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140 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Unidade IV 7 FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS APLICADAS À LOGÍSTICA (PARTE II) Nesta unidade, vamos finalizar o assunto sobre as tecnologias existentes que auxiliam o planejamento e as operações logísticas, falando sobre tecnologias no processo de armazenagem e na última etapa das operações logísticas, que consiste no transporte e na distribuição. Abordaremos também o futuro da tecnologia aplicada à logística, as tendências, a sustentabilidade e a atuação do profissional da área de logística, assunto especialmente ligado a esta disciplina e à conclusão do tema. 7.1 WMS (Warehouse Management System) – Sistema de Gerenciamento de Armazém Ferramenta utilizada para o gerenciamento do armazém com a finalidade de aproveitar melhor o espaço físico, a forma de armazenamento, o picking, a distribuição interna, o endereçamento de forma inteligente, entre outras funcionalidades. Essa ferramenta é indispensável para empresas que possuem armazéns, sejam internos ou externos, de qualquer segmento de negócio, seja comércio ou indústria, e também é fundamental para os PSLs (Prestadores de Serviços Logísticos), visto que nestes tipos de negócios o mix de produtos é bastante elevado. É possível imaginar uma empresa como a 3M, com mais de 30 mil SKUs (Stock Keeping Unit – unidades mantidas em estoques), não utilizar uma ferramenta como esta ou que realize funções semelhantes? Só será possível se suas operações de movimentação e armazenagem forem terceirizadas por um PSLs (prestador de serviços logísticos). Uma pesquisa realizada pela revista Tecnologística mostra que, entre os PSL entrevistados em 2009, 88% deles utilizam a tecnologia WMS. Lembrete O WMS pode ser integrado ao sistema de gestão (ERP) que a empresa possui e é mais bem-aproveitado com a utilização de outras tecnologias de apoio, como código de barras e RFID, que facilitam o recebimento, o inventário, o gerenciamento de pedidos, a expedição e as devoluções. O conceito dessa ferramenta de tecnologia é comercializado por diversas e diferentes empresas no mercado de softwares. Assim como o ERP que é um sistema de gestão empresarial comercializado por diferentes desenvolvedores no mercado, assim é o WMS. 141 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Antes da compra, é importante conhecer as integrações que o sistema faz com os demais sistemas da empresa, principalmente os ERPs. Caso contrário, ela não agregará benefícios na realização de suas operações, já que este é um dos principais desafios das empresas ao adquirem diferentes tecnologias no mercado que apoiam seu principal sistema de gestão. Vejamos a seguir com maiores detalhes as funcionalidades dessa ferramenta por Donath (2002). Funcionalidades Agendamento de recebimento Por meio de informações contidas no sistema, a ferramenta é capaz de realizar os cálculos de recursos e tempo para informar qual o melhor local e horário para que uma operação de recebimento possa ser feita. Ainda no recebimento, o sistema auxilia na conferência do material recebido, registrando possíveis divergências entre o sistema e o físico recebido, podendo ainda separar uma amostra para qualidade ou quarentena. Endereçamento Após a conferência, o sistema é capaz de calcular qual o melhor espaço físico disponível que esta mercadoria recebida pode ocupar no armazém, já emitindo as etiquetas com os devidos códigos de barras. Armazenagem Após o endereçamento, é hora de realizar a armazenagem. O papel do sistema é informar quais equipamentos serão necessários para realizar essa operação dentro do depósito até o seu armazenamento. Separação No picking, o sistema auxilia informando onde se encontra cada mercadoria para compor o pedido e ainda informa os equipamentos necessários para “resgatar” esses itens do seu local armazenado. A conferência é feita por meio da leitura do código de barras antes de ser movido para o local de expedição. Expedição Na tarefa de expedição, o WMS auxilia no gerenciamento da entrega. Após expedir a mercadoria, o sistema envia uma mensagem informando sobre a entrega, o que facilitará o seu follow up (acompanhamento). Na produção O sistema auxilia na programação da produção, calculando a quantidade necessária para a linha de produção, evitando rupturas e prejuízos. 142 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Vantagens Com base nas informações anteriores, é fácil extrair as principais vantagens do uso desta tecnologia: • facilidade das operações no armazém; • aumento da produtividade; • redução de tempo das operações; • redução de custo operacional; • rapidez no processo de movimentação e armazenagem; • melhor aproveitamento do espaço físico; • maior eficiência no processo; • aumento do nível de serviço e satisfação ao cliente. 7.2 RFID (Radio Frequency Identification Data) – Identificação por Radiofrequência Tecnologia usada para compartilhamento de informações em tempo real na qual há identificação por meio de sinais de rádio, recuperando e armazenando informações de forma remota por meio de um dispositivo (tags: etiqueta) e transmitindo a uma rede acessível, chamada de EPC – Electronic Product Code, ou Código Eletrônico de Produto. Com origem em 1935, a partir de um dispositivo usado na identificação de aviões aliados e inimigos, o RFID teve uma evolução maior na década de 1990. O primeiro registro de patente dessa tecnologia foi feito em 1973 por Mário Cardullo e daí por diante começou-se a difundir essa ferramenta nos EUA, que se tornou estratégica nas operações logística. Somente no início da década de 1990, a IBM requereu a patente do sistema de RFID - UHF (Ultra High Frequency), com transferência de dados mais velozes e de maior alcance, cerca de 6 metros. Apesar de realizar um piloto com a rede de supermercados Walmart, não teve êxito nos resultados, vendendo então a patente para uma empresa provedora de sistemas de código de barras (Intermec) que, desde então, tem utilizado a tecnologia nas mais diferentes aplicações, porém com alto custo, tornando-a inviável para algumas operações. Em 1999, foi criado o plano Auto-ID Center pelas Universidades Massachusetts Institute of Techology, nos Estados Unidos, Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e Universidade de Adelaide, na Austrália, com a finalidade de criar uma tecnologia de RFID baseada em padrões abertos de única arquitetura. O objetivo também era o de criar etiquetas de RFID com baixo custo para uso em todos os produtos industriais a fim de rastreá-los em toda cadeia logística global, entre empresas e países diferentes. 143 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Além do Auto-ID, nas universidades citadas na pesquisa existem outros grupos de estudo dedicados ao desenvolvimento desta tecnologia. São eles: GTAG (Global TAG) e GCI (Global Commerce Innitiative – Iniciativa de Comércio Global). A EAN Internacional participa desse processo desde 1999. A aplicação do RFID se dá em diversos setores desde a pecuária, genética de animais, esporte, pedágios, bibliotecas, hospitais, segurança, comércio, indústria e até humanos. Apesar da diversidade da utilização do RFID, vamos limitar o assunto à aplicação nas operações logísticas, da indústria ao comércio. RFID na cadeia de suprimentos Indústria A indústria utiliza o RFI colocando os chips nos produtos e usa leitores na produção, nos estoques e nos armazéns. Segundo Duarte (1999, p. 13), os custos são menores na indústria do que no varejo, tanto na readequação dos sistemas como nos dispositivos de leitura. Vantagens • Agilidade na identificação dos itens no estoque/armazém. • Redução de tarefas,já que não há necessidade de leitura item a item como o código de barras. • Redução de serviços operacionais (a leitura com RFID pode ser feita com a mercadoria em movimento). • Maior segurança no estoque, já que o RFID pode rastrear o movimento do produto ou carga de forma individual. • Maior acuracidade dos estoques, com leitura precisa dos itens. Varejo A tecnologia de RFID tem trazido muitos benefícios aos varejistas, rastreando e gerenciando mercadorias em diversos pontos, como estoques dos CDs, lojas, gôndolas de supermercados, entre outros pontos de abastecimento. Vantagens • Total rastreabilidade do produto, do PDV ao ponto de origem (fábrica). • Gerenciamento da mercadoria quanto às suas características comerciais (validade, origem, segmento, qualidade e até margem de lucro). • Atualização da posição do estoque em tempo real. • Gerenciamento de perdas, roubos, furtos. 