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RESUMO DIREITO DAS COISAS

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RESUMO – DIREITO DAS COISAS (Carlos Roberto Gonçalves)
CONCEITO: é o complexo de normas reguladoras das relações jurídicas referentes às coisas suscetíveis de apropriação pelo homem. Coisas que são do mundo físico, por ser possível exercer o poder de domínio sobre elas.
COISA é gênero do qual BEM é espécie. 
 Coisas - são bens corpóreos: existem no mundo físico e são tangíveis pelo homem. 
Bens – são coisas que por serem uteis e raras, são suscetíveis de apropriação e contém valor econômico.
O direito das coisas apenas se importa com os bens que possuem valor econômico e que podem ser apropriados, exclusivamente, pelo homem, existindo assim o DOMINIO. (aquelas que existem em abundância deixam de ser bens jurídicos). 
Nem todo bem jurídico será uma coisa (liberdade, honra, vida...), o termo coisa se destina aqueles bens que podem ser objetos de direitos reais. Ou seja, regula o poder do homem sobre a natureza física, nas suas variadas manifestações (modos de utilização econômica do bem). Se trata da parte do direito civil que rege a PROPRIEDADE.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA: ramo muito influenciado pelo direito romano. Há também a influência do Estado Moderno, no que diz respeito as normas de direito publico que surgiram em uma esfera anteriormente prioritária do direito privado. 
É percebido também uma mudança na ideia de propriedade com o passar dos anos, uma vez que anteriormente ela era tida como algo individual e inviolável, que permitia, até mesmo, um abuso de poder por parte do dono da propriedade, para uma visão mais social da propriedade, onde seria um dever do estado protege-la e reconhece-la para bem de todos.
USUCAPIÃO COLETIVA: prevista no estatuto da cidade (lei nº 10.257) para áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados, ocupadas por população de baixa renda para sua moradia por cinco anos, onde não for possível identificar os terrenos ocupados individualmente.
DIREITOS REAIS E PESSOAIS: O direito real consiste no poder jurídico, direto, imediato, do titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos. ELEMENTOS = sujeito ativo + coisa + relação de poder/domínio sobre a coisa (domínio) 
O direito pessoal consiste em uma relação jurídica pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. ELEMENTOS = sujeito ativo +sujeito passivo + prestação
Teoria dualista: para ela o direito real é formulado considerando-se uma relação direta e imediata entre seu titular e a coisa. Enquanto o direito pessoal é uma relação entre uma pessoa (sujeito ativo), titular de um direito e um devedor (sujeito passivo) obrigado a cumprir uma prestação em benefício do primeiro.
Teorias unitárias: não aceitam o dualismo e procuram integrar ambos os grupos de normas num só sistema. Se subdividem em duas subteorias – personalista e realista.
Teoria unitária personalista: baseia-se na existência de um sujeito passivo universal, não existiriam diferenças substanciais entre os direitos reais e os pessoais, uma vez que os reais não seriam senão obrigacionais, onde as prestações consistiriam sempre em uma abstenção que estaria a cargo de todas as pessoas. A relação jurídica aqui existe apenas entre pessoas. 
Teoria unitária realista: procura unificar os direitos reais e obrigacionais a partir do critério patrimônio, considerando que o direito das coisas e o direito das obrigações fazem parte de uma realidade mais ampla que seria o direito patrimonial. Segundo essa teoria, os direitos pessoas não recaem sobre a pessoa do devedor, mas sobre seu patrimônio. Essa tese encontra apoio no princípio geral de que o patrimônio do devedor constitui garantia comum dos credores e responde por suas obrigações.
As normas do direito real são cogentes, de ordem pública, ao passo que as que disciplinam o direito obrigacional são, em regra, dispostas ou facultativas, permitindo as partes o livre exercício da vontade. Quanto ao modo do seu exercício, ele possui efetivação direta, sem a intervenção de ninguém, ou seja, não depende colaboração de nenhum sujeito passivo para existir e ser exercido, enquanto o pessoal supõe necessariamente a intervenção de outro sujeito no direito.
- o objeto do direito real há de ser, necessariamente, uma coisa determinada, enquanto a prestação do devedor pode ser algo genérico. 
- a violação de um direito real consiste sempre em um fato positivo, o que não há sempre no pessoal. 
- o direito real concede ao titular um gozo permanente porque tende à perpetuidade, enquanto o pessoal é eminentemente transitório, pois se extingue quando a obrigação é cumprida. 
- somente os direitos reais podem ser adquiridos por usucapião. 
- direito real só encontra um sujeito passivo concreto no momento que é violado, já o pessoal dirige-se, desde o seu nascimento contra uma pessoa determinada e somente contra ela
PRINCIPIOS FUNDAMNETAIS DOS DIREITOS REAIS: 
1º ADERÊNCIA: estabelece um vínculo entre o sujeito e a coisa, não dependendo da colaboração de nenhum sujeito passivo para existir. O direito real gera entre a pessoa e a coisa uma relação direta e imediata. Essa característica é alheia aos direitos pessoais, onde o vinculo obrigacional existente entre credor e devedor confere ao credor somente o direito de exigir a prestação prometida; no direito pessoal o vínculo se refere a pessoa. No direito real, com base nesse vinculo da aderência, o titular do direito pode perseguir a coisa, onde quer que ela se encontre, seja quem for o devedor. (art 1228 CC) o direito real permanece incidindo sobre o bem, ainda que este circule de mão em mão e se transmita a terceiros.
