Relatório de Estagio Supervisionado III Educação Especial

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FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
ALINE BÁRBARA PEREIRA DA SILVA
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO No III
JOANÉSIA – MG
2020
ALINE BÁRBARA PEREIRA DA SILVA
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III: EDUCAÇÃO ESPECIAL
Relatório Final do Estágio Supervisionado III do Curso de Pedagogia apresentado a Faculdade Única de Ipatinga como requisito parcial e obrigatório para finalização das atividades de Estágio Supervisionado.
Supervisor de Estágio (IES): Marilene Nunes.
Supervisor de Estágio (Unidade Concedente): Adriana Anício da Costa Neto.
JOANÉSIA - MG
2020
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................ 6
3 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 14
1 INTRODUÇÃO
O presente relatório viabiliza apresentar como foco principal a realização do Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório na Educação Especial, o qual viabiliza as ações de observação, planejamento, execução e intervenção no que tange ao processo de ensino e aprendizagem das crianças com NEE.
O estágio teve a carga horária de 50 horas e realizou-se na Escola Estadual Eunice dos Santos Costa, zona rural, a qual fica situada na cidade de Joanésia, leste do estado de Minas Gerais, sendo que, a mesma funciona nos turnos matutino e vespertino, dois níveis de ensino que permeiam desde o ensino dos alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental I (1o ao 5o ano), até os alunos do Ensino Fundamental II (6o ao 9o ano).
O objetivo do Estágio III é analisar as metodologias e estratégias utilizadas no que direciona ao ensino dos alunos que apresentam alguma Necessidade Educacional Especial - NEE, levando em conta a importância da inclusão como garantia dos seus direitos a terem uma educação de qualidade, tal qual preconiza a Constituição Brasileira de 1988.
Sendo que, o estágio teve início em 05 de outubro, encerrando em 21 de outubro, perfazendo um total de 50 horas, as quais foram desenvolvidas as seguintes ações: observação á professora regente; planejamento, execução e intervenções pedagógicas necessárias tanto para auxiliar o professor quanto para expandir os conhecimentos sobre como ensinar algum aluno que tenha alguma limitação.
A diretora chama-se Lúcia Maria Marques e, assim como ela, todos que fazem parte tanto da equipe diretiva quanto da equipe pedagógica, assim como os demais funcionários e professores, foram bastante cordiais e muito prestativos em todos os aspectos e sentidos.
Contudo, mediante o atual momento, devido á pandemia, percebeu-se que o ensino teve algumas alterações para alunos e professores e houve mudanças também significativas no que diz respeito às metodologias utilizadas para dar continuidade ao processo de ensino e aprendizagem nesse período, que estão associados às gravações de vídeos, videoconferências, aulas remotas, envio de atividades em blocos para os pais e até mesmo alguns alunos estão recebendo aulas particulares com outros profissionais da educação, visando o bem estar.
2 DESENVOLVIMENTO
O Estágio realizado na Escola Estadual Professora Eunice dos Santos Costa, localizada na zona rural do Povoado Ponte Santo Antônio, da cidade de Joanésia - MG, contribuiu de forma satisfatória e comprobatória, o que permitiu expandir os meus conhecimentos sobre o quanto a Educação Especial precisa ser valorizada em todos os aspectos e segmentos, independente se o espaço é uma escola ou não.
Pelo fato do estágio ser uma atividade obrigatória, mesmo em tempos de pandemia, ocasiona um momento de novos saberes, os quais devem estar fundamentados no que consta no Manual de instrução das atividades a serem desenvolvidas.
O Estágio Obrigatório na Educação Especial possibilitará ao discente a oportunidade de vivências em instituições privadas ou públicas que atuam com Educação Inclusiva e escolas regulares que possuem salas de recursos para atenderem alunos com necessidades educacionais especiais.
Dentre as atividades, pode-se destacar pesquisa do contexto da instituição concedente (entrevista on-line com o pedagogo para conhecer o Projeto Político Pedagógico da escola); Observação (acompanhar durante uma semana a organização da escola para adequação do processo de ensino aprendizagem), Regência (atuar junto à equipe de professores que atua diretamente com os alunos por uma semana) e, por último, a elaboração do Relatório Final.
