AA têm grande 
chance de morrer antes de se reproduzirem. 
 
DIAGNÓSTICO 
• A muitos anos o padrão ouro para diagnóstico é a MICROSCOPIA, 
com a técnica de gota espessa. Mas é necessário um microscopista 
especialista, e nem todos os lugares possuem. Nas áreasde maior 
incidência é onde mais possui microscopistas especialistas. 
 
 
 
 
 
 
Citoaderência: 
Os Knobs (moléculas de adesão da célula infectada) são 
reconhecidos por receptores (CAM, VCAM) das células da 
parede dos capilares. No processo da doença, são liberadas 
citocinas inflamatórias que aumentam a expressão de 
receptores CAM, VCAM para as células de adesão (aumenta 
a citoaderência). 
Caroline Vasconcelos 
 
• Outra técnica utilizada são os testes de DIAGNÓSTICO RÁPIDOS 
(RDTS). São empregados para a detecção rápida e possuem fácil 
aplicabilidade. Estes testes detectam antígenos do parasita e 
podem ser usados por pessoal relativamente inexperiente, então 
é ideal para áreas não endêmicas. Entretanto, possui baixa 
sensibilidade e não são muito confiáveis quanto a especificidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Por fim, também pode ser feito o diagnóstico pelo MÉTODO DE 
PCR, no qual de acordo com o tamanho do fragmento de DNA, 
ocorre a diferenciação entre os Plasmodium. Possuem a vantagem 
de detectar baixa taxa parasitária, mas é um teste muito caro. 
 
 
 
 
 
LIMITES DE DETECÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
A seleção de drogas para o tratamento da malária acontece de acordo 
com: 
- Espécie parasitária. 
- Grau de parasitemia/gravidade do caso. 
- Idade do paciente. 
- Se feminino, gestante? 
- Experiência prévia do paciente com malária. 
 
• Tafenoquina: droga utilizada para tratar casos de recaída de 
malária. No Brasil esse medicamento ainda não foi aprovado!! 
 
• Cloroquina: pouco utilizado hoje em função dos inúmeros casos de 
resistência provocados pelas políticas públicas de 1960. 
 
• Primaquina: utilizada para tratar casos de recaída no Brasil. Elimina 
formas hepáticas. 
 
 
Em casos de P. falciparum não grave e malária mista: 
 
• 1ª escolha: artemether + lumefantrine 
• 2 ª escolha: quinina + doxiciclina + primaquina 
 
Em casos de malária grave utiliza-se UM medicamento injetável, 
como: 
• ARTESUNATO 
• ARTEMETHER 
• CLINDAMICINA 
• QUININA 
Terapêutica da malária grave 
- UTI. 
- Exame neurológico minucioso (escala de coma de Glasgow). 
- Acesso venoso: exames laboratoriais. 
- Medidas gerais de manutenção do paciente. 
 
PROFILAXIA 
- Tratamento do homem doente; 
- Proteção ao homem sadio; 
- Combate ao vetor; 
- Repelentes, cortinados/mosquiteiros ou telas; 
- Inseticidas. 
 
OBS: No Brasil é proibido o uso de quimioprofilaxia para a malária, 
uma vez que se trata de um país endêmico e o uso de medicamento 
como profilaxia poderia provocar a resistência. 
 
 
 
Caroline Vasconcelos

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