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Formação do pensamento na sociedade brasileira.

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS 
 
DISCIPLINA: Pensamento Social e Político Brasileiro I 
DOCENTE: Dra. Aparecida Maria Abranches 
 
Nome: Bruna Nunes Penha 
Matrícula: 20190071681 
 
 
 
 
 
De que modo a disciplina PSPB1 contribuiu para os meus conhecimentos sobre a 
sociedade brasileira? 
 
 
 
 
 
 
Seropédica 
2020.1 
A formação do pensamento na sociedade brasileira se deu principalmente por teorias racistas. 
Renato Ortiz, cita três teóricos brasileiros que se embasaram diretamente em teorias que 
inferiorizavam os pretos e indígenas, e colocavam os brancos, mais precisamente, os europeus, 
num pedestal, como os seres mais evoluídos e inteligentes cultural e cientificamente. 
Por haver mais de uma raça no território brasileiro, nós éramos considerados inferiores em 
relação ao mundo ocidental. Silvio Romero, Nina Rodrigues e Euclides da Cunha se baseiam 
nessas teorias raciais, e afirmam então que o Brasil ser torna um espaço de miscigenação, com 
a fusão de três raças (branco, preto e mestiços), porem, a raça branca era considerada superior 
e os africanos vistos como um obstáculo para a construção civilizatória do Brasil. 
Com a mestiçagem, os intelectuais viram uma maneira de inserir a sociedade europeia no Brasil, 
pois com o passar do tempo, os descendentes de indígenas e africanos ficariam mais brancos 
por conta da miscigenação. 
Porém, para Nina Rodrigues, a mestiçagem era uma forma de rebaixar o elemento branco. A 
mistura traria uma herança biológica ruim, sendo os mestiços apáticos, desleixados, imorais e 
ignorantes. Essa tese do branqueamento se tornou então uma ideia nacional utópica para os 
intelectuais da época, pois seria o começo do processo de branqueamento da civilização 
brasileira. 
Renato Ortiz acreditava que essas teorias racistas influenciaram para atribuir a degeneração 
física e mental do brasileiro à miscigenação, mas Gilberto Freyre, acaba se opondo à essa ideia 
a partir da influencia que teve de Franz Boas. 
Freyre formula a teoria culturalista da identidade brasileira, ou seja, o Brasil continuou sendo 
visto como um meio incapacitado para a civilização, porém, não era a raça que explicava o 
ambiente brasileiro, e sim a cultura e a produção (monocultura latifundiária). 
O que o Brasil se tornou foi influencia da casa grande e senzala e das relações que foram criadas 
lá dentro, pois todos os elementos de sociedade aconteciam dentro da casa grande. Essa cultura 
vai resultar do sistema de produção econômica e a escassez de mulheres brancas. A partir dai 
acontece a miscigenação, com as escravas tendo filhos com os senhores de engenho. 
Logo, podemos afirmar que essa herança biológica “ruim” causada pela miscigenação, não é 
exatamente hereditário. Essa aparência ocorre pela fome causada pela monocultura 
latifundiária, que dava uma vida de miséria para a população não branca, que era explorada 
dentro e fora da casa grande e senzala, levando-os a contrair doenças e dissemina-las para os 
outros, e o Brasil passou a ser pensado a partir dessa visão. 
Outro intelectual que influencia a explicação do culturalismo é o Sergio Buarque de Holanda, 
pensando a sociedade brasileira a partir da cultura, e excluindo a explicação racial e biológica. 
Ele pensa o Brasil a partir de suas raízes ibéricas. 
Para ele, ser portador dessa herança ibérica, significa ser portador das formas de ser e das 
instituições que se formaram em Portugal, e formula uma classificação de tipos para a 
compreensão das duas culturas que se formaram na América, vinculando o personalismo ao 
iberismo. 
Sergio Buarque trabalha com o conceito de atraso e modernidade. Ele diz que os EUA aparecem 
como o conceito moderno, enquanto o Brasil seria o atraso, ou seja, o local cultural não 
vocacionado para as formas democráticas de organização social, para a vida do trabalho, e sim 
uma cultura vocacionada para as formas personalistas e autoritárias de governo. 
Não temos uma cultura própria, o que somos é a herança de um outro lugar, mais precisamente, 
Portugal. A partir disso, ele afirma que a característica mais marcante que herdamos é o 
personalismo, que dá uma extrema importância ao valor da pessoa, uma autonomia excessiva. 
Essa cultura da personalidade resulta de uma fraqueza das formas de organização, como na 
Iberia não havia uma separação muito forte de classe, os indivíduos eram mais acomodados, e 
gozavam de privilégios que antes, eram de pessoas consideradas mais importantes, como os 
senhores feudais. 
Com essa herança que possuímos, Sergio Buarque estuda o conceito que ele chama de Homem 
Cordial, que é um individuo dominado pelo sentimento, pelos afetos pessoais, pelo coração. E 
por conta disso, ele acredita que o Estado perde a força dessa herança ibérica, dada uma herança 
do patriarcalismo. A família então passa a ter uma preponderância afim de impedir uma região 
publica marcada pela impessoalidade das relações. 
Ele pensa nas relações entre o Estado e as relações familiares no Brasil, e como predominou no 
Brasil uma indistinção entre o publico e privado da família patriarcal. Ou seja, o Homem 
Cordial é aquele que se submete a impessoalidade burocrática. 
Apesar de muitos estudiosos acreditarem que esse conceito diz que o indivíduo brasileiro é uma 
pessoa boa, Buarque discorda. Ele afirma que um Homem Cordial possui uma incapacidade de 
se submeter a qualquer regra impessoal, casando com o patrimonialismo, pois utiliza o coração, 
a amizade para dar algo ao próximo, ao invés de usar conhecimentos técnicos, deixando ser 
guiado por afetos positivos ou negativos, sendo uma pessoa impossibilitada de viver consigo 
mesmo. 
É possível concluir então, com o estudo desses autores citados, que a formação do pensamento 
social e politico no Brasil, se desenvolve desde o seu inicio ate os dias de hoje, de uma maneira 
muito conturbada e a partir de uma raiz extremamente racista e inferiorizada. 
Acontece que todos esses intelectuais brasileiros, tentaram de alguma maneira impor 
pensamentos europeus que estavam sempre fora da nossa realidade. Isso ocorreu pela 
“síndrome de vira-lata” que o brasileiro foi influenciado a ter desde o seu nascimento. 
Para os intelectuais, ter uma sociedade baseada nas teorias evolucionistas, significaria chegar 
perto da superioridade ocidental, então, tudo o que eles pudessem fazer para sermos vistos de 
uma maneira melhor pelos europeus, era valido. 
Uma herança que carregamos ate os dias atuais, pois ainda carregamos essa síndrome, 
idolatrando a Europa e os EUA como se eles fossem superiores cientificamente e culturalmente, 
não só em relação ao Brasil, mas ao mundo todo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências bibliográficas 
• ORTIZ, Renato. Cultura Brasileira e Identidade Nacional. São Paulo: Brasiliense, 
2006. pp. 7-21 
• FREYRE, Gilberto. Casa-grande & senzala: formação da família brasileira sob o 
regime da economia patriarcal. 28. ed. Rio de Janeiro: Record, 1997. 
• HOLANDA, Sérgio Buarque. Raízes do Brasil. 26 ed. São Paulo: Companhia das 
Letras, 1995.

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