Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Marketing estratégico 1 Conceito de marketing Segundo Kotler (2009, p. 27), marketing compreende “um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com os outros”. Listamos algumas definições relacionadas ao conceito de marketing. Confira! •• Necessidades: estão ligadas à fisiologia, à biologia e à natureza. Por exemplo: alimentação; saúde; sede; segurança e autoestima. •• Desejos: são carências por satisfações específicas que atendam as necessidades. Uma família pode optar por comer em uma lanchonete, porque é mais barato, ou cozinhar legumes e verduras em casa, porque é mais saudável. Sobre os desejos, eles influenciam a sociedade como um todo, são hábitos adquiridos na família, escola, ambiente de trabalho etc. 1.1 Valor, custo e satisfação Kotler (2009, p. 51) também utiliza o conceito de “valor”, que ocorre a partir do ponto de vista do consumidor. Quanto vale realmente um tênis de R$ 1.000,00? Podemos achá-lo caro, por ser apenas um calçado, ou podemos achar este preço justo, porque queremos acompanhar a moda ou melhorar o desempenho em uma maratona. Assim, o valor de um produto é determinado pela percepção do consumidor. FIQUE ATENTO! Valor e preço são conceitos diferentes. O preço é calculado pelo gestor de marketing em função dos custos de produção, custos de distribuição (embalagem, transporte, logística, armazenamento), margem de lucro que deseja obter, média de preço praticado pela concorrência etc. Já o valor inclui, também, o fator subjetividade. Figura 1 – Produto Fonte: urbanbuzz/Shutterstock.com Para Kotler (2009), produtos são a combinação de três conceitos: o bem em si, o serviço agregado a ele e a ideia. Quando o desejo combina-se à capacidade de comprar (renda e poder aquisitivo), temos um novo conceito, que justifica as diferenças de preço entre diferentes marcas: as demandas, que são a combinação do desejo com o poder de compra. Entenda que é sobre a demanda que o marketing foca sua atuação. Quando compramos um produto por R$ 1.000,00, esperamos que ele seja durável, tenha um bom design, enfim, características que justifiquem o preço. Além disso, desejamos facilidade para adquiri-lo, como por e-commerce ou bom atendimento na loja física. Quando optamos pela marca B ao invés da marca A, estamos comprando o que o produto é e o que ele representa, ou seja, a imagem da marca. SAIBA MAIS! Confira o artigo que questiona a atual crise do mercado brasileiro e propõe que as empresas revejam estratégias para continuar vendendo. Disponível em: <http://www. meioemensagem.com.br/home/opiniao/2017/01/12/brasil-que-vende-pouco.html>. 2 Conceito de estratégia A ideia de estratégia está baseada na concepção de criar diferenciação, tornando algo melhor, maior, exclusivo, mais barato ou qualquer outro atributo que seja desejável pelo público-alvo. Isso faz com que ele prefira uma marca/produto/serviço em detrimento de outra. O fundamento da estratégia competitiva é ser diferente, ter atividades que proporcionem um conjunto único de valores. Podemos entender a competição estratégica como o processo de encontrar novas posições de mercado que atraiam tanto a novos clientes quanto aos clientes já existentes (TASHIZAWA; FREITAS, 2004, p. 19). Confira! •• Diferenciação: a diferenciação pode incluir uma ou mais características que farão o consumidor preferir a marca A ao invés da B. •• Conjunto único de valores: um consumidor pode preferir uma marca em detrimento de outra pela percepção de diversos fatores, como qualidade/desempenho, status/ostentação e princípios. •• Posição versus posicionamento: posição de mercado é mensurável. Uma empresa pode ter uma posição de mercado em função do seu volume de vendas (como líder, seguidora, terceira colocada). Já o posicionamento está ligado à identidade da empresa, ou seja, como ela quer ser percebida. FIQUE ATENTO! Quando a empresa veicula que é a maior ou melhor fabricante de tênis de alta performance, ela está se posicionando. Para Michael Porter (apud TASHIZAWA; FREITAS, 2004, p. 21) há três tipos de posicionamento estratégico: 1. escolha de produto ou serviço especializado; 2. escolha de um segmento específico de público; 3. escolha de uma maneira de acesso. Porter (apud TASHIZAWA; FREITAS, 2004) também alerta que quando uma empresa cria um bom posicionamento estratégico, a tendência é que ela seja seguida pelos concorrentes, ou seja, em breve, o que era diferencial deixa de sê-lo. Embora uma estratégia para se consolidar e ser sustentável demande pelo menos 10 anos, ela precisa ser constantemente revisada. Para Porter (apud TASHIZAWA & FREITAS, 2004), a estratégia é o cerne da liderança. 3 Tipos de estratégia Para Kotler (2009), a estratégia está ligada à posição que uma empresa ocupa no mercado. Assim, definir uma estratégia depende basicamente de duas ações: conhecer o que a empresa oferece (ambiente interno); e conhecer os concorrentes, o mercado em que atua e o consumidor que atende (ambiente externo). Figura 2 – A estratégia é a direção Fonte: Garsya/Shutterstock.com Confira a seguir os tipos de estratégia segundo Kotler (2009)! •• Liderar: neste contexto, Kotler (2009, p.333) alerta para a necessidade de agir em três frentes: “expandir a demanda atual de mercado; proteger a posição atual com ações ofensivas e defensivas; e tentar aumentar a participação de mercado, mesmo que a demanda permaneça constante”. Nesses casos, a inovação é a melhor resposta, uma vez que um produto novo ou melhorado atinge novos públicos e utilizações. EXEMPLO Após pesquisa que detectou que as crianças ingerem 80% da necessidade diária de açúcar somente no lanche que levam para a escola, o produto de alimentação infantil Danoninho reduziu em 14% a sacarose (açúcar) na sua composição, conforme nota oficial da empresa (MEIO&MENSAGEM, 2016). •• Desafiar: é igualar o que o líder faz, diminuindo seu preço e/ou seus custos de produção. Outra forma de desafio é tentar diferenciar-se regionalmente ou por segmento. O ataque de cerco significa bombardear o concorrente em diversas frentes, oferecendo produtos melhores, facilidade de acesso e pagamento, com o objetivo de enfraquece-lo ou mesmo eliminá-lo. •• Seguir: as formas mais comuns de empresas em segunda ou terceira posição no mercado seguirem a liderança é imitá-la ou adaptá-la. As adaptações também podem ocorrer pela troca de nome, embalagem, canais de distribuição e venda. Figura 3 – Imitar ou adaptar produtos Fonte: Dream Master/Shutterstock.com •• Atender um nicho: escolher um subsegmento e especializar-se nele. Para os consumidores de cerveja, por exemplo, pode-se direcionar o produto para consumo na balada, pelos jovens, após a prática de um esporte, com os amigos, focar em sabor e qualidade mais sofisticados etc. EXEMPLO Há 10 ou 15 anos, as cervejas brasileiras eram destinadas prioritariamente ao consumo masculino, popular e sem grande variedade de sabor, tamanho de embalagem ou canal de distribuição. Isso tem mudado drasticamente. As cervejas premium foram introduzidas no mercado em tamanho long neck, para serem consumidas pelos jovens em pé, nas baladas, oferecendo sabores e preços variados, além de campanhas inovadoras associadas aos grandes eventos globais, como festivais de rock. 4 Por que a estratégia é necessária? A estratégia é necessária para que a empresa seja bem-sucedida a partir da identificação dos seus pontos fortes, dos objetivos e metas que possui, para que decisões assertivas e coerentes com seu planejamento sejam tomadas. Ela alinha todas as áreas de uma empresa para que tenham sinergia e busquem os mesmos objetivos e resultados. Ela também está ligada ao fato de que, para atender bem um determinado público, deve-se abrir mão de outros. Uma empresa sem estratégia desperdiça recursos, pois não consegue conciliar a visão interna com a externa, nem se posicionar no mercado ou identificar quais as demandas efetivamente atendem e que desejos podem gerar. 5 Marketing estratégico O marketing estratégico tema finalidade de unir o estudo do mercado com a busca de objetivos e propósitos definidos pela gestão das empresas, como expansão ou consolidação dos negócios, maior margem de lucro e fixação da marca na memória do consumidor. Em síntese: “é o processo de planejamento e execução da concepção, preço, promoção e distribuição de ideias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais” (BENETT apud KOTLER, 2009, p. 32). Assim, o marketing estratégico é um processo que envolve análise, planejamento, implementação e controle por parte das empresas. O objetivo é oferecer bens, serviços e ideias, baseado na noção de troca, cuja meta é produzir satisfação para as partes envolvidas, isto é, produtores e consumidores. SAIBA MAIS! A figura a seguir representa o papel do marketing em diferentes estruturas de empresas (KOTLER, 2009, p. 43). Figura 4 – Papel do marketing Marketing (b) Marketing como função mais importante Recursos humanos Produção Finanças Marketing Produção Finanças Marketing Recursos humanos (a) Marketing como função de igual importância (c) Marketing como função principal Produção Recursos Humanos Finanças Marketing (d) Consumidor como função de controle Consumidor Rec. Humanos Finanças (e) Consumidor como função de controle e marketing como função integradora Finanças Marketing Consumidor Produção Recurso. Humanos Produção Fonte: KOTLER (2009, p. 43). Numa empresa em que o marketing tem o mesmo peso das outras áreas, a produção determinará o que a empresa oferece – calçados nos modelos A, B ou C – cabendo ao marketing divulgá-lo. Já uma empresa em que o marketing é responsável por fazer a ponte entre o consumidor e a área de produção, ele determina o papel das demais áreas.