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As mamas são glândulas que sofrem modificações ao longo de toda a vida e a cada ciclo menstrual, essas modificações são decorrentes da ação de hormônios, como o estrógeno, progesterona e prolactina. A mama é formada por parênquima (ductos e lóbulos) e por estroma fibroadiposo. O câncer de mama tem uma alta incidência e é a principal causa de morte entre as mulheres no Brasil e no mundo. A maioria dos tumores malignos da mama surgem no epitélio que reveste os ductos e ácinos e eles são chamados de carcinomas. A idade tem grande influência, pois o câncer é muito raro antes dos 25 anos e ele aumenta sua incidência a partir dos 30 anos, com seu pico entre 50 e 60 anos. Além disso também é possível observar a presença de fatores genéticos, hormonais e ambientais: ✓ Fatores genéticos: 1/3 das mulheres com carcinoma mamário possuem histórico na família de parentes com a mesma neoplasia. As mutações nos genes BRCA 1 e BRCA 2 são associadas ao aumento da susceptibilidade ao câncer de mama e são responsáveis pela maioria dos carcinomas hereditários. ✓ Fatores hormonais: estímulo prolongado de estrógeno, como acontece na menarca precoce, menopausa tardia, após 35 anos, na primeira gestação tardia e na falta de amamentação. ✓ Fatores ambientais: estilo de vida, sedentarismo, obesidade, consumo de álcool e dieta rica em lipídeos e gordura animal. Dados epidemiológicos apontam que devido ao estilo de vida ocidental, existe maior incidência de câncer de mama nas mulheres da região. Os principais fatores envolvidos no surgimento do câncer de mama são: ✓ Hormônios, pois o estrógeno estimula a produção de fatores de crescimento e promovem a proliferação celular. ✓ Alterações genômicas, como inativação dos genes supressores de tumor (BRCA-1, BRCA-2, TP53 e PTEN) e amplificação do gene HER2. Stamp Aspectos morfológicos: o tumor tem tamanho e forma bem variáveis, é mal delimitado, firme e com superfície de corte branco-amarelada. A partir disso eles podem ser classificados em in situ e invasivos. Os carcinomas invasivos tendem a se disseminar por invasão local na própria pele, no mamilo, na parede torácica ou no músculo. Mas também é muito comum ocorrer uma invasão pelas vias linfáticas e quanto maior for o número de linfonodos com metástases, maior será a probabilidade de já ter metástases sistêmicas. Aspectos moleculares, que são baseados na pesquisa imuno-histoquímica e são agrupados de acordo com o perfil de expressão genica e proteica, podendo ser: ✓ Tumores luminais com origem de células que expressam receptores de estrógeno (RE) ou de progesterona (RP). Nesse caso a paciente pode ser tratada com drogas que são anti-estrogênicas. ✓ Tumores HER2, as pacientes podem ser tratadas com uma droga denominada Receptim ✓ Tumores basais que são triplo-negativos e não expressam RE, RP e HER2. ✓ Clínico: detecta câncer mais avançado, com presença de nódulo, secreção papilar e alterações na pele e no mamilo. ✓ Mamografia: detecta câncer em estágios iniciais, carcinoma in situ ou invasor de tamanho pequeno. ✓ Também pode ser feito por ultrassom, ressonância magnética e pela identificação das metástases. A região QSE é o principal local de desenvolvimento de tumores, pois possui maior proporção de parênquima glandular. Depende muito da idade ao diagnóstico, estádio da doença, tamanho, tipo e grau histológico do tumor, se teve ou não invasão de vasos sanguíneos e linfáticos, metástases linfáticas e sanguíneas e número de linfonodos envolvidos. Quando o carcinoma envolve os linfonodos axilares, o prognóstico é de maior impacto, pois as metástases axilares são associadas com a menor sobrevida. ✓ Tumores receptores hormonais positivos (luminais): melhor prognóstico ✓ Tumores HER2 positivos: prognóstico ruim, mesmo com tratamento específico ✓ Tumores triplo negativos: pior prognóstico e evolução ruim, pois ainda não tem terapia específica. O tratamento para o câncer de mama pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia. O tratamento das pacientes envolve uma abordagem multiprofissional, com profissionais da fisioterapia, enfermagem, terapia ocupacional, psicologia e entre outros. Existem dois tipos de cirurgias da mama, a setorectomia/quadrantectomia que são mais conservadoras e a mastectomia, que já é a remoção da mama. Stamp A cirurgia da axila com dissecção dos linfonodos axilares é realizada quando o câncer já está mais avançado e começou a se espalhar pelo sistema linfático. Também existe a cirurgia do linfonodo sentinela, que remove apenas o primeiro linfonodo que recebe a drenagem linfática da região, evitando lesões maiores de secção de nervos e vasos e gerando menor risco de formação de seroma e hematoma. Complicações relacionadas ao tumor: infiltração da pele gerando retração, ulceração e vegetação, metástases para linfonodos axilares e supraclaviculares e metástases para pulmões, cérebro, ossos e fígado. Complicações relacionadas ao tratamento cirúrgico da mama: edema, seroma, hematoma (acúmulo de sangue), infecção, limitações dos movimentos do braço e ombro, alterações cicatriciais, sensitivas no braço e emocionais. Complicações relacionadas ao tratamento cirúrgico da axila: hemorragia, hematoma, seroma, limitações dos movimentos do braço, linfedema e quando secciona os nervos, a paciente pode ter parestesias, hipoestesias, hiperestesias. Complicações pós-radioterapia: vermelhidão, queimaduras, ulcerações e surgimento de tumor secundário a irradiação (angiossarcoma pós- radioterapia). Intervenções da fisioterapia ocorrem nas fases pré e pós-operatórias, visando a recuperação física e funcional, restauração dos movimentos, e melhorar a autoestima e qualidade de vida. ✓ Recursos utilizados: drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo, orientações de cuidados com a pele (terapia descongestiva complexa), exercícios, alongamentos e terapia manual. Stamp