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A IMPORTÂNCIA DA MUSCULAÇÃO PARA INDIVÍDUOS COM DIABETES

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A IMPORTÂNCIA DA MUSCULAÇÃO PARA INDIVÍDUOS COM DIABETES
INTRODUÇÃO
Por muitos anos, o exercício físico tem sido considerado, juntamente com a dieta e a medicação, um componente fundamental no tratamento e prevenção do diabetes. O exercício, através da contração muscular, permite a captação de glicose, colaborando no controle glicêmico do diabético, que, por sua vez, reflete na prevenção de complicações.
O avanço da ciência e da tecnologia tem contribuído para o controle das doenças infectocontagiosas, porém os hábitos da vida moderna nos trouxeram um aumento no número de ocorrências das doenças crônico-degenerativas como diabetes mellitus, hipertensão, doenças cardíacas, osteoporose, dislipidemias, entre outras, como diversos estudos tem mostrado.
Os grandes avanços da medicina permitiram que o paciente com Diabetes aumentasse sua sobrevida, e com isto, nos deparamos cada vez mais com as complicações que esta patologia trás. E o crescimento no número de indivíduos diabéticos na população mundial tem sido reconhecido como um problema de saúde pública (1).
No século XX tivemos uma autêntica ditadura do intelecto, onde a preocupação com o corpo físico praticamente não existiu. O corpo, deixado de lado, fez com que as pessoas não percebessem a sua importância. Ocorre, atualmente, uma guinada neste fato, mas de forma totalmente errônea e embrutecida, voltando-se mais para o aspecto físico e estético, esquecendo-se que o aprimoramento do corpo físico, é um grande veículo para o aprimoramento constante dos corpos: mental, emocional e espiritual (2). 
A musculação vem sendo alvo de inúmeras pesquisas, e os resultados destas, demonstram cada vez mais que a incorporação de um programa de treinamento com pesos, por meio da musculação pode vir a complementar o quadro de benefícios gerados pelo exercício físico para o controle do quadro diabético.
Devido as constantes inovações na área da Educação Física e Esportes notam-se um aumento de adeptos as diversas modalidades de atividade física, que por sua vez, trazem muitos benefícios á saúde. 
 Organizações científicas como a Organização Mundial da Saúde, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta e o American College of Sports Medicine (ACSM) concluíram que sessões de pelo menos 30 minutos por dia, desenvolvidos de forma contínua ou cumulativos, podem representar o limiar para a população adquirir os benefícios à saúde (3).
Algumas comorbidades podem estar combinadas ao diabetes, como doenças cardíacas, dislipidemia e obesidade. Relata que as doenças cardíacas merecem atenção especial, pois são as principais causas de morte relacionadas ao diabetes. O exercício, ao prevenir tais doenças e aprimorar a capacidade cardiorrespiratória, pode gerar benefícios adicionais, tais como: melhora do perfil lipídico, disponibilidade de glicose, aprimoramento da função endotelial e manutenção ou perda de massa corporal total (4). 
O objetivo deste estudo é Investigar se a pratica regular de musculação diminui os níveis de diabetes em pacientes adultos e se existem benefícios na pratica desta modalidade.
 No momento em que a procura pela atividade física cresce, os profissionais de Educação Física precisam estar capacitados para atender os mais diversos tipos de público. Sabendo que qualquer atividade física, recreativa, laborativa ou esportiva pode ser feita pelos diabéticos, mas devemos estar alertas para as possíveis complicações e as limitações impostas pelo diabetes. Os princípios gerais da prescrição de exercício devem ser seguidos respeitando-se as particularidades da doença de base.
Podemos com este estudo colaborar para a melhoria da qualidade de vida e saúde dos indivíduos diabéticos e assim cumprir nosso propósito de disseminar a promoção da saúde.
 
METODOLOGIA
 O método utilizado neste trabalho foi o método de procedimentos, mais precisamente do tipo estudo de caso ou monográfico; que consistem no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições grupos ou comunidades, com a finalidade de obter generalizações, podendo também abranger o conjunto das atividades de um grupo social (5).