__ Diretrizes organizacionais 1 Missão A missão de uma organização é seu senso de propósito, sua finalidade, aquilo que justifica a sua existência. Assim, para defini-la, a organização deve responder: •• Quem somos nós? •• O que fazemos? •• Por que fazemos? Figura 1 – Definição da missão Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com Dessa maneira, não se trata apenas de definir a atividade da organização, mas definir sua identidade, ou seja, aquilo que ela faz de melhor, pelo que se destaca, quais são suas características principais. Além disso, ao definir sua missão, a organização deve pensar em todos os públicos com os quais se relaciona (clientes, fornecedores, parceiros, concorrentes), e ter clareza, pois a missão será o fundamento de outras diretrizes que determinarão o destino, plano de negócios e posicionamento da organização. Para exemplificar, conheça alguns trechos de missões: •• “Organizar as informações do mundo todo e torná-las acessíveis e úteis em caráter universal” (GOOGLE, s. d.); •• “Promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais” (BNDS, s. d.); •• “Prover soluções de mobilidade urbana, com rapidez, previsibilidade e confiabilidade” (METRÔRIO, 2014). FIQUE ATENTO! A Missão é de extrema importância para definir os passos seguintes de uma organização. Kotler (2009, p. 86) sugere que para defini-la (ou revisá-la, em função de mudanças tecnológicas, do consumidor ou do mercado), a empresa deve considerar: sua história; a preferência dos proprietários (com o que a alta direção se identifica); o ambiente externo (mercado); os recursos de que dispõe para entregar o que promete e suas competências – aquilo que ela faz de melhor e pelo qual será reconhecida. 2 Visão A visão é o que a organização deseja ser no futuro, ou seja, o que ela almeja alcançar. Por exemplo, uma empresa na área de tecnologia pode objetivar ser a melhor, maior, líder, referência no mercado. Assim, enquanto a missão diz “o que a empresa faz e para quem”, a visão informa “aonde a empresa quer chegar e de que forma”. EXEMPLO Como exemplos de visão, podemos citar: •• “Ser referência em operações metroviárias nas Américas, admirada e respeitada pelos seus usuários, colaboradores, sociedade e acionistas, com geração de valor e busca permanente pela sustentabilidade” (METRÔRIO, 2014); •• “Ser a empresa de gases industriais de melhor desempenho no mundo – conforme determinado por nossos clientes, empregados, fornecedores e nas comunidades onde operamos” (WHITE MARTINS, 2016). Agora, passaremos aos valores. 3 Valores Você já deve ter ouvido falar em valores, certo? Eles compreendem “[...] questões que devem ser observadas prioritariamente, seja no processo decisório, seja no comportamento e atitude das pessoas dentro das organizações” (CHIAVENATTO, 2008, p. 141). Os valores estão relacionados à cultura organizacional, ao clima organizacional, aos procedimentos e processos, à gestão de recursos e pessoas, aos princípios que regem o relacionamento da empresa (instituição) com seus diferentes públicos: colaboradores; fornecedores; clientes; concorrentes; governo; e órgãos regulamentadores. Muitas empresas alegam praticar valores como a “sustentabilidade”, a “ética” e a “legalidade” (respeito às leis e normas de seu setor de atuação), mas entram em contradição diante de uma crise, por exemplo, de uma reclamação de um cliente, ou uma denúncia de irregularidade em seus processos. Figura 2 – Padrão de comportamento dos colaboradores Fonte: Sai Yeung Chan/Shutterstock.com Quando uma empresa estabelece quais são seus valores, ela assume a responsabilidade institucional de agir de forma coerente com eles. Se ela declara ser “sustentável”, precisa adotar práticas sustentáveis, como o descarte adequado de resíduos de produção, reciclagem de lixo, respeito à legislação ambiental (licenças, compensação de danos, uso de equipamentos e matéria- prima não poluentes etc.). Perceba que os valores devem estar alinhados à prática, sob o risco de se tornarem um discurso vazio. Além disso, as empresas respondem à fiscalização externa, por parte do governo, de órgãos regulamentadores e da justiça. FIQUE ATENTO! Uma empresa que divulga praticar determinados valores e cai em contradição perde credibilidade, prejudica sua imagem, perde a confiança do mercado e pode até “quebrar”! SAIBA MAIS! Confira o artigo da Folha de São Paulo sobre a Zara. Como a empresa, que é uma multinacional, poderia justificar seus erros de gestão? Disponível em: <http://www1. folha.uol.com.br/mercado/2015/05/1627237-ministerio-do-trabalho-autua-zarapor- descumprir-compromisso.shtml>. 4 Definição de objetivos e prazos As empresas que tem clara sua missão, visão e valores, estabelecem planos estratégicos de longo prazo para praticá-los, considerando não apenas o marketing, mas todas as áreas que as constituem. Isso promove um alinhamento para que todos trabalhem em sinergia pelo sucesso do negócio. Figura 3 – Objetivos e metas Fonte: Adam Vilimek/Shutterstock.com Um grande banco comercial, por exemplo, diante de uma crise econômica pode estabelecer objetivos defensivos para os produtos de crédito, como empréstimos, que tendem a ter maior inadimplência. A instituição pode estabelecer que os gerentes devem renegociar os atrasos para não sofrer perdas. Ao mesmo tempo, os clientes, durante a crise, tendem a procurar proteção, e o banco pode ser ofensivo na oferta de seguros e previdência. SAIBA MAIS! Empresas de grande importância estratégica, como as de energia, bancos, construção civil etc., traçam objetivos e metas com até 10 anos de validade. Na página: <http:// www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/estrategia/plano-de-negocios-e-gestao/>, é possível consultar o plano estratégico da Petrobras até 2021. FIQUE ATENTO! Sobre prazos, Tashizawa e Freitas (2004) estabelecem uma relação entre objetivos, meios para atingi-los e faixas numéricas para determinado tempo, chamadas de macroquantificações. Imagine que o banco A estabelece uma meta de crescimento de 10% da sua carteira de seguros no prazo de um ano, com base em carteira atual, concorrentes, mercado potencial (“Quantas pessoas estão dispostas a comprar seguros neste prazo na minha base de clientes?”). No ano seguinte, a metadeve ser reajustada, porque todos os fatores da análise inicial já mudaram. O objetivo organizacional é a meta para a qual a organização direciona seus esforços. Para Tashizawa e Freitas (2004), o objetivo é a ideia abstrata, teórica, e a meta é a ação que vai materializar este objetivo. Por exemplo, aumentar a participação de mercado é um objetivo; aumentá-la em 10%, em 12 meses, é uma meta. Figura 4 – Planejamento Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com Por exemplo, uma empresa pode ter o objetivo de aumentar as vendas – ideia teórica, abstrata; para atingir o objetivo, ela estabelece uma meta de que seja em 15% nos próximos três meses – traduzindo o objetivo em ação quantificada em tempo e percentual de aumento; para realizar a meta, ela decide utilizar estratégias, como aumentar a equipe de vendedores e ministrar cursos para capacitá-los com técnicas de vendas – realizando ações práticas. EXEMPLO As plataformas colaborativas foram criadas para que empreendedores pudessem captar recursos de doadores para realizar seus planos de negócio. Um exemplo é a plataforma DOTs, que divulga pequenos negócios e está fazendo uma campanha on-line de arrecadação para sair do Facebook e tornar-se um portal com muitas funcionalidades. Para isso, ela estabeleceu uma meta financeira e um prazo: <https://www.kickante.com.br/campanhas/plataforma-dots>. Lembre-se de que é importante ter clareza na missão, visão, valores e definição de objetivos e prazos. Só assim uma empresa será considerada estratégica e terá credibilidade e boa reputação no mercado. Objetivos organizacionais 1 Características da empresa Uma empresa pode ser privada (aberta por uma pessoa, um conjunto de sócios, ou por outra empresa) ou pública (aberta com recursos do governo municipal, estadual ou federal), e pode ser ainda de capital misto (parceria público-privada). Ela pode visar lucro (fabricação, compra e venda e prestação de serviços), ser beneficente (uma ONG, fundação ou entidade assistencial), ter uma função social (educação, saúde, abrigo, assistência), ou institucional, representando interesses de associações, sindicatos, fundações e entidades de classe (como OAB, CREA, COREN). Figura 1 – Empresa de micro, pequeno, médio, ou grande porte Fonte: TTstudio/Shutterstock.com Uma organização pode ainda ser nacional (sediada e fundada com capital brasileiro) ou multinacional (matriz no exterior e filial no país). Ela pode ter capital fechado, em que os sócios/diretores investem e dividem os lucros, ou aberto, em que a empresa comercializa ações da bolsa de valores, e conforme seu desempenho paga dividendos ou não aos acionistas. O porte da empresa (micro, pequeno, médio ou grande) pode exigir também que ela seja dividida em unidades de negócios, para ser melhor administrada. EXEMPLO Uma empresa farmacêutica multinacional como a Novartis possui uma matriz na Suíça e diversas subsidiárias nos cinco continentes. As diretrizes são as mesmas, mas cada unidade lida com um mercado, públicos e concorrentes diferentes, sendo obrigatório, portanto, que a gestão de cada unidade estabeleça um planejamento estratégico próprio. 