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1 BBPM III - ANATOMIA ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO TÓRAX CASO CLÍNICO • Uma mulher de 34 anos chega ao setor de emergência com queixa de dor torácica iniciada algumas horas após um acidente automobilístico • Relata estar usando cinto de segurança no momento do acidente. Queixa-se de falta de ar e dor na região anterolateral direita do tórax, que piora com a inspiração • Referências: Moore, Fatinni, Grey CONTEÚDO DA CAVIDADE TORÁCICA • Reniforme; um espaço com diâmetro transversal ovoide, entalhe profundo na região posterior causado pela coluna vertebral torácica e pelas cabeças e colos das costelas que se articulam com ela • Como interpretar uma TC transversal: Cadáver deitado de baixo para cima • 3 CAVIDADES: direita, esquerda e mediastino • Cavidades pulmonares direita e esquerda, compartimentos bilaterais que contêm os pulmões e as pleuras e ocupam a maior parte da cavidade torácica • Mediastino central: compartimento interposto entre as duas cavidades pulmonares e separando-as completamente, que contém coração, partes torácicas dos grandes vasos, parte torácica da traqueia, esôfago, timo e outras estruturas , estende-se verticalmente da abertura superior do tórax até o diafragma e anteroposteriormente do esterno até os corpos vertebrais torácicos. • O mediastino é dividido em duas áreas: superior e inferior. A parte inferior tem um compartimento anterior, médio e posterior. • Quais os limites de cada área do mediastino? - • O limite superior do tórax é a primeira costela • O limite inferior é o músculo diafragma CAVIDADE PULMONAR: PLEURA • Cada cavidade pulmonar é revestida por uma membrana pleural (pleura) que também se reflete e cobre a face externa dos pulmões • É uma túnica fibrocerosa - Outros exemplos de fibrocerosa: pericárdio e peritônio • Toda cerosa tem duas lâminas: uma parietal e uma visceral → juntas formam o saco pleural • Cavidade pleural: espaço virtual entra as camadas da pleura. Contém uma camada capilar de líquido pleural seroso que lubrifica as superfícies pleurais e permite que as camadas deslizem entre si • Cada pulmão tem uma pleura parietal • Pleura visceral (pulmonar): reveste toda a superfície pulmonar , formando sua face externa brilhante. A pleura visceral é contínua com a pleura parietal no hilo do pulmão 2 BBPM III - ANATOMIA • Pleura parietal: reveste as cavidades pulmonares, tem três partes: costal, mediastinal e diafragmática, e a cúpula da pleura (visceral) • Cúpula da pleura cobre o ápice do pulmão; parte que se estende superiormente através da abertura superior do tórax até a raiz do pescoço • A cúpula da pleura é reforçada por uma extensão fibrosa da fáscia endotorácica, a membrana suprapleural • Existe um ponto quem a pleura parietal se reflete e vai cobrir a víscera virando pleura visceral = ponto de fusão • Um rompimento na pleura pode causar aumento da pressão na víscera • RECESSOS PLEURAIS: a) Costodiafragmático: na parte inferior de cada pulmão, circundam a convexidade superior do diafragma dentro da parede torácica b) Costomediastinal: localizados posteriormente ao esterno, onde a parte costal está em contato com a parte mediastinal. Maior no pulmão esquerdo do que no direito, porque a incisura cardíaca do pulmão esquerdo é acentuada do que a impressão correspondente no saco pleural - no pulmão esquerdo é possível fazer uma punção entre a sexta e a quinta cartilagem costal sem causar prejuízos - espaço para fazer massagem cardíaca sem atingir a pleura • Qualquer acesso tem que abduzir os braços = maior exposição do gradil costal ANATOMIA EXTERNA DOS PULMÕES • Órgãos vitais da respiração • Pulmões saudáveis em pessoas vivas são normalmente leves, macios e esponjosos e ocupam totalmente as cavidades pulmonares • Também são elásticos e retraem-se a aproximadamente um terço do tamanho original quando a cavidade torácica é aberta • São separados pelo mediastino • Cada pulmão tem: um ápice (acende acima da costela I até a raiz do pescoço, uma