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Introdução direitos reais - classificações - Tanger - Direito Civil IV - FMP

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AULA 7 - 22/04/2021 - GUILHERME TANGER - G2
DIREITO DAS COISAS: grupo de normas jurídicas que regula a vinculação das pessoas
com as coisas passíveis de apropriação. Regula fundamentalmente, dois fenômenos: A
posse (fenômeno possessório, proteção possessória no processo civil, classificações,
efeitos da posse) e direitos reais.
O que é um direito real? Quando fala em “real”, não vem do rei, vem de uma expressão
latina que é “res” que significa “coisa”. Quando fala em direito real se fala em direito que
vincula uma pessoa diretamente a uma res, a uma coisa.
Direito que vincula imediatamente uma pessoa a uma coisa.
Essa estrutura que ele apresentou, uma pessoa vinculada a uma coisa, é completamente
diferente da estrutura que conhecemos nos direitos pessoais, na qual tem uma pessoa
vinculada a outra pessoa.
Pessoa 1 vinculada devido uma relação obrigacional com outra pessoa (devedor), isso é em
direito dos contratos, das obrigações, em matéria de direito civil até então!
Direito real a estrutura é outra! A morfologia da relação é diferente.
Tem uma pessoa vinculada a uma coisa, é diferente.
A coisa no direito obrigacional aparece quando é objeto de obrigação de entrega de coisa,
mas nem sempre a relação obrigacional se trata sobre entrega de coisa, pode ser obrigação
de fazer ou não fazer.
Aqui sempre vai aparecer coisa, pois é imediatamente a relação de uma pessoa, o titular,
vinculado a uma coisa.
Por força dessa relação do direito real, o direito real tem características diferentes dos
direitos obrigacionais.
A primeira característica é a ADERÊNCIA, o direito real adere à coisa, ele gruda na coisa.
Quando se torna proprietário de uma coisa, o titular se vincula à coisa por força do direito de
propriedade e se adere, se gruda na coisa. Automaticamente, essa aderência faz com que
onde quer que a coisa esteja ele segue sendo o proprietário. Vale pra servidão, pra
hipoteca, pra qualquer direito real. Propriedade gruda no móvel ou no imóvel.
Claro, quando for direito real passível de registro publico fica mais fácil de ver a aderência,
mas não é pressuposto o registro público pra gerar essa característica de aderência.
Nos direitos pessoais não tem aderência, pois não é entre pessoa e coisa, é entre pessoa e
pessoa.
Segunda característica: se o meu direito real grudar na coisa, ele adere, acompanha a coisa
onde for, se a coisa estiver em mãos erradas, posso reclamar-lá, independentemente de
quem seja? Sim, isso se chama direito de SEQUELA. Os direitos reais, por força da
aderência, uma segunda característica que é a sequela, é o direito do titular de reclamar da
coisa da qual é titular das mãos de quem a detém.
Possibilidade de reclamar esta coisa das mãos de quem indevidamente a contenha.
Os direitos pessoais, por não ter aderência, não possui sequela.
Terceira característica: uma coisa depende da outra, por ter aderência, tem sequela, a
terceira característica segue a lógica. O direito real gruda na coisa, por força da aderência
pode buscar a coisa nas mãos de outros. De quem eu posso recuperar a coisa? Quem são
essas pessoas de quem eu posso recuperar a coisa? Posso usar meu direito real contra a
Lídia ou contra a Sinara? Sim!
Pode fazer valer o direito real contra qualquer pessoa, ou seja, os direitos reais tem
OPONIBILIDADE “erga ominis”. Erga é contra, ominis é todos. Falo então, em poder opor,
fazer valer o meu direito real contra todas as pessoas, contra qualquer pessoa que violar o
meu direito real. Seja pública ou privada, nacional ou estrangeira. Como regra, tem
situações que não pode opor a propriedade, como caso de desapropriação. A União
entende que meu bem deve passar a integrar o catálogo das propriedades públicas para ter
melhor destinação, ai o proprietário não pode se opor, não pode fazer valer sua titularidade.
Os direitos obrigacionais não tem oponibilidade, é uma pessoa vinculada a outra, é apenas
oponibilidade inter partes, se um empresta dinheiro para outro, o mútuo gera direito
obrigacional, pode opor o crédito ao devedor somente.
Quem é sujeito passivo do meu direito real?Todas.
SUJEIÇÃO PASSIVA INDETERMINADA, direitos reais têm essa característica. Sou
proprietário do celular, contra quem posso opor? Contra todas as pessoas. Não tem como
identificar todas as pessoas, por isso é indeterminada.
Os direitos pessoais têm sujeição passiva determinável, tu sabe quem é teu devedor, ou no
mínimo é determinado. Pode começar indeterminado, mas no final da obrigação tu sabe
quem é teu devedor. No máximo se permite que inicie a relação com o sujeito passivo
determinável, mas quando vence a obrigação já é determinado. Determinável: título de
credito, em direito empresarial, gera uma obrigação para determinadas pessoas, todo
mundo que assina cria a obrigação continua. Então, no início da obrigação tem um devedor,
mas ao longo da obrigação outras pessoas se incorporam ao catálogo dos obrigados. Ao
final da obrigação vai saber se pode cobrar de 1 pessoa ou de 5.