2 Mercado em que está inserida A ideia de mercado está associada ao conceito de demanda: pessoas que têm uma determinada necessidade ou desejo e que estão habilitadas – possuem recursos – para satisfazê-lo. Assim, cabe às empresas identificarem seu mercado potencial e procurarem atendê-lo, oferecendo produto e serviços que respondam à uma demanda existente ou criando essa demanda por meio do marketing (o desejo pela versão mais nova de produto existente, por exemplo) (KOTLER, 2009). A segmentação de mercado foi criada pela indústria para possibilitar o atendimento de mercados cada vez maiores e de forma mais eficaz. Se pensarmos hoje no exemplo de uma indústria de sorvetes que atenda o mercado brasileiro, qual a variedade de perfis de consumidores que ela potencialmente deveria atender? FIQUE ATENTO! “Um segmento de mercado consiste em um grande grupo que é identificado a partir de suas preferências, poder de compra, localização geográfica, atitudes de compra e hábitos de compra similares” (KOTLER, 2009, p. 278). Para segmentar mercados, as empresas costumam utilizar alguns dados. Confira! •• Dados geosociodemográficos - como sexo, idade, renda, composição da família, tipo de moradia, posse de bens e escolaridade divulgados pelo Censo IBGE. •• Dados psicográficos - estilo de vida e personalidade, avaliáveis por pesquisas específicas ou monitoramento da mídia, concorrência etc. •• Dados comportamentais - gostos, preferências, expectativas em relação a produtos e serviços, motivações para as compras. Estes são fornecidos pelo histórico de compras anteriores ou adquiridos pela empresa por meio da compra de pesquisas de opinião de associações comerciais e institutos especializados (Nielsen, IBOPE, Serasa Experian). Figura 2 – Segmentação de mercado Fonte: Jirsak/Shutterstoc.com FIQUE ATENTO! Para a segmentação ser eficaz, e o segmento ser suficientemente rentável para valer a pena, ela deve ser: mensurável; substancial (vale a pena?); acessível; diferenciável e acionável. 2.1 Relação com a concorrência Kotler (2009) aponta que há quatro níveis de concorrência, considerando a possibilidade de substituição do produto/serviço. Veja quais são eles. •• Concorrência da marca: quando produtos, preços e consumidores são muito parecidos. Por exemplo: consumidores de cerveja A ou B. •• Concorrência industrial: quando um fabricante compete com os demais fabricantes que fazem produtos similares. Por exemplo: fabricante da A e B x fabricante da cerveja C. •• Concorrência de forma: quando o fabricante disputa o consumidor com produtos similares na mesma categoria. Por exemplo: bebidas alcoólicas – cervejas, destilados, vinhos etc. •• Concorrência genérica: quando o fabricante disputa, pelo mesmo valor, por produtos de categoria mais ampla. Por exemplo: presentes – alimentos gourmet, chocolates etc. Saiba que há também a concorrência de mercado. Uma empresa pode fabricar um produto similar, mas pode fazer uma opção estratégica de investir na diferenciação de posicionamento e na estratégia de marketing, ao invés de buscar esse diferencial no desenvolvimento de um produto/serviço. Para concorrer pelo mesmo mercado, a empresa precisa avaliar os concorrentes pelos mesmos critérios da análise SWOT (forças, fraquezas internas; ameaças e oportunidades externas). Pode também realizar pesquisas de opinião com seus públicos-alvo, estimulando a comparação do seu posicionamento e portfólio com o dos concorrentes. Essa investigação pode apontar tendências de inovação, necessidades não atendidas ou oportunidades de melhoria, que levariam consumidores de um determinado serviço ou marca a trocá-lo pelo concorrente que introduzisse uma novidade rapidamente. Figura 3 – A concorrência nos mercados Fonte: Minerva Studio/Shutterstock.com É necessário monitorar o marketing e a comunicação, bem como os dados de balanço ou divulgados pela imprensa. O posicionamento nos pontos de venda e canais eletrônicos da concorrência permite identificar movimentos de expansão e retração, lançamentos e descontinuidade de produtos, reclamação de consumidores e a existência de fraquezas e forças. 2.2 Públicos-alvo Nem toda a população de uma região irá se tornar um consumidor fiel e constante de uma determinada marca/serviço/produto, não é verdade? A Psicografia e os estudos de comportamento, por exemplo, consideram as variáveis psicológicas (gostos e preferências, o que motivou uma determinada compra etc.). Esses estudos requerem iniciativas específicas, que podem ser entrevistas, grupos-foco, pesquisa de opinião ou satisfação (as quais indicam comportamento futuro) ou levantamentos do comportamento de compra anterior (CRM, cruzamentos de dados de compra passada). FIQUE ATENTO! O CRM (CustomerRelationship Management), ou Gestão do Relacionamento com o Cliente, é um processo que registra e analisa sistematicamente o comportamento de um cliente, visando identificá-lo e diferencia-lo por meiodo registro de: •• História e transações - quando se tornou cliente, o que comprou, preferências etc. •• Receita e lucratividade - quanto gasta por ano, em quê etc. •• Reclamações. •• Canal de compra e comunicação preferidos. Outro fator considerado pelas empresas para identificar seus públicos-alvo é o “estilo de vida”. Quando pensamos em remédios, alguns alimentos e produtos para bebês ou idosos, a resposta é óbvia: esses produtos ou serviços são tão especializados que seu consumidor já está determinado. Quando falamos de empresas que produzem um portfólio muito amplo de produtos (fabricantes de carros ou computadores, por exemplo), no entanto, como determinar seus públicos-alvo? A variável psicográfica contribui com informações sobre a personalidade do consumidor – como ele se vê e como ele “gostaria de ser” –, suas aspirações e seu autoconceito. Kotler (2009, p. 173) define que quatro variáveis psicológicas influenciam em uma compra: “motivação, percepção, aprendizagem, crenças e atitudes”. Figura 4 – Como o consumidor se vê Fonte: testing/Shutterstock.com Muitas pessoas podem adquirir um produto porque gostariam de ter o estilo de vida que ele sugere. 2.3 Ciclo de vida de produtos e serviços As necessidades são dinâmicas e, assim como os consumidores, os produtos e serviços também nascem, crescem, amadurecem e “morrem”. Para cada fase desse ciclo, o marketing deve adotar diferentes estratégias, porque há uma enorme cadeia produtiva, anos de desenvolvimento, pesquisa e aperfeiçoamento. Os produtos e serviços podem (e devem) ter a maior vida útil possível! É importante diferenciar se o declínio de demanda por um produto ou serviço se deve à sua superação definitiva ou à inovação/melhoria introduzida por um concorrente. Ou ainda se o produto, tendo atingido o máximo de público, precisa ser reinventado aos olhos do consumidor. Tenha em mente que produtos e serviços podem ter sua vida útil estendida se oferecidos para novos públicos de uma forma inovadora. EXEMPLO Uma empresa X de massa de tomate conseguiu aumentar o consumo de seus produtos divulgando nas redes sociais que o feijão poderia ser temperado com eles. 2.4 Cenário (fatores externos que influenciam a determinação dos objetivos) Há alguns fatores que compõem o “ambiente de marketing” e que, portanto, devem ser monitorados. Acompanhe! •• Mudanças demográficas: envelhecimento da população; mudanças de comportamento/ culturais/religiosas. Por exemplo, movimentos migratórios podem criar desafios e oportunidades para a construção civil, indústria de alimentos, educação entre outras. SAIBA MAIS! No artigo da Agência Brasil você verá que os divórcios cresceram mais de 160% no Brasil em uma década. Essa mudança demográfica afeta o perfil de consumo, pois cria novas necessidades, como serviços especializados para mulheres que são mães e chefes de família ao mesmo tempo, como creches, alimentação instantânea, serviços domésticos etc. Confira em: <http://agenciabrasil.ebc.com. br/geral/noticia/2015-11/divorcio-cresce-mais-de-160-em-uma-decada>. •• Mudanças econômicas: aumento ou diminuição do poder aquisitivo da população; dos juros; abertura do mercado aos produtos importados; maior ou menor oferta de crédito. Esses são diversos exemplos que favorecem/desfavorecem determinados mercados e exigem decisões de marketing. SAIBA MAIS! O artigo do Estadão demonstra como a mudança econômica fez com que famílias que estavam comprando produtos alimentícios mais sofisticados voltasse a optar por produtos mais baratos, ou marcas alternativas em função da perda de poder aquisitivo. Disponível em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/mercados,crisejoga- 3-milhoes-de-familias-da-classec-de-volta-a-base-da-piramide,1789248>. •• Mudanças tecnológicas: convergência das mídias (desenvolvimento de mais funcionalidades para um mesmo suporte, como carros com geolocalização, smart TVs, apps diversos) estão substituindo a posse de bens pelo acesso. Empresas que investem nessa intermediação tendem a substituir as empresas convencionais.__ Planejamento 1 Conceituação de planejamento e sua importância como ferramenta para atingir os objetivos empresariais Saiba que o planejamento visa transformar objetivos em ação. O planejamento estratégico é composto por etapas definidas pelos objetivos da organização, avaliação do ambiente interno e externo, escolha de um tipo de estratégia, definição dos objetivos e fixação de metas. A esse plano geral são subordinados o plano tático (metas e ações) e um plano operacional (atividades diárias das áreas que compõem a organização). Já sabemos que o ambiente e a demanda dos consumidores são dinâmicos, portanto, ao estabelecer seu planejamento, a empresa possui dados mais estáveis, ou seja, suas diretrizes e objetivos organizacionais e sua análise SWOT. Ela também deverá incorporar, de tempos em tempos, a revisão do ambiente e da demanda. Figura 1 – Análise SWOT Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock.com FIQUE ATENTO! A escolha da estratégia empresarial – liderar, seguir, imitar, criar diferenciais, desafiar etc. – deve estar alinhada a uma visão de médio e longo prazos. Os tipos de estratégia que, segundo Kotler e Keller (2012), são definidos de acordo com a posição da empresa no mercado, estão listados abaixo. •• Liderar - A liderança é difícil de manter porque pode conduzir à acomodação. As empresas líderes são monitoradas pelos concorrentes, que tentam imitá-las e tirar partido das suas fraquezas. Kotler e Keller (2012) alertam para a necessidade de agir em três frentes: expandir a demanda atual de mercado; proteger a posição atual com ações ofensivas e defensivas; e tentar aumentar a participação de mercado, mesmo que a demanda permaneça constante. •• Desafiar - O modo mais comum de ataque de uma empresa nova ou segunda colocada no mercado é igualar o que o líder faz diminuindo seu preço e/ou seus custos de produção. Outra forma de desafio, usando áreas menos “protegidas” do adversário, é tentar diferenciar-se regionalmente ou por segmento. É uma oportunidade de conquistar pequenos mercados que, ao se tornarem