Em relação à observação realizada na escola, percebeu-se que, vários são os desafios que os professores enfrentam em se tratando de promover um ensino vinculado às limitações dos alunos, desde a dificuldade para inovar as práticas pedagógicas que visem continuar estimulando os alunos a estudarem, mesmo que seja de forma remota, mesmo a instituição de ensino tendo uma sala de Recursos amplamente equipada com equipamentos tecnológicos, ou mesmo alguns construídos pelos próprios professores da escola e os próprios alunos visando expandir as questões de socialização.
É o que destaca Becker (2001, p. 68): 
Cabe aos sistemas de ensino organizar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia-intérprete, bem como de monitor os cuidados dos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outros, que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.
Para atuar na educação especial, o professor deve ter como base da sua formação inicial e continuada, conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área. Essa formação possibilita a sua atuação no atendimento educacional especializado, aprofunda o caráter interativo e interdisciplinar da atuação nas salas comuns do ensino regular, nas salas de recursos, nos centros de atendimento educacional especializado, nos núcleos de acessibilidade das instituições de educação superior, nas classes hospitalares e nos ambientes domiciliares para a oferta dos serviços e recursos de educação especial.
Em entrevista com a supervisora pedagógica da escola, a profissional Andréia Anício da Costa Neto, sobre o Projeto Político Pedagógico - PPP da instituição de ensino, a mesma ressaltou que o documento foi realizado com a participação de todos os professores, pais de alunos, comunidade escolar e comunidade local, com o objetivo de transformar esse espaço em um local democrático no qual todos buscam alcançar os mesmos objetivos e tornar o ensino mais efetivo para todos, tenham eles ou não alguma necessidade educacional.
De acordo com Mizukami (2001, p. 78):
A utilização de denominações particulares do alunado da Educação Especial, regra geral, tem servido para marcar espaços teóricos mas, ao mesmo tempo, de exclusão, pois sistematicamente os autores das áreas têm limitado o conceito de necessidades educacionais especiais a um de seus grupos, como o das deficiências. Este é um problema teórico-prático que reflete a formação fragmentada dos professores de Educação Especial.
Dessa maneira, há que se tomar cuidado para que não se continue a reproduzir o que se passa agora, que é a produção de conhecimento com uma pretensa intenção generalista, que, por trás, retrata a exclusão e a fragmentação da formação de grupos sociais que visam uma diferença quanto à forma de pensar, agir, ser, relacionar e colocar suas ações e práticas educacionais vigentes.
Dando continuidade à entrevista realizada com a coordenadora, a mesma enfatizou que, como o ensino vem passando por mudanças, a forma dos instrumentos de avaliação da aprendizagem passou por várias alterações, como a correção das atividades virtuais e mesmo o bloquinho das atividades são corrigidos pelos professoresnos seus próprios lares ou mesmo na instituição de ensino em horários alternados a fim de evitar a aglomeração de pessoas nesse ambiente.
Sendo assim, os instrumentos de avaliação nesse período estão mais embasados na questão de fazer as correções devidas e estimular os educandos a sempre estarem na busca de novos conhecimentos através da realização das atividades, tais como se elas estivessem na própria sala de aula da escola onde elas estudam, ou seja, é uma forma de continuar incentivando os alunos aos estudos.
Em se tratando da Educação Inclusiva, os profissionais da escola receberam as orientações para promoverem o ensino dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais, levando em conta a deficiência de cada aluno e a disponibilidade dos recursos disponíveis tanto na instituição de ensino quanto no ambiente de estudo nos seus lares, sendo que, muitos deles são confeccionados de forma convencional.
No que se diz respeito à relação sociedade/família/escola durante a pandemia, a escola busca através de lives, reuniões virtuais e avisos nos recursos tecnológicos avisar sobre as mudanças que ocorrem no processo educativo ou que se faz preciso a presença desses pais nas escolas, através de agendamento.
Em relação ao período de observação na Educação Especial de uma turma de 15 alunos, pode-se perceber uma experiência inovadora e diversificada devido o isolamento social, no qual a professora, através de vídeo-aulas, faz uma breve exposição sobre o assunto a ser tratado e, em seguida, elabora as atividades relacionadas á aula para serem posteriormente entregues aos alunos através de um caderno de atividades da Educação Especial.