Tipo de pesquisa
 O tipo de pesquisa utilizada foi a Pesquisa Bibliográfica, com revisão de literatura, que tem com o objetivo reunir informações e dados que servirão de base para a construção da investigação proposta a partir do tema.
CAPÍTULO I: DIABETES 
A palavra Diabetes Mellitus origina-se do grego e do latim: Diabetes (líquido que passa direto por um sifão) e Mellitus (mel). Esta expressão pode ser traduzida como “urina muito doce”, popularmente conhecida como diabetes.
Diabetes Mellitus é um distúrbio causado pela falta absoluta ou relativa de insulina no organismo. Quando a insulina produzida pelo pâncreas torna-se insuficiente, a glicose é impedida de ser absorvida pelas células, o que provoca a elevação dos níveis sanguíneos de glicose, cuja taxa normal, em jejum, é de 70 a 110 mg por 100 ml de sangue (6)
O diabetes mellitus é uma condição na qual o organismo perde parcialmente o poder de "metabolizar" os açúcares fornecidos pelos alimentos ingeridos (7). Como resultado o açúcar que não é metabolizado acumula-se no sangue e não se transforma em energia. Da ingestão dos alimentos resulta um açúcar denominado glicose, que é absorvido pelo sangue. Essa glicose pode ser "metabolizada" imediatamente, ou acumulada em forma de glicogênio no fígado e nos músculos, como fonte energética. No diabético, a perturbação desse mecanismo causa excesso de açúcar no sangue, com consequente falta de produção de energia. Quando a taxa de açúcar se eleva no sangue, uma parte dela escapa pela urina, perdendo-se assim grande quantidade de água do organismo e, consequentemente a abundância de urina e a sede exagerada, que são dois sintomas comuns no diabetes (8).
 O Diabetes é um dos mais graves problemas de saúde pública, reconhecendo que a principal causa de mortalidade no mundo são as doenças cardiovasculares, o Diabetes contribui com 40%.
Segundo a American Diabetes Association (2005), esta patologia é decorrente de um distúrbio no metabolismo dos carboidratos caracterizado por uma excessiva quantidade de glicose sanguínea (hiperglicemia), causada por uma ausência ou diminuição na secreção de insulina, ou por deficiência nas etapas iniciais de sinalização/fosforilação enzimática após ligação da insulina ao seu receptor (resistência à insulina) (9)
No Brasil acomete aproximadamente 10% da população entre 30 e 69 anos, atingindo entre 9 a 10 milhões de pessoas, sendo infelizmente em torno de 5 a 6 milhões apenas que conhecem sua situação, portanto, praticamente a metade está sem diagnóstico (6).
Sendo assim, entende-se que o Diabetes é uma disfunção causada pela falta de insulina, diminuição na produção ou ainda pela incapacidade de exercer suas funções, provocando o aumento da glicemia (taxa de açúcar no sangue).
Para melhor compreender o diabetes, se faz necessário conhecer a função do açúcar e da insulina em nosso organismo. O açúcar é o responsável em gerar energia para o funcionamento do organismo. A função da insulina é garantir a entrada da glicose (açúcar) nas células. Assim, se uma pessoa não tem insulina, ou se sua ação está diminuída, o primeiro resultado é o acumulo de glicose no sangue, pois não pode entrar na célula e ser consumida (5). Esse excesso de glicose tem de ser eliminado e o caminho mais fácil é a urina (glicosúria). Para sair na urina, necessita levar água consigo e isto faz a pessoa urinar mais que o normal (poliúria). Ao eliminar muita água pela urina, a pessoa se desidrata, tem sede e passa a beber água exageradamente (polidipsia) (10).
· DIABETES TIPO I:
Diabetes tipo I chamado de insulino-dependente, geralmente ocorre em indivíduos mais jovens, está relacionado à absoluta deficiência de insulina e de outros hormônios pancreáticos (8).