maiores, teoricamente darão preferência a quem os acompanhou. •• Seguir - As formas mais comuns de empresas em segunda ou terceira posição no mercado seguirem a liderança é imitá-la ou adaptá-la. As adaptações também podem ocorrer pela troca de nome, embalagem, canais de distribuição e venda, entre outras ideias. Figura 2 – Nichos de mercado Fonte: 10 FACE / Shutterstock.com •• Atender um nicho - Escolher um produto que atenda um segmento específico do mercado. Exemplos são famílias com filhos recém-nascidos, praticantes de um determinado esporte, grupo religioso etc. 2 Análise ambiental interna É preciso definir se e como a empresa tem a capacidade de estabelecer um determinado diferencial competitivo. De acordo com a análise SWOT, se a empresa identificou determinados pontos fortes, sua estratégia pode ser ofensiva, estabelecendo que estes serão seus diferenciais para competir com a concorrência. Para Kotler e Keller (2012, p.52), alguns dos elementos de marketing que podem ser analisados para a definição de forças e fraquezas são: a reputação da empresa; sua participação no mercado; a qualidade dos produtos e serviços; a eficiência dos elementos do mix de marketing; e a retenção e satisfação dos clientes. FIQUE ATENTO! Os pontos fracos ou neutros (características em que a empresa está no mesmo nível que os concorrentes), identificados em sua análise, podem ser alvo de investimentos em melhorias, mas não entram no planejamento estratégico no sentido de estabelecer uma vantagem competitiva. Figura 3 – Análise interna Fonte: karelnoppe/Shutterstock.com SAIBA MAIS! Confira a matéria do portal Meio & Mensagem e perceba como o Grupo Boticário investiu em novos posicionamentos para cada uma de suas marcas no intuito de atingir diferentes perfis de consumidores: <http://www.meioemensagem.com.br/home/ marketing/2016/11/30/grupo-boticario-mantem-expectativa-de-crescimento.html>. 3 Análise ambiental externa As variáveis do macroambientesão: política; econômica; demográfica; científico-tecnológica; legal; e ambiental. Há ainda aquelas que afetam a produção, como a entrada de concorrentes no mercado, fornecedores, produtos e serviços que concorrem indiretamente. Para minimizar os riscos da atividade de planejamento, Cavalcanti (2008, p. 112) sugere o estabelecimento de cenários múltiplos, no quais se tente simular o impacto da mudança em todas essas variáveis: “É com uma análise do cenário tendencial, ou mais provável, que se realizam o rastreamento, a identificação e a avaliação de oportunidades e ameaças”. FIQUE ATENTO! Não é possível para a empresa controlar as variáveis externas. SAIBA MAIS! Você sabia que a crise, ou a expectativa dela, altera a forma como os supermercados compram e a indústria vende seus produtos? Espera-se que o consumidor diminua seu volume de compras. Confira mais em: <https://economia.terra.com.br/11-dosprodutos- estao-em-falta-nos-supermercados-aponta-nielsen,9333aacc589bb1be6c 30bd5e7eb99bc4z1bsqyav.html>. 4 Escolha de estratégia A partir das informações levantadas nas análises ambientais interna e externa, torna-se possível à empresa escolher a estratégia a ser implementada. Levantados os pontos fortes e fracos internos, bem como oportunidades e ameaças do ambiente, o estrategista pode tomar decisões sobre como utilizar essas vantagens para reforçar a posição da empresa no mercado, minimizando suas falhas e pontos fracos. Existem três opções gerais de estratégia à serem escolhidas: [...] buscar o posicionamento, a fim de que suas capacidades proporcionem a melhor defesa contra o conjunto de forças competitivas; ser mais ofensiva, alterando as causas geradoras das forças competitivas; antever mudanças nas forças competitivas e responder a estas com uma estratégia apropriada, antecipando-se a seus concorrentes (CAVALCANTI, 2008, p. 122). Ou seja, como aponta Cavalcanti (2008), a empresa pode escolher entre estratégias defensivas, ofensivas e antecipatórias. •• Defensivas: buscando se defender das estratégias dos concorrentes, para manter sua posição no mercado – geralmente a opção do líder. •• Ofensivas: buscando atacar os pontos fracos das concorrentes para crescer no mercado, ou até mesmo modificar a forma de concorrência, por exemplo, mudando toda a estratégia de preços da empresa. •• Antecipatórias: ao invés de se defender ou atacar os concorrentes, buscar ser inovador e o primeiro no mercado a seguir uma nova tendência. Por exemplo, sair do ramo dos celulares comuns e entrar no mercado de smartphones. 5 Desafios estratégicos Estabelecido um plano coerente, a organização ainda pode enfrentar alguns desafios que impactarão a realização dos objetivos e exigirão atuação da gestão, em conjunto com as áreas envolvidas, para revertê-los. •• Falta de envolvimento da alta gestão, da gerência ou dos funcionários e falta de liderança - exigem da área de recursos humanos a mediação, desenvolvimento de ações de motivação (para gerência e funcionários), eventualmente a troca por indivíduos com perfis mais compatíveis com as funções estabelecidas. •• Falta de sistematização do controle de metas, processos, prazos, resultados - tornando impossível identificar os “gargalos”, reverter eventuais falhas, medir resultados e destacar áreas e pessoas que tenham atingido o combinado. Requer a revisão do método, investimento, desenvolvimento de competências, sob o risco de gerar conflitos internos e desmotivação. •• Alterações bruscas do cenário econômico, legal, ou financeiro – novas leis e regulamentações, falta de caixa, planos econômicos, (des)valorização cambial. Se no planejamento essas possíveis alterações foram previstas, a empresa poderá amenizá-las investindo em produtos mais favorecidos, utilizando reservas financeiras etc. Caso contrário, é provável que haja corte de custos e investimentos até que o cenário desfavorável seja revertido. Figura 4 – Alterações previstas no planejamento estratégico Fonte: Shutter_M/Shutterstock.com EXEMPLO Diante de uma situação adversa, muitos empreendedores buscam identificar uma demanda não atendida ou um novo negócio para “fazer caixa”, ou captam investidores para que sua ideia seja viabilizada no mercado. Confira exemplos de investidores que tomaram atitudes similares e foram bem-sucedidos: <http://exame.abril.com.br/pme/ 15-exemplos-de-empreendedores-que-superaram-todas-as-dificuldades/>. Cavalcanti (2008) destaca que o ciclo de planejamento e execução precisa ser fechado com controle e medição de resultados. Essas informações são essenciais para que a organização avalie o que foi planejado e confronte com o que foi realizado, efetuando as correções necessárias para um novo ciclo. 6 Definição de ações e seu agendamento Depois de estabelecer seus objetivos, a empresa deve dividi-los em etapas, com metas e prazos definidos para seu atingimento por todas as áreas da organização. Ela também deve definir uma agenda que considere os recursos previstos, as etapas a cumprir e o detalhamento das ações. EXEMPLO Um banco precisa expandir sua base de clientes com cartões de crédito internacional (produto). O prazo é de 1 ano, ao passo que a meta é aumentar em 10% a base atual, que é de 30.000 clientes em 100.000 clientes com conta corrente. Teoricamente, há um potencial de 70.000 clientes que poderiam ter o cartão internacional. Ações, recursos e etapas: •• Verificar na base atual de 70.000 clientes potenciais quais são os que têm renda, movimentação ou outros produtos que indiquem capacidade financeira para ter um cartão internacional. Prazo: dezembro de 2016. •• Treinar os gerentes sobre o produto e divulgar a meta. Habilitar a área do cartão com recursos para emitir e enviar novos cartões. Prazo: janeiro de 2017. •• Lançar a campanha nas agências. Prazo: fevereiro de 2017. •• Lançar a campanha na mídia. Prazo: março de 2017. •• Avaliar o desempenho do primeiro quadrimestre. Prazo: junho de 2017, pela área de planejamento. Ajustar para mais ou menos a meta, reconhecer os melhores gerentes com bonificação. Renovar a campanha. •• Avaliar o desempenho do segundo e terceiro quadrimestres: outubro a fevereiro. Avaliar e encerrar a campanha; premiar os melhores resultados comerciais; seguir apurando o resultado do produto. É por meio de um planejamento viável que se alcança objetivos empresariais! Plano de marketing 1 Produtos Saiba que o desenvolvimento de novos produtos demanda grande investimento e risco por parte das empresas. Por isso, trata-se de um processo longo, mas não necessariamente demorado, pois a concorrência, as necessidades dos consumidores e a tecnologia mudam cada vez mais rápido. Muitos produtos são lançados e se tornam obsoletos em seis meses ou um ano, sendo superados pelo próprio fabricante, como celulares e computadores. Figura 1 – Novos produtos devem considerar a demanda existente ou possível Fonte: Photo_For_Your_Ideas/Shutterstock.com A alta administração precisa estar comprometida com a ideia de inovação, alocando investimentos, recursos humanos e tempo no processo. Uma das formas de identificar oportunidades de inovação é realizar pesquisas de satisfação ou opinião, em que os consumidores indicam suas expectativas, ou utilizar informações das agências especializadas em tendências, os “cool hunters” (caçadores de tendências). Alguns setores tem um calendário próprio de inovação, como a área de moda (que muda a cada estação), outros são mais lentos (como o farmacêutico), pois dependem de uma regulamentação rígida, testes de laboratório e testes com consumidores, até chegarem ao mercado. De modo geral, Kotler (2006, p. 303) identifica vários estágios para o desenvolvimento de produtos até a sua comercialização. Confira! •• Geração ideias e triagem – sugestões, observações, informações apuradas do mercado e verificação da sua viabilidade. •• Desenvolvimento e teste do conceito – criação a partir de atributos desejados do produto (“Quais benefícios ele proporciona?”, “Quanto custará?”) •• Desenvolvimento da estratégia de marketing – mercado potencial, preço e distribuiçãoe metas de vendas •• Análise comercial – cálculo do custo de produção x estimativa de vendas = lucro 2 Serviços Diferente dos produtos, os serviços são definidos por sua intangibilidade. Eles correspondem a experiências que o consumidor tem com a marca, por meio de aplicativos, do atendimento, da interação com funcionários etc. Por isso, são mais difíceis de administrar, uma vez que é preciso assegurar um padrão constante de qualidade. Figura 2 – Serviços são temporários e intangíveis Fonte: Alex Tihonovs/Shutterstock.com Um consumidor pode ter uma boa experiência em um dia e uma má experiência no outro, fazendo com que a relação tenha que ser retomada/recuperada. Treinamento, índices de satisfação, qualidade de atendimento e monitoramento são fundamentais para que a experiência positiva seja repetitiva. Se falamos de um aplicativo, por exemplo, ele precisa ter bom suporte, capacidade, constância, inovação, interagir com o consumidor para que seja preferido em relação à concorrência. A prestação de serviços está ligada ao relacionamento, e por isso as empresas investem tanto em programas de fidelização, contratos de adesão de longo prazo, diferenciação dos clientes mais antigos com tarifas e benefícios. É difícil migrar de uma companhia de telefone, energia ou TV para outra, justamente para que haja tempo de fidelizar o cliente e obter lucro com ele. EXEMPLO A empresa de locação de espaço para armazenagem ABC oferece transporte gratuito da carga a ser armazenada (móveis, documentos), bem como preços melhores para contratos acima de três meses. 3 Preço e Promoção O preço de um produto é composto pelo seu custo de produção, custo de distribuição/promoção/ comercialização, e a margem de lucro. É aconselhável que a empresa separe custos fixos (aluguel, maquinário, folha de pagamento) de custos variáveis (transporte/frete, matérias-primas, tributos) para compor seu preço final. Isso permitirá enxergar, por exemplo, se em uma determinada região ela pode vender mais barato ou ter uma margem de lucro maior. Ao determinar o preço de um produto, a empresa pode adotar seis estratégias diferentes, segundo Kotler (2006, p. 461): •• sobrevivência - empatar custo x receita; •• lucro máximo - cobrar o maior preço possível para fazer caixa; •• receita máxima - vender o máximo possível de determinado item; •• desnatação do mercado - lançar o produto pelo preço máximo e depois ir lançando versões mais simples e baratas. Exemplo: carro com e sem opcionais; •• liderança do segmento •• crescimento máximo do mercado - a empresa pode optar por vender mais barato como forma de tornar-se conhecida e consolidar posição num determinado mercado. FIQUE ATENTO! Para determinar sua margem de lucro ou receita (o quanto pretende vender), a empresa precisa avaliar o mercado e a concorrência, para não posicionar seu produto muito longe dos demais e ficar em desvantagem. A promoção de preço ocorre quando a empresa identifica que é possível praticar uma redução em sua estrutura de preço em função de algum custo que foi diminuído (como, por exemplo, a matéria-prima). A empresa também pode optar por dar descontos quando a demanda cai, em caso de recessão, para “desovar” um estoque ou para atrair o consumidor por tempo limitado. Em todo caso, ela deve usar a promoção por pouco tempo sob o risco de parecer “em crise” e sofrer o ataque da concorrência. SAIBA MAIS! Conheça a diferença de preços com cartão e com pagamento à vista: <http://www1. folha.uol.com.br/mercado/2016/12/1845071-ganho-com-liberacao-de-precos-vaidepender- de-lojistas-e-cartoes.shtml>. 4 Canais Uma empresa produtora de bens e serviços possui alguns canais de distribuição, que podem ser: •• redes de varejo e atacado; •• e-commerce; •• canais próprios como site, e-commerce, apps; telemarketing e lojas. EXEMPLO Gigantes como Americanas.com, Walmart e Magazine Luiza firmaram-se como grandes canais de venda pela internet. Hoje temos uma situação mista: há empresas que só existem na net, que mantém os dois canais de venda ou que têm a loja física como principal e a internet como complementar. Na área de serviços, a estrutura virtual representou um grande ganho em custos, pois há prestadores de serviço que não possuem estrutura fixa (como psicólogos, coaches, contadores) atuando por skype, youtube, webminar ou veiculando conteúdo semipresencial, como E-books, links de conteúdo, downloads de apresentações etc. 5 Logística As empresas pensavam na logística ou cadeia de suprimentos como a atividade que integrava compra e armazenamento de matéria-prima, produção, estoque de produtos, transporte ao ponto de venda e comercialização. O consumidor era o ponto final dessa cadeia. Figura 3 – Logística procura aliar o melhor preço ao menor prazo de entrega Fonte: Travel mania/Shutterstock.com Com a expansão do e-commerce e dos apps de intermediação entre o comprador e o produtor, a cadeia se inverteu e muitas empresas hoje ganham na intermediação entre demanda e fornecedor. Parte do varejo trabalha com grandes centros de logística que estocam e entregam produtos com mais eficiência e em menor prazo, reduzindo os custos de manter pontos de vendas em vários locais, vendedores treinados, prateleiras e vitrines etc. FIQUE ATENTO! Em resumo, o gerente de logística deve considerar questões como: atender pedidos; conhecer os canais de entrada e processamento de pedidos; saber se empresa trabalha com canais físicos (redes de varejo) e e-commerce; saber onde devem estar os centros de distribuição; levar em conta o transporte na hora de atender a demanda, bem como o custo do frete, tempo, segurança e condições de entrega dos produtos; saber o nível de estoque que deve ser mantido e, por fim, o tamanho, frequência e prazo das demandas. 6 Comunicação e Publicidade Para que uma marca se torne conhecida e seja referência de qualidade, durabilidade, inovação, confiança, ou qualquer outro atributo desejável, são necessários muitos anos de investimento em comunicação. Entenda que é preciso construir um discurso e uma identidade que se fixem na memória do consumidor como diferencial, favorecendo as vendas. Figura 4 – A comunicação deve incentivar a demanda Fonte: Ellagrin/Shutterstock.com Uma boa campanha de comunicação/ publicidade deve seguir alguns princípios básicos: •• identidade visual e textual - o consumidor só grava aquilo que vê repetidas vezes e de forma padronizada, como um logotipo, uma assinatura; •• a identidade deve estar alinhada ao posicionamento da empresa (diretrizes e objetivos organizacionais); •• a publicidade deve ser aliada do planejamento de marketing - tornar-se conhecido, vender mais, liderar ou recuperar mercado etc. Além disso, a campanha só fará sentido se for de médio a longo prazo. Como o custo de produção é alto, uma veiculação mínima de três meses justifica e dilui esse custo, pois a baixa exposição/visibilidade não garante retorno e representa perda de investimento! SAIBA MAIS! Conheça a importância da identidade visual para auxiliar o marketing: <http://www. meioemensagem.com.br/home/marketing/2016/10/07/embalagens-da-skolganham- nova-identidade-visual.html>. Para que uma empresa decida como e onde anunciar, ela deve ter em mente o perfil do público- alvo e que canais de comunicação ele utiliza. Não adianta anunciar um produto para um público nas mídias sociais, por exemplo, se ele prefere a mídia do metrô, a TV, o jornal impresso ou alguma revista específica. FIQUE ATENTO! Quanto maior a exposição (maior a quantidade de público atingida), mais cara uma mídia. Deve-se trabalhar com a ideia de complementariedade entre mídias on e off-line, e frequência. m outras palavras, para anunciar, é preciso pensar num horizonte de seis meses a um ano.__ Plano de marketing 2 Força de vendas Quando falamos de força de vendas, estamos nos referindo à equipe de vendas e seus vendedores, um elemento-chave para muitas estratégias de canais e comunicação, sendo o meio de alcançar e se comunicar com os clientes. Nessa equipe, temos os vendedores internos – que trabalham dentro daslojas ou escritórios da empresa, recebendo os clientes e seus pedidos, pessoalmente ou por meio de telefone e mensagens eletrônicas – e os vendedores de campo (ou externos), que visitam os clientes em suas residências e empresas. Um vendedor interno em ação Fonte: Kzenon / Shutterstock.com Segundo Kotler e Keller (2012), devem ser definidos alguns elementos dentro do plano de marketing. Acompanhe! Objetivos: quais as metas dos vendedores para que a empresa realize sua estratégia de marketing? Exemplos são: buscar novos clientes; dar suporte aos clientes já existentes; aumentar o faturamento etc. Estratégia: de que maneira os vendedores alcançarão os objetivos definidos no plano? Estrutura: como será a organização dos vendedores? Por território/região geográfica, por linha de produto (em que cada vendedor trabalha com apenas um tipo de produto da empresa), por clientela (em que os vendedores são organizados por diferentes públicos-alvo ou segmentos de consumidores). Tamanho: a quantidade de vendedores necessária para atingir os objetivos, levando em consideração a estratégia e a estrutura da força de vendas. Remuneração: como serão remunerados os vendedores? Por comissões e bonificações? FIQUE ATENTO! Em muitas empresas, ainda há uma grande separação entre marketing e vendas, com o marketing ficando responsável apenas pelo planejamento do composto de marketing, e todas as questões de força de vendas sendo responsabilidade do setor de vendas. Internet - e-commerce Um novo canal de distribuição está aberto às empresas, um espaço virtual onde as vendas podem acontecer 24 horas por dia, todos os dias, e alcançar o mundo todo: o comércio eletrônico via Internet, também chamado e-commerce. Temos as lojas virtuais, seja em plataformas próprias, ou nos chamados Marketplaces (grandes sites comerciais, como o Mercado Livre). O novo ponto de venda das empresas Fonte: vasabii / Shutterstock.com Dentro do plano de marketing, há pontos essenciais para se pensar um canal de comércio eletrônico (GOLEMAN; MARIANO; MAYER, 2009). Conteúdo: ao mesmo tempo em que é um canal de vendas, o site também é um canal de comunicação. É preciso que o conteúdo, portanto, seja renovado constantemente. Preços: para empresas que contam com lojas físicas, surge o problema da diferença de preços entre elas e o site, e a questão do valor do frete e possíveis devoluções. Gestão do estoque: é preciso decidir como será feito o estoque da loja virtual, e a necessidade de planos para o caso de quebra de estoque/falta de produtos em épocas como o Natal. Entregas: um ponto crítico. Deve existir um acompanhamento de todos os passos do processo, da realização do pedido até a entrega ao cliente. Pagamento: quais serão as formas de pagamento aceitas? E como serão feitas devolução de valores e gestão de fraudes? Devoluções: deve haver um sistema de logística reversa. Suporte: quais são os canais de comunicação e suporte disponíveis para o cliente? E como eles serão administrados? Segurança: tanto a segurança das transações, como do próprio site contra hackers. Divulgação: como as pessoas ficarão conhecendo a loja virtual? Que meios de comunicação serão utilizados. FIQUE ATENTO! O Brasil tem uma legislação bastante exigente para o e-commerce. É possível conseguir informações na página do Sebrae: <https://www.sebrae.com.br/sites/ PortalSebrae/bis/aspectos-legais-do-e-commerce,1a37e402b41f7410VgnVCM100 0003b74010aRCRD> Redes sociais Se o e-commerce é o canal de distribuição na Internet, as redes sociais são o canal de comunicação com o consumidor. Como define Torres (2009, p. 113): “[...] são sites na Internet que permitem a criação e o compartilhamento de informações e conteúdos pelas pessoas e para as pessoas, nas quais o consumidor é, ao mesmo tempo, produtor e consumidor da informação”. É essa possiblidade de agir e interagir diretamente com os clientes que tornam as redes sociais únicas. Por isso, saiba que as decisões sobre redes sociais estão diretamente ligadas às estratégias de Comunicação e Publicidade da empresa dentro dos planos de marketing, e devem dizer: onde - em quais redes a empresa estará presente ou acompanhando, incluindo aí a possibilidade de criar e manter fóruns próprios dentro de sua plataforma; como - como será a participação da empresa nas redes escolhidas, se haverá produção de conteúdos para uso na própria página, ou se esses serão patrocinados nas páginas de outros usuários; se a página será usada como canal de relacionamento direto com clientes; ••para quê - segundo Lamb, Hair e McDaniel (2014), o ponto mais importante sobre a participação nas redes sociais é ter claro seus objetivos. ••Monitorar e aprender: as redes sociais permitem um contato muito direto entre a empresa e seus clientes, permitindo que ela acompanhe as reações deles, e aprenda mais sobre os hábitos dos consumidores. ••Promover produtos e serviços: o uso mais direto das redes sociais, que é fazer com que as pessoas conheçam e falem sobre os produtos e serviços da empresa. ••Construir relacionamentos: ter esse ponto de contato direto com os clientes cria possiblidades fantásticas de relacionamento. SAIBA MAIS!Um bom começo é o artigo “Planejamento de campanhas de marketing nas redes sociais”. Disponível na página do Sebrae: <https://www.sebrae.com.br/sites/ PortalSebrae/artigos/planejamento-de-campanhas-de-marketing-nas-redes-sociai s,619a9e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD>. EXEMPLO Nem só de bons exemplos vive o marketing. A revista Exame preparou um artigo com 15 exemplos de “desastres de marketing” cometidos nas redes sociais. Confira em: <http://exame.abril.com.br/marketing/15-desastres-de-marketing-nas-redes- -sociais-em-2013/>. Fidelização e relacionamento Você já deve ter ouvido que “conquistar um novo cliente custa, em média, cinco vezes mais do que manter um cliente existente” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 147). Isso significa que fidelizar o cliente, fazendo com que ele volte a consumir o produto ou serviço da empresa, é um fator importantíssimo, que deve ser levado em conta no plano de marketing. A fidelização está diretamente ligada ao relacionamento do cliente com a empresa – se esse relacionamento for positivo, apresentando produtos e serviços de qualidade e com alto valor para os consumidores (FERRELL; HARTLINE, 2010), eles tenderão a comprar sempre mais, como mostra o funil de marketing. O funil de marketing dos relacionamentos cliente-produto/serviço Público Cliente conscientizado Cliente aberto a experimentar Experimentador Usuário irregular Usuário regular Usuário frequente Fidelizado Ainda desconhece o produto Ouviu falar do produto Tomou contato com o produto Já experimentou o produto Compra às vezes, mas prefere um concorrente Compra regulamente, mas compra também de um concorrente Compra na maioria das vezes, mas ocasionalmente compra do concorrente Compra sempre, não compra do concorrente Modelos estratégicos 1 Cinco forças competitivas de Porter Criado em 1980 por Michael Porter, o modelo de “Cinco forças competitivas” representa o ambiente de competição econômica em que se encontra a empresa, por meio de cinco elementos que afetam diretamente sua rentabilidade (ou capacidade de lucro) (VIZEU; GONÇALVES, 2010). Trata-se de um modelo para análise do ambiente externo, que nos permite visualizar as ameaças e riscos que envolvem a empresa, possibilitando a concretização de ações para minimizá-los, e nos leva a pensar em como concorrer e assumir um posicionamento no mercado. Observe a imagem a seguir! Figura 1 – O modelo de Cinco forças competitivas de Porter Ameaça de Novos Entrantes Poder de Barganha dos Fornecedores Poder de Barganha dos Clientes Ameaça de Produtos Substitutos Rivalidade entre Concorrentes Fonte: adaptado de VIZEU; GONÇALVES, 2010. EXEMPLO No ambiente de rápida inovação em que estamos, as ameaças de substitutos e novos entrantes não podem ser ignoradas. Empresas que não o fizeram, como a Nokia (entrada da Apple no ramo dos celulares)e a Kodak (substituição do filme pela foto digital), perderam grande parte do seu mercado (Nokia) ou faliram (Kodak). Agora, vamos dissecar cada uma dessas Cinco forças competitivas utilizando a interpretação de Vizeu e Gonçalves (2010). •• Rivalidade entre concorrentes: a competição mais básica entre os concorrentes diretos de uma empresa. Como se pode ver no modelo, ela afeta as outras forças, pois os concorrentes brigam por fornecedores e clientes, lançando produtos que substituem os existentes, ou surgindo como novos entrantes no mercado. Para o estrategista, as questões-chave a serem pensadas tratam de quem são, quantos são e como se dá essa rivalidade (se ela ocorre de forma agressiva, altamente competitiva, ou de forma mais suave, até com possiblidades de cooperação). •• Poder de barganha dos fornecedores: por barganha, entenda “negociação”. Trata-se da força dos fornecedores – incluindo os funcionários da empresa – em negociar preços e condições, e como esse poder é afetado pela concorrência. As questões estratégicas aqui tratam da quantidade e do tamanho desses fornecedores, de sua exclusividade e da capacidade de integração com eles por parte da empresa. •• Poder de barganha dos clientes: é a força mais afetada pela rivalidade entre concorrentes, afinal, quanto mais concorrentes, mais os clientes têm escolhas e poder de negociação, especialmente no mercado empresarial. Está incluso aqui o poder de barganha dos intermediários, como atacadistas e varejistas. As questões tratam das escolhas de tamanho e número de clientes, bem como de seu elemento de escolha: preço, qualidade, serviço etc. •• Ameaça de produtos substitutos: esta força também é chamada de concorrência indireta. Ela trata de produtos e serviços diferentes, mas com finalidades semelhantes. Como exemplo, pense em academias de ginástica e academias de natação, que podem dividir entre si clientes interessados em atividade física. É preciso pensar sobre quem são e o que atrai os clientes para os possíveis substitutos. •• Ameaça de novos entrantes: tanto a possiblidade de empresas existentes entrarem em um novo mercado (como a Apple no mercado de celulares), quanto de surgirem novas empresas e produtos no setor. O estrategista deve levar em conta a atratividade do mercado em que sua empresa está, e a facilidade de entrar ou criar inovações nele. Figura 2 – Rivalidade, barganhas e ameaças: riscos externos Fonte: Antonio Guillem / Shutterstock.com FIQUE ATENTO! Por tratar de uma série de ameaças existentes no mercado, o modelo de Cinco forças de Porter pode ser usado em conjunto com a matriz SWOT, justamente como uma ferramenta para a análise das ameaças externas. SAIBA MAIS! Para entender como o modelo de Cinco forças de Porter pode ser empregado na análise de todo um setor do mercado, leia o artigo de Lima e Martins (2001) sobre a indústria de calçados de couro. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/ biblioteca/ENEGEP2001_TR72_0317.pdf>. 2 Matriz SWOT Como você já deve saber, a matriz SWOT é um dos primeiros modelos estratégicos e uma ferramenta bastante importante. É uma ferramenta de análise do ambiente interno e externo da empresa, em que os fatores e elementos identificados são definidos como positivos – que devem ser maximizados e combinados – ou negativos, que devem ser minimizados e evitados. Assim, a análise forma uma matriz de quatro campos Positivo/Negativo e Interno/Externo. Nela, temos: Forças (Strengths, em inglês), que são os fatores internos positivos; Fraquezas (Weaknesses), fatores internos negativos; Oportunidades (Opportunities), fatores externos positivos; e Ameaças (Threats), fatores externos negativos – formando a abreviação S.W.O.T. (ou F.O.F.A., se traduzido para o português). Figura 3 – A Matriz S.W.O.T./F.O.F.A. Fatores Positivos Fatores Negativos Fatores Internos Fatores Externos F F O A Forças (Strengths) Fraquezas (Weaknesses) Oportunidades (Opportunities) Ameaças (Threats) Fonte: adaptado de FERRELL; HARTLINE, 2010. EXEMPLO Alguns bons exemplos de fatores para uma matriz SWOT são: Forças: tecnologias próprias; parcerias com empresas; imagem positiva no mercado. Fraquezas: distribuição limitada; falta de mão-de-obra; custos altos. Oportunidades: abertura de um mercado estrangeiro; novas tecnologias. Ameaças: recessão; entrada de novos concorrentes; crescimento de um concorrente. De acordo com Ferrell e Hartline (2010), a análise SWOT deve levar quatro pontos em consideração. Acompanhe! 