Buscar

Úlceras genitais

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ÚLCERAS GENITAIS
Lesão ulcerativa presente na genitália externa, que serve como porta de entrada ou meio de transmissão do HIV. Geralmente ocasionada por 5 principais ISTs: 
· Herpes genital: infecção crônica pelo herpes simples vírus tipo 2, que acomete mais as mulheres. Tem período de incubação de 14 dias e alta recidiva. A sintomatologia da primo-infecção é mais severa, tendo presença de sintomas prodrômicos (prurido, ardência, queimação, parestesia), seguidos do desenvolvimento de lesões papulo-eritematosas que formam vesículas e depois ulceram, levando à dor. A lesão regride em até 10 dias e o vírus se aloja nos nervos periféricos sensoriais, na sua forma latente. A reativação ocorre por meio de quadros infecciosos, estresse, imunodeficiência ou antibioticoterapia. O diagnóstico é clínico, mas pode ser complementado com citologia do raspado de lesão ou PCR. 
· Sífilis primária = cancro duro: infecção crônica pela bactéria Treponema pallidum, que acomete mais os homens. Tem período de incubação de 10-90 dias, de acordo com o grau de inoculação. A úlcera é única, indolor, rósea, com base endurecida, fundo limpo e brilhante, e desaparece em 3 semanas. Pode ocorrer adenopatia satélite bilateral indolor, sem sinais flogísticos. O diagnóstico consiste na busca direta do treponema por meio de imunofluorescência direta, campo escuro ou PCR da lesão, e na sorologia por meio dos testes não treponêmicos VDRL/RPR (negativa com a cura – redução de 4 titulações) e treponêmicos FTA-Abs/MHA-TP (não negativa mais). 
· Cancro mole: infecção aguda causada pela bactéria Haemophilus ducreyi, comum em regiões tropicais. Dentro de 48h, a pápula eritematosa dolorosa forma uma pústula e ulcera em seguida. São úlceras múltiplas, de bordas irregulares e eritematosas, de base avermelhada e suja (exsudato necrótico amarelo de odor fétido), associada a adenomegalia inguinal unilateral. O diagnóstico é clínico, mas pode ser complementado com cultura da secreção da lesão ou PCR. 
· Linfogranuloma venéreo: infecção causada pela Chlamydia trachomatis sorotipos L1, L2 e L3 (mais invasivas do sistema imune). Quadro inicia com o surgimento de uma vesícula pequena de inoculação que é indolor e imperceptível. Depois, surge a linfadenopatia inguinal dolorosa e unilateral, que podem formar um abscesso chamado bubão inguinal flutuante. Ao final, surgem as sequelas, como elefantíase genital, fístulas retais, vaginais, vesicais e estenose retal. 
Diferença entre o bulbão no cancro mole e no linfogranuloma venéreo: bulbão flutuante do linfogranuloma venéreo tem vários pontos fistulosos e é muito mais exuberante. Bulbão do cancro mole tem apenas um ponto fistuloso.
· Donovanose: infecção crônica causada pela bactéria Klebsiella granulomatis. Tem um período de latência entre 8 dias e 6 meses, e evolui com nódulos inflamatórios indolores que ulceram, tomando aspecto bem delimitado, com bordas planas, fundo granuloso e altamente vascularizado (sangra facilmente). Pode ocorrer a formação de um pseudobubão (lesões no canal linfático que simulam linfonodos inchados). O diagnóstico é clínico mas pode ser complementado com exame histopatológico e citopatológico da lesão (identificação de corpúsculos de Donovan). 
Paciente com úlcera genital, e IST como provável causa:
- Se lesão por mais de 4 semanas: tratar sífilis, cancro mole, donovanose, linfogranuloma venéreo e realizar biópsia. 
- Se lesão com menos de 4 semanas: tratar sífilis e cancro mole.
- Se lesão com evidência de vesículas ativas: tratar herpes genital.
· Tratamento do cancro mole: azitromicina 500mg 2cp VO (dose única). Alternativas: ceftriaxona 250mg IM dose única, ciprofloxacino 500mg 1cp VO 2x/dia por 3 dias. 
· Tratamento do linfogranuloma venéreo: doxiciclina 100mg VO 1cp 2x/dia por 21d. Alternativa: azitromicina 500mg 2cp VO 1x/semana por 21 dias. 
· Tratamento da donovanose: azitromicina 500mg 2cp VO 1x/semana por pelo menos 3 semanas ou até o desaparecimento da lesão. Alternativas: doxiciclina 100mg VO 2x/dia por pelo menos 21 dias ou até o desaparecimento da lesão, ciprofloxacino 500mg 1,5cp VO 2x/dia por pelo menos 21 dias ou até o desaparecimento da lesão, sulfametoxazol-trimetoprima 400mg 2cp VO 2x/dia por pelo menos 21 dias ou até o desaparecimento da lesão. 
· Tratamento da sífilis primária: benzilpenicilina benzatina 2,4 milhões UI IM dose única. 
· Tratamento da herpes: primeiro episódio – aciclovir 200mg 2cp VO 3x/dia por 7-10d. recidiva – aciclovir 200mg 2cp VO 3x/dia por 5 dias. supressão com aciclovir 200mg 2cp VO 2x/dia de 6 meses até 2 anos.

Outros materiais