Dúvida de aluno: não consegue ver pq não tem aderência e sequela nos direitos
obrigacionais.
A aderência é com coisa, então no direito pessoal a aderência não é com o objeto, por isso
não tem aderência nos direitos pessoais. Nas relações obrigacionais tem o fenômeno em
algumas relações de rei persecutoriedade, que dão direito ao credor de perseguir uma coisa
devida, mas apenas em obrigações de dar coisa.
Direito real, se de uma lado tem sujeição passiva indeterminada, de outro tem uma
TITULARIDADE DETERMINADA. Não existe direito real sem titular. Sempre tem que ter um
titular daquele direito real. Tem uma propriedade, se tem a propriedade aderida ao celular
tem que ter um proprietário, então. Essa necessidade de titularidade determinada afeta o
direito das sucessões.
No código Civil, no art. 1.784:
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários.
Com a morte abre a sucessão, então os direitos dos bens da herança, com a morte transmite
para os herdeiros. A propriedade dos imóveis do falecido transmitem no momento da morte, não
no momento do inventário, pois o bem não pode ficar sem proprietário, sem titular de direito real
de propriedade. Se a mãe morre as 7:59, as 8h o filho já é o proprietário. A Ação de inventário só
segue para fazer a partilha, a divisão dos bens. Na ação de inventário é possível redividir estes
bens.
Os direitos pessoais têm sujeito ativo determinado ou no mínimo determinável, então tem que
saber quem é o credor, mas não precisa saber desde o início, pode ter uma indeterminação
momentânea entre os credores. Ex: promessa de recompensa, não se sabe quem que vai
encontrar o cachorro perdido.
A TAXATIVIDADE, os direitos reais estão postos em cláusulas, em taxatividade, só é direito real
aquilo que a lei disser que é direito real. Se não está na lei não é direito real, no máximo, talvez,
seja um direito obrigacional.
Os direitos pessoais estão postos de forma exemplificativa na lei, são números abertos na lei. O
legislador quando regula os direitos pessoais ele regula os mais comuns, pois a autonomia e a
vontade permite que as pessoas criem o que o legislador não criou. Compra e venda cria direitos
obrigacionais e de tanto ocorrer criaram leis para regulamentar, mas não haveria necessidade.
O direito real está previsto na lei ou não se trata de direito real.
Quando se fala em lei não se fala somente em código, pode ver o legislador regular, criar direitos
reais no código civil ou fora dele.
O legislador procura sempre trazer pra dentro do código os direitos reais, mas não pode partir da
premissa que todos direitos reais estão dentro do código, pois pode ocorrer de ser criada leis
por fora do código civil.
Os direitos reais se encontram em um catálogo, o art. 1.225, um catálogo bem dinâmico. é um
catálogo que vem mudando ao longo do tempo.Tem direitos reais que vêm sendo agregados ao
longo do tempo. Se pegar esse catálogo vocês vão ver que tem direito real que já saiu dele.
Destes direitos tem 14 hipóteses. O legislador trabalha com propriedadeclássica, mas tem nele
a alienação fiduciária. 1225 fala em propriedade clássica e alienação fiduciária.
13 incisos, mas 14 possibilidades de direito real!
É claro que temos ideias sobre alguns desses direitos de propriedade clássica, como usufruto e
hipoteca.
Às 14 hipóteses de direito real, catalogadas pelo legislador, apresentam duas modalidades:
alguns desses direitos reais são os chamados DIREITOS REAIS SOBRE A PRÓPRIA COISA.
Outros desses direitos são classificados como DIREITOS REAIS SOBRE COISA ALHEIA.
A diferença é que quando se fala em direito real sobre a própria coisa, quer dizer que:
“A” é o titular, tem o direito real sobre uma coisa.
O detalhe é que nos direitos reais sobre a própria coisa o “A” é o proprietário dessa coisa.
Quando falo em direito real sobre a própria coisa se fala em jus in re propria. Direito real que
alguém tem sobre uma coisa que lhe pertence.
O outro tipo de direito real é jus in re aliena. Direito real sobre coisa alheia se tem “A” vinculado a
um determinado direito real sobre a coisa, o “A” sendo o priprietário dessa coisa. Porém se
permite que “B” também seja titular de direito sobre a mesma coisa.
Então tem “A” titular do direito real, sendo proprietário, e tem tb outro titular de direito real sobre
o mesmo bem, que é “B”, não proprietário da coisa.
É um terceiro titular de coisa que não é sua, pois pertence a “A”.
Exemplos:
direito real sobre a própria coisa: eu sou proprietário do celular, propriedade de direito real, de
uma coisa que é dele.