1. A análise deve ir além do momento atual, e saber quais são as forças e fraquezas que afetam a capacidade de inovação da empresa, bem como quais oportunidades e ameaças estão no horizonte. 2. Um elemento-chave para alcançar os objetivos do planejamento é utilizar as forças da empresa para aproveitar as oportunidades. 3. É possível não só minimizar fraquezas e ameaças, mas também, se houver planejamento, transformá-las em forças e oportunidades (por exemplo, com capacitação de pessoal ou investimento num setor). 4. Se não forem minimizadas, as fraquezas se tornarão limitações ao longo do tempo, incapacitando a empresa. FIQUE ATENTO! Os elementos na matriz SWOT devem ser bastante específicos, detalhados. Por exemplo, apontar como força “liderança de mercado” é muito genérico. É preciso identificar os elementos que fazem da empresa ser líder de mercado (como maiores vendas em um setor etc.). O mesmo vale para as fraquezas, oportunidades e ameaças. SAIBA MAIS! Veja um estudo de caso utilizando a matriz SWOT, além de uma ferramenta para a aplicação do modelo em “Matriz SWOT: Conceito e Estudo de Caso”. Disponível em: <http://marketti.com.br/matriz-swot-conceito-e-estudo-de-caso/>. 3 Matriz crescimento de produto-cercado de Ansoff Criada pelo pesquisador Igor Ansoff, a matriz de crescimento de produto-mercado é uma representação das escolhas estratégicas que uma empresa pode fazer para crescer (KOTLER; KELLER, 2012). Como explicam Kotler e Keller (2012), os dois eixos dessa matriz são “produtos” (existentes – que já estão disponíveis; e novos – que podem ser desenvolvidos) e “mercados” (existentes – onde a empresa já atua; e novos – onde ela irá entrar). O cruzamento desses dois eixos “produto-mercado”, “existentes-novos” representa as quatro possiblidades de crescimento para uma empresa. Confira! •• Penetração de mercado: aumentar as vendas de produtos existentes em mercados nos quais a empresa já concorre. •• Desenvolvimento de mercado: criar novos mercados, levando produtos existentes para mercados em que a empresa não concorre (como, por exemplo, outro país). •• Desenvolvimento de produtos: criar novos produtos, oferecendo novas opções de compra para mercados já existentes. •• Diversificação: entrar em novos setores, como novos produtos em novos mercados. Figura 4 – A matriz de crescimento de produto-mercado de Ansoff PRODUTOS MERCADOS Existentes Novos Novos Existentes Penetração de Mercado Desenvolvimento de Produtos Desenvolvimento de Mercado Diversificação Fonte: adaptado de KOTLER; KELLER, 2012. FIQUE ATENTO! Ao contrário das Cinco forças de Porter e da matriz SWOT, a matriz de Ansoff não é um modelo para a análise do ambiente da empresa, sendo apenas uma ferramenta de apoio. Ela representa as formas de crescimento possíveis de acordo com as decisões estratégicas feitas (como se manter ou não nos mercados existentes, lançar ou não novos produtos etc.). Modelos Estratégicos 2 1 Matriz BCG Criado pelo BCG (Boston Consulting Group), uma importante firma de consultoria estratégica, a Matriz BCG é uma ferramenta de análise de portfólio, ou seja, de produtos e serviços (ou linhas de produtos e serviços) de uma organização. Ela permite ao estrategista entender qual é a importância de cada produto da empresa, e tomar decisões sobre o que fazer com cada um deles. Figura 1 – O modelo de Matriz BCG Participação atual no Mercado Potencial de crescimento ALTA BAIXA ALTO BAIXO ESTRELAS DÚVIDAS VACAS LEITEIRAS ABACAXIS (CÃES) Fonte: adaptado de MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2010. SAIBA MAIS! Para entender como a Matriz BCG éaplicada, e como ela pode revelar a posição competitiva de um produto ou serviço no mercado, leia o artigo de Patrícia Schrippe et al. “Planejamento Estratégico: análise SWOT e matriz BCG aplicadas em um centro esportivo wellness e fitness”, disponível em: < http://www.revistaespacios.com/ a13v34n05/13340516.html>. Como explicam Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2010), a Matriz BCG classifica os produtos e serviços da empresa em quatro categorias. Confira, a seguir, quais são elas. •• Estrelas (crescimento alto/participação alta): são aqueles produtos que, segundo mostram as análises, estão num mercado em crescimento e que conquistaram uma fatia importante dele, podendo ser líderes. Necessitam de altos investimentos, mas representam o futuro da empresa. •• Vacas leiteiras (crescimento baixo/participação alta): produtos que já chegaram ao seu pico de vendas, não crescendo mais, mas com boa participação no mercado, e que não precisam mais de investimentos constantes. São muito importantes para o portfólio, por representarem o presente da empresa, gerando caixa para investimentos nos produtos estrela e outros. •• Dúvidas (crescimento alto/participação baixa): são produtos que exigem importantes decisões do estrategista. Estão em mercados em crescimento, que poderiam ser importante para a empresa, mas que no momento não conseguem ter boas vendas. O estrategista precisa, portanto, decidir se deve investir nesses produtos, quando e como. Podem se tornar estrelas, se aumentarem as vendas, ou abacaxis, se o mercado parar de crescer. •• Abacaxis (crescimento baixo/participação baixa): produtos que estão em mercados estagnados ou em crise, e que não conseguem alcançar boas vendas. Não são necessariamente produtos que dão prejuízo, mas não geram lucro para a empresa. Também exigem uma decisão estratégica (“O que fazer com o “abacaxi”? e “Ele deve ser tirado do portfólio?”). São também conhecidos como “cães”, por serem produtos antigos da empresa. FIQUE ATENTO! O objetivo do estrategista é transformar os produtos em vacas leiteiras e estrelas, ou eliminá-los do portfólio. É preciso cuidado para não ter só estrelas, pela necessidade de altos investimentos – em pesquisa, publicidade, vendas – que esses produtos exigem. EXEMPLO No setor de celulares, os lançamentos das empresas – como o mais novo Iphone – são as estrelas, exigindo alto investimento em publicidade, mas gerando altas vendas, as quais vão crescendo com o tempo. No momento de lançamento de um novo modelo, seu antecessor passa a ser uma vaca leiteira, por ainda gerar boas vendas sem necessitar de investimentos, porém, eventualmente se tornarão abacaxis, com as vendas cada vez menores, e serão descontinuados. As dúvidas nesse setor serão os celulares fora do padrão, como os “Tabs” e “Notes”, que têm possiblidade de crescimento, mas vendas bem menores que os normais. 2 Matriz VRIO A Matriz BCG analisa os produtos para entender se eles são valiosos ou não para a empresa, já a Matriz VRIO (Valioso, Raro, Imitável, Organizado) vai mais longe. Temos aqui uma ferramenta para analisar se os recursos internos da empresa, que é tudo o que ela utiliza para fazer seu trabalho, são importantes para sua competitividade no mercado em que atua. Por recursos internos, estamos nos referindo às matérias-primas e fornecedores; fábricas, maquinários e tecnologia; e até mesmo às habilidades e conhecimentos que sua equipe possui. Isso tudo torna a empresa mais competitiva (são suas Forças), ou menos (Fraquezas). Figura 2 – VRIO: Valioso, Raro, (custoso para) Imitar, (explorável pela) Organização Fonte: Ionut Catalin Parvu / Shutterstock.com SAIBA MAIS! O artigo de Lamb, Moreno e Beacker (2009) faz uma análise dos operadores logísticos nacionais por meio da matriz VRIO. Leia em: <https://www.researchgate.net/ publication/281686622_A_Analise_dos_Recursos_e_Capacidades_Utilizados_por_ Operadores_Logisticos_Segundo_o_Modelo_VRIO>. Perceba que a Matriz VRIO trata de quatro elementos, como explicam Barney e Hesterly (2011). Confira! •• Se o recurso é VALIOSO: se ele permite explorar Oportunidades e anular Ameaças (conforme apontado pela Matriz SWOT). Se o recurso – uma tecnologia, por exemplo – não tiver utilização fora da empresa, na verdade, ele é uma Fraqueza. Se tiver, é uma Força. •• Se o recurso é RARO: se o recurso pode ser adquirido facilmente pela concorrência. Quanto mais difícil for, maior é o diferencial de se ter acesso a ele. Se um recurso não for raro e todos puderem utilizá-lo, ele não gera vantagem, mas tê-lo põe a empresa em pé de igualdade com as outras (Paridade – pode ser uma Força). Um exemplo seria um “ingrediente secreto”. •• Se o recurso é custoso para IMITAR: é possível imitar o recurso? Caso ele seja raro, é possível criar facilmente, sem custo, algo equivalente? Se o recurso é raro, mas for fácil de imitar – uma nova tecnologia, que pode ser copiada, por exemplo – tenha em mente que ela gera vantagem, mas apenas temporária (até que surjam as cópias). •• Se o recurso é explorável pela ORGANIZAÇÃO: se a empresa está organizada, pronta para fazer o uso máximo do recurso. Aqui, sempre utilizamos o exemplo da Kodak, que criou a tecnologia de fotografia digital – algo então valioso, raro (só ela tinha) e difícil de imitar – mas que não fez uso, pois a empresa estava toda voltada para a fotografia em filme. Se a organização estiver focada e souber explorar, o recurso se torna uma vantagem sustentável, difícil de ser superada pela concorrência. Quadro 1 – Utilizando a Matriz VRIO VALIOSO? RARO? (Custoso para) IMITAR (Explorável pela) ORGANIZAÇÃO Resultado Competitivo NÃO – – NÃO Desvantagem/Fraqueza SIM NÃO – SIM Paridade/Força (?) SIM SIM NÃO SIM Vantagem temporária / Força SIM SIM SIM SIM Vantagem sustentável / Força Fonte: adaptado DE BARNEY; HESTERLY, 2011. FIQUE ATENTO! Como você deve ter notado, a Matriz VRIO trabalha em conjunto com a Matriz SWOT, fazendo uso de forças, fraquezas e afins. Como veremos a seguir, os modelos teóricos não são excludentes, e devem ser unidos para uma visão mais completa