As células do pâncreas que normalmente produzem insulina foram destruídas. Quando pouca ou nenhuma insulina vem do pâncreas, o corpo não consegue absorver a glicosedo sangue; as células começam a "passar fome" e o nível de glicose no sangue fica constantemente alto. A solução é injetar insulina subcutânea (embaixo da pele) para que possa ser absorvida pelo sangue. Ainda não é possível produzir uma forma de insulina que possa ser administrada oralmente já que a insulina é degradada pelo estômago, em uma forma inativa.
 Uma vez que o distúrbio se desenvolve, não existe maneira de as células produtoras de insulina no pâncreas voltarem ao normal. Portanto, a dieta correta e o tratamento com a insulina, ainda é necessário por toda a vida de um diabético.
Essa deficiência parcial ou total na secreção de insulina é causada pela destruição das células BETA das ilhotas de langerhans do pâncreas, acometendo cerca de 5 a 10% de toda a população de diabéticos segundo). Com a destruição das células Beta, acontece a deficiência absoluta de insulina. A destruição das células beta-pancreáticas pode ocorrer rapidamente ou ao longo de vários meses ou anos. O dano pode ser autoimune ou idiopático. Os marcadores do processo imune, que frequentemente aparecem antes da instalação clinica do diabetes, incluem anticorpos antilhotas, anticorpo antidescarboxilase do acido glutâmico, anticorpos antiinsulina e anticorpos antitirosina-fosfatase. Usualmente, um ou mais desses anticorpos está presente em 85-90% dos indivíduos ao diagnostico (10). 
O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) caracteriza-se como uma patologia autoimune causada pela destruição das células beta-pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, esse quadro resulta na dependência, ao longo da vida, da administração do hormônio via exógena para a redução da hiperglicemia.
· DIABETES TIPO II:
Diabetes tipo II também chamado de não insulinodependente, se caracteriza por aparecer no inicio da maturidade, é associado a uma resistência às ações da insulina, a secreção de insulina anormal e a níveis de insulina plasmática anormal e elevado. Os pacientes do diabetes tipo II são portadores de dois defeitos fisiológicos: secreção anormal de insulina e resistência à ação do hormônio nos tecidos – alvo (8).
É um diabetes que ocorre mais em pessoas adultas. Pode ser controlado com medicamentos ou dietas. Embora não se saiba o que causa o Diabetes Tipo II, sabe-se que neste caso o fator hereditário tem uma importância bem maior do que no Diabetes Tipo I. Também existe uma conexão entre a obesidade e o Diabetes Tipo II; embora a obesidade não leve, necessariamente ao diabetes. O Diabetes Tipo II é um distúrbio comum, afetando 10% da população, de 30 a 69 anos (6).
Todos os diabéticos tipo II produzem a insulina quando diagnosticados e, a maioria, continuará produzindo insulina pelo resto de suas vidas, porém cerca de 25% necessitarão de insulina em seu tratamento. O principal motivo que faz com que os níveis de glicose no sangue permaneçam altos está na incapacidade das células musculares e adiposas de aproveitar toda a insulina secretada pelo pâncreas. Assim, muito pouco da glicose presente no sangue é aproveitado por estas células. Esta ação reduzida de insulina é chamada de "resistência insulínica" (4).
Forma mais comum da doença, sendo caracterizada por deficiência relativa de insulina. Os pacientes podem variar desde predominantemente resistentes à insulina, com deficiência relativa desse hormônio, até um defeito secretório, com apenas uma leve a moderada resistência à insulina (11). 
O diabetes tipo II acomete cerca de 90 a 95% da população de diabéticos (12).
CAPÍTULO II: MUSCULAÇÃO
A musculação consiste em um treinamento caracterizado pelo uso de pesos e cargas, no qual o objetivo é gerar alguma carga mecânica em oposição ao movimento dos segmentos corporais. O intuito principal da musculação é a treinagem da força muscular de forma sistemática e persistente (13).