144 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 • Baixa automática dos itens no estoque, por meio da operação de caixa. • Gerenciamento das tendências e hábitos de consumo. • Redução de itens faltantes. • Agilidade no atendimento ao cliente, isentando-o de fila para realização de pagamento, uma vez que os valores poderão ser debitados automaticamente se o cliente tiver um cartão do estabelecimento. Morita (2004, p. 59) faz um comparativo entre as etiquetas inteligentes do RFID e código de barras: Quadro 9 Etiqueta inteligente – chip/RFID Código de barras Alta capacidade de armazenamento de informações: lê e grava Realiza somente leitura, sem armazenar dados Realiza a leitura fora do campo visual do código Leitura somente quando o leitor está no campo visual Elimina intervenção humana no processo de recebimento, expedição e armazenagem Há necessidade de pessoas para realizar todo o processo de leitura dos códigos de barras Preço entre U$ 0,20 e U$ 0,50 (em 2004) Impressão do código já saía na embalagem, isentando-se desse custo Desafios • Readequação dos processos para adaptar-se a essa tecnologia. • Investimento em equipamentos (etiquetas, leitores). • Adaptação dos sistemas de gerenciamento. • Integração com sistemas de gerenciamento já utilizados na organização. • Desempenho da leitura, já que pode haver falhas por distância, posição e até distorção do sinal em alguns tipos de materiais como o metal. • Dependência da ferramenta nas operações. Saiba mais Leia sobre o Metro Group, o supermercado do futuro: <http://www. techzine.com.br/arquivo/supermercado-do-futuro/>. Acesso em: 4 abr. 2012. Conforme divulgação em seu portal, a empresa alemã Metro Group foi uma das primeiras varejistas em 2004 a utilizar a tecnologia RFID no processo logístico e na gestão dos seus armazéns. A empresa lançou um projeto piloto RFID Internacional em 2007, envolvendo seus principais fornecedores no uso da tecnologia. 145 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS O objetivo foi melhorar seus processos logísticos e a disponibilidade dos seus produtos nas lojas. Ela declara ainda que desde o uso da tecnologia vem tendo uma redução de custos de 8,5 milhões de euros anuais e pretende expandir o uso do RFID. A Metro utiliza RFID em seu mercado do futuro, criado em Rheinberg. É o supermercado mais moderno do mundo. Saiba mais Faça uma visita virtual ao Supermercado do Futuro no seguinte endereço: <http://www.future-store.org>. Walmart Em 2006, a rede de supermercados Walmart iniciou nos EUA um projeto piloto em que 100 dos seus fornecedores tiveram de operar com RFID. Dessa forma, eles tinham que fazer a entrega das caixas e paletes com etiquetas inteligentes no CD da rede no Texas, onde seriam distribuídos para as sete lojas da bandeira. A gigantesca americana fundada em 1962 conta hoje com 8.692 lojas em 15 países e emprega cerca de 2,1 milhões de pessoas, segundo fonte do seu portal Walmart.com. Segundo o vice-presidente executivo e diretor de TI do Walmart, Rollin Ford, em 2007, a empresa já contava com 600 fornecedores operando com etiquetas inteligentes em mais de 1000 lojas. Ele diz que o objetivo da rede é reduzir estoque e excesso de inventário. A medida gera uma redução de 30% de itens de estoque faltantes, com significativa redução de estoques na cadeia de suprimentos e nos impactos no meio ambiente. Ford estima que o projeto contribua com a sustentabilidade, pois, segundo ele, a rede recebe em média 24 milhões de pessoas diariamente em suas lojas, se 100 mil viagens extras forem evitadas, isso reduzirá para os clientes 22,8 milhões de dólares com combustível e reduzirá efeitos com gases poluentes e efeito estufa de 80.209 toneladas. O Walmart informa que o uso do EPC (Electronic Product Code – Código Eletrônico de Produto) conseguiu: • aumentar a acuracidade do estoque (melhor exatidão no inventário); • proporcionar valor aos clientes, poupar dinheiro e ter uma vida melhor; • melhorar disponibilidade dos itens nas gôndolas para o consumidor; • gerenciar melhor as vendas com a melhor administração dos estoques. 146 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Com o uso da tecnologia, ela deve elevar suas vendas em 287 milhões de dólares ao ano, segundo o executivo Ron Moser, que lidera a estratégia de RFID na companhia. Procter & Gamble A PG foi um dos 100 fornecedores a cumprir a exigência do varejista Walmart na utilização das etiquetas inteligentes (RFID) nos produtos. Larry Kellam, diretor de inovação da cadeia de suprimentos B2B na Procter & Gamble, disse que o uso da tecnologia tinha como propósito resolver dois problemas e aproveitar oportunidades. 1º problema: roubos (as perdas, globalmente, nas negociações B2B (empresa para empresa) chegavam a 53 bilhões de dólares ao ano). 2º problema: falsificação (a empresa perdia 500 bilhões de dólares ao ano). Segundo Kellam, a empresa tinha muitos itens nos estoques, tanto de produtos acabados como material produtivo, pois dependiam das previsões de seus fornecedores e como base os PDVs provenientes dos varejistas, com média de cinco dias após a venda. Ele diz ainda que deseja que o EPC seja um sinal da sua demanda em tempo real que desencadeia toda a demanda do seu processo. Agora, eles recebem resposta do PDV cerca de duas horas após o acontecimento da venda, com isso, podem tirar proveito das informações recebidas praticamente em tempo real, para gerenciar melhor os estoques. Com cerca de U$ 3 bilhões em estoques, Kellam espera reduzir para U$ 2 bilhões operando com RFID, podendo utilizar U$ 1 bilhão como capital de giro. Essa redução geraria um aumento na receita de U$ 150 milhões, já descontando os impostos. Quanto ao retorno de investimento (ROI – Return On Investment), Kellam diz não haver um benefício único que pagará esta tecnologia. O aumento da receita e a redução de custos com estoques poderão obter retorno sobre o investimento. Segundo ele, há benefícios mais estratégicos além do ROI, como redução de trabalho, roubos e obsolescência. A seguir, os principais benefícios da P&G Global Operations, segundo porta-voz da empresa Paul Fox, especialmente no tocante à parceria com o Walmart nas operações com RFID: • melhoria na exatidão nas entregas ao Walmart; • agilidade nos processos, tornando-os mais eficientes; • acelerou a transferência de produtos entre CDs; • rapidez na leitura das mercadorias com tag sem comparação com a leitura por código de barras (de 20 para 5 segundos); • redução do custo das etiquetas para $ 0,10, tornando viável sua utilização (em 99, custava $ 2). 147 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Fox não informou o valor de investimento na tecnologia, só disse serem milhões de dólares, mas garanteque a P&G já recuperou o investimento e que considera a parceria com o Walmart frutuosa. Saiba mais Beer Game ou Jogo da Cerveja brasileiro Nesta interatividade, você poderá praticar a gestão de estoques de acordo com a demanda por meio de jogos on-line. Este é um jogo muito conhecido entre os profissionais de logística. Acesse o link: <http://www.ogg.com.br/bg/>. 7.3 Tecnologia para distribuição física Quais as principais tecnologias para essa etapa tão importante para o cumprimento do papel logístico, que é o de facilitar a disponibilidade do produto ao cliente no melhor tempo possível, nas melhores condições e ao menor custo? Os grandes estudiosos sobre o assunto não discordam nos aspectos dos custos de transportes, que representam 2/3 de todos os custos logísticos, a maior parcela desses custos. Por isso, o assunto é importante e requer cuidados e muita atenção para não comprometer todo o processo logístico, de forma a inviabilizá-lo. O transporte está presente tanto no processo logístico convencional como no processo reverso, conhecido como logística reversa. Antes de falarmos das tecnologias de distribuição, é importante conhecermos alguns índices do setor. Conforme estudo da Coppead/UFRJ, proposto por Lima (2004), sobre o volume monetário para o ano de 2004, os custos logísticos brasileiros representam 12,63% do PIB nacional, dos quais 7,5% são com transportes, divididos nas modalidades apontadas no gráfico abaixo: 9% 82% 6% 2% 1% Rodoviário Marinho Ferroviário Dutoviário Aéreo Figura 38 – Fatias dos modais 148 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Tabela 8 Modalidades de transporte Custos em R$ (bilhões) Rodoviário 109,2 Aquaviário (marítimo) 12,6 Ferroviário 7,5 Dutoviário 2,1 Aéreo 2,0 Fonte: Tecnologística, 2006. Para fazermos uma comparação com os Estados Unidos, os custos logísticos neste país representam 8,19% de seu PIB. Desse total, 5% são custos com transportes e esse percentual representa um custo de R$ 133,3 bilhões ao ano. Saiba mais Leia o artigo de Maurício Pimenta Lima, indicado a seguir: LIMA, M. P. Custos logísticos na economia brasileira. Revista Tecnologística, jan. 2006. Disponível em: <http://www.guiadotrc.com.br/ custeio/art_custos_logisticos_economia_brasileira.pdf>. Acesso em: 2 abr. 2012. Projeção de custos Informações mais recentes, como a declaração do ministro dos portos Pedro Brito em julho de 2010, mostram que esses índices cresceram. Segundo ele, os custos logísticos representam até 16% do PIB brasileiro. Se aplicarmos a mesma proporção que os custos logísticos representaram nas estatísticas de 2004 realizadas pela Coppead/UFRJ, no qual o percentual foi de 12,6% sobre o PIB, em 2009, os custos logísticos seriam em média de R$ 396 bilhões. Se a divisão dos custos entre os modais seguissem a mesma proporção, de 7,5% para os custos de transportes, então teríamos um custo de transporte médio de R$ 235 bilhões. Já vimos que os custos do setor são relevantes e merecem o devido cuidado para não se perder em competitividade. 149 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Lembrete Vale lembrar que, desde as estatísticas da década de 1990, os fatores decisivos para compras sofreram muitas alterações. O fator preço caiu cerca de 8% nos últimos 14 anos (entre 1994 e 2008), enquanto o fator serviços de distribuição cresceu quase 5% no mesmo período. Veja o resumo dos resultados de 1994 e 2008. Tabela 9 Ano Produto Preço Serv. de distribuição 1994 30,8% 38,5% 14,4% 2008 30,9% 30,5% 19,2% Agora que já conhecemos os índices desse importante setor, vamos brevemente conhecer as tecnologias para distribuição, conhecidas como modais de transportes e suas características. Esse tema é bem difundido em várias outras disciplinas deste curso, portanto, não terá grande enfoque nesta disciplina. A abordagem sobre os modais a seguir se dará de forma abrangente, ou seja, na logística global. 