Em relação ao ambiente físico observado, percebeu-se que as salas de aula são espaçosas, bem arejadas e o mobiliário escolar é favorável para que os alunos tenham um espaço maior de locomoção na sala e para a realização de atividades recreativas lúdicas, contudo, no referido momento, tais atividades não podem ser realizadas devido á pandemia. No momento atual, percebeu-se que as escolas buscam inovar na forma de administrar a aula no sentido de fortalecer o processo de ensino e aprendizagem na Educação Especial.
Além disso, o período de observação demonstrou que a proposta do ensino propõe um “fazer educação” em que a ênfase não deve se situar nem na assimilação da cultura privilegiada, seus conhecimentos e seus métodos, nem na preparação para as exigências do mundo do trabalho ou para o encaixe no projeto histórico coletivo, mas no enriquecimento do indivíduo, constituído como sujeito de suas experiências, pensamentos, desejos e afetos.
O único ponto negativo dessa etapa foi a ausência do ambiente no que se pode presenciar a vivacidade das crianças através das atividades e brincadeiras realizadas no amplo pátio da escola ou mesmo nas aulas de informática que tenham como objetivo a proposta de um ensino mais lúdico e instigante para as crianças. Os pontos positivos estão associados à aquisição de novas aprendizagens e, ao mesmo tempo, à conquista de novas amizades que foram construídas nesse período.
Em relação ao período de regência, esse foi realizado de forma diferenciada, uma vez que o ambiente educativo era diferenciado sem a presença dos alunos, tal questão exigiu uma maior experiência com os recursos tecnológicos para que as aulas pudessem ser agradáveis para os alunos. Nesse caso, com o apoio da professora regente, foi elaborado um caderno de atividades para serem entregues aos pais das crianças da turma e, como muitas delas são bastante agitadas, requer metodologias e estratégias que possam estimular o interesse das crianças para que queiram realizar as atividades com interesse.
Fato é que, não se pode desistir mediante os desafios e esses acabam fazendo com que tenhamos mais persistência e perseverança para que possamos alcançar os objetivos propostos.
O planejamento em parceria com a professora regente possibilitou-me uma nova visão de como a escola exerce um papel importantíssimo quando se trata de acolher a todos, sem distinção. Isso faz com que o educando sinta uma confiabilidade maior de forma a banir todo e qualquer tipo de preconceito que possa vir a existir em qualquer espaço social ou cultural.
O aluno no qual o estágio realizou-se se encontra no 5o ano do Ensino Fundamental, contudo, o mesmo possui necessidade de um apoio constante e permanente de um professor de apoio para que possa realizar alguma atividade ou mesmo para que possa obter algum novo aprendizado, levando em conta que, mesmo o aluno estando nesse nível de ensino, ele não consegue acompanhar os demais, o que requer a elaboração de um planejamento diferenciado e atividades diversificadas.
O aluno apresenta Déficit de Atenção, Osteogênese imperfeita, Agenesia do Corpo Caloso e TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Sendo assim, para Moreira (1999, p. 32):
Cerca de 3% das crianças em todo o mundo apresentam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Muitas chegam à idade adulta sem que o problema tenha sido diagnosticado, o que implica prejuízos ao desempenho acadêmico, à atividade profissional e à vida afetiva. Nesta entrevista, o psiquiatra Mario Louzã Neto, coordenador do Projeto Déficit de Atenção e Hiperatividade no Adulto (PRODATH) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica o que é esse distúrbio, como é feito o diagnóstico e que benefícios o paciente pode obter com o tratamento adequado.
Em geral, o paciente convive com a doença sem grandes problemas. Entretanto, não há perspectivas á longo prazo, devido à dificuldade crônica, à desatenção. Na empresa, por exemplo, o indivíduo tem dificuldade em obter uma ascensão, porque demora mais em certas tarefas, como fazer um relatório. É como se a pessoa estivesse sempre um pouco abaixo do esperado. O tratamento pode melhorar essa performance para que o adulto tenha melhor atenção.
Em se tratando do tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, estudos demonstram que começa na infância e tem como característica a falta de atenção, dificuldade de concentração, distração aumentada e hiperatividade. Esta última pode ser uma agitação ou uma impulsividade intensa
.
