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Gessos Odontológicos Cláudia Brainer Mota Gipsita § Sulfato de cálcio di-hidratado – CaSO4 • 2H2O; § Mineral extraído em várias partes do mundo; § Também é um subproduto resultante de alguns processos químicos. Gipsita Muito usada na construção civil e na confecção de objetos decorativos. Gipsita @Odontologia Modelos de gesso, troquéis, revestimentos para fundição. Fabricação § Principal componente: sulfato de cálcio hemi-hidratado (CaSO4 . ½H2O) § Obtido a partir da calcinação da gipsita (sulfato de cálcio di-hidratado – CaSO4 . 2H2O) § Ou de um processo químico (sintético) de purificação do ácido fosfórico. § Para a obtenção do gesso (sulfato de cálcio hemi- hidratado), parte da água de cristalização é removida da gipsita durante o processo de calcinação (aquecimento). Produção do sulfato de cálcio hemi-hidratado §Dependendo do método de calcinação, formas estruturais diferentes podem ser obtidas: § α-hemiidrato; § α-hemiidrato modificado; § β-hemiidrato. Produção do sulfato de cálcio hemi-hidratado § Não há diferença mineralógica entre as formas α e β. § α e β diferem quanto ao tamanho dos cristais, área de superfície e grau de perfeição de suas grades espaciais. β hemi-hidrato α hemi-hidrato Tipos de partículas de hemi-hidrato § Gesso comum (Plaster) § = Sulfato de cálcio hemi-hidratado § Aquecido em recipiente a céu aberto a ~110 a 130 oC para obtenção das partículas tipo 𝞫. § 𝞫 hemi-hidrato – partículas fofas, irregulares e porosas, o que demanda mistura com maior quantidade de água. Tipos de partículas de hemi-hidrato § Gesso pedra (Hidrocal) § Quando aquecido a ~125 oC em autoclave, a desidratação gera partículas tipo 𝞪. § 𝞪 hemi-hidrato – partículas cristalinas de forma prismática, densas e regulares; usadas para fabricar gesso-pedra de resisência baixa a moderada. Tipos de partículas de hemi-hidrato § Gesso pedra melhorado (Densite) § A calcinação envolve a fervura da gipsita na presença de CaCl2. § 𝞪 hemi-hidrato modificado – as partículas são ainda mais densas, regulares e lisas que as do gesso- pedra, e são usadas para fabricar gessos de alta resistência. Composição Composição § Sulfato de cálcio hemi-hidratado (principal)] § Adição de substâncias para modificar o tempo de presa e expansão. § Aceleradores § Sulfato de potássio (K2SO4); § O próprio gesso; § Cloreto de sódio (NaCl) – cuidado! Em altas concentrações (> 20%) age como retardador. § Retardadores § Citrato de potássio e Bórax (Na2B4O7) § Goma arábica (1%) + Óxido de cálcio (0,1%) – reduz a quantidade de água. Classificação Especificação n. 25 da ANSI/ADA § Tipo I – gesso para moldagem (Paris) § Tipo II – gesso comum § Tipo III – gesso pedra § Tipo IV – gesso pedra especial (baixa expansão) § Tipo V – gesso pedra especial (alta expansão) Indicações § Tipo I – em desuso; § Tipo II – modelos de estudo e planejamento, preenchimento de muflas, modelos preliminares em PT, fixação de modelo em articulador; § Tipo III – montagem em articulador de alta precisão, modelos para confecção de aparelhos ortodônticos, placas de clareamento e placas interoclusais; Indicações § Tipo IV – confecção de troqueis, modelos para confecção de provisórios, placas prensadas, núcleos fundidos, PT, PPR e prótese sobre implante; § Tipo V – fundição de ligas com alta contração de solidificação. Reação química de cristalização § Reação exotérmica (CaSO4)2•H2O + 3H2O 2CaSO4•2H2O não reagido (CaSO4)2•1/2H2O calor • Solubilidade hemiidrato > gipsita; • Precipitação de cristais de diidrato. Expansão de presa § Existe uma contração volumétrica específica para cada tipo de gesso após a cristalização, decorrente da diferença de volume equivalente nas moléculas de sulfato de cálcio: § O di-hidrato é 7,1% menor que a soma do hemi-hidrato+água. Expansão de presa § Mas o que ocorre mesmo é uma expansão linear de presa, que resulta do choque dos cristais durante o crescimento arborescente, tentando empurrar um ao outro. § O espaço formado entre os cristais explica as porosidades internas do gesso cristalizado após a evaporação da água. Produto Expansão de presa (%) Gesso comum – tipo II 0,20 – 0,30% Gesso pedra – tipo III 0,08 – 0,10% Gesso pedra especial (baixa expansão) – tipo IV 0,05 – 0,07% Gesso pedra especial (alta expansão) – tipo V 0,3% Relação água/pó § Medir água e hemi-hidrato por peso. 