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Princípios do processo penal

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Princípios do Processo Penal. 
Princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade. 
Inserido no ordenamento jurídico pela CF/88, que estabeleceu que o limite da 
presunção de inocência é o trânsito em julgado da sentença penal condenatória. 
Pacto San José da Costa Rica: “toda pessoa acusada de um delito tem direito a que 
se presuma a sua inocência, enquanto não for legalmente comprovada sua culpa”. 
Cerceamento cautelar da liberdade – situações excepcionais e de estrita 
necessidade. Parte acusadora deve comprovar a culpabilidade do acusado, e não 
este de comprovar sua inocência. 
Imparcialidade do Juiz. O juiz não pode ter vínculos subjetivos com o 
processo, capazes de lhe afetar a imparcialidade. Decorrência da CF, que veda 
tribunal de exceção, exigência indeclinável no Estado Democrático de Direito. 
Igualdade processual. “Paridade de armas”. Tratamento isonômico das partes 
no transcorrer processual. Igualdade material – equidade: “igualdade aos iguais e 
desigualdade aos desiguais, na medida de suas desigualdades”. 
Contraditório. Às partes deve ser dada possibilidade de influir no convencimento 
do magistrado, podendo participarem e se manifestarem sobre atos durante a 
evolução processual. Aliado à ampla defesa. Princípio protetivo de ambas as partes. 
Ampla defesa. Garantia de destinatário certo: o acusado. Tem a finalidade de 
garantir que o réu realize todo tipo de defesa que esteja a seu alcance. Existe a 
defesa técnica (efetuada por profissional habilitado), a autodefesa (defesa material 
ou genérica, que é realizada pelo próprio imputado). Produção de provas. 
Princípio da inércia. Sendo a jurisdição inerte, as partes deverão provocar o 
Poder Judiciário, através do direito de ação, para alcançar o provimento 
jurisdicional. Titularidade da ação penal: MP, admitindo-se, nos casos previstos, a 
do ofendido (ação penal privada). 
Oficialidade. A pretensão punitiva do Estado deve se fazer valer por órgãos 
públicos: a autoridade policial, no caso do inquérito e o MP no caso da ação penal 
pública. 
Oficiosidade. A autoridade policial e o MP (regra geral), tomando conhecimento 
da possível ocorrência de um delito, deverão agir de ofício, não necessitando 
qualquer provocação. 
Obrigatoriedade. Obriga a autoridade policial a instaurar o inquérito policial e o 
órgão do MP a promover ação penal pública, desde que presentes os indícios de 
autoria e materialidade. Ocorrido um crime, deve o Estado exercitar o jus puniendi, 
pois persecução criminal é de ordem publica, não cabendo juízo de conveniência 
ou oportunidade. 
Indisponibilidade. Proíbe a paralisação injustificada da investigação ou seu 
arquivamento pela autoridade policial. Também não permite que o MP desista da 
ação. Uma vez iniciado o IP (art. 17) ou a ação penal (art. 42), os órgãos incumbidos 
da persecução criminal não podem deles dispor. 
Disponibilidade. Enquanto ainda não houver o trânsito em julgado da sentença 
condenatória, o titular da ação privada poderá dispor da ação. “O titular de uma 
ação privada é o ofendido ou quem o represente. Pode ele dispor da ação deixando 
de exercitá-la no prazo decadencial (na maioria dos casos seis meses), ou a 
qualquer tempo, ainda que já iniciada aquela, desistindo do feito, por meio do 
perdão (que também deve ser aceito) ou do abandono da causa, o que acarretará 
a perempção, com o consequente arquivamento do feito e a declaração de extinção 
da punibilidade”. 
Impulso Oficial. Contrapeso em relação ao princípio da inércia da jurisdição. 
Uma vez iniciado o processo, cabe ao magistrado dar prosseguimento ao feito para 
que este atinja seu fim (impulsionará o andamento do procedimento).

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