7.3.1 Modais de Transportes Aquaviário/marítimo Este modal é o mais antigo e também o mais utilizado pelas trocas internacionais e tem uma grande importância na logística internacional pelo número expressivo de divisas transferidas para fora do país pelo pagamento de fretes contratados no exterior. Na utilização doméstica, ele é bem menos utilizado que o rodoviário. Em termos de custos fixos de transporte brasileiro, é o segundo colocado: em média, 10% entre os modais. Vantagens • Maior capacidade de carga entre os modais. • Tarifas de frete mais competitivas. • Maior flexibilidade em tipos de cargas. • Grande abrangência. 150 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 • Não está sujeito a más condições de tempo. Desvantagens • É o meio de transporte mais lento entre os modais. • Baixo alcance entre os pontos de origem e destino, gerando transbordos, maior manuseio e maior risco de danos e atrasos. • Baixa regularidade, gerando maior custo de armazenagem. • Frequentes congestionamentos nos portos, o que gera maiores gastos pela demora nas atracações e desatracações. • Necessidade de embalagens especiais devido às operações de manuseio nos portos. Transporte aéreo O transporte aéreo é o modal mais desejado pela sua rapidez. Mas, além do alto custo para transportar mercadorias, ele tem algumas restrições para determinadas cargas, o que talvez explique o fato de ser o menos utilizado entre os modais. Esse tipo de transporte também é o que tem menor custo no total dos custos de transporte frente ao custo total gerado para a logística no país (não estamos abordando aqui o custo para o transporte de cargas individuais), pois representa um volume pequeno diante dos volumes transportados pelo modal rodoviário, por exemplo. Vantagens • Velocidade, eficiência e seguro. • Redução de custos com estoque, armazenagem pela rapidez de entrega e frequência de voo. • Não exige embalagens reforçadas devido ao manuseio cuidadoso desse modal. • Menor custo com seguro por ser um modal de extrema segurança. • Maior abrangência e alcance no mercado nacional e internacional. Desvantagens • Baixa capacidade, restrição com peso e volume. • Restrição de carga a granel: é impossível o transporte de minérios, petróleo, grãos e químicos. • Produtos com baixo custo unitário por não ter condições de absorver o alto valor das tarifas aéreas. • Restrição de tipos de cargas, como artigos perigosos. 151 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Transporte rodoviário Nas operações logísticas nacionais, é o modal mais utilizado e representa a maior fatia nos custos de transportes. Sua principal característica é a simplicidade do funcionamento. A mercadoria é embarcada do exportador e desembarcada na porta do importador. O sistema é conhecido como porta a porta. Vantagens • Modal versátil. • Grande acessibilidade: podem ser feitas operações door to door (porta a porta). • Podem-se efetuar entregas programadas. • Flexibilidade na entrega, podendo entregar em locais específicos determinados pela empresa (galpão, filial, cliente etc.). • Flexibilidade de carga (pode-se transportar qualquer tipo de mercadoria, com carga a granel, líquida ou sólida, desde que em veículos especializados). Desvantagens • No caso de fretes internacionais, em países com fronteira com o Brasil, este modal tem baixa capacidade de carga e alguns países ainda restringem o limite de tamanho e peso dos caminhões. Nesse caso, os demais modais têm maiores vantagens. • Regulamentação rodoviária e trânsito. • Rodoviárias brasileiras ainda precárias, sem condições de uso, o que faz com que se elevem os custos deste modal. Transporte ferroviário Este transporte tem participaçãorelativamente baixa entre os modais de transportes. Entre os países latino-americanos, a utilização se torna difícil por conta da bitola das estradas de ferro não ser padronizada. Nos custos de transporte nacional, ele é o terceiro maior, ficando atrás apenas do rodoviário e do marítimo. São cargas ferroviárias as do seguimento de carga geral, como sacarias, e grãos agrícolas, como soja, milho e outros. Granéis líquidos embarcados em vagões especializados (química, petróleo e derivados). 152 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Vantagens • Não há restrições de carga, é ideal para o transporte de sacarias e grãos agrícolas como soja, milho entre outros. • Flexibilidade combinada, pois os vagões são transportados em balsas em caso de subsistema água-ferrovia. • Em comparação com o rodoviário, a velocidade deste modal tem vantagens superiores. Desvantagens • Maior necessidade de complemento de serviços de transportes pela localização das estações ferroviárias e os pontos de origem e destino. • Riscos de furto e roubo nas operações de transbordo entre os pontos de origem e destino. Ferramentas para gestão e operação de transportes ITS (Intelligent Transportation Systems) – Sistemas Inteligentes de Transportes Sistemas inteligentes de transporte é a expressão utilizada para denominar as soluções de tecnologia da informação aplicadas ao transporte que têm a finalidade de qualquer outra tecnologia: oferecer maior produtividade, maior segurança, rapidez e mobilidade, com um diferencial das demais tecnologias de outra área, pois têm também como objetivo oferecer maior segurança para pessoas, com manutenção preventiva e corretiva, a fim de evitar acidentes e consequentemente mortes. Principais tecnologias empregadas São utilizadas basicamente três tecnologias: equipamentos eletrônicos, comunicação e tecnologia da informação. Pode-se citar como exemplos: GPS, sensores de telemetria para verificação do estado do motor, abertura de portas, comunicação e voz, vídeos, câmeras, transmissão de dados para o servidor, softwares para gerenciamento e controle da frota, entre outros. Principais aplicações Transporte urbano e usuários Para esse tipo de aplicação, não faremos abordagem dos recursos de equipamentos, hardwares e softwares por isso não fazer parte do objetivo deste trabalho. No entanto, confira a seguir um breve resumo desta tecnologia. Nos ônibus, essa tecnologia possibilita a cobrança automatizada da passagem, o controle de abertura de portas e o monitoramento do motor. Na empresa, geram-se maiores produtividade e eficiência da 153 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS frota, pontualidade, controle dos recursos, nível de serviço, agilidade e segurança nas tomadas de decisões. Os usuários de transporte podem receber informações por meio de soluções via internet ou celulares sobre itinerários, horários, tarifas, ponto de ônibus, roteiros, baldeações etc. Gestão da frota Os softwares para gestão da frota são compostos por: uma programação operacional, uma solução de monitoramento de frota em tempo real e por recursos de comunicação central de controle operacional com o motorista. Ferramentas e recursos dentro dos sistemas de gestão da frota oferecem os benefícios de que trataremos a seguir. Principais benefícios • Maior controle na manutenção preventiva e corretiva. • Redução e controle de custos operacionais. • Maior segurança das informações. • Maior segurança para os motoristas. • Redução de riscos. • Maior produtividade. • Aumento do nível de serviço. Agora que já se sabe sobre os sistemas inteligentes de transporte, vamos conhecer algumas destas ferramentas, um resumo das principais nas operações logísticas de transporte e distribuição. Vejamos a seguir: GPS (Global Positioning System) – Sistema de Posicionamento Global Criado na década de 1970 pelo Departamento de Defesa Americana e chamado de Navstar GPS (Navigation Satellite Timing And Ranging Global Positioning System), fornecia informações para a navegação de aeronaves civis sobre o oceano e demais áreas remotas espalhadas pelo globo terrestre. Formado por três elementos Espacial Consiste na constelação de 29 satélites (último lançado em janeiro de 2007) divididos em órbitas em volta da Terra, com altitude de 12.600 milhas, ou 20.000 km. 154 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Controle São as redes de estação terrestre de controle e monitoramento dos relógios de cada satélite. Há cinco dessas estações espalhadas pelo mundo. Usuário Consiste na antena e no receptor/processador que fica no interior da aeronave e fornece informações para o usuário. O sistema GPS tem uma precisão de 100 metros, com probabilidade de 95%, e de 300 metros, com probabilidade de 99,99%. Como se pode ver, o GPS foi criado exclusivamente para uso militar. Vinte anos depois, na década de 1990, foi considerado totalmente operacional. São geralmente categorizados em três tipos de uso, são os Geodésicos, Topográficos e os de Navegação, sendo este último o de interesse deste material de estudo. A principal diferença entre eles está na precisão alcançada. As categorias Geodésicos e Topográficos têm melhor precisão e são para uso técnico. Apesar de o GPS de categoria de navegação ter a menor precisão entre as três, ele tem