Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vitória Barbosa Turma XIII – 2020.1 DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS ➢ Doenças neurodegenerativas são doenças que causam, a longo prazo, danos ao sistema nervoso devido a degeneração progressiva e/ou morte dos neurônios ➢ Principais doenças neurodegenerativas: • Doença de Alzheimer • Doenças de Parkinson • Esclerose múltipla (doença desmielinizante) • Encefalopatia espongiforme transmissível • Doenças do neurônio motor • Doença de Huntington • Ataxia espinocerebelosa • Atrofia espinal muscular DOENÇA DE ALZHEIMER ➢ O Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que se manifesta apresentando deterioração cognitiva e da memoria de curto prazo, possuindo uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e de alterações comporta- mentais que se agravam ao longo do tempo ➢ É a principal doença neurodegenerativa (60-70%) sendo a principal causa de demência • Demência: corresponde a diminuição progressiva das funções cognitivas e da memória; os domínios cognitivos evolvem a função cognitiva, raciocínio, atenção a memória, memória de longo prazo, comportamento e habilidades • Demência senil: demência que acomete os idosos • TOME NOTA: todo Alzheimer tem demência, mas nem toda demência é Alzheimer • TOME NOTA: o processo de esquecimento ao longo da vida é um processo fisiológico que ocorre devido a atrofia dos tecidos, no entanto, esse esquecimento não pode ser considerado uma demência sem a realização prévia de exa- mes que possam fechar o diagnóstico ➢ Principais sinais e sintomas: • Problemas de linguagem: dificuldade de encontrar a palavra apropriada ou o nome para uma pessoa da família, objeto ou lugar • Perda de memória recente • Perda de noção de tempo e lugar • Diminuição das atividades diárias • Mudanças de personalidade ➢ O exame físico não apresenta alterações sendo necessário realizar testes cognitivos e de memóra ➢ Exame de imagem solicitado: ressonância (avaliação neural) ➢ Diagnóstico diferencial: demência senil vascular ➢ Fatores desencadeantes: genéticos e ambientais • Formas familiares de início precoce, correspondem a formas autossômicas dominantes (mais raro, <10%) • Formas esporádicas de início tardio onde a genética corresponde a um fator de risco FISIOPATOGENIA ➢ Acetilcolina: a acetilcolina é um neurotransmissor de suma importância para o SN, uma vez que, atua diretamente na transmissão de sinais nas células nervosas (sinapse). PacienteS que apresentam alzheimer apresentam redução da atividade da CoA (colinaacetiltransferase) o que provoca a redução dos níveis de acetilcolina e por consequência ocor- re a redução da transmissão colinérgica ➢ Peptídeos beta-amiloide (PBA): os neurônios possuem na membrana proteínas precursoras amiloides (PPA) que irão ser quebradas a partir da ação da enzima α-secretase, ao ser “quebrada” a PPA irá liberar um pedaço de proteína (peptídeo) que atuará como fator de proteção neuronal. Pacientes que apresentam alzheimer em vez de ativarem a α-secretase acabam ativando a β e a δ-secretase, dessa forma, em vez de quebrar em apenas um ponto ele quebrará em dois pontos fazendo com que o PBA saia “inteiro” e seja liberado no meio extracelular, no meio extracelular o PBA passa por um processo de acumulação, se agregando e formando placas senis (amiloides). O acúmulo das placas senis irá resultar na alteração das sinapses provocando isquemia neuronal, esse processo irá resultar na liberação de mediadores neurotóxicos por células da glia. Além disso, o neurônio possui na membrana a apolipoproteína cuja função principal é direcionar o colesterol para o meio intracelular, no entanto, alguns pacientes que apresentam Alzheimer irão possuir alterações genéticas no alelo dessa proteína, essa mutação irá fazer com que essa molécula perca sua função de limpeza e ative as β-secretases contribuindo assim com o acúmulo das placas senais ➢ Proteína TAU: presentes no citoesqueleto neuronal, a proteína TAU é responsável por estabilizar os microtúbulos a partir da agregação da tubulina 12. No entanto, paciente que possuem a proteína apoE4 (apolipoproteína mutada) são capazes de realizar a fosforilação da proteína TAU provocando a desestabilização do citoesqueleto; essa desestabilização dará início ao processo de emaranhados neurofibrilares intracelulares que prejudicará completamente a produção neuronal, podendo levar a morte celular ➢ Mecanismos mitocondriais: as mitocôndrias são responsáveis por manter a célula viva e por realizar a limpeza do estresse oxidativo. Pacientes que possuem Alzheimer apresentam disfunções mitocondriais que resultarão em falhas na remoção proteica (amiloidose), provocando o acúmulo de radicais livres devido ao estresse oxidativo; esse meca- nismo irá aumentar a vulnerabilidade a substâncias toxicas induzindo a apoptose celular ➢ Mecanismos inflamatórios: os elevados níveis de PBA, placas senis e a presença de emaranhados neurofibrilares irão ativar células inflamatórias (astrócitos da micróglia) as quais irão produzir citocinas inflamatórias e irão mobilizar macrófagos e linfócitos através da BHE PATOLOGIA ➢ Formação de placas senis e degeneração neurofibrilar que levarão ao comprometimento cognitivo e ao transtorno comportamental ALVOS TERAPÊUTICOS ➢ Melhorar a função cognitiva: • Inibidores da acetilcolinesterase: donezepbil, rivastigmina, galantamina • Antagonista de receptores de glutamato (NMDA) evitando um influxo excessivo ce cálcio (diminui excitotoxicidade pós Ach): memantina ➢ Melhorar alterações comportamentais: • Anti-depressivos: inibidores da recaptação da serotonina • Anti-psicóticos ou psicoestimulantes ➢ Agir sobre a evolução da doença (em pesquisa) • Atividade anti-amiloidogênica • Anti-inflamatórios (INIB seletivos COX2) DOENÇA DE PARKINSON ➢ A doença de Parkinson é uma doença neurológica progressiva que ocorre por causa da degeneração das células situa- das numa região do cérebro chamada substância negra ➢ É a segunda doença neurodegenerativa mais comum ➢ Classificação: • Primário ou idiopático (Doença de Parkinson) • Secundário ou adquirido − Infecção: parkinsoniano pós-encefálico − Toxinas: manganês, monóxido de carbono − Medicamentos: resepina, alfa-metildopa, metoclorapramida, cinarizina, flunarizina − Vascular: trauma e tumor ➢ Triade clínica: tremor, rigidez e bradicinesia ➢ Achados do exame físico: • Tremores nas mãos e pernas • Apresenta falta de expressões fascies • Rigidez nas costas • Postura encurvada, inclinação para frente • Quadril e joelhos flexionados • Cotovelos e pulsos flexioandos • Abertura reduzida dos braços • Marcha embaralhada e curta ➢ Diagnóstico: ressonância geralmente não apresentam alterações, podendo apresentar hipointesnidade no putamen (não representa um achado comum) ➢ Fatores desencadeantes: genéticos e ambientais • Formas familiares (<10%) • Formas esporádicas (mais comuns) • Fatores ambientais: exposição crônica a neurotoxinas ➢ Patologia: morte progressiva de neurônios dopaminérgicos FISIOPATOGENIA ➢ Corpos de Lewy: No citoplasma dos neurônicos doparminercios há presença da proteína α-sinucléina. Em pacientes que possuem Parkinson ocorrerá um erro no dobramento proteico da α-sinucleína o que provoca a exposição de resíduos hidrofóbicos que irão se agregar no citoplasma formando os Corpos de Lewy e ativando o sistema imune ➢ Neuroinflamação: a presença de antígenos estranhos no meio intracelular ativará os receptores de MHC de classe I realizando a ativação de linfócitos; além desse mecanismo, quando ocorre a morte celular ocorre a exposição da α- sinucléina que irá agir como um DAMP sendo reconhecido pelos macrófagos, a micróglia ativada irá produzir citocinas inflamatórias e produzirão radicais de oxigênio livre que lesionarão a célula ➢ Disfunção mitocondrial: Pacientes que possuem Parkinson apresentam disfunções mitocondriais queresultarão em falhas na remoção proteica (amiloidose), provocando o acúmulo de radicais livres devido ao estresse oxidativo; esse mecanismo irá aumentar a vulnerabilidade a substâncias toxicas induzindo a apoptose celular ➢ Redução dos níveis de dopamina: a dopamina é de suma importância para o controle motor fino, permeando ainda na parte do prazer/humor. Dessa forma, reduções dos níveis de dopamina provocarão alterações no controle motor, cognição, compensação, prazer e humor ➢ Acetilcolina: a falta da atuação do feedback provoca a elevação da ativação da acetilcolina o que gera o aumento da contração ocasionando a rigidez muscular PATOLOGIA ➢ Morte progressiva de neurônios dopaminérgicos nigrais dos gânglios basais e queda da dopamina, que resultarão em comprometimento motor e cognitivo ALVOS TERAPEUTICOS ➢ Levodopa (L-DOPA) • Precursor metabólico da dopamina ➢ Agonistas dopaminérgicos e inibidores da monoaminoxidase (MAO) ➢ Anti-colinérgicos
Compartilhar