base (acomoda a cúpula ipsilateral do diafragma e se apoia nela), lobos, fissuras, três faces e três margens PULMÃO DIREITO MOROFOLOGIA EXTERNA • Apresenta fissuras oblíqua direita e horizontal, que o dividem em 3 lobos direitos: superior, médio e inferior • É mais curto e mais largo, porque a cúpula direita do diafragma é mais alta e o coração e o pericárdio estão 3 BBPM III - ANATOMIA mais voltados para a esquerda. A margem anterior do pulmão direito é relativamente reta • Hilo pulmonar • Impressões: cardíaca, veia cava superior, arco da v. ázigo e esofágica PULMÃO ESQUERDO MORFOLOGIA EXTERNA • Tem uma única fissura oblíqua esquerda, que o divide em 2 lobos: superior e inferior • A margem anterior do pulmão esquerdo tem uma incisura cardíaca profunda • Língula: estende-se abaixo da incisura cardíaca • Base, ápice, lobos e fissuras, faces, margens, hilo pulmonar • Impressões: cardíaca, arco da a. aorta e a. subclávia • Os pulmões estão fixados ao mediastino pelas raízes dos pulmões, isto é, os brônquios, artérias pulmonares, veias pulmonares superior e inferior, plexos pulmonares de nervos e vasos linfáticos - artéria pulmonar - veias pulmonares superior e inferior - brônquio principal • Hilo do pulmão e uma área cuneiforme na face mediastinal de cada pulmão através da qual entram ou saem do pulmão estruturas que formam sua raiz ANATOMIA DE SUPERFÍCIE • As cúpulas da pleura e os ápices dos pulmões atravessam a abertura superior do tórax e entram profundamente nas fossas supraclaviculares, que são depressões localizadas posterior e superiormente às clavículas e lateralmente aos tendões dos músculos esternocleidomastóideos; • As margens anteriores dos pulmões situam-se adjacentes à linha anterior de reflexão da pleura parietal, entre as 2a e 4a cartilagens costais; • A incisura cardíaca deixa uma impressão mais profunda na margem anterior do pulmão esquerdo. TRAQUÉIA: BRÔNQUIOS PRINCIPAIS • A partir da laringe, as paredes das vias respiratórias são sustentadas por anéis de cartilagem hialina em formato de ferradura ou em C • As vias respiratórias sublaríngeas formam a árvore traqueobronqueal • A traqueia, situada o mediastino superior, se bifurca no nível do plano transverso do tórax (ou ângulo do esterno) em brônquios principais, um para cada pulmão que seguem em sentido inferolateral e entram nos hilos dos pulmões a) O brônquio principal direito é mais largo, mais curto e mais vertical do que o brônquio principal esquerdo porque entra diretamente no hilo do pulmão b) O brônquio principal esquerdo segue inferolateralmente, inferiormente ao arco da aorta e anteriormente ao esôfago e à parte torácica da aorta, para chegar ao hilo do pulmão • Cada brônquio principal divide-se em Brônquios lobares, dois à esquerda e três à direita, e cada um dele supre um lobo do pulmão • Cada brônquio lobar divide-se em vários brônquios segmentares que suprem os segmentos broncopulmonares • Além desses, há 20 a 25 gerações de bronquíolos condutores ramificados, que terminam como bronquíolos terminais • Cada bronquíolo terminal da origem à diversas gerações de bronquíolos respiratórios • O alvéolo pulmonar é a unidade estrutural básica de troca de gases no pulmão 4 BBPM III - ANATOMIA VASOS E NERVOS DOS PULMÕES VASOS • Cada pulmão tem uma grande artéria para irrigação e duas veias pulmonares que drenam seu sangue • As artérias pulmonares direito e esquerda originam-se do tronco pulmonar no nível do ângulo do esterno e conduzem sangue pouco oxigenado aos pulmões para oxigenação • Cada artéria pulmonar torna-se parte da raiz do pulmão correspondente e divide-se em artérias lobares secundárias. As artérias lobares dividem-se em artériassegmentares terciárias • Duas veias pulmonares de cada lado, uma veio pulmonar superior e uma veia pulmonar inferior conduzem sangue rico em oxigênio (arterial) dos lobos correspondentes de cada pulmão para o átrio esquerdo do coração NERVOS • Os nervoso dos pulmões e da pleura visceral são derivado dos plexos pulmonares anteriores e principalmente posteriores