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RESUMO SOBRE CÂNCER DE PÂNCREAS ANATOMIA DO PÂNCREAS O pâncreas é uma glândula retroperitoneal responsável pelo controle da glicose no sangue e responsável pela digestão de proteínas e gorduras depois que ultrapassam o estômago Ele é uma glândula, que fica na porção posterior do abdômen próximo à coluna e é dividido em: • corpo; • cauda; • e cabeça. O colo é marcado anatomicamente pela relação com os vasos mesentéricos superiores que passam posteriormente ao colo pancreático. À direita do colo do pâncreas, localiza-se a cabeça e sua projeção mais inferior, denominada processo uncinado. A cabeça do pâncreas é a região mais acometida pelos tumores exócrinos deste órgão. O corpo e a cauda do pâncreas se estendem pelo retroperitônio em direção ao baço. Muitas vezes a porção mais lateral da cauda do pâncreas apresenta íntima relação anatômica com o hilo esplênico e com o diafragma. AÇÕES DO PÂNCREAS A maior parte do pâncreas é constituída de glândula exócrina que secreta enzimas em direção ao ducto pancreático. Elas são responsáveis pela digestão no intestino delgado (lipases para gorduras, peptidases para proteínas, amilases para carboidratos, etc.). Estas enzimas são produzidas nos ácinos pancreáticos e tem como principais exemplos a amilase pancreática, lipase pancreática, tripsinogênio e quimiotripsinogênio. Além disso, este órgão tem um papel endócrino essencial, principalmente através da secreção de insulina e glucagon. CÂNCER DE PÂNCREAS O câncer de pâncreas é a 14ª neoplasia mais comum e a 7ª causa de mortalidade relacionada ao câncer no mundo, apresentando aumento da sua incidência nos últimos anos. Os adenocarcinomas do pâncreas exócrino crescem principalmente a partir de células ductais em comparação às células acinares. A maioria ocorre na cabeça do pâncreas (80%). São mais comuns em homens, com pico aos 55 anos. Os seus sintomas são: amarelo no branco do olho; urina escura; e fezes ficam pálidas, quase brancas. Também pode estar presente: coceira; emagrecimento e falta de apetite. Na consulta médica, é necessário avaliar os níveis de bilirrubina, presente no sangue, que medem esse nível de amarelo no sangue. Ecografia abdominal também é recomendado. Os sintomas são muito parecidos com hepatite e muitas vezes há confusão em relação à sintomatologia. A grande diferença é que a hepatite é uma doença viral. Essa é como uma gripe, e apresenta sintomas de prostração e um amarelão passageiro. Por outro lado, os sintomas do câncer do pâncreas na maioria das vezes, aparecem RESUMO SOBRE CÂNCER DE PÂNCREAS de forma mais devagar (insidiosos) e não têm esses sintomas gripais relacionados à hepatite. FATORES DE RISCO: Não modificáveis: • Idade: o pico de incidência é aos 55 anos • Sexo masculino • Etnia afrodescendente • Tipo sanguíneo: grupo A, AB ou B (tipos não O) têm risco maior • Cistos pancreáticos: pacientes com cistos pancreáticos apresentam risco de degeneração maligna, muitas vezes sendo manejados através de vigilância ativa para o desenvolvimento de malignidade • Microbiota intestinal: estudos sugerem que aumento da quantidade de Porphyromonas gingivalis e Granulicatella adiacens podem estar associados ao desenvolvimento do câncer pancreático, no entanto são necessários outros estudos para validar esta hipótese • História familiar de CA de pâncreas • Diabetes tipo I Modificáveis: • Tabagismo • Etilismo • História de pancreatite crônica • Obesidade • Diabetes Mellitus tipo II: ainda é incerto se a diabetes poderia ser uma manifestação precoce do câncer de pâncreas em estágio subclínico através de efeitos paraneoplásicos ou se seria na verdade um fator predisponente para o desenvolvimento do câncer • Fatores dietéticos: consumo de carne vermelha e carne processada aumenta o risco • Infecções: alguns estudos correlacionam a infecção por H. pylori ou hepatite B e/ou C com o aumento do risco de neoplasia pancreática PATOGÊNESE: Como muitas outras neoplasias, o carcinoma pancreático se desenvolve seguindo uma série de mutações na mucosa normal que levam a subsequentes graus de perda da diferenciação celular e anarquia do ciclo celular, originando lesões precursoras que normalmente culminam em um tumor invasivo. Os precursores mais associados ao desenvolvimento do adenocarcinoma pancreático são a neoplasia intraepitelial pancreática (NIpan), neoplasias mucinosas papilares intraductais (NMPI) e neoplasias císticas mucinosas (NCM). NEOPLASIA INTRAEPITELIAL PANCREÁTICA: É o precursor mais comum do adenocarcinoma de pâncreas. É uma lesão microscópica, não invasiva, que ocorre nos ductos pancreáticos menores. Acredita-se que essas lesões são resultantes de uma lesão epitelial e ciclos de reparação que futuramente originam um processo neoplásico. Lesões Nipan de baixo grau tem mutações no oncogene KRAS e apresentam encurtamento dos telômeros. Mutações na p16, CDNK27, p53 e SMAD4 aparecem posteriormente nas lesões de alto grau. Lembrar que a mutação no gene KRAS ocorre em 90% dos cânceres de pâncreas.