maiores vantagens, como menor preço de aquisição e muitas aplicações de uso. Os Sistemas Integrados de Rastreamento de veículos (SIR) podem ser rastreadores e bloqueadores de veículos. Vamos ver algumas aplicações do GPS de navegação utilizadas atualmente em conjunto com outras tecnologias, como rádios e celulares, com a finalidade de realizar rastreamento e bloqueio de veículos e cargas. GPS + Celular A localização é feita através do GPS e o celular embarcado no veículo tem a finalidade de transmitir as informações de coordenadas e receber informações de bloqueio. GPS + Rádio Da mesma forma que a combinação anterior, o GPS realiza a localização e o rádio no interior do veículo transmite as informações, coordenadas e comando de bloqueio. GPS + Satélite Neste caso, o rastreamento é feito pelo GPS e a comunicação é feita via satélite, que tem baixo custo. Alguns possuem computador de bordo, pelo qual o motorista se comunica com a central para informações de paradas ou ocorrências. Atualmente, as empresas de transportes ou simplesmente os veículos das empresas podem contar com uma grande variedade para reduzir o risco do transporte de cargas, mas devemos observar que o 155 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS fato de se ter as tecnologias de rastreamento e bloqueio por si só não oferece grandes benefícios se não houver nas CM (centrais de monitoramento) softwares que possam analisar, medir, comparar e gerenciar os dados gerados pelos sistemas tecnológicos. Não se pode acreditar que os riscos nas estradas são somente roubos, outro fator preponderante são os acidentes nas rodovias brasileiras, que não são das melhores. Estudos mostram que os altos índices de acidentes se dão pelo fato de os motoristas dirigirem cansados (até 18 horas seguidas) em velocidades incompatíveis. Alguns dados publicados na Revista Entre-Vias em outubro de 2009: Quadro 10 Eventos Quantidade anual Prejuízo em R$ Observação Roubos 12 mil 800 milhões Indenizáveis Acidentes 90 mil 9,7 bilhões 8,5 mil mortes Ineficiência do transporte 13 bilhões Ref. 8% dos custos totais com transportes (cerca de 165 bilhões) Fonte: Revista Entre-Vias, 2009. Segundo pesquisa realizada pela revista Tecnologística com análise do Instituto Ilos, entre os prestadores de serviços logísticos, a maioria utiliza a tecnologiade rastreamento por satélite. Os resultados demonstram que o setor tem crescido de forma estruturada e com qualidade nos serviços logísticos. Tendo em vista o que já vimos até aqui, a tecnologia contribui significativamente para a qualidade e eficiência das operações. Ao analisar a tabela a seguir, considere a informação relevante: os últimos dois anos analisados (2008 e 2009) referem-se ao rastreamento por celular, no período anterior, por rádio. Observe a tabela a seguir: Tabela 10 Ano Consultas pela Internet Rastreamento Satélite (frota terceiros) Rastreamento Satélite (frota própria) Rastreamento (frota terceiros)* Rastreamento (frota própria)* 2002 84% 74% 72% 73% 75% 2003 81% 68% 59% 68% 59% 2004 82% 93% 71% 61% 69% 2005 90% 76% 74% 67% 59% 2006 95% 84% 77% 75% 70% 2007 86% 71% 65% 57% 52% 2008 87% 73% 66% 64% 55% 2009 84% 61% 70% 54% 53% Fonte: Tecnologística, 2010. 156 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Principais vantagens • Alto poder de precisão • Funcionamento em tempo integral (24h). • Cobertura em todo o globo terrestre. • Cronometra o tempo. • Auxilia na condução de trajetos. • Armazenam coordenadas de posições, facilitando a reconstituição quando necessário. • Indica velocidade. • Independe de condições atmosféricas. • Baixo investimento. Desvantagem Esta tecnologia possui como desvantagem o fato de não ser possível rastrear em locais fechados em que o sinal não alcança. 7.4 TMS (Transportation Management Systems) – Sistemas de Gerenciamento de Transportes Os softwares de gerenciamento de transportes auxiliam na gestão da área de transportes agindo na manutenção preventiva e corretiva, propondo melhoria na qualidade dos serviços e aumento da produtividade. Esta tecnologia tem como função principal: • Mensurar os custos de manutenção. • Controlar os gastos. • Identificar os recursos materiais e humanos para operações. • Obter informações para relatório de acompanhamento de entrega. • Controlar entregas e devoluções. • Emissão de relatórios. • Administrar tabelas de preços. • Controla frete de terceiros. • Faturamento de frete. 157 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS • Expedição. • Rastreamento. Principais vantagens desses softwares • Redução de custo operacional. • Melhor identificação dos custos. • Maior controle dos gastos. • Controle da qualidade dos serviços. • Melhor manutenção preventiva. • Aumento da disponibilidade da frota. • Melhor aproveitamento dos recursos. • Aumento da produtividade. • Aumento do nível de serviços. • Mais segurança e rapidez para tomadas de decisões. • Muitos relatórios. Aplicação O uso de sistemas de gerenciamento de transportes pode ser de: • empresas de transportes (transportadores e prestadores de serviços logísticos); • empresas com frota própria; • empresas que terceirizam sua frota. É possível encontrar no mercado vários softwares de gerenciamento de transporte, muitos deles são acoplados aos ERPs como mais um módulo do sistema de gestão empresarial, tornando-se um diferencial competitivo para os fornecedores de ERPs a empresas do segmento. Muitos sistemas disponíveis no mercado oferecem uma integração com as tecnologias de rastreamento e roteirizadores, gerando informações em tempo real quanto à posição de entrega das mercadorias. Softwares de roteirização Com a velocidade em que cresce a frota de veículos nos estados brasileiros, especialmente nas grandes metrópoles, otimizar a rota de entrega da mercadoria é um diferencial competitivo com certeza. 158 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Como escolher a rota de entrega? Por bairro (CEP)? Por cliente? Por pedidos? Como tomar a melhor decisão? Os sistemas de roteirização fazem esse trabalho para a empresa. Eles são sistemas computacionais que realizam os cálculos de rota e programação de veículos por meio de algoritmos em uma base de dados específica. Na década de 1980, nesse tipo de sistema, praticamente não havia representação gráfica e os sistemas eram pouco flexíveis quanto aos parâmetros para os usuários. As principais evoluções nesse tipo de software ocorreram na década de 1990, quando a tecnologia contava com os Sistemas de Informação Geográfica (SIG), que além do visual, aumentaram a flexibilidade nas janelas do sistema, as múltiplas rotas, os retornos, os roteiros com pernoite, entre outros recursos (Golden &Bodin, 1986). Atualmente, os recursos não deixam a desejar, há inúmeras opções de tarefas, parâmetros e relatórios customizados com interfaces amigáveis e fáceis de operar. Funcionalidades • Calcular rotas de forma estratégica. • Rastreamento e monitoramento da entrega. • Exclusão da rota de caminhos com trânsito, barreiras, obras e acidentes. • Definição de parâmetros para cálculo da rota (vias, caminho curto, rápido etc.). • Atribuição de paradas e sequência de paradas, levando em conta tempo, custo e capacidade do veículo. As funcionalidades listadas anteriormente variam de produto para produto. Alguns desenvolvedores possuem parte dos recursos, todos eles ou ainda recursos não mencionados aqui. Vantagens Podemos destacar aqui as principais vantagens dessa tecnologia no processo de distribuição. É evidente que se tem muito mais do que a relação a seguir. • Flexibilidade em mudança de rota. • Visualização da rota/mapa durante o trajeto. • Rapidez no processo de expedição. • Maior produtividade. • Redução de custos operacionais. • Menor risco nas operações. 159 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS • Aumento do nível de serviço. • Maior satisfação do cliente. • Rapidez na tomada de decisão. • Cálculo da capacidade e produtividade do veículo. É muito comum encontrar esse tipo de sistema como parte dos ERPs e softwares de supply chain management, especialmente os que possuem módulo de gestão de transporte ou frota, o que possibilita à empresa oferecer ao cliente final o acompanhamento de seu produto por meio da internet, com detalhes da localização dos veículos e previsão do horário de entrega. A partir dos clientes a serem atendidos, os roteirizadores realizam o cálculo da rota levando em conta os seguintes parâmetros: • distância média entre os pontos; • velocidade média por trecho; • taxa de descarga; • rotas com pernoite; • jornada de trabalho do motorista; • custo de hora extra. Esses são, entre outros, os parâmetros que definirão o custo total de cada rota. Soluções Mobile (móveis) Todas as soluções que estudamos nesta disciplina podem e são desenvolvidas com aplicativos para operação e consulta por meio de soluções mobile (soluções móveis) tais como: internet, laptops, rádios, celulares, palms, smartphones entre outros. Lembrete Nesses aplicativos, as tecnologias normalmente são GPRS (General Package Radio System), que constam de um sistema para transmissão de dados por telefonia celular com tecnologia GSM (Global System Global Comunications), 3G e WiMax. As tecnologias móveis são utilizadas tanto por executivos em aprovações remotas como para os operadores, na coleta de dados nos pontos de vendas, nas entregas de encomendas, entre outras utilizações. 