2º ABSOLUTISMO: os direitos reais são erga omnes, ou seja, contra todos, que devem abster-se de molestar o titular; surge daqui a ideia de perseguir a coisa aonde quer que ela esteja, bem como o direito de preferência. (??)
3º PUBLICIDADE: os direitos reais sobre imóveis só se adquirem com o registro, no CRI do respectivo título; sobre os moveis, só depois da tradição; sendo oponíveis erga omnes, faz-se necessário que todos possam conhecer seus titulares, para não molesta-los, já que o registro e a tradição são os meios de publicidade da titularidade dos direitos reais. Os direitos pessoais seguem o principio do consensualismo: com o aperfeiçoamento de acordo a vontade; a relatividade que os caracteriza faz com que dispensem a publicidade. 
4º TAXATIVIDADE: os direitos reais são numerus clausus, uma vez que, a lei os enumera de forma taxativa, não ensejando, assim, aplicação analógica da lei.
5º TIPICIDADE: os direitos reais existem de acordo com os tipos legais, são definidos e enumerados determinados tipos pela norma, e só a estes correspondem os direitos reais, sendo, pois, seus modelos. Somente os direitos constituídos e configurados à luz dos modelos consagrados no texto positivo é que poderão ser tidos como reais, estabelecidos de forma taxativa pela lei. Enquanto no direito obrigacional, admite-se os contratos atípicos de forma ilimitada 
6º PERPETUIDADE: a propriedade é um direito perpétuo, pois não se perde pelo não uso, mas somente pelos meios e formas legais: desapropriação, usucapião, renúncia, abandono etc. já os direitos obrigacionais, pela sua natureza, são eminentemente transitórios: cumprida a obrigação, extinguem-se e quando não exigido o seu cumprimento dentro de certo lapso de tempo, prescrevem. Essa característica da perpetuidade não é absoluta. 
7º EXCLUSIVIDADE: não pode haver dois direitos reais, de igual conteúdo, sobre a mesma coisa. Não é possível instalar direito real onde outro já exista.
8º DESMEMBRAMENTO: ??? 
FIGURAS HIBRIDAS OU INTERMEDIARIAS: essas figuras se situam entre o direito pessoal e o direito real. Elas constituem um misto de obrigação e de direito real e provocam alguma perplexidade nos juristas, que chegam a dar-lhes, impropriamente, o nome de obrigação real. 
OBRIGAÇÕES PROPTER REM: é aquela que recai sobre uma pessoa, por força de determinado direito real. Elas só existem em razão da situação jurídica do obrigado, de titular do domínio ou de detentor de determinada coisa.A doutrina ainda diverge sobre a natureza jurídica dessas obrigações. Há quem entenda que são obrigações comuns; há quem entenda que são de natureza real. Porém, a atual doutrina entende que a obrigação propter rem se situa em um terreno fronteiriço entre os direitos reais e pessoais, configurando um direito misto = com característica de direito obrigacional, por recair sobre uma pessoa que fica adstrita a satisfazer uma prestação, e de direito real, pois vincula sempre o titular da coisa.
ÔNUS REAIS: são obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo gravames ou direitos oponíveis erga omnes, eles aderem e acompanham a coisa; por isso se diz que quem deve é a coisa e não a pessoa.
Para que haja, efetivamente, o ônus real, é essencial que o titular da coisa seja realmente devedor, sujeito passivo de uma obrigação, e não apenas proprietário ou possuidor de determinado bem cujo valor assegura o cumprimento de dívida alheia. 
Diferenças entre ônus reais e obrigação propter rem: 
a) A responsabilidade pelo ônus real é limitada ao bem onerado, não respondendo o proprietário além dos limites do respectivo valor, pois é a coisa que se encontra gravada; na propter rem responde o devedor com todos os seus bens, ilimitadamente, pois é ele quem encontrasse vinculado.
b) Os primeiros desaparecem, perecendo o objeto, enquanto os efeitos da obrigação propter rem podem permanecer, mesmo havendo perecimento da coisa 
c) Os ônus reais implicam sempre uma prestação positiva, enquanto a propter rem pode surgir com uma prestação negativa
d) Nos ônus reais, a ação cabível é de natureza real, na propter rem, é de índole pessoal.
OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL: são aquelas que se transmite e são oponíveis a terceiros que venham a adquirir direitos sobre determinado bem. Certas obrigações resultantes de contratos alcançam, por força de lei, a dimensão de direito real; observa-se, assim, que o legislador, quando entende que determinada relação obrigacional merece tratamento de maior proteção, concede eficácia real a uma relação obrigacional, criando uma exceção à regra geral dos efeitos pessoais das relações obrigacionais.

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