 “O nome Treinamento de Força é utilizado para caracterizar uma ação voluntária do músculo esquelético contra uma resistência, através de estímulos que causam estresse mecânico/metabólico e a geração subsequente de aumento nos diferentes tipos de força, advindo dos ajustes neuromusculares e hormonais em resposta aos mesmos, cuja magnitude está diretamente relacionada às variáveis envolvidas no treinamento físico, como a escolha dos exercícios, tipo de ação muscular, intensidade e volume aplicados, tempo de pausa entre estímulos e séries e frequência nos programas de treinamento, resultando na ascensão da força, potência, resistência, velocidade, equilíbrio, coordenação e hipertrofia” (14).
A musculação como “uma atividade física anaeróbica capaz de desenvolver a capacidade músculo esquelética através de exercícios contra a resistência” (15).
A origem histórica da musculação está na Grécia Antiga, quando os gregos tinham uma visão voltada para a cultura corporal e para o preparo físico. Milon de Crotona, foi atleta nos campos dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga por seis vezes, dando base para a iniciação da musculação praticada na atualidade (15):
“os treinamentos de Milon de Crotona eram realizados com um bezerro ás costas, e à medida que este ia crescendo, o atleta aumentava sua força. O mesmo autor considera também, que o levantamento de pesos também tenha contribuído para a musculação, embora o levantamento de peso não tenha feito parte do programa oficial em Olímpia. Contudo, encontrou-se uma pedra com peso de 143,5Kg, que continha inscrições dizendo que um atleta de nome Bybom a tinha levantado acima da cabeça, usando apenas uma mão.” (15).
A musculação não é uma atividade de pratica recente, já era utilizada nos séculos passados, onde o homem já fazia exercícios com pesos progressivos objetivando fortalecer os músculos e em consequência dessa ação ganhar maior força como forma de sobrevivência, pois só os fortes obtinham sucesso na caça e conseguiam defender suas terras (16).
Documentando esse período existem estátuas gregas que registram o início da prática do culturismo e também para corroborar, as pinturas de Michelangelo na Capela Cistina que retratam corpos musculosos.
A partir do século XIX, que os médicos higienistas, com suas ideias de higienização e eugenia de raça, deram inicio ao incentivo para a prática da atividade física para manter o individuo forte e saudável, entretanto, o intuito era de preparar os homens para o trabalho e as mulheres para a produção de serviços domésticos (17).
São muitos os termos usados para descrever a variedade de meios de treinamento de força: treinamento contra resistência, treinamento resistido ou musculação, potência muscular ou resistência e eventos de fisiculturismo ou levantamentos de pesos. Mas, na verdade o treinamento de força não abrange só o levantamento de pesos, faz referência também, ao uso de resistência em máquinas ou de elásticos (18).
A musculação como atividade objetiva trabalhar a musculatura do corpo, sendo assim realiza-se exercícios contra uma resistência que pode ser usada de diferentes formas; como carga usando halter ou barra longa, podendo ser em aparelhos, tensores ou mesmo contra a força gravitacional. O exercício resistido consiste em atividades que usam força muscular para mover um peso ou uma força contrária, por exemplo, musculação.
A força motora é entendida como a capacidade que um músculo ou um grupo muscular tem de produzir tensão e se opor a uma resistência externa num determinado tempo ou velocidade. 
CAPITULO III: BENEFÍCIOS DA MUSCULAÇÃO PARA DIABÉTICOS
Pesquisas realizadas nas últimas décadas demonstram claramente que o exercício físico aumenta a captação de glicose através da contração muscular esquelética. Sendo assim, o exercício hoje é considerado um dos pilares tanto da prevenção do diabetes tipo 2 como no tratamento do diabetes 1 e 2 (4).
O exercício físico age diretamente sobre a resistência à insulina, além de aumentar a capilarização nas células musculares esqueléticas. Além da influência positiva no controle do diabetes, o exercício é um coadjuvante no tratamento de outras comorbidades que podem estar combinadas ao diabetes, como doenças cardíacas, dislipidemiae obesidade (11).