160 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Muitas das soluções apresentadas neste trabalho já são desenvolvidas em web, outras possuem aplicativos para acesso móvel. Tendo em vista a grande necessidade de ações rápidas nas organizações, a exigência desses recursos pelos executivos das empresas é muito comum, por não impedirem a continuidade dos processos quando, por exemplo, um gestor que faz aprovações em suasáreas está em viagem. Por esse motivo, as empresas que desenvolvem soluções tecnológicas precisam estar atentas às necessidades do mercado. Não basta só desenvolver suas soluções em plataformas móveis ou pensando em dispositivos, é necessário pensar principalmente na integração de sua tecnologia dentro das empresas, com sua infraestrutura, processos e pessoas. Aqui encerramos a lista com as tecnologias para planejamento e operações logísticas. Maxxi Distribuição1 – melhorias na força de vendas por meio de solução mobile A Maxxi Distribuição, divisão distribuidora do Walmart Brasil, iniciou-se em 2000 nos estados do RS e SC e tem a operação baseada em sua equipe de representantes comerciais autônomos, que atendem pessoalmente a pessoas jurídicas dos formatos food service (bares, restaurantes, hotéis, pizzarias, lanchonetes) e minimercado (pequenos mercados, lojas de conveniência etc.). Atualmente, a Maxxi Distribuição opera com cerca de 200 representantes, com atuação nos três estados da região Sul, e mais de 12,5 mil clientes, entre food service e minimercado. Além de itens das linhas de bazar, limpeza, bebidas, mercearia, bombonière e higiene, a variedade de produtos da Maxxi Distribuição é composta por duas marcas exclusivas: Top Max e Top Chef. O grupo Walmart no Brasil atua desde 1995 no mercado varejista, o Walmart Brasil tornou-se referência de preços baixos todos os dias, inovação, sortimento, sustentabilidade e investimento no Brasil e nas regiões onde atua. Está presente hoje com mais de 300 lojas, em 17 Estados (regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, além do Distrito Federal), com as bandeiras Walmart Supercenter, Hiper Bompreço, BIG, Sam’s Club, Maxxi Atacado, Todo Dia, Bompreço, Nacional e Mercadorama. No RS, a empresa conta atualmente com 94 lojas – 17 Hipermercados BIG, 68 Nacional Supermercados e 10 unidades Maxxi Atacado. A Maxxi Distribuição fazia parte do grupo Sonae e foi adquirida pelo Walmart junto com as marcas BIG, Nacional e Maxxi Atacado. A operação de distribuição além de se consolidar no grupo Walmart, hoje está em franca expansão e já se estima um crescimento significativo na operação. 1 Case adaptado do portal da empresa Criterium, fornecedora da tecnologia adquirida pela Maxxi Distribuição. Disponível em: <http://www.primesystems.com.br/produtos/os-mobile>. Acesso em: 10 dez. 2010. 161 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Desafios • A Maxxi Distribuição já utilizava uma solução mobile para a automação da sua força de vendas, porém enfrentava diversos problemas operacionais com a aplicação que acabava acarretando sérios problemas para a área comercial da empresa. • Os principais problemas enfrentados pela Maxxi Distribuição com a solução anterior eram: — perda de pedidos: perdiam-se muitos pedidos por reset do equipamento, problemas com o banco de dados e falhas na comunicação de dados; — demora na comunicação: o processo de comunicação do palm do vendedor com o servidor da empresa para a sincronização das informações levava de 15 a 20 minutos; — baixa performance do aplicativo: o sistema anterior tinha sérios problemas de desempenho, fato que tornava o ato de tirar um pedido muito demorado e desgastante para a equipe de vendas; — pouca informação para a equipe de vendas: os vendedores reclamavam constantemente que o sistema anterior fornecia poucas informações a respeito dos clientes, produtos, históricos de vendas e financeiro etc. Resultados A seguir, estão relacionados os aspectos importantes destacados pela Maxxi Distribuição com a utilização da nova tecnologia de automação da força de vendas pela sua equipe comercial: • aumento quantitativo e qualitativo das informações: com o novo sistema os vendedores do Maxxi tiveram um incremento significativo na quantidade e na qualidade das informações disponibilizadas no equipamento móvel, fato importante para a equipe conseguir fazer bons negócios; • maior confiabilidade: a nova solução resolveu o problema de perda de pedidos, gerando um aumento na confiança da equipe de vendas perante a nova ferramenta de trabalho e reduzindo os problemas de evasão de receitas por perda de pedidos; • maior agilidade: a nova ferramenta agilizou o processo de digitação dos pedidos via palm, uma vez que a aplicação exibe as informações, efetua os cálculos e validações necessárias praticamente na hora, o vendedor não espera pelo sistema em nenhum momento; • comunicação rápida e segura: o processo de comunicação do palm com o servidor da empresa, com a utilização da nova ferramenta, reduziu de 20 minutos para 3 minutos, ou seja, uma redução do tempo em mais de 6 vezes. Além disso, a perda de informações por falha no sinal da operadora de telefonia ou outros problemas relacionados à comunicação foram praticamente eliminados; 162 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 • qualidade no atendimento: a empresa teve maior agilidade no suporte com seu novo fornecedor, assim a Maxxi fica tranquila quanto à operação do sistema em seus 290 vendedores; • garantia de atualização: o novo fornecedor garante atualizações de versões e melhorias da tecnologia frequentemente, tanto que já realizou atualizações no produto vendido. Exemplo de aplicação Discutindo o case O case mostra que, apesar de a empresa já possuir uma solução mobile para automação na força de vendas, ela tinha diversos problemas com o aplicativo da tecnologia, trazendo transtornos ao invés de soluções. Questões 1. Qual o principal êxito que a Maxxi obteve com a troca da ferramenta? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 2. Houve algum benefício para os seus clientes corporativos? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 3. O que podemos tirar dessa situação? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ 163 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Respostas 1. Se podemos destacar um benefício como principal êxito, ele está na questão de redução na execução do processo de venda, com queda de 20 para 3 minutos, o que significou uma redução de 6 vezes menos do tempo gasto anteriormente. Isso significa maior produtividade e maior faturamento, pois ele poderá fazer muito mais pedidos ao mesmo tempo, o que gera uma melhor satisfação do cliente. 2. A principal vantagem para os seus clientes corporativos é a questão da qualidade do atendimento, pois não dá para se perder muito tempo atendendo ao fornecedor. Quanto melhores foremos recursos para atender ao cliente, melhor para ambos. 3. Como mencionado no tema soluções mobile, não basta as empresas criarem soluções em plataforma móvel, elas precisam se preocupar com outras questões, como a integração da solução na empresa que normalmente já possui diversas outras ferramentas, além de questões como infraestrutura, processos e pessoas. Considerações sobre as tecnologias existentes O número de tecnologias existentes é muito abrangente e complexo, a cada instante cria-se algum recurso tecnológico, uma metodologia ou filosofia de trabalho no intuito de agregar valor ao produto, atender satisfatoriamente à necessidade do cliente e reduzir custos. Não daria para abordá-las todas neste material que, por sua vez, já tem seu objetivo praticamente alcançado, a saber, mostrar as principais tecnologias para o planejamento e operação logísticos nas unidades III e IV. Outro fato importante de se entender é a diferença entre o tipo de tecnologia e as marcas existentes, por exemplo, os sistemas como SAP, Microsiga, Data Sul, Microsoft Dinamics, entre outros, não são tipos de tecnologias e sim tipos de sistemas de gestão empresarial, conhecidos como ERPs. Dessa forma, os nomes de sistemas conhecidos no mercado, tanto ERPs como outros softwares de apoio à logística, ou seja, tecnologias aplicadas à logística, são nomes e marcas desses sistemas. Por isso, o trabalho foi dividido em dois tipos de tecnologias, aquelas do processo produtivo e aquelas da gestão dos processos. Este segundo tipo iniciou-se pelo principal sistema de uma organização, o ERP, que gerencia, apoia e integra todas as áreas da empresa, logo depois vieram as ferramentas de apoio à decisão, chamadas de BI, que extraem dos sistemas as informações em forma de relatórios para os gestores, e finalizamos as tecnologias que apoiam os sistemas de gestão que automatizam atividades específicas de cada área, como movimentação, armazenagem e distribuição. Fechamos, portanto, o assunto de tecnologias existentes e suas aplicações, principais funcionalidades e vantagens que cada uma delas apresenta. Antes de encerramos esta última unidade, é relevante que ainda informemos brevemente sobre alguns aspectos da área. 164 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 7.5 Perspectiva do futuro da tecnologia aplicada à logística Vimos até aqui a evolução tecnológica desde a tecnologia primitiva, como a invenção da roda, quando a produção era predominantemente agrícola e pecuária. Nessa fase da história logística, a roda impactou