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Aula 10 2021 - Mídia e escola - noções preliminares

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Centro de Ciências do Homem – CCH 
 
Licenciatura em Pedagogia – EAD / semipresencial 
 
Disciplina: Psicologia Social Aplicada à Educação 
 
Equipe: Gustavo Smiderle e Bianca Monteiro de Castro 
 
 
 
 
 
10º Encontro: Mídia e educação 
 
 
 
Meta: 
 
Apresentar uma abordagem sobre os possíveis usos da mídia no processo de socialização 
 
empreendido pela escola. 
 
 
 
 
Objetivos: 
 
Ao final deste encontro, você deverá ser capaz de: 
 
1. Explicar a forma como se dá, segundo a perspectiva abordada no texto, a assimilação de 
 
informações novas pelo indivíduo; 
 
2. Emitir um parecer sobre as possibilidades e os limites ao uso da mídia na escola. 
 
 
 
 
Nesta semana vamos refletir sobre o peso da mídia na socialização e como se pode pensar em 
 
utilizar recursos midiáticos na educação. Até aqui vimos analisando questões afetas à socialização 
 
segundo diferentes perspectivas da Sociologia e da Psicologia Social. O pano de fundo de nossas 
 
conversas tem sido essa tensão entre o nível individual e o social. 
 
Agora vamos “conversar” com uma autora que fala sobre a mídia e o processo da aquisição de 
 
conhecimento. Você vai notar, no artigo da professora Tania Stoltz, ecos da nossa discussão 
 
anterior. No trecho a seguir, por exemplo, a autora reflete sobre essa tensão entre o nível social e o 
 
individual, entre estrutura e agência: 
 
Desde o nascimento, a criança está imersa em uma dada cultura, está interagindo 
com os outros e se vê submetida a certas regularidades sobre o funcionamento da 
sociedade. Ao mesmo tempo, vai construindo regras sobre o funcionamento da 
natureza e das pessoas. (...) 
 
Ainda que admitida a influência inegável da existência social no desenvolvimento 
do sujeito, o processo de constituição do ser adulto está além do deixar-se levar tão somente por 
esse social, mas implica em tomar parte ativa no processo de socialização (STOLTZ, 2005, p. 
148, grifos nossos). 
 
 
 
Podemos reconhecer um ponto de vista teórico que enfatiza uma visão de meio-termo entre o polo 
 
individual e o social, também expresso na seguinte frase: “O que possuímos enquanto 
 
conhecimento é resultado, portanto, de processos construtivos que contam com a capacidade do 
 
sujeito de um lado, e o mundo objetivo de outro lado” (STOLTZ, 2005, p. 149). 
 
Ao expor sua perspectiva teórica, a autora entra no ponto que nos toca mais de perto, que é a 
 
influência da mídia na socialização e a possibilidade de usar recursos midiáticos na educação. Seria 
 
possível usar a mídia como recurso na educação? Pelo que se depreende da argumentação da 
autora, é preciso atenção à forma como se dá a construção do conhecimento. Ela se dá a partir das 
resistências que o meio oferece às concepções prévias que temos de determinado objeto. “Quando 
há resistência às nossas expectativas, se coloca um conflito que é necessário resolver de alguma 
maneira. O progresso do conhecimento está relacionado a uma contradição sentida pelo sujeito.” 
(STOLTZ, 2005, p. 149). Percebe a sutileza? É preciso que o sujeito se relacione com o objeto que 
quer conhecer, que o estranhe e que pense em uma forma de resolver esse estranhamento. Isso 
explica por que certos bombardeios de informação não surtem os efeitos desejados — como, por 
exemplo, as mensagens sobre métodos contraceptivos e de prevenção às doenças sexualmente 
transmissíveis, que não impedem os índices bastante elevados de gravidez na adolescência e 
infecção pelo vírus HIV. 
 
Com esta visão inicial sobre o texto, podemos nos debruçar sobre ele e exercitar nossa própria 
capacidade de compreensão. Você vai ver que o artigo não pretende trazer respostas simples; 
ao contrário, termina propondo novas perguntas. 
 
Boa leitura! Qualquer dificuldade, acione os canais de tutoria. 
 
 
 
 
Referências bibliográficas: 
 
STOLTZ, Tania. Mídia, cognição e educação. Educar em revista, Curitiba , n. 26, p. 01-
10, dez. 2005 . Disponível em 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
40602005000200011&lng=pt&nrm=iso>. acessos 
em 10 abr. 2017. http://dx.doi.org/10.1590/0104-4060.389.

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