É legitima a gama de benefícios promovidos pelo exercício físico aos sistemas orgânicos, embora o exercício físico ainda não encontre uma disseminação entre os tratamentos adotados. Desse modo acredita-se que novas terapias para controle e tratamento da diabetes sejam mais eficazes a partir da inclusão de um programa de treinamento físico ao tratamento padrão, que se baseia na utilização de hipoglicemiantes e modificação do estilo de vida (9).
No início do exercício, a energia provém da glicose estocada na forma de glicogênio no músculo e no fígado. Quando o exercício se prolonga, os estoques de glicogênio se esgotam e a gordura pode passar a ser a principal fonte de energia (8). Durante o exercício, a quantidade de insulina deve ser suficiente para permitir a entrada de glicose dentro da célula muscular, mas deve ser reduzida para liberar os estoques de glicogênio do fígado. 
A produção de glucagon e adrenalina devem aumentar, pois esses dois hormônios permitem a liberação dos estoques de glicogênio (10) Assim, o aumento do consumo muscular de glicose é compensado pelo aumento equivalente da produção de glicose pelo fígado, desde o início do exercício, e a glicemia permanece estável. Esta regulação é perturbada no indivíduo com diabetes (9).
Existem evidências consistentes dos efeitos benéficos do exercício na prevenção e no tratamento do diabetes mellitus. O exercício atua na prevenção, principalmente nos grupos de maior risco, como os obesos e os familiares de diabéticos. Indivíduos fisicamente ativos e aqueles com melhor condição aeróbica apresentam menor incidência de DM tipo 2. 
Diabéticos apresentam menor condição aeróbica, menos força muscular e menos flexibilidade do que seus pares da mesma idade e sexo sem a doença (1). As alterações metabólicas e a menor capilarização tipicamente observada nos diabéticos podem justificar esses achados. Explicam ainda que dados consistentes mostram que diabéticos fisicamente ativos e/ou em boa condição aeróbica apresentam melhor prognóstico do que aqueles inativos e/ou com baixa condição aeróbica. 
O exercício físico atua de forma específica sobre a resistência insulínica, independentemente do peso corporal. Indivíduos fisicamente mais ativos possuem níveis mais baixos de insulina circulante, melhor ação em receptores e pós-receptores de membrana, melhor resposta de transportadores de glicose e maior capilarização nas células musculares esqueléticas, quando em comparação com indivíduos menos ativos, independentemente do peso e do índice de massa corporal (IMC) (8). Mas o exercício físico também atua na redução do peso corporal, que, por si só, já reduz o risco de DM2. 
No tratamento do diabetes podemos destacar que o exercício físico é um importante aliado, atuando sobre o controle glicêmico e sobre outros fatores de comorbidade, como a hipertensão e a dislipidemia, e reduzindo o risco cardiovascular (11). A atividade física promove maior capilarização das fibras musculares e melhor função mitocondrial, melhorando a sensibilidade dos tecidos à insulina. Relata ainda que se observa maior sensibilidade à insulina nas 24 a 72 horas após uma sessão de exercício, aumentando a captação da glicose nos músculos e nos adipócitos e reduzindo a glicemia sanguínea. Além disso, o exercício aumenta a captação da glicose sanguínea para os músculos por mecanismos não dependentes de insulina, envolvendo o GLUT4, proteína transportadora da glicose muscular ativada pela contração muscular. 
O diabetes reduz a expectativa de vida em 5-10 anos e aumenta o risco de doença arterial coronariana em 2-4 vezes. O exercício é um forte aliado na predição desse risco nos diabéticos, assim como na sua redução por meio da prática regular (12).
O exercício físico adequado e bem orientado pode fazer parte do controle metabólico contribuindo com qualidades singulares para os diabéticos tanto nos aspectos fisiológicos quanto psicológicos (9).