𝑟𝑒𝑙𝑎çã𝑜 𝐴/𝑃 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 á𝑔𝑢𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝑝ó § Ex1.: 100 g pó e 60 ml água § Relação A/P = 60/100 = 0,6 § Ex2.: 100 g pó e 28 ml água § Relação A/P = 28/100 = 0,28 Relação água/pó § Especificação n. 25 ANSI/ADA, ISO 6873: Produto Relação A/P Gesso comum – tipo II 0,45 – 0,50 Gesso pedra – tipo III 0,20 – 0,30 Gesso pedra especial (baixa expansão) – tipo IV 0,22 – 0,24 Gesso pedra especial (alta expansão) – tipo V 0,18 – 0,22 Relação água/pó §↑ relação A/P: § ↑ tempo de presa; § ↓ resistência dos produtos de gesso; § ↓ expansão de presa. Manipulação Manipulação Manual ou mecânica Temperatura § Algumas variáveis podem alterar o tempo de presa dos gessos e as suas propriedades físicas: § Ex.: ↑ temperatura da água (> 50 oC) ➔ ↑ tempo de presa; § Temperatura próxima aos 100 oC ➔ não ocorre reação de cristalização. Manipulação § Tempo de espatulação § Do início da mistura pó e água até o final da espatulação. § Tempo recomendado para espatulação: § Manual ~1 minuto. § Mecânica – 30 segundos. § Tempo de trabalho § Do início da manipulação até o vazamento do molde. § ~ 3 minutos. Manipulação § Tempo de perda do brilho § Tempo até a água de cristalização começar a ser consumida para formar o di-hidrato; § ~ 9 minutos (próximo ao tempo de presa inicial). § Tempo de hidratação § Quando parte da água de cristalização já foi consumida (~80% de resistência à compressão). § Clinicamente: observe o resfriamento do modelo (reação é exotérmica): § ~ 50 minutos, quando é possível separar com segurança o modelo do molde. Propriedades Resistência à compressão § Inversamente proporcional à relação A/P. § ⇩ água = ⇧ resistência. § Dois tipos de resistência: a úmida e a seca. § Resistência úmida (parcial) § Obtida quando há excesso de água no modelo. § Resistência seca § Quando a totalidade da água é eliminada (~7 dias). § Resistência seca ~2x maior que a úmida Resistência à compressão Produto Resistência à compressão (Mpa) após 1h Gesso comum – tipo II 4 MPa Gesso pedra – tipo III 9 MPa Gesso pedra especial (baixa expansão) – tipo IV 20 – 30 MPa Gesso pedra especial (alta expansão) – tipo V 48 MPa Resistência à abrasão § A dureza superficial dos gessos é baixa; § A resistência à abrasão é atingida antes do que a resistência à compressão, visto que essa é uma propriedade da superfície do material. § Adição de metilmetacrilato e resina epóxica: § Melhora a resistência à abrasão (aumento de 15 para 41%) § Contudo, promovem perda de resistência a compressão. Resistência à tração § Muito baixa. § No gesso comum essa resistência equivale a ~20% da resistência à compressão; § Gesso pedra para troqueis: ~10%. § Na prática, a fratura do gesso cristalizado ocorre principalmente por tração, por isso esse é o teste mais indicado para medir resistência do gesso. Reprodução de detalhes § Especificação n. 25 ANSI-ADA (ISO 6873) § Gessos tipo II devem reproduzir fissuras da ordem de 75 μm de largura; § Gessos tipo III a V – 50 μm. Reprodução de detalhes § A reprodução de detalhes está relacionada com a porosidade superficial (se são hidrofílicos ou hidrofóbicos). § Gessos com adição de resina epóxica possuem menor porosidade, e consequentemente melhor reprodução de detalhes. Gessos modificados Gessos modificados § Gessos sintéticos § Gessos modificados por resina § Gesso expansão zero § Gesso de fluidez modificada § Gesso modificado para montagemGessos sintéticos § Gessos sintéticos tipo IV de baixa expansão (0,05%) § Alta resistência § Fidelidade de reprodução do molde § Sem porosidade. Gessos modificados por resina § Adição de resina epóxica ou PMMA; § Melhor reprodução de detalhes e aumento da resistência à abrasão (de 15 para 41%); § Tempo de presa: 10 a 12 minutos; § Desvantagem: diminuição da resistência à compressão, se comparado aos outros gessos. Gesso expansão zero Gesso tipo IV com 0% de expansão de presa. Gesso de fluidez modificada § Gesso tipo IV, com alta fluidez; § Desenvolvido para reduzir a possibilidade de bolhas no modelo; § Expansão de 0,08% e resistência à compressão de 600 Kg/cm2. Gesso modificado para montagem §Gesso pedra com tempo de presa extra-rápido (3 a 5 minutos); § Indicado para a montagem de modelos em articuladores; §Resistência à compressão – 120 a 150 Kg/cm2, e expansão ~0,15%. Controle de infecção Controle de infecção Contaminação cruzada Controle de infecção § Deve-se desinfetar os modelos de gesso quando não se tem certeza da desinfecção prévia dos moldes. § Hipoclorito de sódio de 1 a 5% por aspersão e mantém em repouso por 10 minutos. Por onde estudar? § CHAIN, Carvalho, M. Materiais Dentários. São Paulo – SP; Editora Artes Médicas Ltda, 2013. ISBN 9788536702063. § https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97 88536702063/assignment/514807cdf0e94eea86f9b07e 7bff2c75 § OLIVEIRA, Silva, A. Materiais dentários protéticos: conceitos, manuseio, conservação e manutenção. 1. ed. São Paulo. Érica: Saraiva, 2014. ISBN 9788536521077. § https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97 88536521077/assignment/f511fc37cbb84074a204e0ff1 4664fd5 § ANUSAVICE, Kenneth J.; SHEN, Chiayi; RAWLS, H. Ralph. Phillips Materiais dentários. 12. ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2013. ISBN 9788595155428.
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