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Transplante Hepático Transplante Hepático • Introdução e histórico: • Pioneiros: 1960 - com Starlz em Denver e Calne em Cambridge; • Seguidos por Pichlmayr na Alemanha e Krom na Holanda; • Conferência do National Institutes of Health (NIH) 1983: aceitação terapêutica • Realizado em todo o mundo com indicações crescentes; • Sobrevida no 1 ano pós-transplante chega a 90%; • Sucesso devido a evolução da medicina e dos imunossupressores; • Ciclosporina A na década de 80 e Tacrolimus na de 90 – ampliaram sobrevida; • Grande problema é a baixa oferta de órgãos para transplante. Transplante Hepático Indicações • Indicações mais comuns: • Hepatocarcinoma • Cirrose por vírus Hepatite C • Vem aumentando cirrose por álcool e esteato-hepatite não alcoólica • Insuficiência hepática aguda – possuem maior prioridade – Falência hepática; • Doença com menos de 26 semanas diferencia aguda de crônica. • Cirrose por vírus Hepatite B; • Outras neoplasias: • tumores neuroendócrinos, hemangioendotelioma epitelioide, adenomas hepáticos grandes; • Distúrbios metabólicos: • deficiência de alfa-1 antitripsina, doença de Wilson, polineuropatia amilóide familiar, hiperoxalúria primária, fibrose cística, tirosinemia, hemocromatose, porfiria aguda intermitente; Hepatocarcinoma – Tratamento - Critérios de Barcelona PEI/RF = Ablação – Injeção Percutânea com Álcool / Radiofrequência Hepatocarcinoma – Transplante Hepático Contraindicações • Doença cardiopulmonar não corrigida e um risco proibitivo para a cirurgia; • AIDS; • Malignidade fora do fígado ou doença metastática; • Carcinoma hepatocelular com disseminação metastática; • Colangiocarcinoma intra-hepático; • Anormalidades anatômicas que impedem transplante hepático; • Sepse não controlada; • Insuficiência hepática aguda com pressão intracraniana sustentada > 50 mmHg ou pressão de perfusão cerebral < 40 mmHg; • Não-adesão aos cuidados médicos; • Falta de apoio social adequado; • Pacientes com doença hepática alcoólica necessitam de 6 meses de abstinência; • Contraindicações relativas: Idade (>65 anos), HIV, obesidade com IMC >40. Avaliação pré-transplante • Laboratório: • Grupo sanguíneo, função hepática, creatinina, sódio, cálcio, vitamina D, urina, alfa-fetoproteína, sorologias para vírus CMV, EBV, HIV, hepatites, varicela. • Cardiológico: • Todos os pacientes > 40 anos ou < 40 anos com fatores de risco. • Solicita ECG, ecocardiograma, cateterismo cardíaco se necessário. • Pulmonar: • Todos os pacientes > 40 anos ou < 40 anos com fatores de risco. • Solicita oximetria de pulso, gasometria, verificar se tem hipertensão portopulmonar • Rastrear câncer: TC abdome, colonoscopia, endoscopia, pele. • Pesquisar doenças infecciosas: ex: tuberculose. • Avaliar vacinações que devem estar completas. • Avaliação psicossocial: explicar e ver se tem condições de cumprir o tratamento. • Avaliar uso de álcool ou drogas. Seleção do Paciente • MELD: • Score para doença hepática em estágio final; • Adotado em 2002 pela Unites Network for Organ Sharing (UNOS); • Prioriza os pacientes que aguardam por transplante hepático; • Define a chance de mortalidade em 3 meses dos pacientes com disfunção hepática • Score varia do valor mínimo de 6 até 40; • O nível máximo de creatinina aceito é 4 mg/dl (evitar vantagem injusta nos pacientes em diálise); • Parâmetros considerados: Bilirrubina – Creatinina – INR MELD MELD MELD MELD Seleção do Paciente • MELDNa: • Janeiro de 2016 foi atualizado para incluir o SÓDIO no cálculo de score MELD; • Hiponatremia é um problema comum em pacientes com cirrose avançada; • Hiponatremia é um marcador da gravidade da cirrose hepática; • O sódio sérico é um marcador INDEPENDENTE para mortalidade na cirrose; • Diminuição de 1 mmol de Na aumenta cerca de 5% a mortalidade (Na: 125 – 140 mmol/L); • Parâmetros considerados: Bilirrubina – Creatinina – INR – Na MELD CHILD – PUGH – TURCOTTE Seleção do Paciente • MELD > 10: inicia a avaliação para transplante hepático; • Paciente isentos do score MELD e carcaterizados como de urgência: • Insuficiência hepática aguda, não funcionamento primário do enxerto, anepáticos por trauma, trombose da artéria hepática. • O score MELD é atualizado periodicamente; • MELD 11 a 18 - validade de 3 meses; MELD 19 a 25 - 1 mês; MELD >= 25 - cada 7 dias; • Exceções MELD: condições associadas a doença hepática que podem comprometer a sobrevivência: • Carcinoma hepatocellular, sínd hepatopulmonar, hipertensão portopulmonar, polineuropatia amilóide familiar, hiperoxalúria primária, fibrose cística. Seleção dos Doadores • Doadores vivos. • Doadores cadavéricos ou falecidos – maioria • Doador