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Pancreatite aguda

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PANCREATITE AGUDA
Definição: condição inflamatória aguda do pâncreas que pode levar a lesões mínimas ou a
processos mais graves como falência de órgãos. Como o pâncreas é um órgão nobre, qualquer
infecção neste local pode levar a grande sofrimento, vômitos, alta morbimortalidade, além disso
tem alto custo para o sistema de saúde.
Etiopatogenia: possui 3 fases, ativação prematura da tripsina nas células inflamatórias, inflamação
intra-pancreática, inflamação extra-pancreática.
1 fase: tripsinogênio inativo nas células que só é ativado no duodeno, entretanto quando há
processo inflamatório no pâncreas ocorre a ruptura dos canais de CA nas células acinares, por
consequência ocorre a conversão do tripsinogênio em tripsina pela catepsina-B hidrolase
lisossomal, a tripsina começa a destruir as células do pâncreas, por fim o processo inflamatória
leva a uma cascata de inflamação intra-pancreática.
2-3 fase: ativação das células inflamatórias locais, quimioatração de células inflamatórias ativadas
pela microcirculação, ativação de moléculas de adesão permitindo adesão de células epiteliais,
posteriormente pode ocorrer migração para outros órgãos.
Causas: cálculos biliares - esse migra e faz obstrução no esfíncter de Oddi, local onde ocorre a
translocação do suco pancreático para o intestino delgado, logo não ocorre drenagem do suco
pancreático para o duodeno, o suco pancreático é ativado no próprio pâncreas levando à ativação
da tripsina
LAMA BILIAR: Bile bastante viscosa tendo cristais de colesterol, essa também pode causar
obstrução, é causada por estase biliar, jejum prolongado e obstrução do ducto biliar distal.
ALCÓOLICA: ação tóxica direta na célula acinar e causa fibrose pancreática, 2º causa mais comum
no mundo,
Fisiopatologia da PA alcóolica: !NÃO SE SABE A CAUSA CERTA, TUDO HIPÓTESE! ativação da
colecistoquinina por ação do etanol das células acinares, estresse oxidativo, fatores ambientais e
genéticos têm falha na inibição da ativação da tripsina
OUTRAS CAUSAS: hipertrigliceridemia: pode gerar bolha no pâncreas e causar pancreatite,
medicamentoso, trauma abdominal, hipercalcemia.
Manifestações clínicas: dor abdominal intensa (a qual afeta qualidade de vida do paciente) em
faixa na porção de cima do abdômen (epigastro, hipocôndrios) com náuseas e vômitos, dor pode
ser progressiva (pode irradiar pras costas) ou já aguda, também pode ocorrer febre, icterícia (íleo
paralítico), dispneia.
Exame físico: Pode ver sinais de Cullen (equimoses periumbilical), e Grey-turner (equimose nos
flancos), ocorrem por pancreatite necrohemorrágica.
Diagnóstico: Amilase e lipase > 3x valor normal (PATOGNOMÔNICO), dor característica, imagem
compatível (TC)
Prognóstico: critérios de ranson e atlanta
RANSON: (Na admissão do paciente) Idade, leucometria, glicose, ldh, tgo. (Nas primeiras 48h):
queda do hematócrito, aumento de BUN, cálcio sérico, paO2
ATLANTA: choque, pressão sistólica, insuficiência pulmonar, insuficiência renal, hemorragia
digestiva.
Diagnóstico por imagem: USG, TC, RM, COLANGIOPANCREATOGRAFIA (CPRE)
USG: deve ser utilizado para ver cálculos (muito ruim pra ver o pâncreas em si, mas pro calculo é
bom)
TC: só quando houver dúvida, e em geral esperar alguns dias (paciente mais leve), caso for grave aí
sim faz. CLASSIFICAÇÃO DE BALTHAZAR!!! - classifica em morbimortalidade
CPRE: Indicação para casos difíceis, como lama biliar,
MANEJO CLÍNICO: primeiras horas em jejum (objetivo: deixar pâncreas em repouso) com
hidratação (abscesso venoso periférico, soro fisiológico), amilase caiu e rha presente recompõe
dieta caso for leve
CASO GRAVE: quanto mais tempo em jejum maior chance de necrose, logo nas formas graves
com rha presente pode passar sonda naso entérica e alimentar paciente por sonda. Em abdome
agudo/íleo paralítico: nutrição parenteral com acesso central, apesar dos problemas metabólicos.
Não há indicação para entrar com antibiótico, só se tiver necrose infectada (TC), por vezes fazer
punção antes para melhor terapia.
Pancreatite aguda biliar sem colangite: não há indicação CPRE
Pancreatite aguda biliar: tudo resolvido (amilase ok) fazer colecistectomia para não haver recidiva
do cálculo
Pancreatite aguda alcoólica: recomenda-se recomendação de terapia de apoio para cessar o
alcoolismo
CIRURGIA COLECISTECTOMIA:
Colecistectomia laparoscópica durante internação recomendada em casos leves e pa por causa
biliar
Quando paciente fizer CPRE: por cálculo obstruindo, ideal fazer pós CPRE
Quando tiver coleções peripancreáticas: colecistectomia deve ser adiada até processo
inflamatório estabilizar.

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