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Definição São pigmentos lipofílicos que ocorrem em plantas, peixes, aves, algas, leveduras e bactérias. Estão listados mais de 750 carotenoides com estruturas químicas definidas e dados analíticos chaves. Entre os carotenoides encontrados na natureza, cerca de 40-50 ocorrem na cadeia alimentar humana, mas 24 foram detectados no plasma e em tecidos de seres humanos. Os carotenoides no plasma humano incluem betacaroteno, alfacatoreno, betacriptoxantina, luteína, zeaxantina e licopeno. Esses 6 carotenoides principais respondem por aproximadamente 70% de todos os carotenoides identificados no plasma e em tecidos de seres humanos. Os carotenoides são divididos em dois grupos maiores: xantófilos, que são carotenoides oxigenados, incluindo a luteína, zeaxantina e betacriptoxantina. E, carotenos, que são os carotenoides hidrocarbontos ciclizados, como o alfacaroteno e o betacaroteno, ou lineares, como o licopeno. O betacaroteno, alfacaroteno e a betacriptoxantina são fontes importantes de vitamina A. Fontes alimentares As principais fontes de carotenoides na dieta humana são frutas e vegetais de pigmentação intensamente amarela a vermelha. Os exemplos mais comuns de coloração carotenoide na dieta humana incluem vegetais amarelos, como o milho e a gema de ovo. Ambos são ricos em carotenoides e luteína. O betacaroteno é responsável pela cor laranja de cenouras, enquanto o licopeno, pela cor vermelha do tomate. Já a zeaxantina, responde pela cor rosa do salmão. Nas folhas verdes de vegetais, as cores dos carotenoides são frequentemente mascaradas pela clorofila. Funções biológicas dos carotenoides e seus componentes Betacaroteno, betacriptoxantina, luteína, zeaxantina e licopeno, podem desempenhar papéis biológicos exclusivos na proteção contra o desenvolvimento de doenças crônicas e degenerativas, incluindo a deficiência de vitamina A e seus problemas de saúde relacionados, degeneração macular relacionada com a idade, doença cardiovascular, certos tipos de câncer e lesões cutâneas. Atividade dependente de retinoide: A função biológica humana mais claramente definida de carotenoides em seres humanos é sua atividade de vitamina A. Por meio do processo de clivagem central, os carotenoides provitamina A, servem como precursores de vitamina A e representam as principais fontes dessa vitamina na dieta. Pela ação da vitamina A, os carotenoides provitamina A exercem efeitos sobre vários processos vitais críticos, como visão, reprodução, metabolismo, diferenciação, hematopoiese, desenvolvimento ósseo, formação de padrão durante embriogênese e tumorigênese. Atividade antioxidante: Os radicais livres podem gerar dano celular por reagirem com proteínas, lipídeos, carboidratos e DNA. Grande parte da atividade biológica atribuída aos carotenoides se deve às suas capacidades antioxidantes, onde eles desempenham papéis críticos na proteção contra doenças crônicas. Enzimas de fase II e elementos de resposta antioxidante: Os efeitos benéficos de carotenoides podem se originar da indução das enzimas de fase II. Tais enzimas de fase II possuem importantes propriedades detoxificantes e antioxidantes no combate a espécies reativas de oxigênio e substâncias estranhas, incluindo carcinógenos potenciais. Comunicações da junção de hiato: As comunicações da junção de hiato (GJC) são canais existentes entre as células que possibilitam a troca de nutrientes, produtos residuais e informações pelas células conectadas. As GJC são implicadas no controle do crescimento celular por meio de respostas adaptativas de diferenciação, proliferação e apoptose. Tanto os carotenoides provitamina A, como os não provitamina A podem inibir a transformação neoplásica induzida por carcinógenos e suprarregular a expressão de mRNA da Cx43. Os produtos oxidativos de carotenoides e seus metabolitos, especialmente o licopeno, podem ser responsáveis pelo aumento das GJC. Modulação de hormônios e fatores de crescimento: Os sistemas de sinalização de hormônios esteroides e fator de crescimento semelhante a insulina (IGF) podem desempenhar um papel na ação biológica de carotenoides, particularmente o licopeno. O licopeno reduziu a expressão da 5-a- redutase-1 em tumores de próstata. Carotenoides como licopeno, fitoeno e fitoflueno, inibiram a transativação induzida por estrogênio, do elemento de resposta a esse hormônio ligado pelos receptores estrogênicos nucleares ERα e ERβ. A suplementação de licopeno foi associada a inibição de metaplasia escamosa pulmonar induzida pela fumaça de cigarro, à diminuição do antígeno nuclear de proliferação celular e à indução de apoptose. Efeito pró-oxidante: Os carotenoides podem se comportar como pró-oxidantes em algumas situações. Sob concentrações mais altas de oxigênio, é possível a formação de radical peróxi do carotenoide que, pode atuar como pró-antioxidante, promovendo a abstração de hidrogênio e a oxidação de lipídeos insaturados e, com isso, exacerbar o dano à membrana. Os carotenoides podem atuar como um antioxidante protetor contra o câncer em níveis fisiológicos, embora possa perder sua eficácia ou até exercer efeitos pró- oxidantes em níveis farmacológicos.