da empresa e do mercado em que atua. EXEMPLO Quando as empresas automotivas japonesas se espalharam pelo mundo, suas técnicas de produção (recurso) baseadas em Qualidade Total se tornaram seu grande diferencial, pois: •• eram Valiosas, permitindo explorar a oportunidade de venda de carros de maior qualidade, o que diminuía a ameaça direta dos concorrentes; •• eram Raras, pois só as fábricas japonesas tinham aquele nível de qualidade; •• eram custosas para Imitar, uma vez que a aplicação da Qualidade Total é algo que exige tempo e muito investimento; •• eram exploráveis pela Organização, ou seja, as fábricas japonesas tinham foco total na qualidade, inclusive por questões culturais do seu país. 3 Escolha do modelo estratégico Agora que aprendemos sobre os diferentes modelos estratégicos, surge a questão de como, quais e quando utilizá-los. Primeiramente, entenda que os modelos são como peças de um quebra- cabeça, que se unem para formar a imagem do planejamento estratégico. A questão é: onde a empresa está nessa “montagem”? Figura 3 – Juntando as peças da modelagem estratégica Fonte: Andris Torms / Shutterstock.com •• A Matriz SWOT é a base de tudo. Todos os outros modelos podem ser utilizados em conjunto com ela, como ferramenta de análise para os fatores internos e externos. •• As Cinco forças competitivas de Porter serão utilizadas quando a empresa quiser compreender a competição no seu setor, percebendo, assim, quais são as ameaças do ambiente, quais são suas fraquezas nessa competição e até possíveis oportunidades. •• A Matriz VRIO, como vimos, já parte da ideia de trabalhar em conjunto com a análise SWOT. Ela vai permitir definir com clareza quais são as forças e fraquezas da organização. •• Se a empresa também for analisar seu portfólio, a Matriz BCG vai permitir visualizar quais produtos são forças e quais são fraquezas, e até perceber oportunidades de crescimento para os produtos “dúvida”. •• Por fim, a Matriz Crescimento de Produto-Mercado de Ansoffvai indicar estratégias de crescimento para os produtos em que a empresa decidir investir. FIQUE ATENTO! É importante entender que os modelos teóricos se complementam e podem ser unidos, mas não é necessário utilizar todos num planejamento! Cada organização tem uma forma de trabalho, e utiliza ferramentas diferentes para fazer sua estratégia, até mesmo com outros modelos. Posicionamento 1 Posicionamento Uma das questões centrais no plano de marketing é o Posicionamento, ou seja, a imagem que o público-alvo tem da empresa/marca/produto/serviço em relação aos concorrentes. De acordo com Kotler e Keller (2012), se essa imagem não for diferenciada, não há como vencer, pois o consumidor irá perceber como “tudo a mesma coisa”. Então, é responsabilidade do marketing estabelecer estratégias para criar e fortalecer a posição ocupada na mente das pessoas (posicionamento), dando uma personalidade única para a empresa e suas ofertas, apresentando razões que convençam o público-alvo a comprar os produtos, explicando para que ele serve, por que ele é tão bom quanto os concorrentes, e, o mais importante, por que ele é diferente de todos os outros, gerando, assim, sentimentos nos indivíduos (ao pensarem em uma empresa/marca específica). FIQUE ATENTO! Ao pensar o posicionamento, o estrategista de marketing deve pensar em quatro questões, como afirma Basta et al. (2015), como vemos a seguir. •• Qual o posicionamento, qual a imagem atual da empresa/marca/produto no mercado? •• Qual posicionamento, que imagem na cabeça dos consumidores se quer ter? É o posicionamento que já temos, ou é preciso mudar esta imagem? •• Quem são nossos concorrentes, e qual o posicionamento dos seus produtos? •• Que é preciso fazer para criar o novo posicionamento, ou para manter o que temos? Figura 1 – Posicionamento: chave para a mente do consumidor Fonte: Shutterstock.com Porém, para funcionar, o posicionamento não depende só das comunicações e da publicidade, mas de uma série de fatores que envolvem todo o mix de marketing, que inclui o que é (e faz) o produto, seu preço e local de venda, e como utilizar esses fatores na construção da imagem que estará na mente do público-alvo. SAIBA MAIS! Para entender como o posicionamento se relaciona com o branding, que é a construção de uma marca, veja o artigo de Marcos Hiller, Branding em tempos de crise: 5 etapas para garantir seu posicionamento. Acesse: <https://endeavor.org.br/ branding-crise-posicionamento/>. 2 Produto Como vimos, o posicionamento depende da apresentação das razões para que o público-alvo compre o produto (ou serviço), sendo que o foco será principalmente em suas próprias características. Para Lamb, Hair e McDaniel (2012), a diferenciação do produto (ser realmente diferente dos concorrentes – na forma de uso, na qualidade, no design) é uma forte estratégia de posicionamento, uma vez que ele será diferente por si só, tendo usos, aparência ou qualidade diferentes. Por outro lado, se um produto não tiver uma certa característica – for de baixa qualidade, por exemplo –, não será possível criar um posicionamento ligado a essa característica, pois não conseguiremos manter essa imagem na cabeça dos consumidores, que logo irão duvidar desse produto. EXEMPLO Como a diferenciação por produtos é uma das ferramentas mais poderosas de posicionamento, podemos encontrar muitos exemplos: •• uso diferenciado: iogurtes posicionados não somente como um alimento saboroso, mas como suplementos para a saúde; •• qualidade diferenciada: carros posicionados como os melhores do mercado em qualidade, com baixo custo de manutenção, sem dar dor de cabeça ao consumidor; •• Design diferenciado: smartphones com um desenho diferente dos apresentados pela concorrência, tanto na parte física quanto nos programas que rodam neles. 3 Praça A escolha do canal de distribuição – onde podemos encontrar a marca, o produto – também vai afetar seu posicionamento. Assim, um posicionamento que busque uma imagem de exclusividade exigirá maneiras únicas de oferecer o produto – por exemplo, somente em lojas próprias, ou de alto padrão. Já um produto que busca passar uma imagem amistosa, “para todas as pessoas”, como a Coca-Cola, precisa ser acessível, ou seja, estar à venda em diversos lugares (BASTA et al., 2015). Figura 2 – Loja, espaço de posicionamento Fonte: fiphoto/Shutterstock.com EXEMPLO No Brasil, podemos encontrar restaurantes das mais diversas culinárias, tanto nacionais (comida mineira, baiana etc.) quanto internacionais (italiana, japonesa, árabe etc.). Um ponto importante na construção da imagem do restaurante é ter uma ambientação ligada à sua característica. Assim, em um restaurante mineiro, por exemplo, provavelmente terá um fogão a lenha, móveis e objetos de fazenda, já nos italianos, teremos as famosas toalhas vermelhas e verdes, geralmente quadriculadas. 4 Preço Como explicam Basta et al. (2015), assim como a Praça, o Preço é essencial para posicionar um produto, marca ou serviço como sendo dirigido para um público mais popular ou de luxo/ alto padrão. Um produto com preço alto reforçará sua imagem de luxuoso por não ser acessível a todas as pessoas, tornando-o mais exclusivo, ou seja, “para poucos”. Já uma marca com preços baixos será economicamente acessível para todos, popular, e aberta para o consumo geral. É importante também notar que o preço será dependente também das características do produto: um produto de preço alto terá de ter alta qualidade ou altos diferenciais para justificar esse preço, ou como acontece com os produtos, rapidamente terá sua imagem desmontada pelos consumidores, que o verão não como luxuoso, mas somente como caro. FIQUE ATENTO! A questão de preço alto e baixo é em relação a produtos e serviços concorrentes/ equivalentes, portanto um carro será popular se o seu preço for bem mais baixo que outros carros equivalentes e será de luxo se seu preço for bem mais alto que outros carros da sua categoria. 5 Promoção Ainda que todos os outros fatores participem da construção do posicionamento, é a Promoção, pelos meios de comunicação, que levará a imagem até a mente dos consumidores. Assim, por meio da publicidade, pessoal de vendas, eventos e relações públicas o posicionamento será construído. Figura 3 – Um mundo de publicidade Fonte: Michael Gordon/Shutterstock.com As questões promocionais, de acordo com Basta et al. (2015), serão especialmente importantes quando o posicionamento incluir não só questões funcionais e tangíveis, como as características do produto, seu preço e ponto de venda, mas também questões emocionais. Ao mesmo tempo em que é o fator em que existe maior concorrência, com todas as marcas anunciando seus produtos, a Promoção é o agente em que temos o maior espaço para criar um posicionamento diferente da concorrência. SAIBA MAIS! O artigo de Serralvo e Furrier (2004) traz muitos outros detalhes ligados ao posicionamento de marcas. Acesse: <http://sistema.semead.com.br/7semead/paginas/artigos% 20recebidos/marketing/MKT65_-_Posicionamento_de_marcas.PDF>. 6 Reputação Para empresas que já têm uma história longa e um renome, uma forma de posicionamento possível está em sua própria reputação, ou seja, no “bom nome” da empresa no mercado. Em setores em que a confiança é um fator importante de escolha pelo cliente, como hospitais e médicos, bancos e seguradoras, é muito importante o uso da reputação da empresa na construção de sua imagem. Assim como em empresas que fabricam produtos reconhecidos como sendo de alta qualidade, que utilizam seu posicionamento associado à reputação, ao bom nome/boa imagem. FIQUE ATENTO! Uma questão crítica para as empresas é quando, por acidentes, erros de gestão ou atitudes desonestas, a empresa adquire uma imagem negativa, uma má reputação no mercado. Será necessário, então, um trabalho forte de reposicionamento, criando uma nova imagem. 7 Inovação Se o posicionamento pela reputação está ligado ao histórico da empresa, a um nome construído no passado, o posicionamento pela inovação está associado ao presente e ao futuro e à capacidade da
Compartilhar