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Farmacologia Aplicada – Professora Viviane Horta FÁRMACOS QUE ATUAM NO SISTEMA CARDIOVASCULAR II: FÁRMACOS ANTIARRÍTMICOS Potencial de Ação das Células do Nodo Sinusal · Fase 0: Despolarização – influxo de Ca++ · Fase 3: Repolarização – efluxo de K+ · Fase 4: Despolarização espontânea lenta – influxo de Na+ Arritmia Anormalidade na frequência cardíaca decorrente de alteração na origem do impulso cardíaco, na condução deste ou por uma associação de ambos os fenômenos ↓ Modificação na sequência normal da ativação atrial e ventricular ↓ Instabilidade hemodinâmica (enchimento e ejeção ineficazes) Causas de Arritmias · · Modificações no equilíbrio entre os sistemas nervoso simpático e parassimpático · Alterações iônicas (principalmente K+ e Ca++) · Estiramento excessivo da musculatura cardíaca (Cardiomiopatia dilatada) · Trauma mecânico · Hipóxia · Isquemia · Infarto do miocárdio · Miocardites · Distúrbios endócrinos · Uso de medicamentos arritmogênicos (Ex: digoxina) · ICC Consequências Hemodinâmicas das Arritmias · Dependem de fatores como: · Presença de outra doença que não seja cardíaca · Uso de medicamentos associados · Estado funcional do coração · Duração e tipo de ativação do ritmo anormal · VPC (Contração ventricular prematura) – ↓ 5% circulação coronariana; ↓ 8 a 12% fluxo sanguíneo cerebral (FSC) · Taquicardia Ventricular – ↓60% circulação coronariana; ↓ 75% FSC · Fibrilação atrial – ↓23% FSC Eletrocardiograma · Exame complementar que analisa a formação e condução do estímulo cardíaco · Onda P: despolarização atrial · Ondas QRS: despolarização ventricular · Onda T: repolarização ventricular Repolarização atrial??? Classificação das Arritmias · · Foco de origem · Supraventriculares (origem atrial) · Ventriculares (origem ventricular) · Condução anormal · Taquiarritmias · Bradiarritmias Ritmo Sinusal · Origem no nodo sinoatrial · Presença de onda P · Complexos QRS presentes e relacionados as ondasP · Intervalo PR constante Contração Ventricular Prematuro (VPC) · Surge de um ou mais focos ectópicos dentro do miocárdio ventricular · No ECG: · Morfologia anormal do complexo QRS-T (anormal, bizarra) · Onda T grande e na direção oposta do QRS · Não está associado a uma onda P precedente Quando tratar? · · Sinais clínicos? · Alterações hemodinâmicas? Atenção! · Não precisa ser cardiopata para ter/apresentar arritmia!!! · Quando houver arritmia a avaliação dos ELETRÓLITOS é PRIMORDIAL!! Fármacos Antiarrítmicos · Fármacos capazes de controlar e/ou suprimir arritmias · O objetivo da terapia antiarrítmica é prevenir o comprometimento hemodinâmico e a morte súbita pela presença de arritmias graves Classificação dos Fármacos Antiarrítmicos · Classe I – Quinidina, Procainamida (IA); Lidocaína, Mexiletina (IB) · Classe II – Propanolol, Metoprolol, Atenolol, Esmolol, Carvedilol · Classe III – Sotalol, Amiodarona, Bretílio · Classe IV – Verapamil, Diltiazem Antiarrítmicos Classe I · Indicados para o tratamento de taquiarritmias ventriculares; alguns autores recomendampara o tratamento das taquiarritmias supraventriculares · Estabilizam a membrana miocárdica · Atuam bloqueando os canais de Na+ - fase 0 dura mais tempo (reduz a velocidade de condução) Antiarrítmicos Classe I – Lidocaína · Fármaco de escolha nas emergências caracterizadas por taquicardia ventriculare seus sinais clínicos · Latência curta · Administração intravenosa em bolus ou infusão contínua · Administração oral – necessita de biotransformação hepática – extremamente tóxica Antiarrítmicos Classe II – β-Bloqueadores · Exercem atividade antiadrenérgica no coração · Atuam na fase 4 do potencial de ação diminuindo a velocidade de condução · Indicados para a terapia das taquiarritmias supraventriculares e ventriculares relacionadas com o estímulo dos receptores β às catecolaminas · Antiarrítmicos Classe II – β-Bloqueadores · O bloqueio β-adrenérgico resulta em fatores