Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
retocolite ulcerativa Definição: doença inflamatória que acomete exclusivamente o intestino grosso (reto principalmente). Incidência crescente, porém com evolução nas opções terapêuticas. Acontece em 2 picos, primeiro entre 15-30 anos, segundo a partir dos 60 anos. Possui risco de recidiva e de evoluir para câncer de intestino, objetivo é cicatrizar a mucosa intestinal. Sintomas: sangramento/muco nas fezes, aumenta número de evacuações, diarréia, urgência evacuatória, perda de peso, amenorréia primária, retardo de crescimento, constipação (em casos de obstrução = cancer, megacólon tóxico), manifestações extraintestinais (quando manifesta junto com outra doença autoimune). Sangramento retal e tenesmo = retite, diarreia. Dor abdominal = cólon proximal acometido. Náuseas e perda de peso = presságio de doença mais grave (câncer), dor abdominal intensa, febre, taquicardia = megacólon tóxico. Diagnóstico: clínico, laboratorial e imagem: Laboratorial: marcadores de atividade inflamatória: velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa (PCR), quando associada com quadro clínico indica doença grave, não se altera quando a doença está no reto. Tem significado prognóstico: paciente não melhora com tratamento, dessa forma prevê o risco de ter doença refratária (indivíduo muda terapia e pode ir até para cirurgia). Calprotectina fecal: pesquisa nas fezes, correlaciona atividade inflamatória endoscópica com a doença, se tiver alta indica que tem inflamação em atividade. P-ANCA e ASCA: nesse quesito há possível dúvida em D. Crohn e Retocolite, e não mede atividade inflamatória. Para diferenciar: P-ANCA + e ASCA - (retocolite), o contrário é indicativo para doença de Crohn. Classificação de atividade: MONTREAL: mede a extensão da doença TRUELOVE E WITTS: relacionado com a gravidade da doença, com enfoque no nº de evacuações, temperatura, FC, VHS e hemoglobina. Classifica em leve, moderada e grave. Da pra fazer a beira leito. Imagem padrão ouro: Colonoscopia: mostra reto acometido: retite, colite, pancolite. Doença de caráter contínuo acometem do reto pra cima, não é salteado, doença de mucosa, mas parede com a mesma espessura. Mucosa com erosões, abscessos e de aspecto friável. Complicações: hemorragia, megacólon tóxico, neoplasia, cep, estenose Megacólon tóxico: translocação bacteriana do intestino pro sangue e indivíduo tem sepse que leva a distensão do cólon associada a febre e hipertensão, complicação muito grave e tem que entrar com corticóide, antibiótico, internação e hidratação, se não melhorar fazer colectomia total. Neoplasia/adenocarcinoma: indivíduo com retocolite tem maior risco nos primeiros 8 anos de doença de ter adenocarcinoma, além disso instalação precoce também é risco, quando cursa com cep também aumenta risco, logo é recomendado fazer colonoscopia para acompanhar quadro do paciente. Estenose: estreitamento da luz intestinal com retocolite maior chance de ser câncer do que fibrose Tratamento: se o quadro estiver grave, o paciente precisa ser internado para hidratação, melhorar suporte nutricional (muitos com perda de peso relevante), repor sangue (anemia), não dar buscopan, hioscina, nem medicamentos que tem efeito de travar frequência intestinal, utiliza analgésicos para dor. Em geral, utiliza-se antibióticos para esterilizar a flora intestinal e evitar um pior processo inflamatório, só utilizado na internação depois é retirado. Emocional: Pacientes com essa doença tem muita fragilidade emocional, logo muito importante boa relação médico-paciente, em alguns pacientes, é recomendado uso de ansiolíticos (ajuda da psiquiatria), repor as perdas do paciente (ferro, sangue). Medicamentoso: Anti inflamatórios não hormonais (1º linha): Derivados salicílicos: sulfassalazina (SSZ) mais antiga onde 5-ASA vem junto com sulfapiridina (efeito ruim com reação alérgica), hoje em dia o 5-ASA é isolado (mesalazina), esse é revestido com microgrânulos para liberação ser só no intestino, não tem efeito alérgico, dose terapêutica: 4g/dia. Deixar a mesma dose a longo prazo para melhor tratamento. Corticoides: retirar paciente da fase crítica, prednisona oral 1 mg/kg/dia, remissão clínica em 7 semanas e começa desmame 10mg/semana. Em pacientes que não conseguem remédio via oral, faz uso de hidrocortisona endovenosa. Pode trocar prednisona com a budesonida, essa tem menos efeitos colaterais. Infelizmente, existem pacientes córtico-dependentes: que quando retira o medicamento = piora, córtico-resistente: não respondem a corticóide. Para esses mudam o corticoide e vão para imunomoduladores. Imunomoduladores (azatioprina, 6-mercaptopurina): utilizado para desmame de corticoide, medicação via oral, tem grande efeito anti inflamatório, mas demora cerca de 3 meses para apresentar resultado. Problemas colaterais: depressão medular, infecções. Opções a azatioprina: cloroquina, ciclosporina, metotrexato. Cirúrgico: só nas formas graves com alto risco de câncer, colite refratária, seria a colectomia total, com amputação de reto com formação de bolsa ileal, cirurgia radical, mas curativa.
Compartilhar