Todos os tipos de atividade física, incluindo atividades de lazer, esportes de recreação, performance de competição profissional, podem ser executados por pessoas com diabetes, pois os benefícios dos exercícios atuam nos fatores de risco para doença macrovascular, dislipoproteinemia, hipertensão, obesidade e melhora da performance cardíaca. Além disso, esses aspectos promovem melhora na qualidade de vida e contribuem para a disciplina dos jovens. 
A incidência de diabetes mellitus apresenta relação inversa com o grau de atividade física (12). O treinamento físico adequado é capaz de gerar importantes alterações metabólicas, cardiovasculares e neuroendócrinas (10).
O exercício regular é também eficiente no sentido de reduzir os níveis de colesterol LDL e VLDL, contribuindo concomitantemente para o aumento do colesterol HDL. A perda de gordura corporal através do exercício e dieta tem uma grande importância tanto para o diabético tipo I como para o tipo II, pois quando um indivíduo é obeso, seu risco de desenvolver diabetes não-dependente de insulina está aumentado.
 Em indivíduos com excesso de peso, nos estágios iniciais da doença, devido à resistência à insulina, as células Beta pancreáticas aumentam a produção e a secreção de insulina, como mecanismo compensatório, enquanto a tolerância à glicose permanece normal (4). Após algum tempo, observa-se um declínio na secreção de insulina, e assim, uma consequente redução da tolerância à glicose. 
Medidas simples como adequar os calçados, realizar periodicamente exames de sangue, ter bons hábitos alimentares, são alguns dos cuidados que os diabéticos necessitam para tornar sua prática de atividade física mais saudável e eficiente (8).
O exercício físico é considerado estratégia que apresenta resultados positivos na gestão e tratamento do Diabetes. Durante a atividade física, vários hormônios (insulina, glucagon, catecolaminas, hormônio do crescimento e cortisol, principalmente) são responsáveis por controlar absorção da glicose e o metabolismo energético. Equilíbrio entre insulina e hormônios contrarreguladores varia de acordo com tipo, intensidade e duração da atividade. 
Além dos benefícios citados, que em si já merecem especial atenção, um efeito importante que a atividade física, neste caso a musculação, possui, é a efetiva contribuição à prevenção da DM2 em pessoas com predisposição à doença. As explicações deste fenômeno não estão totalmente esclarecidas, mas evidências apontam para o aumento da sensibilidade celular à insulina, agindo no glicotransportador GLUT4 (transportadores insulina-dependente, mais abundante nas membranas celulares do músculo esquelético, cardíaco e tecido adiposo), para a diminuição da gordura corporal, diretamente associada à maior resistência à insulina*, e também para a diminuição do estresse (11). 
CAPITULO IV: CUIDADOS NA PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA DIABÉTICOS
Durante a atividade física, os estoques de glicogênio são bloqueados pela presença da insulina e os músculos consomem glicose, por isso é eminente o risco de hipoglicemia. Isso ocorre se a dose da insulina ou o consumo de carboidrato não for alterado. A ingestão adicional de carboidrato, se a glicemia estiver < 100 mg/dL, antes do exercício é fundamental (9)
A American Diabetes Association - ADA (7) preconiza que sejam utilizadas cargas leves e alto número de repetições para o aumento da força em todos os pacientes com DM2. O TF com intensidade entre 60 e 100% de 1 RM solicita mudanças estruturais funcionais e metabólicas nos músculos, e maiores intensidades provocam maiores adaptações. PRT tem mostrado melhorar a taxa de eliminação de glicose, aumentar a capacidade de estoque de glicogênio, aumentar receptores GLUT 4 no músculo, aumentar a sensibilidade à insulina e normalizar a tolerância à glicose .
Os princípios gerais da prescrição de exercício devem ser seguidos respeitando-se as particularidades da doença de base. Qualquer atividade física, recreativa, laborativa ou esportiva pode se feita pelos diabéticos, mas devemos estar alertas para as possíveis complicações e as limitações impostaspelo comprometimento sistêmico do diabetes (8).
