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Trabalho de direito internacional

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Analise a situação da nacionalidade de Cláudia Cristina Sobral. Faça uma descrição, comentando, qual a nacionalidade originária, critério, e como situou-se depois e os efeitos decorridos.
A Constituição prevê que brasileiros não podem ser extraditados para países estrangeiros sob qualquer hipótese. como base o Inciso 51 do artigo 5º da Constituição, que diz que “nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização; ou de comprovado envolvimento em tráfico de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”. 
Quaisquer que fossem as circunstâncias e a natureza do delito, não poderia ser extraditado do Brasil a pedido de governo estrangeiro. É uma questão de soberania nacional.
A partir do roteiro de estudo proposto, analise se a extradição solicitada está de acordo com os requisitos legais. Para cada item do roteiro faça a identificação da questão fática anunciada e correspondente fundamentação legal.
1. Explique a noção de extradição. 
Extradição é o ato pelo qual um Estado estrangeiro entrega, a pedido, um indivíduo (chamado de extraditando) a outro Estado estrangeiro que é competente para julgá-lo ou puni-lo em virtude de crime praticado, pelo extraditando, em seu território.
Trata-se de um importante instrumento de cooperação internacional, no combate à criminalidade. O Supremo já deixou assentado que “A extradição – enquanto meio legítimo de cooperação internacional na repressão às práticas de criminalidade comum – representa instrumento de significativa importância no combate eficaz ao terrorismo, que constitui ‘uma grave ameaça para os valores democráticos e para a paz e a segurança internacionais (…)’ (Convenção Interamericana Contra o Terrorismo, Art. 11),
2. Em que situações a extradição não será concedida?
O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, não pode ser extraditado, pelo Brasil, a pedido de governo estrangeiro, pois a CR, em cláusula que não comporta exceção, impede, em caráter absoluto, a efetivação da entrega extradicional daquele que é titular, seja pelo critério do jus soli, seja pelo critério do jus sanguinis, de nacionalidade brasileira primária ou originária. Esse privilégio constitucional, que beneficia, sem exceção, o brasileiro nato (CF, art. 5º, LI), não se descaracteriza pelo fato de o Estado estrangeiro, por lei própria, haver-lhe reconhecido a condição de titular de nacionalidade originária pertinente a esse mesmo Estado (CF, art. 12, § 4º, II, a).
3. Nestas situações comente sobre os pontos a seguir destacado:
• Impedimento da extradição de brasileiro nato que tenha assumido outra
nacionalidade. O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza do delito, não pode ser extraditado, pelo Brasil, a pedido de governo estrangeiro, pois a CR, em cláusula que não comporta exceção, impede, em caráter absoluto, a efetivação da entrega extradicional daquele que é titular, seja pelo critério do jus soli, seja pelo critério do jus sanguinis, de nacionalidade brasileira primária ou originária. Esse privilégio constitucional, que beneficia, sem exceção, o brasileiro nato (CF, art. 5º, LI), não se descaracteriza pelo fato de o Estado estrangeiro, por lei própria, haver-lhe reconhecido a condição de titular de nacionalidade originária pertinente a esse mesmo Estado (CF, art. 12, § 4º, II, a).
• Extradição de brasileiro naturalizado. Nos termos do inciso LI do artigo 5º, antes descrito, nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei. Nos termos do inciso LI do artigo 5º, antes descrito, nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
 1ª – poderá haver a extradição passiva de brasileiro naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização;
2ª – poderá haver a extradição passiva de brasileiro naturalizado, em caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei.
Na primeira hipótese, o crime comum tem de ter sido praticado antes da naturalização. Já no segundo caso, não há menção quanto prazo. Assim, no caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, não importa se o envolvimento se deu antes ou depois da naturalização. Em ambos os casos, poderá haver a extradição.
Segundo o STF, “pode ser extraditado o brasileiro naturalizado que adquiriu a nacionalidade após a prática do crime comum que fundamenta o pedido de extradição.” (HC 87.219, rel. min. Cezar Peluso, julgamento em 14-6-2006, Plenário, DJ de 4-8-2006.)
4. Quais as condições para a concessão da extradição?
Entre essas condições estão: a exigência de que o ato cometido no país requerente seja considerado crime também no Brasil; o crime não estar prescrito; o extraditando não ter realmente a nacionalidade brasileira e a condenação não ultrapassar o limite para pena máxima no Brasil, que é de 30 anos.
5. Qual órgão judicial tem competência para o processo extradicional? E qual a natureza de sua análise do caso de extradição?
Cabe ao Supremo Tribunal Federal "julgar" o pedido extradicional e, na ausência de qualquer outra disposição dizendo que a eficácia desse julgamento se submete ao crivo do Presidente da República, resta concluir que a decisão do STF é definitiva, seja ela qual for cabendo ao Chefe de Estado apenas cumpri-la.
A extradição somente será deferida pelo Estado brasileiro diante da existência de tratado bilateral com o país requerente, ou, em caso de sua ausência, diante a promessa de reciprocidade recebida por via diplomática desde o pedido da prisão cautelar (art. 84, § 2o, 13.445/2017).
6. Quais os compromissos que o Estado requerente deve assumir frente ao Estado
brasileiro para a consumação da extradição?
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal deferiu a extradição de Cláudia, condicionando a sua entrega a assunção de alguns compromissos, que correspondem, basicamente, à vedações constitucionais no tocante ao cumprimento da pena, quais sejam, i) não aplicar pena de morte ou de prisão perpétua; ii) observar a pena máxima de 30 (trinta) anos; e, detrair a pena cumprida no Brasil.
Entende o Supremo Tribunal Federal que os compromissos diplomáticos a serem prestados pelo Estado requerente constituem pressupostos que devem ser cumprido para a entrega do extraditando, não importando para o deferimento da extradição em si (BRASIL, 2000).
O Tratado de Extradição Brasil-Estados Unidos prevê, em seu artigo VI, a obrigação do Estado requerente em não aplicar a pena de morte ao indivíduo extraditado, quando esta não for admitida pela legislação do Estado requerido, silenciando-se quanto ao restante dos compromissos.
A aplicação das condicionantes de comutar a pena de morte em pena privativa de liberdade, bem como de detrair o tempo de prisão preventiva cumprida no Brasil, encontram-se positivadas no ordenamento brasileiro desde o Decreto-Lei n. 941, de 13 de outubro de 1969 (BRASIL, 1969), o qual dispunha em seu artigo 98, in verbis:

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