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Biomecânica do arremesso esportivo

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Lesões esportivas do Ombro
Estabilidade do ombro	
	É uma articulação com grande mobilidade, porém não tão estável como outras.
Estática (passiva):
· Lábio glenoidal: aumenta a área de contato da cavidade com a cabeça do úmero, auxiliando na estabilidade;
· Cápsula articular: envolve toda a articulação, também auxiliando na estabilidade e produz o líquido sinovial;
· Ligamentos gleno-umerais: reforçam a cápsula, sendo muito importantes também para a estabilidade
· Pressão intra-articular (-): significando uma força de sucção dentro das estruturas articulares, que tendem a manter a adesão/coaptação entre a cavidade glenoide e a cabeça do úmero.
Dinâmica (ativa):
· M. manguito rotador
· M. bíceps braquial
· M. redondo maior
· M. latíssimo do dorso
· M. peitoral maior
· Ao se contraírem, protegem a articulação.
	A estabilidade funcional do ombro depende da interação entre esses componentes. Quando não há essa boa interação, o risco de lesão aumenta.
Epidemiologia
13% das lesões esportivas;
Alto risco em esportes “overhead”, aqueles que envolvem arremessos ou movimento balísticos de MMSS feitos com o membro elevado, acima do nível da cabeça.
Lesões de ombro acometem:
· 66% dos nadadores;
· 57% dos jogadores de beisebol;
· 44% de voleibol;
· 50% dos tenistas profissionais.
Esportes de contato (boxe, futebol, basquete, handebol, judô) possuem alta incidência de lesões traumáticas como: rupturas de manguito rotador, subluxações, fraturas... 
Esportes de não-contato (tênis, natação, atletismo, golfe, beisebol) possuem alta incidência de lesões não-traumáticas como: instabilidades gleno-umerais, síndrome da dor subacromial, bursites/tendinopatias, lesões de lábio glenoidal. Geralmente ocorrem por uso excessivo (“overuse”), traumas indiretos na articulação, microtraumas de repetição.
Análise biomecânica do arremesso
O arremesso corresponde a um movimento balístico dos MMSS por meio do qual o objeto é propelido em afastamento ao centro de massa do corpo. Ampliando o conceito, são movimentos que ocorrem no extremo do arco articular.
	Cortada (vôlei), arremesso (handebol/basquete), braçada (natação), saque (vôlei/tênis)...
O arremesso envolve uma transferência de energia (proximal > distal). 
O desempenho/efetividade do arremesso depende também de MMII e tronco, que contribuem em 54% da força total do movimento. Portanto, há uma transferência de energia cinética do tronco para os MMSS. 
O posicionamento e o movimento da escápula são fundamentais para a integridade da função do ombro. Ela está intimamente relacionada à biomecânica gleno-umeral. A sua disfunção (de posição ou de movimento), ou seja, uma discinese escapular, há um risco maior de dor no ombro em atletas overhead.
Altos níveis de energia no braço e/ou cotovelo são necessários para acelerar e desacelerar a bola ou o próprio segmento. Com a sobrecarga, há risco de lesões.
Fases do arremesso (com base no pitcher do baseball)
1- Rotação
2- Levantamento
3- Aceleração
4- Desaceleração
5- Execução
Rotação
Posição inicial e preparatória, a partir da qual será realizada o arremesso, buscando a posição mais vantajosa para o arremesso. Não há nenhuma demanda de energia muito forte acontecendo em nenhum complexo articular. 
Levantamento
Abdução de 90º, rotação lateral de 90º (pode chegar a 160-180º) e abdução horizontal de 30º do ombro. 
Há contração concêntrica de rotadores laterais, tensionando o ligamento gleno-umeral inferior. Para que essa tensão não seja excessiva, é importante que haja a contração excêntrica dos rotadores mediais, que desaceleram esse movimento. 
Aceleração
Inicia no ponto de rotação lateral máxima do ombro e termina com a soltura da bola. Envolve o movimento de rotação medial e adução horizontal do ombro e projeção do braço para a frente.
O tronco superior e inferior deslocam a frente, aumentando a velocidade, ajudando a transferir a energia aos MMSS.
A contração concêntrica dos rotadores mediais auxiliam na velocidade. 
Desaceleração
Inicia no momento de soltura da bola, onde o braço continua se deslocando anteriormente e o movimento de rotação medial é desacelerado pela contração excêntrica dos rotadores laterais.
Execução
O corpo movimenta-se anteriormente com o braço, reduzindo efetivamente as forças de afastamento aplicadas sobre o ombro. Caso não houvesse o acompanhamento do tronco, junto com o braço, haveria um desacoplamento da articulação pela força de afastamento que ali ocorreria. 
· Em outros esportes, os movimentos são semelhantes.
Dilemas
O nadador:
· 12.000 – 16.000 braçadas/semana;
· 48.00 – 64.000 braçadas/mês;
· 500.000 braçadas/ano;
Jogadores de vôlei:
· 48.000 arremessos/temporada
· Velocidade média de 130km/h
Esses dados nos dão uma dica do que esse atleta está predisposto a desenvolver, pela característica de repetição.
Achados comuns nos ombros dos arremessadores
· Frouxidão capsular anterior/hipermobilidade
Ocorre principalmente em função da fase de preparo, onde faz rotação lateral do ombro, precisando da maior ADM possível para maior acúmulo de energia possível para ser recolhido na fase de desaceleração.
A cada movimento, ele tensiona a cápsula anterior do ombro que aos poucos vai se adaptando e ficando mais frouxa para que tenha maior mobilidade. 
Há aumento da ADM de rotação lateral, porém diminuição da rotação medial (déficit de Gird) e adução horizontal.
Para o seu desempenho, isso é bom.
Em contrapartida, a cápsula posterior do ombro adquire uma retração, um encurtamento.
Fatores de risco para lesões
Locais
· Déficit de GIRD;
· Desequilíbrio muscular entre os músculos do manguito rotador: relação rot. Laterais/medial = 0,6/0,7;
· Discinese escapular.
Distais
· Rigidez e hipercifose torácica: interfere nas rotações do tronco, na posicionamento alterado da escápula e na transferência de energia;
· Instabilidade lombar/déficit core
· Déficit de força e flexibilidade de quadril.
O atleta arremessador apresenta um grande dilema, pois precisa ter um ombro flexível e móvel para que consiga realizar sua prática esportiva. Porém essa mobilidade também desenvolve uma instabilidade patológica.

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