Exercícios de resistência/fortalecimento muscular devem ser incluídos no plano de atividades do diabético, já que eles provocam elevação da sensibilidade da insulina de maior duração, mediado também pelo aumento da massa muscular. Exercícios de flexibilidade também devem ser contemplados, pois há redução da flexibilidade pela ação deletéria da hiperglicemia crônica sobre as articulações, além da decorrente do envelhecimento.
O maior risco na prática de exercício em diabéticos é a hipoglicemia, que pode ocorrer durante, logo depois ou horas após o final da atividade. A hipoglicemia é mais frequente em diabético dependente de insulina e naqueles que usam substâncias secretoras de insulina, como as sulfonilureias e as glinidas. O monitoramento glicêmico é a base para a adaptação do tratamento ao exercício e deve ser conduzido antes, durante (quando a duração do exercício > 45 minutos) e depois dele, principalmente nos dependentes de insulina. Esse controle glicêmico deve ser realizado na fase de adaptação ao exercício, quando houver aumento na intensidade, duração ou frequência, ou quando houver modificação no esquema terapêutico e/ou alimentar (9).
Algumas observações devem ser lembradas ao paciente dependente de insulina: evitar se exercitar no pico de ação da insulina (soma de efeito com o exercício) e não aplicar a insulina em região que vai ser muito exigida durante o exercício (maior absorção da insulina).
As principais causas de hipoglicemia relacionadas com o exercício em pacientes diabéticos incluem: menor ingestão de alimentos ou maior intervalo de tempo entre a refeição e o exercício; aumento inesperado da intensidade ou duração do exercício; maior absorção da insulina (dependente do local e hora de aplicação); soma de efeito do hipoglicemiante ou insulina com o exercício. Há também outras situações nas quais o risco de hipoglicemia aumenta, como o consumo abusivo de álcool ou distúrbios gastrointestinais, como diarreia e vômitos. Caso o paciente diabético apresente mais de 3 episódios de hipoglicemia relacionada com o exercício em 1 mês, é recomendado rever o esquema terapêutico e/ou aumentar o aporte de CHOs nos dias do exercício (6).
Todo exercício físico direcionado ao diabético deve ser composto de trabalho aeróbico, força, flexibilidade e relaxamento. A orientação deve ser sempre individualizada com relação à duração, intensidade, modalidade e frequência. Um programa de exercício resistido ideal seria uma sessão de 8 a 10 repetições, 2 a 3 vezes por semana, por várias semanas, dependendo de cada caso. Progredindo para três sessões de 8 a 10 repetições, dependendo de cada caso. (7).
CONSIDERAÇOES FINAIS
Com base na revisão de literatura, a prescrição de exercício físico, mais precisamente a musculação, é um meio eficaz de corroborar com o tratamento medicamentoso e nutricional no controle metabólico do diabetes. Contudo, antes dos indivíduos com diabetes iniciarem qualquer programa de exercícios, estes devem ser avaliados por um médico. Isto é fundamental para uma prática segura. A prescrição de exercício deve ser realizada por profissional capacitado, respeitando algumas recomendações em relação ao controle glicêmico antes e depois do exercício, visando à segurança e ao acompanhamento de seu benefício. Tanto atividades aeróbias quanto os exercícios resistidos (força) oferecem benefícios metabólicos. Logo, a musculação se mostra uma atividade que deve ser estimulada visando o controle glicêmico, à saúde e à qualidade de vida.
Um dos grandes desafios para assegurar uma boa gestão da doença com a prática de exercícios físicos são relacionados ao controle glicêmico e aos quadros de hipoglicemia durante, logo após ou tardiamente após a intervenção. 
A musculação pode ser utilizada no complemento ao tratamento medicamentoso da doença, auxiliando na melhora do quadro geral do paciente portador de Diabetes, trazendo benefícios que contribuirão diretamente na melhora da sua qualidade de vida.
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