que que vão melhorar as condições eletrofisiológicas celulares e reduzir os focos de arritmias, como: · Diminuição da contratilidade miocárdica · Diminuição do consumo de O2 · Diminuição da frequência cardíaca β-Bloqueadores · Seletivos – Metoprolol, Atenolol, Esmolol (β1 seletivos) · Metoprolol · Indicado para a terapia de taquiarritmias supraventriculares e ventriculares decorrentes da fibrilação atrial · Atenolol · Efeito mais duradouro · Cardiomiopatia hipertrófica (gatos); taquicardias supraventriculares dos cães e gatos · Eliminado na urina sem ser biotransformado · Esmolol · Intravenoso; curta duração · Taquicardias supraventriculares (emergências) · Não seletivos – Propranolol (β1 e β2); Carvedilol (ação β adrenérgica não seletiva e α1) · Propanolol · Ação em receptores β1 e β2 · Atualmente vem sendo substituído por fármacos mais seletivos · Associados aos antiarrítmicos da Classe I para a terapia das arritmias ventriculares refratárias · Administração oral; biotransformação hepática – não indicado para pacientes com asma e outros distúrbios aéreos superiores · Interage com a digoxina – exacerba o bloqueio atrioventricular · Carvedilol · Bloqueador β adrenérgico não seletivo, com atividade em receptor α1(propriedades vasodilatadoras) Antiarrítmicos Classe III · Prolongam o potencial de ação de modo “puro” (bloqueando os canais de potássio) · Aumentam o período refratário (ação direta – prolongando a condução nos nós sinusal e atrioventricular) · Eficientes principalmente na terapia de taquiarritmias ventriculares · Sotalol · Bloqueador β adrenérgico não seletivo com efeitos antiarrítmicos da classe III (prolonga o potencial de ação e aumenta o período refratário do miocárdio no átrio e ventrículo) · Taquiarritmias ventriculares e supraventriculares · Somente 1% é biotransformado e eliminado por via renal · Amiodarona · Bloqueia canais de K+, e em menor grau os canais de Na+ · Antiarrítmico completo, por ser indicado para as taquiarritmias supraventriculares, fibrilação atrial e taquiarritmias ventriculares refratárias a lidocaína · VO, IV(lento!!!) · Distúrbios hepáticos e gastrointestinais em cães Antiarrítmicos Classe IV · Antagonistas dos canais de Ca++ (platô) · Prolongam a condução nos nós sinusal e AV · Efetivos no tratamento das taquicardias supraventriculares · Verapamil · IV, VO · Cardiomiopatia hipertrófica (gatos); fibrilação atrial em cães e gatos irresponsivos aos digitálicos · Efeitos adversos: depressão da contratilidade cardiovascular e vasodilatação periférica · Não devem ser associados aos betabloqueadores – somatória dos efeitos inotrópicos, cronotrópicos e dromotrópicos negativos · Diltiazem · Usado em cães e gatos associados à digoxina *Diferente do verapamil, o diltiazem não interfere não interfere na excreção da digoxina · Efeitos adversos – superdosagem– vasodilatação e bradicardia · Não administrar associado aosbloqueadores alfa-adrenérgicos Outros Fármacos Digitálicos · Agentes de escolha no controle da fibrilação atrial · Atuam nos canais de Ca++ - aumentam o inotropismo e reduzem o cronotropismo Atropina · Parassimpatolítico indicado para o tratamento das bradiarritmias (Bradicardia sinusal, parada sinusal, bloqueios atrioventriculares) · Antagonista competitivo dos receptores colinérgicos muscarínicos · Atua abolindo a influência do sistema nervoso autônomo parassimpático sobre os nós AS e AV · Efeitos tóxicos: midríase, constipação intestinal e boca seca Terapêutica Cuidados na Escolha e Emprego dos Antiarrítmicos · Identificar a arritmia adequadamente e estabelecer sua origem · Usar o medicamento na dosagem correta, evitando subterapia ou intoxicações · Determinar a resposta do paciente ao medicamento · Ter conhecimento da existência dos medicamentos arrítmicos (digitálicos, halotano, tiobarbitúricos, xilazina) · Atenção aos efeitos adversos e interação com outros medicamentos
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