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Psicologia Hospitalar- Bariátrica

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Entrevista Transcrita
1) Qual a importância do psicóloga na cirurgia bariátrica?
Existe uma exigência do ministério da saúde, do conselho federal de medicina, porque a cirurgia é uma mudança muito grande na vida desse paciente, vem novas expectativas , nova forma de proceder, por essas mudanças e esse contexto dessa vida que vai se refazer, é importante a ajuda desse profissional, a ajudar o paciente a entender isso, a processar, a aceitar, evitar patologias também, ou seja é um profissional que vai auxiliar esse paciente nessa nova etapa de sua vida.
2) O paciente pré-cirurgico faz algum tipo de avaliação psicológica? É aplicado testes?
Na avaliação pré cirúrgica, eu desenvolvo um protocolo aqui no HC, que tem oito encontros, dois encontros é a aplicação de testes, entrevista familiar,uma entrevista informativa do paciente, esse processo todo começa com uma entrevista psicológica também que eu fui desenvolvendo com o passar dos anos, acrescentando umas coisas, tirando outras, porque já tem 11 anos que eu faço isso aqui no HC, então esse material especifico da entrevista, informativo, a gente foi desenvolvendo, alguns colegas trocando idéias, e adaptando sempre que necessário, os testes existe uma necessidade de adaptação de acordo com o conselho federal de psicologia, e depois que o paciente passa por essa avaliação eu dou a liberação ou se necessário faço algum encaminhamento e depois tem o processo de acompanhamento, ate ele fazer a cirurgia onde a gente tem alguns encontros com coepsico educativo.
3) Quais são os critérios para fazer essa liberação, para o paciente fazer a cirurgia?
Através da entrevista, eu já entendo um pouco da dinâmica desse paciente, do funcionamento dele. Aplico a bateria BEC para avaliar a ansiedade e desesperança, aplico uma escala de compulsão alimentar, e, a própria entrevista que eu faço, tudo isso vai confirmar o qual tanto essa vida esta prejudicada ou não pela a obesidade. Com base nesses testes que são uma complementação que a gente não pode esquecer nunca que os testes não são nosso único meio de diagnostico, com a aplicação dos testes e da entrevista, e com a devolutiva que eu dou depois da aplicação dos testes, onde obtenho mais informações do paciente, ai verifico do ponto de vista emocional se ele condições de passar por esse processo cirúrgico, se não normalmente envio para uma avaliação psiquiátrica e para a psicoterapia. 
4) Qual procedimento você faz, quando o teste apresenta resultados altos de ansiedade e/ou depressão?
Havendo nível alto de ansiedade, compulsão alimentar, tudo isso atrapalha. Por isso encaminho para o atendimento psiquiátrico e para a psicoterapia. O paciente tendo tratado dessa patologia que a gente fez o diagnostico não tem problema nenhum.
Um exemplo: os casos que são orientados a gente a não liberar é para paciente dependente químico e alcoólatra, o paciente com défite alto cognitivo. Os demais pacientes que apresenta capacidade para se adaptar as novas exigências que o tratamento vai ter, ele pode ser liberado, desde que esteja em acompanhamento.
Os pacientes psicóticos tem dificuldade em seguir as exigências, com eles é bem mais complicado. Eles não consegue terminar o processo.
5) Como é feito o intervenção com a família?
É bem pontual, bem informativo. Faço solicitações, tais como: cuidar bem dessa dieta desse paciente, ter paciência com esse paciente, inclusive nos primeiros dias. Peço para o familiar passar as informações para os outros familiares.
6) Existe diferença do tratamento na cirurgia bariátrica, por se tratar de ser hospital publico?
Sim, no meu caso não atendo particular. Aqui eles passam por todo um protocolo, são oito sessões, depois o acompanhamento ate a cirurgia, depois o acompanhamento do pós cirúrgico. No pós cirúrgico a gente não tem um controle se o paciente vai mesmo vir, mas no pré cirúrgico temos um combinado, se eles parar de vir depois da liberação, eu vou suspender sua liberação, então é meio impositivo mesmo. No privado existe uma limitação no numero de encontros, três, cinco, seis. Então hoje os profissionais já estão se conscientizando que não tem como fazer uma intervenção apenas com três encontros. Mas eu já ouvi casos absurdos de que a pessoa foi uma vez a psicóloga deu a liberação e ela nunca mais voltou na psicóloga.
7) Quais são as dificuldades que você enfrenta aqui no hospital publico?
Depender do dinheiro do governo federal, pois somos vinculados ao ministério da educação. Verba aqui, não chega, a gente vive basicamente do dinheiro do SUS. A principal dificuldade é a financeira. Não tem um ambulatório adequado para o paciente obeso, balança para o paciente obeso foi com muita dificuldade para conseguirmos, não tem aparelhos, materiais adequados, a mesa cirúrgica é pequena, a mesa do raio X é pequena. Tudo gira em torno do dinheiro, e sempre acaba tendo outras prioridades, e os pacientes da bariátrica vai ficando para outra hora.
8) É feito um trabalho de psicoterapia com esses pacientes?
Faço uma avaliação e o trabalho psicoeducativo, não faço psicoterapia.
Se houver a necessidade, encaminho para um outro profissional, pois eu não faço psicoterapia, esse não é meu foco porque estou aqui para fazer avaliação.
	