às raízes dos pulmões • As fibras parassimpáticas conduzidas até o plexo pulmonar são fibras pré-ganglionares do nervo vago - são motoras para o músculo liso da árvore bronquial (broncoconstritora), inibidoras para os vasos pulmonares (vasodilatadoras) e secretoras para as gll da árvore bronquial (secretomotoras) • As fibras simpáticas dos plexos pulmonares são fibras pós-ganglionares. São inibitórias para o músculo brônquico (broncodilatadoras), motoras para os vasos pulmonares (vasoconstritoras) e inibitórias para as gll alveolares da árvore bronquial • As fibras aferentes viscerais dos plexos pulmonares são reflexas ou nociceptivas • Fibras aferentes viscerais reflexas com corpos celulares no gânglio sensitivo do nervo vago acompanham as fibras parassimpáticas, conduzindo em direção central os impulsos de terminações nervosas relacionadas aos reflexos da tosse (mucosa dos brônquios), percepção do estiramento (músculos dos brônquios), reflexos de Hering-Breuer (tecido conectivo interalveolar), receptores pressores (aa pulmonares) e quimiorreceptores (vv pulmonares) • Fibras aferentes nociceptivas da pleura visceral e dos brônquios acompanham as fibras simpáticas (gânglio sensitivo do nervo vago) • Nervos da pleura parietal provém dos nervos intercostais e frênicos 5 BBPM III - ANATOMIA O MEDIASTINO • É o compartimento central da massa torácica • É coberto de cada lado pela parte mediastinal da pleura parietal e contém todas as vísceras e estruturas torácicas, exceto os pulmões • Estende-se da abertura superior do tórax até o diafragma inferiormente e do esterno e cartilagens costais anteriormente até os corpos das vértebras torácicas posteriormente • Dividido em parte superior e inferior • O inferior possui 3 partes MEDIASTINO SUPERIOR • Estende-se inferiormente da abertura superior do tórax até o plano horizontal, que inclui o ângulo do esterno anteriormente e atravessa aproximadamente a junção (disco IV) das vértebras T IV e T V posteriormente (em geral, denominado plano transverso do tórax) ESTRUTURAS ENCONTRADAS: • Timo, Traqueia, Esôfago, Nervos (Vago, Plexo pulmonar e esofágico) • Grandes vasos: Vv. Braquiocefálicas, V. cava superior, Parte ascendente e arco da aorta, Arco da v. ázigo, Tronco braquiocefálico, Aa. Carótidas, Aa. Subclávia • Grandes vasos: tronco braquicefálico, aa carótidas comum, aa subclávia esquerda MEDIASTINO INFERIOR: ANTERIOR, MÉDIO E POSTERIOR • Situado entre o plano transverso do tórax e o diafragma, é subdividido ainda em anterior, média e posterior MEDIASTINO VISTA LATERAL 1. MEDIASTINO POSTERIOR CONTEÚDO • Parte torácica da aorta: T4, esquerda de T5-T12 - desloca o esôfago - hiato aórtico • Esôfago torácico: posterior e direta do arco aórtico, posterior ao pericárdio e ao átrio esquerdo -hiato esofágico - comprimido por 3 estruturas: arco da aorta, BPE, diafragma • Ducto torácico e troncos linfáticos • Troncos simpáticos torácicos: deles saem os nervos esplâncnicos torácicos inferiores (maior, menor e imo) Deve-se lembrar que há movimento vertical das estruturas do mediastino devido à ação da gravidade, conforme a pessoa esteja em decúbito dorsal, posição ortostática ou em decúbito lateral. Em decúbito dorsal: • O arco da aorta situa-se superiormente ao plano transverso do tórax • A bifurcação da traqueia é cortada pelo plano transverso do tórax • O centro tendíneo do diafragma (ou a superfície diafragmática ou extensão inferior do coração) situa-se no nível da sínfise xifosternal e da vértebra T IX. Na posição ortostática ou sentado com as costas retas: • O arco da aorta é cortado pelo plano transverso do tórax • A bifurcação da traqueia situa-se inferiormente ao plano transverso do tórax • O centro tendíneo do diafragma pode descer até o nível do meio do processo xifoide e do disco entre T IX e T X. 6 BBPM III - ANATOMIA 2. MEDIASTINO MÉDIO • pericárdio e seu conteúdo (coração e as raízes de seus grandes vasos) 3. MEDIASTINO ANTERIOR CORAÇÃO • Conceito: bomba dupla, autoajustável de sucção e pressão • Localização: MEDIASTINO