Direito real sobre coisa alheia: um terreno na qual “A” é o proprietário do imóvel e resolve
conceder o direito de usufruto para “B” sobre o bem. Usufruto é direito real? Está no art. 1225,
então sim. Sobre o terreno, o “A” tem direito real sobre a própria coisa ou coisa alheia? Coisa
própria. “B” é proprietário ou um terceiro não proprietário? Ele é terceiro não proprietário e titular
por ser usufrutuário. São dois titulares de direito real sobre um mesmo bem, sendo A titular de
coisa própria e B de coisa alheia. Esse direito real um anula o outro? Não, são feitos para
coexistir harmonicamente!
Quantos titulares pode ter sobre a própria coisa e sobre coisa alheia? Tantos quanto se queira,
tantos quantos a lei permita, não tem numeração específica.
O que vale é a mecânica legal, o que modula isso é a lei e a vontade das pessoas.
Quem define os direitos reais sobre a própria coisa ou coisa alheia pode ser vontade ou a lei.
Direito real sobre coisa alheia são sempre criados pela lei, mas o ato de instituir sobre um
determinado bem é conforme a vontade do proprietário.
Criar hipótese de direito real é só a lei, mas instituir um direito real sobre um bem ou outro pode
ser lei ou a vontade.
Podem ser vários titulares sobre a própria coisa ou coisa alheia.
Condomínios são vários titulares de direito real de propriedade sobre o mesmo bem. Co (junto)
dominios (dominio), são proprietários conjuntos.
Do 1.225, o que é da própria coisa e o que é de coisa alheia?
Própria coisa: propriedade clássica
Coisa alheia: todos os demais (fiduciária, penhor, hipoteca, usufruto, uso, habitação, superfície,
servidão, laje…)
usufruto: alguém que não é o proprietário tem direito sobre coisa alheia. superfície, anticrese
mesmo coisa.
posse não está em direitos reais pois possui características diferentes.
Direito real: tem natureza de direito.
Posse: natureza de fato, não está no 1.225. Posse não é direito real pela natureza deles. Pode ter
posse sem ter direito, como por exemplo invasão. As formas de proteção, classificações são
diferentes.
Direito real sobre coisa alheia se mostram de 3 formas: 1-Aquisição; 2- Garantia; 3 - Uso e/ou
fruição.
Não pode ter um de aquisição e garantia ao mesmo tempo, um direito real sobre coisa alheia só
se encaixa em um dos três tipos. ou é de aquisição, ou de garantia ou de uso e/ou fruição.
Quando fala em direito real de aquisição é um direito real sobre coisa alheia que permite que eu
adquira esta coisa mesmo contra a vontade do proprietário, permite ao titular que adquira a
coisa que não é sua sobre qual tem direito real independentemente do titular de direito real
sobre a própria coisa. Stefanie é proprietária, se eu tiver direito real de aquisição eu posso
adquirir esse imovel mesmo contra a vontade dela.
NÃO é usucapião, ele não é direito real de aquisição, ele é de propriedade clássica.
A função do direito real de aquisição é permitir que um terceiro adquira coisa a qual possui
direito real de aquisição.
O Direito real de garantia tem que pensar em credor e devedor, ele justamente garante que o
credor tenha patrimônio onde satisfazer o seu crédito. E mais, tenha preferência sobre os
demais credores. Ele tem dupla função: garante o patrimônio para satisfazer o credor e dá
preferência a este credor com a garantia real sobre os demais credores.
Art. 961. O crédito real prefere ao pessoal de qualquer espécie; o crédito pessoal
privilegiado, ao simples; e o privilégio especial, ao geral.
O crédito com garantia real tem dupla função: garantir o patrimônio pra satisfazer o credor e dar
a preferência a este credor sobre os demais credores.
Direitos reais de uso e/ou fruição permitem que terceiro não proprietário use, colha frutos ou use
e colha frutos de coisa que não é sua. Não é locação.
Os direitos reais de aquisição é um só: é inciso VII. o direito promitente comprador do imóvel. Ex:
promessa de compra e venda, onde um promete vender e o outro promete pagar. O comprador
pagou e o vendedor não quis fazer a venda definitiva, o comprador tem o direito de ter esse
imóvel objeto da compra e venda prometida.
Direitos reais de garantia: encontra-se no inciso VIII, IX, X e na propriedade fiduciária. Hipoteca,
inciso IX, emprestei dinheiro pra Eduarda, condicionei este empréstimo a uma garantia real
hipotecária, a eduarda oferece um imovel que ela tem, e eu vou me vincular a este imovel por
força de hipoteca, se eduarda nao me pagar posso executar o crédito e penhorar o bem. A
garantia é que ela tem bens, este bem hipotecado, além disto tenho a preferência sobre esse
bem caso apareçam mais credores.
Direitos reais de uso e/ou fruição: são todos os demais, II, III, IV, V, VI,...
eu, proprietária do imovel, gravo o usufruto pra eduarda, ela pode usar e colher usufrutos no meu
imovel.

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