9) Aqui na realidade você acaba sempre fazendo mais do que o seu cargo estipula?
Sim, se a gente não fizer alem do que eu terei que fazer, as coisas não acontece, isso acontece com toda equipe, que é uma equipe muito pequena para um hospital desse tamanho, aparece as necessidades e a gente vai cobrindo.
10) Você vivenciou algum caso de algum paciente que não se adequou?
Já tive vários problemas de pacientes que desenvolveram transtorno de ajustamento, de depressão, alcoolismo. Então, a gente faz avaliação mais o paciente não consegue aderir adequadamente o pós operatório. 
	
11) O que te traz gratificação no seu emprego?
Nesse serviço da bariátrica, realmente ver o sucesso da maioria dos paciente, a satisfação. Recuperar a saúde, verificar a qualidade de vida do meu paciente é muito gratificante.
	
12) Quais indicações você pode nos da para como novos psicólogos que tiver interesse de ingressar nessa área?
Tem que estudar bastante,tentar fazer cursos, ter empatia é extremamente importe, entende que essa doença traz muito sofrimento para o paciente.
13) Quantos psicólogos tem no HC?
12 psicólogos.
Foi feito um apanhado no inicio do ano 2017 de quantos psicólogos precisava para essa unidade, e o resultado seria que precisava de 24 psicólogos.
14) Existe algum tipo de trabalho que pode auxiliar o psicólogo? Porque com tanta demanda ele pode chegar a um nível alto de exaustão emocional.
Temos pensado muito sobre isso: a saúde mental do trabalhador. Existe um grupo de humanização aqui no hospital composto por vários profissionais da saúde que estão falando em trabalhar a questão da saúde do trabalhador. Porem-nos da psicologia perguntamos e a saúde mental desses profissionais? Como vai ser esse trabalhado? Como vai ser realizado o trabalho com o profissional que esta sobre carregado, que tem muitos atestados, etc.
15) Psicóloga relata a importância do preparo do profissional de psicologia ao escolher uma determinada área.
No casos da bariátrica, se o psicólogo liberar um paciente que não esta apto para realizar o processo cirúrgico, você pode “matar” esse paciente, porque ele vai comer, burlar essa dieta, causa uma infecção e pode agravar.
16) É normal ouvir que o paciente substituir essa compulsão, isso procede?
Sim é como falei antes, na maioria dos casos é o alcoolismo. É muito “fácil” ocorrer essa substituição. Aqui no hospital eu já atendi 3 casos muito grave de casos pós bariátrico. O paciente que não passa por mim no pré cirúrgico, eu não atendo depois no pós cirúrgico, porque depois pode da algum problema. O paciente tem que fazer a avaliação comigo, se fizer em outro lugar, eu não acompanho.

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