Função Social da Escola II

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FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA II
Relembrando!
No bloco anterior, foi dado início ao estudo do percurso histórico da educação 
no Brasil. Foram abordados temas como a educação jesuítica, o movimento 
intelectualista (Manifesto dos Pioneiros da Educação) e iniciou-se a discussão 
a respeito do Golpe Militar de 1964.
PERCURSO HISTÓRICO: EDUCAÇÃO NO BRASIL
1964 – Golpe (Regime Militar):
• O Brasil passa a adotar uma outra visão, muito mais próxima do aspecto 
industrial (ideias capitalistas). Então, o desejo era formar mão de obra e, 
para isso, era necessária uma educação com base no tecnicismo, ado-
tando a teoria chamada de S-R, de Skinner, que é base do tecnicismo. 
Essa visão ficou clara principalmente em duas leis: a Lei n. 5.540/1968 e 
a Lei n. 5.692/1971. Elas alteram a função da escola e dispõem que seu 
objetivo é formar técnicos para garantir a evolução do país.
• Nesse período também era possível observar ideias de uma educação 
progressista, em especial uma ideia de formação da educação de um ato 
pedagógico somado a um ato político. A junção desses dois atos geraria a 
ideia de uma formação crítica/social. Essa era a proposta de Paulo Freire, 
que dispôs sobre a ideia de uma educação libertária. Na educação pro-
gressista, a ideia não era a mesma da educação capitalista. A ideia era a de 
uma educação para todos, principalmente aqueles excluídos do processo 
por diversas questões.
• Outro grande nome no que tange ao trabalho com as questões políticas é 
Miguel Arroyo. Nessa época a função da escola muda novamente e torna-
-se voltada para a política social e a transformação. Nessa lógica, tem-se 
uma ideia antiautoritarista, ou seja, de tendência libertária.
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1980/1990:
• Tem-se a ideia de uma formação crítica e social, mas que valoriza os con-
teúdos em que os saberes históricos e científicos são importantes, mas 
são constituídos a partir da prática social e de um processo de mediação 
didática.
De acordo com os estudiosos, há poucos anos o trabalho do professor era 
apenas de transmitir os conhecimentos. Sua profissão era exercida de maneira 
padrão, com exercícios e métodos apropriados, sem que houvesse grandes 
reflexões por parte dos alunos (pelo menos até atingirem o grau universitário). 
As discussões coletivas no ambiente escolar aconteciam em poucos estabeleci-
mentos, onde as propostas de ensino eram mais avançadas.
OObs.:� no trecho acima, observa-se a presença de um viés mais progressista, 
que é reafirmado na lei que rege a educação nos dias atuais: a Lei n. 
9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional). Ela possui 
sua exegese legiferante na Constituição Federal de 1988, que também é 
cidadã. Por isso, há uma educação que se preocupa em formar alguém 
socialmente.
Diante das transformações econômicas, políticas, sociais e culturais do 
mundo contemporâneo, a escola vem sendo questionada acerca do seu papel 
nesta sociedade, a qual exige um novo tipo de trabalhador, mais flexível e poli-
valente, capaz de pensar e aprender constantemente, que atenda as demandas 
dinâmicas que se diversificam em quantidade e qualidade.
Assim, a escola deixa de ter foco no mercado de trabalho, que visa a forma-
ção de um técnico que sabe responder apenas à mesma demanda seguidas 
vezes. A nova visão é voltada para o mundo do trabalho, que exige um novo pro-
fissional e o saber para o mundo das relações sociais.
Nesse sentido, pode-se dizer que a escola não tem como função apenas 
formar as pessoas para a universidade, mas principalmente formar as pessoas 
para a vida. Desse modo, quem é formado precisa conseguir se reconhecer 
como parte da sociedade para que possa se tornar um cidadão.
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Com o passar do tempo, o ato de ensinar evoluiu e hoje sabe-se que a edu-
cação passou a ser contínua e com uma nova dinâmica que exige do professor 
um novo perfil para acompanhar as transformações que a sociedade continua 
passando, exigindo, assim, uma nova postura em relação ao processo de ensino 
e aprendizagem.