fortemente a forma de distribuição com a criação das charretes. Nota-se que a primeira fase durou milhares de anos, cerca de 4000. A segunda fase foi o período da Revolução Industrial, marcada pela transição da manufatura para a indústria mecânica, em que a força da máquina superou o homem. Invenções como teares mecânico, navios e locomotivas a vapor aceleraram a evolução do processo produtivo e forma de distribuição das mercadorias com muita rapidez, reduzindo significativamente o ciclo logístico. Essa fase durou muito menos que a primeira, cerca de 200 anos, ainda que consideremos o seu início no século XVIII até o início do século XX, onde já estávamos na era do computador. A terceira fase, a que estamos vivendo, marcada pela era da revolução computacional, teve início em meados do século XX. Apesar de mais recente, com menos de 100 anos, é a fase com maiores avanços tecnológicos nos computadores quanto ao seu tamanho, capacidade e velocidade, foi também nessa fase que surgiram as tecnologias de sistemas da informação, os sistemas de gestão empresarial, os sistemas de apoio às operações logísticas e, ainda, as principais metodologias e filosofias de trabalho que conhecemos e usamos até os dias de hoje. Percebe-se que a grande diferença nas três fases foi a duração que elas tiveram, as principais tecnologias ocorreram nos últimos 100 anos, especialmente se nos restringirmos ao assunto logística, compreendido pelo processo produtivo, gestão de estoque, movimentação e armazenagem, transporte, distribuição e o gerenciamento do fluxo das informações. Até quando estaremos nesta fase? O que poderá surgir que será considerado novamente um divisor de águas na história da tecnologia? Falando de processos, esta última fase tecnológica em que nos encontramos é caracterizada principalmente por algumas mudanças, são elas: • aumento do uso de computadores pessoais; • maior variedade dos produtos – aumento da oferta; • maior competitividade; • vida curta dos produtos; • estoques reduzidos; • mão de obra qualificada. Especialista no assunto, Reinaldo Moura, diretor e fundador de Consultoria de Logística (IMAM), autor de livros e instrutor da área, menciona alguns pontos a serem considerados no futuro da logística, são eles: • controlar custos: 165 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS — é preciso procurar constantemente a redução de custo para continuar sendo competitivo com qualidade; • estocagem inteligente: — transformar a forma de estocagem substituindo o conceito de guardar para estágio, ou seja, uma fase temporária com auxílio de filosofias de estoque enxuto como o just in time. Redução do tempo do ciclo Atender às necessidades atuais dos clientes significa reduzir o tempo do ciclo operacional para atender aos requisitos atuais e futurísticos. Redução de espaço Fazer uso do espaço físico volumétrico das instalações da empresa sem comprometer a flexibilidade das operações. Acompanhar mudanças Projetar as operações para satisfazer às necessidades futuras enquanto se satisfaz os padrões atuais de produtividade e qualidade. Falar com dados Fornecer um fluxo de informação acurada (precisa) em tempo real paralelo ao fluxo de material de toda empresa. Segurança no trabalho Para evitar problemas em longo prazo, é necessário cuidar hoje das necessidades ergonômicas dos funcionários. Reciclagem, Reúso e Retorno Estar compatível com as necessidades ambientais, reciclando e reutilizando os recursos na produção e distribuição. Pode-se começar pela embalagem dos produtos e investir na logística reversa. Agora, em termos de tecnologia do processo produtivo (máquinas industriais e equipamentos) e de sistemas da informação, é difícil se prever, mas podem ser conhecidas as tendências em feiras de tecnologia do futuro. As tecnologias para o futuro são assunto em jornais, revistas e feiras, de acordo com divulgação das principais empresas de tecnologias no mundo. Um exemplo é a projeção tecnológica para 2019 166 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 feita pela Microsoft, marcada pela tecnologia de toque (touchscreen), tudo se dará por meio de toques, computadores ultraportáteis com enormes capacidades de armazenamento em terabytes, comandos por dedos e até por pensamentos. 7.6 Tecnologia sustentável Este assunto não é foco deste trabalho, no entanto, é importante deixar aqui uma pequena nota sobre esta questão tão importante para a garantia do futuro de uma tecnologia sustentável. Será que é possível a tecnologia andar junto com a sustentabilidade? Há dez décadas, somente 10% da população moravam em áreas urbanas. Hoje, são 50% e, em 2050, serão aproximadamente mais de 75%. A informação anterior tem muito a ver com o nosso assunto, ela vem como resposta de confirmação para o nosso estudo. O fato de a tecnologia ter tido esta explosão de evolução nos últimos 100 anos coincide com o crescimento das grandes metrópoles gerando um grande consumo dos recursos naturais de forma sobrenatural. O que se usou da natureza no último século é proporcionalmente maior do que já se usou até então, em todo o período anterior a esta fase. Toda essa evolução tecnológica que vimos até aqui teve profundos impactosirreversíveis no meio ambiente, como fatos gerados pela emissão de gases poluentes e o efeito estufa. A grande preocupação no momento é não dar continuidade às práticas de agressão ao meio ambiente de forma acelerada e descontrolada. É muito comum atualmente as empresas adotarem projetos sociais. Vejamos a seguir alguns exemplos conhecidos dessas empresas.2 Natura A empresa de cosméticos começou em 2001 a reduzir os gases de efeito estufa (GEE), incluindo em seus processos a análise do ciclo de vida das embalagens, método que quantifica as entradas e saídas de matéria e energia de um sistema. Em 2006, iniciou o projeto carbono neutro, que deu possibilidade de redução de 33% dos GEEs em cinco anos. Até 2008, a redução chegou a 9%. A Natura está atuando em todas as etapas do seu processo, na extração de matérias-primas, nos materiais da embalagem (-38%), o trabalho com fornecedores diretos (-9% transporte de convertedor à Natura), os processos internos (-17% com energia elétrica, transporte da frota, viagens etc.), o transporte (-16%) e forma de descarte (-17%). Entre suas práticas, estão a utilização de álcool orgânico nas fórmulas, o incentivo ao transporte via marítima, o uso de combustível renovável, a otimização de embalagens e o aumento da reciclagem. 2 Informações extraídas dos portais das empresas na internet. 167 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Pelas práticas, a empresa teve reconhecimento internacional: é a primeira empresa da América Latina convidada a integrar o Climate Neutral Network, um fórum virtual global para apresentação e discussão de cases de empresas, cidades e governos envolvidos com a mudança climática. Fonte: dados divulgados no portal <http://scf.natura.net/>. Danone Desde a década de 1970 a empresa de alimentos tem se preocupado com sustentabilidade. Quando Antoine Riboud, fundador e ex-presidente da companhia, assumiu os negócios da Danone, ela passou a se basear em um projeto duplo de performance econômica e atenção às pessoas. Segundo a empresa, esse modelo trouxe à Danone, entre outros, a busca pelo desenvolvimento sustentável e o respeito ao meio ambiente. Desde 2001, a empresa passou a utilizar uma ferramenta de avaliação comum para todas as unidades no mundo, formando e capacitando times a incluírem no seu dia a dia a preocupação com um desenvolvimento sustentável. A empresa criou o Danone Way Fundamentals, gerando maior rigor e controle sobre suas ações pela busca de responsabilidade social e respeito ao meio ambiente. A empresa tem compromisso com a redução de emissão do CO2, e possui uma metodologia de rastreamento desde 2007. No Brasil, a Danone tem um programa de reciclagem desde 2004 que atinge 100% da fábrica de produtos lácteos da empresa. Os resíduos recicláveis gerados na linha de produção são levados para uma área onde ocorre a separação da parte orgânica (iogurte) da parte inorgânica (plástico e alumínio). O orgânico é encaminhado para a indústria de alimentação animal, onde é transformado em ração. O plástico é separado do alumínio e encaminhado à indústria de plásticos para a produção de brinquedos e de outros itens. Fonte: dados divulgados no site <http://www.danone.com.br/sustentabilidade.php>. Mitsubishi Motors A indústria automobilística situada em Catalão/GO tem um programa de ações ambientais que incluem, entre outros: • projeto de plantio: — iniciado em 2007, o projeto tem o objetivo do plantio de 10 mil mudas de 60 diferentes espécies ao redor da sua fábrica em uma área de 6,53 hectares, e será 168 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 concluído em 2014. A área da empresa é habitada por diversos animais como coruja, marreco, tamanduá, cobra, entre outros; • plantando a semente para o futuro: — a empresa participou da revitalização de parques e plantio de árvores em São Paulo e Goiás; • projeto Terra (Reduzir, Reutilizar e Reciclar): — iniciativa para valorizar os recursos naturais do planeta, a empresa tem uma equipe técnica formada por funcionários especializados que planejam, implementam e supervisionam ações no intuito de mensurar a situação ambiental da empresa e passar a conscientização aos demais colaboradores; — 98% dos resíduos gerados são reciclados; — a empresa foi uma das montadoras pioneiras a utilizar papel reciclado nas atividades de rotinas e nas concessionárias, fornecedores, clientes, manuais dos veículos etc.; — a Mitsubishi ganhou o certificado do mérito ambiental fornecido pelo IBD (Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza) pela preservação do meio ambiente; • reutilização da madeira: a empresa cede mensalmente cerca de 100 toneladas de madeira para uma empresa de seu estado para a transformação em carvão vegetal, ação que contribui para a diminuição do desmatamento de florestas nativas e já evitou o corte de mais de 35 mil árvores. Fonte: dados divulgados no site <http://www.mitsubishimotors.com.br/main.cfm/acoes-ambientais>. Qual a solução para um desenvolvimento sustentável? Não dá para se falar em desenvolvimento sem tecnologia, pois estão totalmente ligados, por isso a preocupação com o assunto e obviamente a prática de ações que beneficiem o meio ambiente. Algumas medidas podem contribuir para um desenvolvimento com tecnologia sustentável. Vejamos as principais a seguir. Acordos mundiais O Protocolo de Kyoto (PK), discutido e negociado em Kyoto (ou Quioto), no Japão, em 1997, foi formado pela Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CQNUMC, ou UNFCCC em inglês). 