O conceito de necessidades educacionais especiais, que passa a ser amplamente disseminado a partir dessa declaração, ressalta a interação das características individuais dos alunos com o ambiente educacional e social. No entanto, mesmo com uma perspectiva conceitual que aponte para a organização de sistemas educacionais inclusivos, que garanta o acesso de todos os alunos e os apoios necessários para sua participação e aprendizagem, as políticas implementadas pelos sistemas de ensino não alcançaram esses objetivos. (ARAÚJO, 2003, p. 39).
Enfatizando ainda que, como Anexos, destacam-se os seguintes: Roteiro para pesquisa do contexto escolar e do Projeto Político da escola (VIDE ANEXO 1), Estudo do Diário de Observação (VIDE ANEXO 2), Estrutura do Plano de aula (VIDE ANEXO 3), Ficha de Acompanhamento do estágio obrigatório (VIDE ANEXO 4) e a Avaliação de desempenho do estagiário (VIDE ANEXO 5).
O estágio impulsiona a novos conhecimentos sobre os alunos no momento atual, uma vez que as aulas não são presenciais, o que faz com que os professores tenham que adaptar a forma de ensinar os conteúdos, mas como se pode perceber, mesmo o ensino sendo à distância, os professores estão sempre na busca de aprimorar o ensino e torná-lo cada vez mais satisfatório e, ao mesmo tempo, superar os desafios que não são poucos. 
Sendo assim, para que todas as etapas do estágio possam ser desenvolvidas com afinco e resultado, faz-se necessário a elaboração de projetos que possam englobar as potencialidades cognitivas, afetivas, sociais, motoras e intelectuais.
Além disso, a autonomia do Projeto se dá no fato de que as alterações necessárias à sua execução ocorrerão conforme os resultados das ações e que os integrantes de sua construção poderão revê-las, reconstruí-las ou alterá-las a qualquer momento do ano letivo.
Assim, com todasas mudanças, os problemas serão levantados e a busca de suas soluções terão cada vez mais um compromisso efetivo com a educação, buscando manter a escola em ordem, organizada, demonstrando progresso e competência, voltada para uma educação com responsabilidade e de qualidade para todos.
3 CONCLUSÃO
Realizar a terceira etapa do Estágio Curricular Obrigatório III - Educação Especial na Escola Estadual professora Eunice dos Santos Costa, com um aluno do 5o ano que possui algumas limitações, demonstrou-me o quanto as escolas precisam se conscientizar sobre o quanto a Educação Especial é de suma importância para o crescimento pessoal e profissional, haja vista que, descobre-se que é preciso respeitar as especificidades dos alunos e as suas limitações.
Conclui-se ainda que os desafios não são poucos, mas em se tratando de promover um ensino equitativo e qualitativo a todos os alunos.
Além do mais, adquirir novos saberes sobre a educação especial, assim como estratégias possibilitou uma grande contribuição para o meu aprendizado e demonstrou aquilo que realmente anseio em relação às questões profissionais no sentido de poder transmitir os conhecimentos na função de transmitir os conteúdos de forma significativa e qualitativa.
Porém, não se esperava que a realização dessa etapa do estágio seria distanciada das crianças e sem o contato tão importante e de grande valia que é abraçar e brincar com os mesmos durante a realização das atividades. Espera-se que na próxima etapa do estágio a situação passe a ser favorável para todos.
No entanto, mediante as propostas educativas colocadas em prática, possibilitou-me uma junção sobre a teoria, aquela que é adquirida através dos estudos, com a prática, que se consegue através da realização do estágio.
O estágio teve a carga horária de 50 horas e as atividades que foram desenvolvidas foi uma entrevista com o pedagogo para que se possa conhecer o PPP - Projeto Político Pedagógico da escola, observação de uma semana para análise da adequação do processo de ensino e aprendizagem, planejamento, regência de uma semana e a elaboração do relatório final.
Ensinar alunos com algumas limitações requer mais que um compromisso de ensinar, mas também, de proporcionar ao aluno o incentivo e a motivação para seguir em frente com os seus projetos, idéias e perspectivas de vida. Afinal, muitas vezes um simples gesto de afetividade vale mais do que algumas palavras.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, U. F. Temas transversais e a estratégia de projetos. São Paulo: Moderna, 2003;
BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre: Artmed, 2001;
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 2001;
MOREIRA, Marco Antônio. Teorias de aprendizagem. São Paulo: EPU, 1999.