Destarte, há uma mudança de paradigma: retira-se a ideia de transmissão 
do conhecimento (da transferência do conhecimento do professor para a cabeça 
do aluno) e se inicia a ideia de um aluno com senso crítico, ou seja, aquele 
que constrói o seu conhecimento, tornando-se um cidadão, um membro ativo da 
sociedade em que está inserido.
Penbar educação bocialmente
Alguns autores dispõem sobre esta questão:
• Platão – Formação social. A ideia é formar o indivíduo a partir de uma cons-
trução externa social;
• Aristóteles – Realidade (espelho social). Tal visão ainda é muito utilizada;
• Comte – Método Científico. Dispõe sobre a concepção do experimentar, 
construir e testar;
• Dewey – Relação social harmônica e democrática;
• Karl Marx – Transformação social e educativa (não opressão pelo mundo 
do trabalho);
• Althusser – Aparelho Ideológico;
• Paulo Freire – Autonomia e criticidade.
OObs.:� muitos outros autores também podem ser citados ao se pensar em edu-
cação em sentido social.
Um dilema da atualidade
Um grande dilema social enfrentado atualmente é a discussão sobre a 
mudança a partir dos processos de formação intelectual.
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Além desse dilema teórico, que gera amplas repercussões práticas em termos 
de políticas e experimentos educacionais, sabe-se que a educação – formal ou 
informal – é o grande desafio do milênio que se inicia.
O mundo, atualmente, apresenta duas grandes lacunas:
• Intenso processo de internacionalização da globalização e tecnologia; e
• Direcionamento econômico neoliberalista (principalmente ligado ao con-
sumo).
Consequências:
• Reformas curriculares (BNCC, PCN, DCN);
• Valorização da formação estudantil (saber erudito).
Assim, atualmente existe um imenso aumento da capacidade de obtenção de 
informações. Nesse sentido, há uma grande preocupação por parte da escola de 
que os seus alunos comecem a replicar essas informações sem antes fazer uma 
análise crítica a respeito delas. Desse modo, o grande papel da escola é conse-
guir transformar a informação em conhecimento, ou seja, garantir ao aluno uma 
análise crítica daquilo que está sendo feito.
Existe uma grande diferença entre informação e conhecimento. Os alunos 
atualmente estão cheios de informação, mas ainda são dotados de pouco conhe-
cimento. 
INFORMAÇÃO X CONHECIMENTO
Informaçõeb são fatos, expressão, opinião, que chegam às pessoas por ili-
mitados meios sem que se saiba os efeitos que acarretam ou os objetivos da 
produção.
Conhecimento é a compreensão da procedência da informação, da sua 
estrutura e dinâmica própria e das consequências que dela advém, exigindo , 
para isso, um certo grau de racionalidade.
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O novo aluno.:
O aluno tradicional é aquele que está ligado à absorção do conhecimento 
enciclopédico, ou seja, de um aluno receptivo e que não se preocupa com aquilo 
que está sendo feito. Em contrapartida, o novo aluno é um cidadão crítico e, 
nesse sentido, buscam-se as seguintes características:
• Desenvolvimento de novas habilidades intelectuais e racionalidade não 
baseada apenas em informações;
• Formação de um saber que liberta (autonomia);
• Aprender a ser sujeito: do próprio saber aprender, saber fazer, saber agir, 
saber conviver e se conhecer;
• Alterações no papel do professor: mediador e auxiliador naformação do 
conhecimento.
Modificações na Educação Contemporânea
O desafio de educar na contemporaneidade
A educação consolida-se como formadora da mente, do caráter e de compe-
tências técnicas na medida em que o conhecimento é concebido de forma dialé-
tica. A família e o Estado são corresponsáveis pelo processo de aprendizagem 
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das crianças e adolescentes. As contradições existentes no plano escolar, o con-
traste de opiniões, a realidade do educando e a má remuneração dos educado-
res são fatores que interferem no rendimento escolar e, consequentemente, na 
qualidade de vida dos seres humanos.
OObs.:� pensar a educação não é uma ação para amadores. É preciso entender 
que a educação possui um sentido em si e, se essa forma de pensamento 
não for respeitada, não será possível constituir aprendizagens. Assim, é 
importante pensar na educação como um todo.
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a 
aula preparada e ministrada pelo professor Carlinhos Costa.