169 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Constitui-se no protocolo de um tratado internacional cujo compromisso é a redução dos gases de efeito estufa (GEE) que causam o aquecimento global. O protocolo entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005 e possui metas de redução para os 175 países, porém com níveis diferenciados para os 38 países mais poluentes. Os países signatários devem cooperar uns com os outros por meio de algumas medidas básicas: • reformar os setores de energia e transportes; • utilização de energia renovável; • limitar as emissões do metano no gerenciamento de resíduos e sistemas energéticos; • proteção das florestas; • a estimativa é reduzir entre 1,4 Cº e 5,8 Cº até 2100. GHG Protocol Foi desenvolvido pelo WRI (World Resource Institute) em parceria com WBSCD (World Business Council for Sustainable Development) e é uma ferramenta utilizada mundialmente para entender, quantificar e gerenciar as emissões de gases de efeito estufa. As empresas participam com a finalidade de: • receber treinamentos sobre o tema e aprender a fazer os cálculos, publicar e divulgar; • vantagem competitiva como negócio sustentável; • participação no mercado de carbono; • melhorar relacionamento com o público de interesse; • adequação a padrões de relatórios internacionais de sustentabilidade. Em maio de 2008 foi lançado oficialmente no Brasil o Programa Brasileiro GHG Protocol. Na ocasião, 27 empresas pioneiras aderiram ao programa, chamadas de membros fundadores. Elas ajudam a definir o formato dos treinamentos, plano de trabalho e adaptações de ferramentas à realidade brasileira. Em 2010, já eram 35 empresas que passaram a mapear suas fontes e volumes de GEE emitidos direta e indiretamente por suas operações, chamadas de inventários (espécie de raio x da empresa para determinar fontes de gases nas atividades produtivas e quantidade de GEE lançados na atmosfera). Confira todas as empresas participantes e os resultados dos seus inventários no Programa Brasileiro de GHG Protocol 2009: 170 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Quadro 11 Inventáriosdo Programa Brasileiro GHG Protocol (2009) - Abril - Alcoa - Allegro - Ambev - Anglo American - Banco do Brasil - Bradesco - CESP - CNEC - Copel - EDP - Embraer - Ford - Furnas - Furukawa - Gelnex - Grupo USJ - Itaú - Natura - O Boticário - Oi - PepsiCo - Petrobras - Plural - Polícia Federal - RL Higiene - Sadia - Sanepar - Santander - Sesi - Souza Cruz - Suzano - Vale - Votorantin - Whirpool Fonte: Eletrobras Furnas, 2009. Projetos socioambientais A realização de projetos socioambientais é uma prática comum e muito colaborativa para o meio ambiente, pois demarca um esforço individual com impactos globais no balanço final das estatísticas. Simples projetos de reciclagem setorial, iniciativas para redução de recursos naturais na extração de matéria-prima, embalagem, a forma de transporte, responsabilidade com fontes de fornecimento (fornecedores), conscientização dos funcionários no uso de papéis reciclados, projetos de revitalização de praças, parques e até plantio de árvores são alguns dos exemplos de boas práticas que pudemos conferir nas empresas mencionadas neste trabalho para contribuição a proteção do meio ambiente. Desenvolvimento sustentável É perfeitamente possível utilizar na produção direta matérias-primas provenientes de materiais reciclados que evitam o uso de recursos naturais e reduzem o desmatamento. Se a empresa não produz, pode-se perfeitamente contribuir com a redução de GEE assumindo compromisso de comprar de fornecedores que tenham compromisso com meio ambiente e que seus produtos não sejam de áreas desmatadas. Reciclagem, reúso e logística reversa Processo de fabricação com recursos secundários, a reciclagem é uma prática bastante comum nas empresas, mas está muito além de coletas seletivas. É fundamental que, além da separação dos recicláveis, as empresas deem um destino correto para eles. À exemplo da Mitsubishi, que encaminha madeiras para a fábrica de carvão evitando o desmatamento, e da a Danone, que encaminha resíduos plásticos para indústrias do setor, as empresas devem se responsabilizar pelo destino dos recicláveis. 171 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS É interessante também praticar a reutilização de materiais, ou seja, usar novamente sem que o produto ou embalagem passe novamente por um processo de fabricação, ainda que com recursos secundários (reciclagem), passando apenas por um tratamento industrial para algo que já foi descartado. Essa prática pode ser utilizada por terceiros, ou seja, por empresas ou pessoas que utilizam descartes de outra empresa que não se interessaram pelo reúso. Ou pela própria empresa produtora, oferecendo, por exemplo, refis de produtos, fazendo com que seus consumidores reutilizem as embalagens adquiridas na primeira compra, prática comum na comercialização de cosméticos da Natura. Observação Em relação à sustentabilidade, pequenas ações no cotidiano parecem não fazer a diferença, mas pense globalmente e aja localmente, pois a diferença reside justamente nessas pequenas ações. A logística reversa é a ordem reversa da logística. Ela tem início no mercado consumidor e termina na planta industrial, depósito ou fábrica ou outro local indicado. A finalidade é retirar os materiais que podem ser reutilizados, reciclados, descartados. Exemplo: • jornais e revistas; • pilhas e baterias; • embalagens retornáveis; • material reciclado. Poucas empresas possuem estrutura para logística reversa e, por não focarem nesse processo reverso, deixam a desejar no reaproveitamento dos recursos. É imprescindível que a empresa também se preocupe com o desenvolvimento de suas embalagens, a forma de descarte, a possibilidade de reúso, a forma de transportá-las etc. Forma de distribuição Desde a definição da embalagem em que os produtos serão entregues, o modal de transporte escolhido, a utilização de combustíveis renováveis e a manutenção da frota são cuidados que empresa pode tomar para redução dos GEE. Armazéns sustentáveis Entre outras ações sustentáveis, está a troca de equipamentos poluentes por aqueles menos poluentes, ação, por exemplo, adotada por empresas brasileiras especializadas em equipamentos para armazéns. 172 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Observação Não é aceitável jogar no lixo embalagens fortes, resistentes, bem produzidas e estampadas como as de chocolates em pó, potes de margarinas, potes de café solúvel, latas de leite em pó etc. Por que essas embalagens não retornam para suas origens para serem reutilizadas? Seria interessante se as empresas adotassem medidas como essa, com projetos-pilotos para analisarem os custos-benefícios não só financeiros, mas principalmente ambientais. Fique por dentro do movimento verde O Instituto Ethos promove a feira chamada Mostra de Tecnologia Sustentável com a finalidade de apresentar à sociedade soluções economicamente eficientes e eficazes que tragam benefícios para o meio ambiente. A segunda edição da feira aconteceu em maior de 2010. Para maiores informações, acesse o link: <http://www.ethos.org.br/mostra2010/>. Já existe um software para gerenciamento dos recursos naturais nas empresas. A tecnologia permite a gestão da sustentabilidade estratégica, desenvolvida pela Apel Consultoria de Informática. Existem políticas de sustentabilidade para os sistemas ERPs. A empresa SAP foi nomeada a empresa de software dos mais altos níveis dos índices de sustentabilidade Down Jones 2010, prêmio que recebeu pela prática de suas operações internas de forma sustentável, a entrega de soluções que suportam as práticas de negócios sustentáveis, entre outras práticas. O instituto ILOS realiza pesquisa sobre sustentabilidade ambiental na Logística e conta com apoio da fabricante de equipamentos de armazéns Knapp e outras empresas que apoiam o estudo como Natura, Julio Simões e Unilever, que participam ativamente para construção de um supply chain sustentável. 