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Coriza Infecciosa

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Jéssica Oliveira | Medicina Veterinária 
Coriza Infecciosa 
Distribuição mundial: maior frequência em climas temperados ou tropicais. 
Tipo de criação: mais comum em postura comercial, mas pode ocorrer em reprodutores 
leves e pesadas e frango de corte. 
O hospedeiro natural é a galinha, que é mais sensível e susceptível em todas as idades. 
As aves mais velhas (mais de 13 semanas de idade) têm um período de incubação curto 
e a duração da doença mais longa. 
Transmissão: apenas horizontal. A bactéria é eliminada no ambiente (sobrevive na 
água) e a ave pode inalar ou ingerir, chegando na cavidade nasal, que é o local de 
preferência para replicação inicial. Aves infectadas de forma crônica (portadoras) podem 
disseminar para outras e para o ambiente e a contaminação também pode ocorrer por 
vetores e fômites. 
 
1. Patogênese 
Aderência da bactéria ao epitélio da mucosa do sistema respiratório superior – 
vasodilatação pelo processo inflamatório, o que gera edema com hiperemia e infiltração 
de heterofilos (o que gera o quadro caseoso). Se tem então hiperplasia, desintegração, 
descamação do epitélio pela infecção, o que gera sintomas obstrutivos. A coriza pode 
se agravar pela migração da bactéria para o trato respiratório inferior, podendo ser 
facilitada por fatores ambientais, doenças imunossupressoras. A capsula é importante 
na colonização da bactéria no trato respiratório. 
A morbidade da doença é alta, com rápida difusão (de 24-72hrs se espalha bem no 
galpão), mas a mortalidade é baixa, exceto em casos de cepas mais virulentas, 
imunossupressão, fatores ambientais, infecções secundárias. 
O período de incubação da doença é de 24-48hrs (inoculação experimental) e de 24-
72hrs quando é através do contato de uma ave doente com uma ave sadia (o que 
importa para a matéria, porque é o que é encontrado no campo). 
Lesões: 
Macroscópicas: inflamação catarral ou fibrino-purulenta das membranas mucosas e 
serosas; traqueíte, aerossaculite e pneumonia nos casos mais graves. 
Microscópicas: hiperplasia do epitélio mucoso e glandular, infiltração da lâmina própria 
por heterofilos, infiltração nodular ou difusa por células linfoides. 
2. Sinais clínicos: 
Depressão, diminuição do consumo de água e ração (o que leva a desidratação, queda 
de peso e postura), aumento no refugo. – Sinais inespecíficos 
Descarga nasal de serosa a mucosa (infecção recente – exsudato claro; persistência da 
infecção – mais denso e acinzentado; infecção crônica – firme e amarelado), edema dos 
seios paranasais (uni ou bilateral), cabeça inchada, lacrimejamento, apatia. 
Coriza infecciosa complicada: descarga nasal contínua, podendo persistir por quase um 
mês; presença de tampão caseoso nas vias nasais; obstrução das vias aéreas 
(dificuldade respiratória) e pode invadir trato respiratório inferior (estertores, 
aerossaculite). Isso acontece quando há infecção concomitante com outros agentes. 
 
3. Diagnóstico 
Se inicia com o diagnóstico presuntivo, com o histórico e sinais clínicos dos animais. O 
diagnóstico definitivo é feito com coleta de material (fragmento de tecido lesionado, 
swab de traqueia, seios infraorbitários ou saco aéreo) e a partir desse material é feito o 
isolamento da bactéria em meio de cultura adequado. Depois, a cultura é submetida ao 
PCR para confirmação da espécie. Pode-se também coletar sangue e fazer testes 
sorológicos (ELISA). 
É preferível pegar um animal que não está muito doente para coleta de material, porque 
esse animal provavelmente tem infecções secundárias e dificulta o diagnóstico. 
O cultivo é feito em agar sangue a 37 graus e após 24-48hrs se observa colônias 
minúsculas do tipo ‘’gota de orvalho’’, translucidas e não hemolíticas. (Como se suspeita 
de coriza, pode colocar Staphylococcus aureus no meio de cultura porque ela é 
produtora de fator V, importante para o crescimento da bactéria da coriza, ou então 
discos comerciais contendo fator V. A bactéria cresce com característica de satelitismo, 
em volta da colônia de S. aureus). Depois se coleta essas colônias pra fazer PCR ou 
provas bioquímicas. 
O diagnóstico diferencial deve ser feito para os agentes da síndrome da cabeça inchada, 
bronquite infecciosa, laringotraqueíte, bouba aviária, micoplasmose, colibacilose, 
pasteurelose. 
4. Prevenção e controle 
Evitar entrada de aves portadoras no plantel 
Vazio sanitário entre lotes e criar aves sempre da mesma idade (fazer limpeza com 
agentes desinfetantes – o agente é sensível a vários) 
Densidade ideal para cada tipo de criação (não ter superpopulação) 
Ventilação adequada 
Evitar poeira em suspensão 
Controle de aves silvestres dentro do galpão 
Minimizar fatores complicadores (ter boa nutrição, higiene... – biosseguridade geral; 
vacinação – biosseguridade específica) 
Vacinação: é feita com a vacina trivalente para os sorogrupos A, B e C. A primeira dose 
é feita entre a quinta e sétima semana de idade e a segunda dose é entre 15-17 
semanas de idade, usando sempre adjuvantes diferentes em uma e outra. 
5. Tratamento 
Antibioticoterapia reduz a severidade dos sintomas e de 5 a 7 dias há o 
desaparecimento dos sintomas. Deve-se se ter cuidado para não interromper o 
tratamento antes do tempo, porque isso gera recorrência da doença. 
Deve-se fazer cultura e antibiograma pra saber qual antibiótico escolher. Geralmente se 
usa eritromicina, tetraciclina, enrofloxacina... Se faz também associação de 
suplementação vitamínica para ajudar o animal a melhorar, mas não é específico para 
o agente.

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