MÉDIO • Relações: pulmões, diafragma, esterno, coluna vertebral INERVAÇÃO DO CONTEÚDO TORÁCICO • Plexo pulmonar, plexo cardíaco e plexo esofágico VASOS SANGUÍNEOS DO TÓRAX • Tronco e aa. Pulmonares • Veias pulmonares • Aorta • Veias braquiocefálicas • Veia cava superior • Veia cava inferior DRENAGEM LINFÁTICO DO TÓRAX Linfonodos pulmonares→ linfonodos broncopulmonares → linfonodos traqueobronquiais , tronco paratraqueal → tronco broncomediastinal → ducto torácico e ducto linfático direito NERVOS • Nn frênicos: direito e esquerdo • Nn. Vagos: direito e esquerdo SISTEMA ÁZIGO • Veia colateral entre a veia cava superior e inferior • Veia ázigo: no lado direito - Drena sangue do dorso e toracoabdominal - vísceras do mediastino • Sistema hemiázigo: no lado esquerdo - vv. Subcostal E e lombar ascendente IMPORTANTE • A radiografia de tórax mais solicitada é a incidência posteroanterior (PA), usada principalmente para examinar as estruturas respiratórias e vasculares, bem como a parede torácica • O radiologista ou técnico coloca a face anterior do tórax do paciente encostada no detector de raios X ou chassi e roda os ombros anteriormente para afastar as escápulas das partes superiores dos pulmões • A pessoa inspira profundamente e prende a respiração. A inspiração profunda causa a descida das cúpulas diafragmáticas, enche os pulmões de ar (aumenta sua radiotransparência) e conduz as margens inferiores dos pulmões para os recessos costodiafragmáticos. As margens inferiores devem ser vistas como ângulos agudos, nítidos. O acúmulo de derrame pleural nesse local não permite a descida da margem inferior para o recesso, e a densidade de ar radiotransparente habitual é substituída por radiopacidade. • As áreas encobertas em incidências PA geralmente são visíveis nas radiografias laterais. Nas incidências laterais, as vértebras torácicas médias e inferiores são visíveis, embora sejam parcialmente encobertas pelas costelas. As três partes do esterno também são visíveis. As radiografias laterais permitem melhor visualização de uma lesão ou anomalia limitada a um lado do tórax 7 BBPM III - ANATOMIA CASO CLÍNICO • Perfuração da pleura: ar invade a cavidade pleural → desloca a pleura parietal da visceral → empurra o parênquima pulmonar • No caso clínico provavelmente houve uma perfuração por fratura de costela = PNEUMOTÓRAX • A cavidade pleural é um espaço potencialmente ocupado por um pequeno volume de líquido entre as lâminas visceral e parietal. Se um volume de ar penetrar na cavidade pleural, há comprometimento da tensão superficial responsável pela adesão da pleura visceral à pleura parietal e pela manutenção dos pulmões expandidos nos limites da cavidade torácica. A entrada de ar na cavidade pleural provoca colapso pulmonar, resultando em atelectasia. Quando ocorre colapso pulmonar, a cavidade pleural se torna um espaço real e contém ar (pneumotórax), sangue (hemotórax) ou linfa (quilotórax) PNEUMOTÓRAX, HIDROTÓRAX E HEMOTÓRAX A entrada de ar na cavidade pleural (pneumotórax), resultante de uma ferida penetrante da pleura parietal por um projétil de arma de fogo, por exemplo, ou por ruptura de uma lesão pulmonarpara a cavidade pleural (fístula broncopleural), provoca o colapso do pulmão (Figura B1.8). Costelas fraturadas também podem romper a pleura visceral e o pulmão, causando pneumotórax. O acúmulo substancial de líquido na cavidade pleural (hidrotórax) pode ser consequência de derrame pleural (passagem de líquido para a cavidade pleural). Em uma ferida no tórax, também pode haver entrada de sangue na cavidade pleural (hemotórax) (Figura B1.9). A lesão de um grande vaso intercostal ou torácico interno é uma causa mais frequente de hemotórax do que a laceração pulmonar. Se houver acúmulo de ar e líquido (hemopneumotórax, se o líquido for sangue) na cavidade pleural, observa-se um nível hidroaéreo (linha nítida e horizontal, qualquer que seja a posição do paciente, indicando a superfície superior do líquido) na radiografia.
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