8 ATUAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA Para encerrar nosso trabalho no tema de tecnologia para planejamento e operações logísticas, cabe a abordagem de um assunto que interessa a todos os que leem este material: a atuação dos profissionais da área. Qual a formação dos profissionais de logística? Quais as áreas de maior atuação e melhor remuneração? Qual o perfil de quem atua na área? 173 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Vamos aqui tentar responder a estas principais questões. Para Mônica Barros, do Instituto ILOS, que elaborou o artigo sobre o estudo (2008), o perfil dos profissionais de logística vem sofrendo alterações por fatores como maior competitividade do mercado de trabalho, globalização, evolução da tecnologia, grande disponibilidade das informações e mudanças específicas da área de logística e seus conceitos. A recente pesquisa realizada pelo Council of Logistics Management & Ohio State University/EUA e a análise da ILOS no Brasil mostram algumas mudanças no cenário empresarial da área logística. Seguem dados e resultados gráficos com comentários próprios. Mudança na empresa A complexidade da gestão logística aliada à importância estratégica dessa área contribuiu para uma mudança no organograma das empresas. A logística ganha áreas independentes e passa a ser competência central, com possibilidade de criação de cargos de alta gerência e diretoria. A pesquisa avaliou nas últimas duas décadas os padrões da carreira dos profissionais americanos de logística. Os resultados confirmam várias tendências, como: • reposição ascendente do principal executivo de logística, com maior número de diretores e vice-presidente; • maiores responsabilidades com mais funções; • maior interação com outras áreas como marketing, produção, finanças e TI; • mudançade ênfase das questões de atividades de tecnologia e economia; • crescente reconhecimento “científico” da logística. Formação dos profissionais de logística Os profissionais que atuam em logística têm formação em áreas bem diversificadas, até porque os cursos de bacharelado e tecnólogos são recentes. Veja a atuação dos profissionais no Brasil e nos EUA, conforme resultado da pesquisa: Engenharia Administração Economia Logística Outros Brasil EUA 44% 11% 34% 49% 8% 5% 2% 11% 12% 24% Figura 39 174 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Por que os EUA estão à frente? O motivo de os EUA estarem à frente no estudo da logística é que o país foi o grande protagonista de toda essa história. Ele liderava os países aliados e venceu a batalha em Normandia na França contra a Alemanha em uma grande estratégia e ação logística. Aliás, essa foi considerada a ação mais bem-sucedida da história da humanidade, marcada até os dias de hoje, conhecida como o Dia D. Essa batalha envolveu mais de 3 milhões de militares na invasão à França. Desde então, os EUA, vitoriosos em foco no mundo, já caminhavam para ser uma superpotência mundial. Digamos que os EUA, então, foram o “berço” da logística Qual o motivo da baixa formação logística? Além do fato mencionado anteriormente (dos recentes cursos de formação na área logística), é importante ressaltar outro fato importante: os cursos de administração existem há muitas e muitas décadas, são mais abrangentes e facilitam a escolha dos profissionais por este curso, isso também devido ao fato de que os interesses pelo estudo e conceitos de logística se deram após a Segunda Guerra Mundial, por volta de 1950. A partir disso, avançou gradativamente o interesse das universidades em estudar a logística em algumas disciplinas e mais tarde veio a aplicação dos conceitos nas organizações. Os profissionais de logística são predominantemente do sexo masculino, como revela a pesquisa: Brasil EUA Mulheres Homens Figura 40 – Configuração dos profissionais de logística Quais os possíveis motivos? Essa grande disparidade se dá pelo fato de as principais operações de movimentação e distribuição serem realizadas por homens pelas características das funções, como carregamento de cargas, condução de miniveículos dentro dos armazéns, movimentação de paletes e caixas e uso de equipamentos pesados. No transporte de mercadorias, condução de veículos de cargas e condutores de outros modais é também predominante a presença de homens. A atuação das mulheres na área é cada vez mais comum, porém restam as demais áreas de atuação, especialmente nas áreas de planejamento da produção, área de suprimentos e gestão de estoques, que representam a menor fatia das operações logísticas. 175 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS Remuneração do profissional de logística Uma pesquisa da Cel/Coppead mostra também a remuneração dos profissionais de logística. Vale ressaltar que os valores são anuais, incluindo o 13º salário. Acima de R$ 300 mil; 3% Até R$ 50 mil; 22% De R$ 250 a R$ 200 mil; 6% De R$ 200 a R$ 250 mil; 7% De R$ 150 a R$ 200 mil; 14% De R$ 100 a R$ 150 mil; 23% De R$ 50 a R$ 100 mil; 24% Figura 41 O resultado é compatível com o percentual de atuação de profissionais em cada nível hierárquico, a maior parte, 24%, ganha entre R$ 50 mil e R$ 100 mil anuais, o que dá um salário entre R$ 3.800,00 a R$ 7.600,00 mensais. Representa a maior concentração dos profissionais da área, assistentes, analistas, coordenadores etc. Já a menor escala, 3%, são aqueles que ganham acima de R$ 300 mil anuais, com salários mensais acima de R$ 20.000,00 é que representam os cargos de alta gerência, diretores e acima. Saiba mais Há outros indicadores sobre esta pesquisa, disponível no portal da ILOS. Acesse: <www.ilos.com.br>. 8.1 Conclusão Foi possível perceber neste material a importância da tecnologia da informação para o planejamento e operações logísticas, elas contribuíram para eficiência em todos os elos da cadeia de abastecimento. Na indústria, tanto no seu processo produtivo como nas operações de movimentação, estocagem, armazenagem e distribuição da mercadoria, a contribuição da tecnologia da informação, sistemas, metodologias e filosofias foi fundamental para o crescimento do aumento da produtividade, da qualidade e da velocidade em que os processos e as informações aconteceram. Como resultado do aumento da eficiência, o consumidor, cada vez mais exigente, ainda obteve preços reduzidos. Notou-se que houve uma aceleração do avanço tecnológico durante a década de 1990. As principais tecnologias que se utilizam atualmente foram criadas ou pelo menos melhores difundidas nesta década. 176 Unidade IV Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 Do século XXI (2001) para cá, as inovações tecnológicas estão mais relacionadas ao aprimoramento das já então existentes do que propriamente ideias novas. O grande desafio tem sido a integração de todas essas tecnologias dentro das organizações, tanto no âmbito interno, em suas arquiteturas de processos e sistemas, quanto no âmbito externo, nas integrações com seus parceiros (clientes, fornecedores) que, em alguns casos, precisam operar com a mesma tecnologia, desafiando as diferenças internas e falando a mesma linguagem para obter os resultados esperados, como EDI e RFID. O que se esperar para o futuro da tecnologia em relação à logística? Certamente, a tecnologia caminha com passos largos para inovações que beneficiarão todos os elos da cadeia logística em suas operações e planejamentos, visando cumprir o papel da logística, que é prover o produto na quantidade certa, no lugar certo, no momento desejado e ao menor custo possível. E aqui finalizamos o nosso conteúdo sobre a disciplina TPOL (Tecnologia para Planejamento e Operações Logísticas). Resumo Esta unidade abordou mais conceitos sobre as tecnologias utilizadas nas operações logísticas e focou-se ainda na descrição do futuro das tecnologias logísticas. Uma ferramenta muito utilizada e que deve ser conhecida de forma mais detalhada é o WMS (sistema de gerenciamento de armazém). Essa ferramenta busca aproveitar o espaço físico ao indicar as melhores formas de armazenagem, picking, distribuição interna e de endereçamento inteligente. Além disso, ela traz informações que indicam o desempenho do armazém (giro de estoque, tempo de cobertura etc.). O RFID, outra novidade nas operações logísticas, é uma tecnologia que identifica produtos sem a necessidade do recurso humano. Ele compartilha informações por meio de sinal de rádio e recupera e armazena informações de forma remota por meios de Tags. Hoje, ele é amplamente utilizado em CDs (centros de distribuição) e em supermercados. As tecnologias para distribuição de cargas são essenciais para uma logística inteligente. No Brasil, as ferramentas focam-se na gestão do transporte rodoviário, pois ele é o modal mais utilizado no país. Esse modal é gerenciado por ferramentas como o ITS (sistema de inteligente de transportes), com apoio do GPS, de sensores de telemetria, de controle de abertura de portas, de comunicação em voz e de câmeras. 177 Re vi sã o: G er al do / Si m on e - Di ag ra m aç ão : L éo - 1 0/ 04 /2 01 2 TECNOLOGIA PARA PLANEJAMENTO E OPERAÇÕES LOGÍSTICAS O TMS (sistema de gerenciamento de transporte) auxilia na gestão da área, reduz perdas e amplia a produtividade. Ele é um sistema fundamental para uma melhor fazer roteirização e acompanhamento de toda a operação de transporte. O cenário competitivo que vemos hoje aponta um aumento do uso de computadores, uma maior variedade de produtos, uma maior competitividade
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