com morte encefálica; • Doador com coração parado recente; • Doador com coração parado tardio. • Avaliar situações de risco, históricos pessoais e exame clínico. • Avaliar fatores de risco com sorologias para: • doadores córneas: HIV, HbsAg, AntiHBs, Anti-HBc total e Anti- HCV; • doadores de outros órgãos: HIV, HTLV I e II, HbsAg, AntiHBs, Anti-HBc total e Anti-HCV, sífilis, e doença de Chagas; • Facultativo sorologia para toxoplasmose, citomegalovírus e Epstein-Barr, devendo sua realização ser regulamentada pela comissão. • Critérios absolutos de exclusão de doador de órgãos: • soropositividade para HIV; • soropositividade para HTLV I e II; • tuberculose em atividade; • neoplasias (exceto tumores primários do Sistema Nervoso Central e carcinoma in situ de útero e pele); • sepse refratária; • infecções virais e fúngicas graves, ou potencialmente graves na presença de imunossupressão, exceto as hepatites B e C; Fluxograma para Transplante Manutenção do Doador • Objetivos: • Otimizar a perfusão tecidual; • Manter o órgão em melhores condições; • Diminuir o risco de evolução para parada cardíaca; • 10-20% tem parada cardíaca durante esse período. • Melhorar a qualidade de vida dos receptores; • 25% dos órgãos são perdidos nesse momento; Manutenção do Doador • Metas: • PAM > 65 mmHg • Débito urinário > 0,5 a 4,0 ml/kg/h • DVA < 10µg/kg/min • FE > 45% • Prevenir instabilidade hemodinâmica; • Volume: Ringer lactato ou solução fisiológica; • Cuidar função pulmonar; • Corrigir hiperglicemia e hipernatremia; • Glicemia 6/6 h; • Alvo: glicemia 140 - 180mg/dl; • Uso de antibióticos • Metas: • Droga vasoativa: Noradrenalina, dobutamina, dopamina, vasopressina • Reposição hormonal: aumentou em 22,5% o número de doadores; • Corrigir hipocapnia: FiO2 40%, clearance de secreções; • Coletar eletrólitos a cada 6 horas • Corrigir acidose • Manter Hb ≥ 10 • Hb < 10 + hipotensão: transfusão • Hb entre 7-10: observar • Hb < 7: transfundir sempre • Controlar hipotermia: manta térmica, fluídos venosos 43 C Manutenção do Doador • Estabilidade hemodinâmica; • Oxigenação adequada; • Manuter equilíbrio ácido-base; • Manuter equilíbrio hidro-eletrolítico; • Temperatura > 35 C; • Prevenir ou tratar infecções; • Manter pálpebras fechadas; • Em caso de parada cardíaca: RCP Tipos de Isquemia dos Órgãos Tempo de Isquemia dos Órgãos Sequência de Captação no Doador • Sequência de retirada de múltiplos órgãos de um doador: • 1 – Coração e pulmão; • 2 – Fígado; • 3 – Pâncreas; • 4 – Intestino Delgado; • 5 – Rins; • 6 – Enxertos vasculares (artérias e veias); • 7 – Córnea, pele e outros tecidos. Captação do Fígado no Doador Tipos de Transplante Hepático • Transplante Ortotópico de Fígado (TOF) • Técnica Convencional: • Enxerto hepático total ou parcial é implantado no lugar do fígado nativo; • Fígado doente é retirado com a Veia Cava Inferior (VCI); • Utiliza circulação extracorpórea. Tipos de Transplante Hepático • Transplante Ortotópico de Fígado (TOF) • Técnica de Piggyback: • Hepatectomia total com preservação da Veia Cava Inferior retro-hepática; • Tem maiores benefícios. Tipos de Transplante Hepático • Transplante Heterotópico de Fígado (THF) • Colocação do fígado dentro da cavidade abdominal, fora daloja hepática; • Dificuldade de acomodação do órgão na cavidade abdominal. Tipos de Transplante Hepático • Transplante de Fígado Reduzido: • Beneficia crianças em lista de espera; • Fígado doador falecido adulto é diminuído para ser aproveitado por receptors crianças. • Split Liver: • Fígado bipartido; • Repartir o fígado do doador falecido para dois receptors; • Geralmente um adulto e uma criança. • Transplante Dominó: • Receptor apresenta doença metabólica que produz complicações após 20-30 anos • O fígado doente é utilizado em pacientes com doença hepática terminal de prognóstico reservado; • O paciente com doença metabólica é ao mesmo tempo receptor e doador. • Transplante Intervivos: • Teve origem no Brasil; • Retirar uma parte do doador sadio para transplante em receptor com doença hepática terminal. Cuidados Pós – Transplante Hepático • Pós operatório em UTI; • Monitorização rigorosa dos sinais vitais; • Manter estabilização hemodinâmica e de oxigenação; • Avaliação laboratorial seriada; • Evitar a síndrome de isquemia e reperfusão; • Uso de imunossupressores contínuos. Referências Bibliográficas • Rotinas em Cirurgia Digestiva – Osvaldt, A.B; Rohde, L.; 2 ed. • Tratado de Cirurgia – Sabiston, Townsend; 17 ed. • Site Up To Date – www.uptodate.com • BRASIL; Ministério da Saúde; 2017; http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2009/prt2600_21_10_2009.html
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